Qual a diferença entre evangelismo e discipulado

Joenildo Fonseca Leite.

INTRODUÇÃO

A disciplina de evangelismo e discipulado tem como finalidade abranger o entendimento dentro desta área e como buscar entrosamento antes, durante e depois da prática de mostrar Jesus às pessoas em sua sociedade. Observando que o principal é Jesus.

Mas para que possamos alcançar êxito é necessário buscar técnicas e acima de tudo experiência com Deus. João 3:16

Deus precisa de homens para realizar o trabalho de evangelização dos povos, Ez.22.30, e para isso ele quer pessoas especiais, na verdade os homens separados para essa finalidade devem demonstrá-lo por suas vidas colocadas piedosamente na presença de Deus IICr.l5.7.

CONSIDERAÇÕES GRAMATICAIS:

A. Literatura Clássica:

O verbo “Evangelizar” (Euaggelizw) (euangelizo) e o substantivo “Evangelho” (Euaggelion) (euangélion) − com os seus cognatos, “Evangelismo”, “Evangélico”, ”Evangelista”, “Evangelização” −, são palavras provenientes do grego, que passando pelo latim, chegaram ao nosso idioma de forma transliterada.1

O uso destas expressões é bem antigo na língua grega, antecedendo em muito ao Novo Testamento, remontando aos escritos de Homero (IX séc. a.C.).

A palavra “evangelho” passou evolutivamente por três significados básicos, a saber:

1) A recompensa dada ao mensageiro por sua mensagem (Homero2 e Plutarco).

2) As ofertas de ações de graça aos deuses por uma boa nova recebida.

3) O conteúdo da mensagem: as próprias boas novas (1Sm 31.9).3

Após uma campanha vitoriosa, os arautos percorriam o país anunciando o evangelho, ou seja, as novas de vitória.4 Como no Império Romano o imperador tipificava uma espécie de deus e salvador, tendo poder sobre todas as coisas, os acontecimentos de sua vida se constituíam num “evangelho”. Por isso ele era cultuado.

Assim, desde o seu nascimento, maioridade, sua ascensão ao trono, discursos, decretos ou mesmo a sua visita à determinada cidade, era anunciado como uma boa nova de alegria, felicidade e paz: era o evangelho5.

B. No Antigo Testamento:

A palavra hebraica correspondente tem um emprego militar, estando a sua raiz associada ao trazer boas notícias, ainda que não necessariamente.

Ou seja: A boa nova nem sempre é entendida assim por quem a recebe (1Sm 4.16-17; 2Sm 18.19-20/Jr 20.15).6

Num contexto de expectativa, a sentinela aguarda com ansiedade o mensageiro para saber das novas (2Sm 18.24-27/Is 52.7).

De forma teológica a palavra indica uma mensagem que inicialmente somente Israel possui a respeito do reinado de Deus com a consequente paz, justiça e salvação (Sl 40.9; 96.1-13; Is 40.9; 41.27; 52.7; 95.1); contudo, no futuro, a mensagem se plenificará no Messias e todas as nações se regozijarão na plenitude dessas bênçãos (Is 61.1-3/Lc 4.16-21; 1Co 15.54-56; Cl 1.5-6; 2.13-15/Is 60.6).7

Na Septuaginta o substantivo “Evangelho” (Euaggelion) não ocorre no sentido religioso, sendo usado na forma secular de trazer “boa notícia” ou “recompensa pelas boas novas” (Cf. 2Sm 4.10; 18.22,25);8 já o verbo (euangelizomai) é usado teologicamente.

O sentido básico da palavra “Evangelho” (Euaggelion) é “boas novas”, sendo um termo técnico para “novas de vitória”; consistindo o “evangelizar”, no ato de “trazer ou anunciar boas novas”, “proclamar”, “pregar”, ser o agente das notícias de vitória.

Podemos tabular o uso de (euangelizomai) de três formas especiais, antecipando, de certo modo, o sentido dado no Novo Testamento:

1) Proclamar a Glória de Deus manifesta em Sua justiça, fidelidade, salvação, graça e verdade (Sl 40.9; Sl 96.2).109

2) Proclamar as boas novas referentes ao Ungido de Deus (Is 40.9; 52.7).1110

3) As boas novas proclamadas pelo Ungido de Deus (Is 61.1).11

C. A Unidade do Evangelho no Antigo e no Novo Testamento:

1) SUA CONVERGÊNCIA: As raízes do uso da palavra “Evangelho” no Novo Testamento, devem ser buscadas não no grego secular, mas sim no Antigo Testamento. Ou seja, mesmo a palavra tendo um emprego comum no grego clássico, o seu conteúdo encontra-se nas páginas do Antigo Testamento.

Biblicamente, o Evangelho é a boa mensagem de Deus, declarando que em Jesus Cristo temos o cumprimento de Suas promessas a Israel, e que o caminho da salvação foi aberto a todos os povos. Deste modo, o Evangelho não deve ser colocado em contraposição ao Antigo Testamento, como se o Deus do Antigo Testamento fosse outro Deus ou que Deus mesmo tivesse alterado Sua maneira de tratar com o homem, mas antes, é o cumprimento da Sua promessa (Mt 11.2-5)12.13

O ponto central para compreensão da unidade do Evangelho está na atitude de Jesus Cristo que, na Sinagoga, ao ler a profecia de Isaías, identificou-se como O que fora prometido: Ele é o Messias. Registra Lucas:

“Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.16-21).

“Jesus Cristo é o cumprimento de todas as profecias e promessas do Velho Testamento”.

De passagem, devemos dizer que o fato mais importante concernente à adoração no Novo Testamento é a centralidade de Jesus Cristo, Aquele que é o cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento, sendo o Senhor e Mediador único e definitivo da Aliança selada entre Deus e o Seu Povo.

A visão desta Aliança é a chave que abre as portas para a compreensão de toda teologia bíblica. A Pessoa de Cristo é o elo que une os dois Testamentos.

Em suma, Jesus Cristo é o fundamento da verdadeira adoração a Deus.

2) A NOVIDADE DO EVANGELHO: A novidade da Boa Mensagem não está, como se tem pretendido, em alguns dos seus conceitos, tais como: a Paternidade de Deus,14 o Deus de amor, perdão e misericórdia; pois nada disto falta ao Antigo Testamento.

Ela também não consiste simplesmente, na ênfase destes elementos que, no caso, estariam sombreados no Antigo Testamento (embora isto também ocorra); na realidade, a novidade está na palavra já mencionada, cumprimento.

Aquilo que é prometido no Antigo Testamento atingiu o seu clímax: o prometido se cumpriu. O Novo Testamento não diz algo novo a respeito de Deus; ele apenas mostra que Deus cumpriu as Suas promessas (Vejam-se: Mt 1.21-23; 8.17; Mc 15.28; At 2.16-36; 13.32-35/151Co 15.3-4; 1Pe 1.10-12).

Conforme interpreta Calvino (1509-1564): “.... no que tange à substância da Escritura, nada se acrescentou. Os escritos dos apóstolos nada contêm além de simples e natural explicação da lei e dos profetas juntamente com uma clara descrição das coisas expressas neles”.

Os apóstolos atribuíram ao Antigo Testamento a mesma relevância que fora conferida por Jesus Cristo em Sua vida e ensinamentos (Vejam-se: Mc 8.31; Lc 4.21; 24.27,32,44; Jo 5.39; 10.35,36; 13.18; 17.12; 18.9; At 2.17-36; 3.11-26; 4.4; 5.42; 9.22; 13.22-42,44; 17.11; 18.28; 23.23-31).

Abrindo um parêntese, podemos usar a figura do eminente teólogo de Princeton, B.B. Warfield (1851-1921), que, referindo-se à doutrina da Trindade, disse:

“Podemos comparar o Velho Testamento com um salão ricamente mobilado, mas muito mal iluminado; a introdução de luz nada lhe traz que nele não estivesse antes; mas apresenta mais, põe em relevo com maior nitidez muito do que mal se via anteriormente, ou mesmo não tivesse sido apercebido. O mistério da Trindade não é revelado no Velho Testamento; mas o mistério da Trindade está subentendido na revelação do Velho Testamento, e aqui e acolá é quase possível vê-lo”.

3) O EVANGELHO SINGULAR: A Boa Nova de Deus recebe, entre outras, as seguintes designações no Novo Testamento: "Evangelho de Deus" (Rm 1.1; 1Ts 2.9); "Evangelho de Cristo" (Mc 1.1; Rm 15.19; 1Co 9.12; 2Co 2.12; Gl 1.7); "Evangelho da Promessa" (At 13.32); "Evangelho da graça de Deus" (At 20.24); "Evangelho da glória de Cristo" (2Co 4.4); "Evangelho da glória de Deus" (1Tm 1.11); "Evangelho da vossa salvação" (Ef 1.13); "Evangelho da paz" (Ef 6.15); “Evangelho eterno” (Ap 14.6).

Contudo, o Novo Testamento fala frequentemente no Evangelho, sem o definir (Cf. Mc 1.15; 8.35; 14.9; 16.15; At 15.7;16 Rm 11.28; 2Co 8.18)

O Evangelho é a Boa Nova procedente de Deus, não é fruto de uma conquista ou invenção humana; por isso, Ele não carece de maiores adjetivos; a Sua procedência garante a sua qualidade e efetividade: Ele é a Boa Nova por excelência;17 é o “Poder de Deus” (Rm 1.16) por meio do qual somos gerados em Cristo (1Co 4.15).

Portanto, antes de ser uma mensagem a nosso respeito, o Evangelho é a mensagem de Deus, procedente de Deus cujo conteúdo primeiro é a respeito do próprio Deus.

Deste modo, Jesus Cristo é o próprio Evangelho; Ele é a encarnação da Boa Nova de salvação concedida por Deus ao Seu povo.

O Evangelho, antes de ser uma mensagem, é uma Pessoa: Jesus Cristo18, o Deus encarnado: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O Evangelho envolve a Sua pessoa e o Seu ensino.

Não existe Evangelho sem Jesus Cristo; portanto, não há mensagem a ser anunciada sem a Sua encarnação, morte e ressurreição.

Por isso, pregar o Evangelho significa pregar Jesus Cristo: “Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).

O Novo Testamento desconhece a forma plural “Evangelhos” − ainda que ela seja usada na Septuaginta (2Sm 4.10), “recompensa pelas boas novas” (2Sm 18.20,22,25,27; 2Rs 7.9) −, isto porque o Evangelho é um só.

Se alguém proclamar outro, seja considerado “anátema” (= maldito) (Gl 1.8,9).

Harrison, comentando a respeito dos registros evangélicos, observou acertadamente que, “Aos olhos da igreja primitiva estes documentos eram virtualmente um.

Juntos, eles abarcavam o evangelho único, que foi diversamente expressado por Mateus, Marcos, Lucas e João. O feito de Cristo foi a causa de um novo tipo de literatura”.

As quatro narrativas são na realidade uma descrição inspirada do mesmo e único Evangelho; biblicamente falando, “evangelhos” é uma contradição de termos.

Não há outro Evangelho (Gl 1.6-9).19

A forma plural referindo-se aos registros de Mateus, Marcos, Lucas e João, só é documentada a partir de Justino, o Mártir (100-167 AD), que por volta do ano 155 AD., na sua obra Primeira Apologia, descrevendo a Santa Ceia e o seu significado, escreveu: “....Os Apóstolos nas Memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos, nos transmitiram....”.20

Assim, quando falamos de “Evangelhos”, no plural, estamos nos referindo não à mensagem, que é uma só, mas às narrativas inspiradas feitas pelos Evangelistas. Há um só Evangelho com quatro registros redigidos por Mateus, Marcos, Lucas e João.

4) EVANGELHO: HISTÓRIA E TEOLOGIA: Paulo emprega a palavra Evangelho de duas formas que, na realidade, se completam:

a) Ele se refere ao Evangelho como os fatos que envolveram a morte substitutiva e ressurreição de Cristo conforme as Escrituras: perspectiva histórica (1Co 15.1-4);

b) A interpretação dos acontecimentos narrados: perspectiva teológica (Rm 2.16; Gl 1.7,11; 2.2).

Contudo, não devemos levar esta distinção tão longe. A perspectiva teológica só adquire relevância enquanto fundamentada na veracidade destes fatos: a historicidade da encarnação, vida, morte e ressurreição de Cristo, ou seja: no Evangelho.

No capítulo 15 de 1 Coríntios Paulo revela este ponto de forma contundente ao dizer que se “Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que Ele ressuscitou a Cristo.....” (1Co 15.14-15).

E mesmo quando narra o Evangelho histórico, Paulo já apresenta a sua perspectiva teológica: “Cristo morreu pelos nossos pecados” (1Co 15.3). A morte vicária entra necessariamente na narrativa.

A história de Cristo é também a história de nossos pecados e do amor e da justiça de Deus. Resumindo, a teologia é a conexão entre os acontecimentos históricos e o seu significado teológico.

Sem história não há genuína teologia bíblica; pode haver lendas, mas, não teologia. Sem esta, os acontecimentos permanecem num vácuo interpretativo, tudo e nada dizendo, conforme o seu intérprete.

Há Evangelho com todas as suas implicações, porque Deus Se revelou; falou, viveu e atua na história. “A teologia começa quando acontecimentos históricos simples são conectados com os significados teológicos desses mesmos acontecimentos”.

O EVANGELISMO.


1.1 O Evangelho

"E disse-lhe: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Mc 16:15

Essa ordem expressa vinda de Jesus, após sua ressurreição, moveu homens e mulheres durante séculos e séculos. Era uma ordem, um mandamento. Inúmeras pessoas, durante toda a história após Cristo, não só pregaram como também morreram por esse evangelho.

Porém que evangelho é esse? Parâmetros? Metas? É um conjunto de normas e regras que, sendo obedecidas, nos fará prósperos ou salvos? Atualmente muitas igrejas e ministérios se confundem dando, cada um, a sua própria visão sobre esse evangelho. Alguns ministérios afirmam que o evangelho é uma fonte de prosperidade financeira.

Outros dizem que o evangelho trás consigo a liberdade pela graça, permitindo até casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Cada um procura uma interpretação própria para o evangelho para seus próprios benefícios.

Isso faz com que o povo, sedento por uma verdade única, se decepcione com igrejas e ministérios.

Em 2Pe 2:1-3 vemos Pedro já chamando a atenção sobre esses falsos evangelhos.

O verdadeiro evangelho é muito mais simples do que as pomposas teologias hoje em dia criadas. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai..." Essas palavras, ditas por Jesus em resposta a Tomé (Jo 14:5-7), nos mostram o caráter simples desse evangelho. Se estudarmos as palavras ditas por Jesus enquanto esteve entre nós, vamos encontrar um evangelho puro, sem máculas ou malícias. Frases que parecem simples, mas quando praticadas, se tornam a solução para as vidas; se torna o consolo para os temores; se torna água aos que têm sede (Jo 7:38).

O evangelho verdadeiro a ser pregado a toda criatura começa com a dignidade de Cristo na cruz. Essa imagem nos leva ao amor que nada espera em troca; nos leva à caridade, à misericórdia. 

Jesus suportou mais do que as dores da tortura no Gólgota; ele passou por cima do seu "eu", se entregando à vontade do Pai por amor às pessoas (Mt 26:39). Esse amor é o que deve ser pregado. É muito mais importante do que regras e normas da Igreja.

Isso não quer dizer que vamos desrespeitar os costumes de nosso ministério; quer dizer que vamos aceitar as pessoas como elas são para que depois o Espírito Santo e o ministério (através de discipulado) as molde.

No evangelismo, assuntos como vestimentas ou religiões devem ser evitados; o foco deve ser o amor de Cristo, a redenção de nossos pecados através de sua morte, a restauração da família e a oportunidade de não mais ficarmos sozinhos, pois o Senhor nos deixou o Consolador para que nossas esperanças sejam renovadas a cada dia e não mais venhamos a nos desanimar (Jo 14:26).

Esse foco no amor de Cristo nos mantém longe de discussões que não fazem parte do evangelho. As pessoas não precisam ouvir longos sermões sobre costumes durante um evangelismo. Elas precisam ouvir que Deus as ama e que enviou alguém para dizer isso.

Essas pessoas precisam ouvir que a falta de prosperidade financeira não é um sinal que Deus as abandonou, mas pode ser a razão para buscar o Consolador, pois no mundo teremos aflições, mas que tenhamos bom ânimo, pois o Senhor é conosco (Jo 16:33). Essas pessoas precisam ouvir que os pecados são perdoados quando nos arrependemos verdadeiramente, porque um dia Cristo morreu na cruz para pagar por nossos erros (Cl 2:13-15).

Nós podemos conhecer muito sobre Jesus através de seu sermão no capítulo 5 de Mateus. Jesus demonstra de maneira poderosa a simplicidade do seu evangelho; porém uma simplicidade que trás uma eficácia enorme na vida das pessoas.

Se alguém te humilha e você não se vinga, porém perdoa de maneira aparente; não faz uma diferença enorme? Pois é, isso é o verdadeiro evangelho a ser pregado por nós. Algo simples que posto em prática se torna eficaz. Se, em um momento de tristeza, você ouvir alguém te dizer "bem aventurado os que choram, porque eles serão consolados" isso fará toda a diferença.

O evangelho verdadeiro ainda se encontra vivo. 

Cabe a nós buscar a simplicidade das palavras de Jesus e, assim, conhecer mais a Cristo que na simplicidade de sua morte, morte de cruz, salvou toda a humanidade e nos redimiu de nossos pecados. O evangelho simples é muito mais eficaz do que as suntuosas teologias atuais.

Que esse evangelho simples seja a rocha na qual nosso lar, nossa família, nossas vidas estão edificadas. Pois, quando vierem as tempestades, e elas virão, estaremos firmemente fundamentados e não seremos derrubados pelas dúvidas e decepções ou carregados por ventos doutrinários (Mt 7:24,25).


1.2 Evangelismo no dia-a-dia


Um certo escritor citou em seu livro: "Evangelize sempre. Se possível com palavras". Depois da primeira vez que li essa frase, nunca mais me esqueci dela. Ela retrata como deve ser a vida de um cristão disposto a evangelizar: primeiro ele evangeliza com suas atitudes.

Vemos atualmente muitas pessoas sem tempo hábil para o evangelismo em igrejas. E as razões são muitas para isso; precisamos trabalhar e estudar cada vez mais para prover o sustento em nossas casas. Se dedicar ao sustento de sua família não é um pecado ou uma transgressão; Paulo nos fala isso em 1Tm 5:8. 

Porém o que precisamos entender é que o evangelismo não se resume ao ato de entregar um folheto, de pregar em praças ou visitar casas. 

O evangelismo vai muito além disso; o testemunho de nossas vidas, nossas atitudes, o que falamos, como reagimos aos problemas, tudo isso coopera ou atrapalha o evangelismo.

A partir do momento que nos dizemos cristãos, vamos ganhar dezenas de olhos voltados para nossas vidas, a fim de encontrar algum bom motivo para ser cristão.

Quem ainda não ouviu, ao cometer algum erro, por menor que fosse, aquela famosa frase: “Mas você não é crente?!”. Se não demonstrarmos uma vida harmoniosa com Deus e com os que estão ao nosso redor, vamos dar uma má ideia da vida cristã.

Infelizmente existe uma falta de bons exemplos cristãos no dia-a-dia e isso é o motivo de tanto escárnio com os evangélicos. Novelas mostram os cristãos como hipócritas, filmes mostram como gananciosos. Isso não é simplesmente perseguição demoníaca; é uma brecha que temos dado para que o inimigo venha nos atacar (1Pe 5:8).

Cada vez mais vemos pessoas que se dizem cristãs se mostrando egoístas, gananciosos, acusadores e hipócritas. Vemos líderes religiosos sendo presos com malas de dinheiro escondidas e políticos que se dizem evangélicos sendo presos por corrupção. Tudo isso coopera para a difamação do evangelho.

Por isso devemos ter em mente que antes de pregar, evangelizar ou de qualquer outra obra dentro da igreja, é necessário que vivamos o evangelismo diário em nossas vidas: para que não sejamos cobrados por Deus por não viver o que pregamos. Sejamos testemunhos vivos, diários na vida de todos os que estão ao nosso redor.

Mas isso não quer dizer que você vai ficar falando de Jesus todo o dia para seus companheiros de trabalho. As suas atitudes podem fazer isso por você.

O modo como você reage a ofensas, a maneira de falar dos outros, a misericórdia se alguém falha contigo, o trabalho bem feito dentro da empresa, a lealdade, tudo isso é testemunho do evangelho de Cristo. Deixe que suas obras falem mais alto que a sua voz. Deixe que as pessoas vejam que ser cristão não é um fardo de usos e costumes, mas é uma vida sadia, longe dos vícios do mundo. 

Quando você pensa dessa maneira, já não pode mais dar desculpas por falta de tempo para o evangelismo; o evangelismo poderá ser feito a todo momento, em qualquer ocasião. A maneira como demonstramos o amor pelos outros, a maneira como lidamos com as pessoas de religiões ou costumes diferentes, tudo isso colabora para que vejam o amor de Deus em nossas vidas.

Agindo dessa forma, passamos a viver o evangelho, passamos a ser evangelistas cotidianos. Comecemos por nossas famílias, demonstrando paciência diante dos erros. Alcancemos nossos colegas de estudo ou trabalho com as atitudes cristãs que devemos tomar. Após, e somente após, pensemos em alcançar almas para nossas igrejas ou missões. Porque não adianta pensarmos em alcançar o mundo se não conseguimos alcançar o que está ao nosso redor.


1.3 Nossa principal motivação


Consideremos também um outro fator muito importante na vida de um evangelista:

A sua motivação. Não estou falando de técnicas motivacionais corporativas, mas daquele fator que faz com que você tenha vontade de evangelizar. Isso, apesar de ser pouco discutido, é de grande importância na vida do evangelista. Toda a atitude do ser humano é motivada por algum fator ou alguma necessidade.

Nós trabalhamos porque precisamos sustentar nossas casas ou simplesmente pelo nosso desejo de comprar algo que para nós é importante.

Nos casamos porque o ser humano é um ser social e não consegue, por mais que diga o contrário, viver sozinho.

Frequentamos a igreja porque temos a necessidade de comunhão com Deus e pensamos demonstrar isso através de nossa assiduidade. 

Oramos, ou pelo menos deveríamos orar, porque temos a necessidade de falar com Deus e sermos ouvidos.

Mas e evangelizar? Qual a vantagem que temos em sair de casa e irmos para praças, fazer visitas, entregar folhetos e falar do evangelho?

Vemos atualmente os mais diversos motivos para se evangelizar: procurar agradar a Deus para que Ele responda nossas orações mais depressa, se destacar e conquistar um cargo na igreja, alcançar maior número de membros para atingir metas ministeriais e orçamentárias, fazer parte de um círculo social; poderíamos citar inúmeros motivos que, muitas vezes sem querer, animam um cristão ou um ministério a evangelizar. Esse tipo de motivação não torna a pessoa um monstro, porém fragiliza o evangelismo nos momentos de dificuldades.

É muito comum vermos projetos de evangelismo começarem a todo o vapor e, de repente, perder a força e acabar.

Isso acontece porque os evangelistas começam a ver que a prática do evangelismo não trouxe o retorno que eles esperavam. 

Assim as pessoas perdem a motivação, se decepcionam e param o evangelismo. 

Existem diversos testemunhos de pessoas que foram a outros países em missões, mas voltaram rapidamente por não conseguirem aguentar a pressão. Isso não quer dizer que elas estavam despreparadas; talvez elas tivessem a motivação errada.

Conhecer o porquê de termos vontade de evangelizar é muito importante para um evangelista, pois assim as adversidades não trarão dúvidas ou questionamentos quanto à eficácia do evangelismo.

Imaginemos a seguinte situação: uma pessoa, imaginando que vai alcançar determinada bênção mais rápido se fizer evangelismo, começa a evangelizar.

Ela evangeliza um mês, dois meses, com toda a vontade, pois ela espera que isso trará uma resposta para o seu pedido a Deus.

Porém, passam-se cinco, seis meses e, ao invés de uma resposta, ela só encontra mais dificuldades, mais provações. Essa pessoa começa a se questionar sobre a eficácia do evangelismo, se pergunta se Deus tem dado mesmo importância para sua vida e começa a se sentir decepcionada.

Com a decepção vem o desânimo e ela para de evangelizar, frustrada porque Deus não respondeu suas orações mesmo ela trabalhando na obra.

Vê como é importante conhecer nossa real motivação em evangelizar? Mas, diante de tudo isso, o que deve nos motivar a evangelizar, a trabalhar na obra?

A resposta é simples: não temos, ou não devemos visar, nenhuma vantagem no evangelismo. Isso demonstra humildade e uma íntima vontade de honrar ao Senhor através de nossas obras.

João Batista nos demonstra essa fiel humildade em Jo 3:30: “É necessário que Ele [Jesus] cresça e que eu diminua.”

Apesar de João Batista ter evangelizado no deserto e ter sofrido perseguições, ele entregou toda a sua obra nas mãos de Jesus, se negando de qualquer vantagem.

Outro bom exemplo dessa humildade no evangelismo foi a forma de Jesus chamar os seus discípulos (Pedro e André) para a obra: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1:16,17).

Se Pedro e André já eram pescadores, porque Jesus não os chamou para serem líderes, anciãos, soldados ou algo do tipo? Se eles já eram pescadores, qual a graça em continuar sendo pescador?

Talvez se fosse oferecido um cargo de honra seria mais interessante! Mas Jesus, nessa frase, demonstra a simplicidade de seu chamado; “...vos farei pecadores...”. Não era um cargo, era uma profissão humilde e, nessa humildade, eles resgatariam homens da perdição, salvariam vidas.

Essa deve ser nossa visão diante do evangelismo: dar sem esperar nada em troca, ajudar sem esperar que nos ajudem, sabendo, claro, que o Senhor não nos deixará desamparados (Sl 9:10).

O evangelismo nos trará diversos obstáculos, adversidades, cansaço; mas se tivermos consciência de que precisamos passar por isso para fazer a obra, não vamos nos desanimar por não receber-mos recompensas (2Co 4:8,9).

Antes, vamos ter nossa fé renovada, pois sabemos que é necessário passar por tribulações para entrar no Reino de Deus (At 14:22).

Se a nossa motivação for que o Senhor e sua Palavra cresçam, a nossa alegria passará a ser renovada não por causa de recompensas, cargos ou metas; mas pelo simples fato de sabermos estar levando alimento para tantas pessoas que necessitam.


2. Praticando o evangelismo


2.1 A capacidade de cada um.


Um grande problema que impede muitos evangélicos de porem em prática o evangelismo, seja no dia-a-dia ou na igreja, é o fato de não acreditarem em sua própria capacidade.

Não estou falando daquela egocêntrica sensação de superioridade que muitas pessoas têm em suas habilidades; estou falando de pessoas que acham que não conseguem falar ou se expressar sobre o evangelho.

Antes de qualquer coisa devemos saber que o evangelismo bem sucedido não depende simplesmente de nossa capacidade de expressão, conhecimento ou inteligência; vai muito além disso.

O sucesso do evangelismo está na atuação do Espírito Santo. Não estou falando em fogo caindo ou pessoas pulando, mas na atuação direta do Senhor sobre nossas palavras de orientação, consolo ou até mesmo de defesa da fé (Mt 10:19,20).

Porém, para que o Senhor tenha uma atuação plena sobre nossas palavras, é necessário que estejamos dentro de alguns parâmetros, pois “o espírito dos profetas se sujeita aos próprios profetas” (1Co 14:32).

Isso quer dizer que, mesmo sendo usados pelo Espírito Santo, nós controlamos o que sai de nossas bocas; e para que falemos o máximo possível provindo do Senhor, se faz necessário que estejamos dentro de alguns parâmetros da vida cristã.

Nós podemos ser instrumentos do Senhor ou transformar o evangelismo em meninice. Isso vai depender de como nos preparamos e de como nos comportamos para com o evangelismo.

Os parâmetros para a atuação do Espírito Santo são: oração, jejum, vigilância, estudo da Palavra e amor para com o próximo.

Quando oramos frequentemente, o Senhor nos dá sabedoria e discernimento para que possamos ser usados por Ele. 

O jejum nos traz revestimento, nos fortalece contra as adversidades e tentações. 

A vigilância nos mantém prudentes com nossas atitudes.

O estudo da Palavra nos traz conhecimento e faz com que tenhamos a capacidade de discernir o que é verdade e o que não é.

Por fim, o amor nos dá a capacidade de querer ajudar, amparar os irmãos que precisam de apoio.

Lembremos que Davi não era capacitado para ser rei de Israel; porém o Espírito do Senhor tomou a Davi (1Sm 16:13) e o capacitou dali em diante.

Isso porque Davi tinha um coração puro, segundo o coração de Deus. Ele não precisava falar bem ou ter muito entendimento. 

Lembremos disso quando nos sentirmos incapacitados para a obra. Que nós estejamos com nossas vidas diante do Senhor, que busquemos melhorar através da oração, do jejum, da vigilância, do estudo e do amor. E que, dessa forma, o Senhor encontre em nós uma terra fértil em que Ele possa semear e nos instruir, nos capacitando para a obra.


2.2 A prudência


“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.” Mt 10:16. 

Essa frase foi dita por Jesus em sua ministração na preparação dos discípulos para o evangelismo. Jesus deu a eles poder para expulsarem demônios e curarem enfermidades. Mas, apesar desse poder, Jesus os alertou acerca da prudência, da sabedoria.

Como já falamos, qualquer brecha ou motivo pode acarretar em uma situação constrangedora. Isso porque o inimigo está ao derredor; depende de nós não darmos espaço para que ele atue no meio do evangelismo. Isso vai depender de nossa prudência.

E a prudência nada mais é que um conjunto de atitudes que serão conduzidas pelo Senhor e nosso bom senso. Se você está evangelizando na rua, não fale por muito tempo; se está evangelizando em um hospital, não prometa coisas que você não sabe se é da vontade de Deus, como curas ou melhoras rápidas; se você está fazendo culto na casa dos outros, não orem em voz alta para não incomodar os vizinhos ou moradores não evangélicos da casa.

Esses são apenas alguns exemplos de atitudes que podemos tomar para evitar que reclamem do evangelismo.

Geralmente quando uma pessoa nos recebe como evangelistas elas não esperam simplesmente uma “oração forte” ou um culto de fogo.

Muito além disso, elas esperam uma palavra sábia de apoio, conselho ou consolo. Instruir sobre o verdadeiro evangelho é muito eficaz e tem um efeito positivo na vida das pessoas. 

Esse aspecto deve ser visto também diante de outras religiões. Católicos, espíritas, espiritualistas, budistas, islamistas, [...]; todos devem se sentir bem vindos aos cultos e aos evangelismos.

Se mantivermos prudência e, ao invés de atacar a religião alheia, falarmos apenas do amor de Cristo, a semente será plantada.

O real evangelho, é o que fala sobre o amor de Deus, é muito mais eficaz do que qualquer discussão sobre religião. Por isso nos atentemos a falar apenas do real evangelho, que é devidamente temperado para cada pessoa. “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” (Cl 4:6)

Sejamos prudentes em nossas atitudes, vigiemos. Sejamos mansos e humildes. Para que não fiquem más impressões e que nós possamos vir a ser irrepreensíveis diante dos homens.

Tudo isso para a honra e glória do Senhor. “Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” (Tg 3:17)


2.3 O culto em casa

O culto no lar deve ser agendado em um horário que seja acessível para a equipe de evangelismo e os donos da casa. Deve ser marcado com alguma antecedência para que possam ser convidados vizinhos ou parentes. Por telefone, deve ser avisado que a intenção é fazer um pequeno culto, para que Deus possa estar abençoando o lar e que a Palavra possa ser levada a pessoas não evangélicas da casa ou vizinhos.

Também é uma forma de confraternizar com os irmãos, sejam eles ainda frequentadores da igreja ou afastados por diversos motivos.

Chegando na casa, uma conversa rápida para que todos se sintam a vontade. Se os irmãos não estiverem mais frequentando a igreja, verificar o porquê, se estão frequentando outra igreja, se tudo vai bem no lar. Isso é importante para que as pessoas vejam que nos importamos com elas.

Após essa conversa, uma pequena oração para iniciar o culto e alguns louvores. Os louvores serão escolhidos conforme o Senhor tocar, ou o dono da casa pedir. 

Após os louvores uma ministração não muito prolongada, simples e objetiva. Devemos anunciar o verdadeiro evangelho, o amor de Cristo, mesmo para àqueles que já são convertidos.

 Por último, uma oração pedindo a Deus pela casa, pelos anfitriões, pela família, pelos que ainda não foram salvos. Caso vejamos que existem pessoas que desejam se converter naquele momento, devemos também fazer o apelo e orar por eles e por seus familiares.

Nossa permanência deve ser de uma hora a no máximo uma hora e meia, para que não sejamos inconvenientes. Toda a prudência é necessária para que o evangelismo seja bem sucedido.

Convém relembrar que tudo isso é uma instrução básica de como proceder. O culto deve seguir o que o Senhor pôr no coração da equipe e que cada casa é uma situação diferente, por isso não temos como definir parâmetros.

Lembremos também que Deus não é Deus de confusão. Portanto, sejamos cautelosos com orações e louvores em voz alta. E por sabermos que o Senhor não age de forma duvidosa, tenhamos cuidado com o discernimento sobre a atuação do Espírito Santo. Jesus não pulava ou dançava para anunciar o evangelho; Ele pronunciava palavras sábias que tocavam o coração das pessoas; é disso que precisamos.

3. Pós evangelismo


3.1 Os resultados

“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de se arrancar o que se plantou” (Ec 3:2)

No livro de Eclesiastes, Salomão fala sobre as obrigações e problemas do cotidiano do homem; fala também de como o homem é movido por sua própria vaidade. Ele cita que há um tempo determinado para tudo e, por isso, devemos ter paciência. Com o evangelismo não é diferente.

Vemos atualmente muitos ministérios tornarem o evangelismo num departamento de marketing. Expressões como metas, público alvo, custo-benefício, estão sendo costumeiramente usadas no planejamento e execução de uma campanha evangelística.

Devemos ter cuidado com isso, pois a maneira de Deus pensar é infinitamente diferente da nossa (Is 55:8).

Na história nós temos uma prova de como o evangelismo vai muito além da maneira de como nós pensamos. Em Roma havia um imperador, conhecido nosso, chamado Nero.

No ano de 64 D.C ele ateou fogo em Roma, destruindo dois terços da cidade e colocou a culpa em um pequeno grupo religioso, recém chegado a Roma, que seguia as palavras de um carpinteiro judeu: os cristãos.

Essa perseguição levou à crucificação de Pedro e à decapitação de Paulo, além de ter levado milhares de cristãos para serem torturados no circo de Nero.

Nesse circo, eles penduravam os cristãos, passavam uma espécie de graxa em seus corpos e ateavam fogo; tudo isso em público.

Caso eles negassem ao Deus dos cristãos, eles poderiam ir para casa vivos, caso contrário, morreriam.

Dizem os historiadores que quanto mais os cristãos queimavam, mais alto eles louvavam a Deus.

Famílias inteiras morriam louvando a um Deus que os romanos não conheciam. 

E, por não conhecerem, o povo romano ficou curioso em conhecer esse Deus pelo qual as pessoas morriam felizes. Eles estavam espantados e ao mesmo tempo aterrorizados com esse Deus! Foi a partir daí, após a queda de Nero, que o povo romano começou a buscar esse Deus cristão chegando ao ponto de Roma se tornar, praticamente, um império cristão.

Nessa história vemos que não foi apenas pelo falar, mas pela demonstração de amor por Deus, que o evangelho foi pregado em Roma.

Isso nos mostra que os resultados não pertencem a nós. Não devemos medir a eficácia do evangelismo vendo se a nossa igreja está cheia ou não. Nosso intuito é semear a Palavra e os resultados dependem do terreno e do Espírito Santo. É claro que nosso coração deseja ver nossa igreja cheia, irmãos salvos, cada vez mais congregações; mas não podemos desanimar se não virmos isso de maneira rápida.

Se uma pessoa aceita ao Senhor e não vai para nossa igreja, não é sinal de um evangelismo fracassado e o seu trabalho não foi em vão.

Permaneçamos firmes, sem desanimar, pois o Senhor não desonra nosso trabalho (1Co 15:58). É diante do Senhor que devemos entregar as nossas obras e é por intermédio dEle que elas terão efeito.

Uma igreja que evangeliza não é cheia simplesmente por causa do evangelismo, mas por causa da atuação do Senhor. Não devemos colocar parâmetros na obra, pois é algo que vai muito além de nossos pensamentos.

O resultado deve ser observado pela maneira como as pessoas recebem nossas palavras. Se elas se comovem, se elas entendem como verdade ou se elas pelo menos nos dão ouvidos; tudo isso indica que a Palavra do Senhor não voltará vazia (Is 55:11).

Permaneçamos, portanto, firmes e íntegros na obra, não esperando qualquer resultado que possa ser visto aos olhos, mas entregando nosso evangelismo nas mãos do Senhor, conscientes que a nós cabe nos preparar e nos pôr dispostos; ao Senhor cabe irrigar os campos e fazer a sua Palavra frutificar na vida das pessoas.


3.2 Recebendo os pequenos

Todo o trabalho mal finalizado leva ao fracasso. Por mais que todo o decorrer da obra tenha sido perfeito, se o acabamento, a finalização, for feito sem perfeição, todo o restante do trabalho foi em vão.

É assim também com o evangelismo. Se, depois de todo o esforço e dedicação no evangelismo, a recepção aos novos convertidos for feita de maneira imprópria, de nada valeu nosso esforço.

Em alguns casos, só teremos piorado a vida da pessoa a qual evangelizamos; pois se a pessoa ver que a Igreja não vive o que ela ouviu falar no evangelismo, ela nos chamará de hipócritas.

A parte delicada da recepção de novas pessoas é que não envolve apenas uma equipe de evangelismo ou um grupo restrito de pessoas; essa etapa do evangelismo envolve toda a igreja.

Cabe aos integrantes da equipe de evangelismo dar assistência, ensinar e ajudar os membros da igreja a recepcionarem o novo membro, o novo convertido.

É por isso que precisamos dar bastante importância a essa etapa.

O Senhor nos ensina que devemos aceitar o próximo do jeito que ele é. Isso se chama amor.

Quando uma pessoa de cultura ou religião diferente chega ao nosso meio, nossa atitude deve ser de amor, de compaixão. Cumprimenta-la e desejar a paz do Senhor para ela não nos fará mais ou menos cristãos. Isso também se estende aos mendigos e homossexuais.

Devemos nos alegrar por eles estarem em nossa igreja ou nos cultos de evangelismo. E, além de nos alegrar, de falar do Senhor para ela, devemos também ter uma atitude de ajuda.

Essa atitude é procurar saber se essa pessoa precisa de alguma coisa, de algum apoio que a igreja possa dar. Porque, se a pessoa precisa de um auxílio, seja comida ou oração, ela vai sair decepcionada se simplesmente a cumprimentarmos e formos simpáticos. Isso nos está explícito em Tg 2:15-16.

Não devemos ficar somente nas palavras, devemos mostrar uma atitude de apoio, de ajuda. Se uma pessoa vai à igreja com o simples propósito de pedir ajuda, devemos ajudá-la com o pouco possível, mesmo imaginando que essa pessoa não mais volte. Isso demonstra o amor pelas pessoas e a nossa capacidade de recebê-las ou de simplesmente ajudá-las.

Esse tipo de atitude demonstra a misericórdia da igreja. É isso o que o Senhor espera de nós. Que perdoemos quem falhou conosco ou quem falhou com o evangelho.

Que ajudemos a quem precisa (Mt 12:7). A demonstração de amor pelo próximo é muito melhor do que qualquer sacrifício (1Co 13:3).

Por isso, demonstremos, através de nossa recepção, que nos importamos com os que chegam à igreja. Não sejamos tímidos em perguntar se a pessoa precisa de uma oração ou ajuda. 

 A equipe de evangelismo é responsável por esse apoio, mas toda a igreja tem a responsabilidade de receber bem, não discriminar, não julgar ou comentar.

As pessoas que entram na igreja, seja com outros costumes, com outros modos de vida ou outros pecados, estão na casa do Pai. Nos alegremos com isso pois são frutos do nosso evangelismo ou do evangelismo de outrem. Fazem parte da obra do Senhor.

Cuidemos desses pequenos, alimentemos, demos de vestir e participemos de suas vidas, para que aqueles que tenham fome ou frio encontrem abrigo na igreja (Mt 25:42-45).


3.3 O discipulado e a doutrina


Em toda a Bíblia vemos Deus instruindo não somente a obediência às suas palavras, mas também o ensino delas. Seja ensinar às crianças ou aos adultos (Pv 22:6).

Não podemos obedecer ou seguir a algo que não conhecemos. E, se não conhecemos a Palavra de Deus, como vamos segui-la, como vamos vivê-la? Por isso é muito importante o discipulado para a vida das pessoas e é também uma grande responsabilidade para o ensinador, pois é nesse momento que vamos moldar a vida espiritual da pessoa.

Se dermos bons alimentos, ou seja, a boa Palavra para essa pessoa, ela será sã e será mais difícil de cair em ventos doutrinários. Isso porque ela se sentirá mais segura ao conhecer o que Deus diz e o que Deus não diz.

É importante lembrar também que o Senhor nos deixou as Escrituras como uma forma de conhecê-lo; vemos isso explícito no livro de Isaías, no qual Deus fala de seus sentimentos para com os homens (Is 1:2,3), que criou todas as coisas (Is 40:12), que Ele permite bem e mal (Is 45:7).

E isso não acontece apenas com o livro de Isaías; por toda a Bíblia encontramos uma pequena descrição do poder e do amor de Deus e temos uma noção de como o Senhor age em nossas vidas. Se negarmos a ensinar isso no discipulado, simplesmente estaremos negando de evangelizar.

Por isso a importância do ensino da sã doutrina; uma vez bem instruídos, somos capazes de alcançar mais pessoas e contradizer falsas doutrinas (Tito 1:9).

Por isso, é importante que a igreja forme grupos de estudos, organizados, unidos em uma mesma forma de pensar e ensinar, semanais, para que todos possam vir a aprender da Palavra.

Dessa forma, instruímos da Palavra, tiramos dúvidas que possam a surgir com o dia-a-dia cristão, e crescemos em conhecer ao Senhor através de sua Palavra.

Todos são bem vindos a esse discipulado e até se torna bom que todos os membros, sejam eles novos ou não, participem; assim, a igreja vai contar com membros que pensem de maneira semelhante. Assim, a sã doutrina protegerá a congregação ou ministério de ventos doutrinários que possam surgir.

Atualmente vemos dezenas de pessoas e ministérios que tomam para si novas teologias e doutrinas anti-bíblicas e vêm confundindo a cabeça das pessoas. Isso acontece porque as pessoas visam procurar doutrinas mais confortáveis para suas vaidades e vontades (2Tm 4:3).

Temos o dever de orientar, ensinar e doutrinar os novos convertidos para que eles não venham a cair nessas doutrinas. Mas, quando o assunto é doutrina, a própria Igreja se divide; devemos adotar uma doutrina severa ou uma doutrina mais aberta? Qual é a certa?

Essa questão é bem respondida em Rm 14:1-6. Pense no ser humano como um ser social. Nós sempre criamos modos e regras para sobrevivência; criamos estilos de vida, culturas diferentes. Isso não quer dizer que uma cultura é errada e outra não; são apenas diferentes.

Pensando dessa forma, cada ministério possui sua própria cultura, ou doutrina. Essa doutrina pode não estar explícita na Bíblia, mas se não vai contra a ela, é uma doutrina válida, pois os homens criam, como já visto, seus modos de viver e seus costumes.

Cabe a nós respeitar e acatar essas doutrinas com alegria, pois nós optamos pelo ministério.

Como está escrito em Romanos, se achamos que esses costumes são bons, façamos com alegria, mas não acusemos os outros, nem os chamemos de pecadores por não quererem seguir essas doutrinas ou costumes.

Devemos instruir as pessoas com amor, mostrando a diferença de doutrinas, que nós podemos optar por segui-las ou não; apenas não podemos escandalizar quem as segue.

Por isso, quando formos ensinar, tratemos com amor essa questão, sem imposições.

Mostre que se a pessoa tem uma opinião, ela não será desprezada, assim como ela não pode desprezar as outras opiniões.

Pensando dessa forma, as doutrinas – não sendo anti-bíblicas – não serão um tabu, mas uma forma agradável de viver a vida cristã, cada um conforme a sua cultura e costume, estando todos em conjunto unidos não por doutrinas, mas pela Palavra de Deus, que é a sã doutrina que devemos seguir.

A vida de um evangelista não é fácil. Ele precisa se preparar, não apenas nos estudos, mas em sua vida espiritual com oração, jejum e a vivência prática do que ele prega. Precisa também ter coragem e estar capacitado. Sabemos que essa capacidade provém do Espírito Santo, mas se não nos colocarmos a disposição, jamais seremos capacitados.

Além de tudo isso, sabemos que os levantes do inimigo serão mais fortes quando nos colocamos a disposição da obra. Nossa força será testada, nossas convicções serão postos à prova.

Muitas vezes teremos que dizer para uma pessoa que Deus é bom, mesmo após de um dia inteiro de sofrimento e decepções. Sim, essa é a vida de um evangelista.

 O que precisa ter:

1 - Experiência pessoal com Cristo Rm.l5.18; IJ0.l.l-3

2 - Coragem   IICr.l5.7; Is.41.l0—l3; Jr.l.l7—l9

3 - Amor aos perdidos - Fl.l.21-26

4 - Linguagem irrepreensível Ef.4.29;Cl.3.9; Ti.2.8

5 - Domínio próprio Ef.4.26727, 29.

6 - Santidade IPd.l.l5-l6

7 - Vida crista autêntica — Fl.l.27, Tg.l.22; 2.12.

7.1 - No lar

7.2 - Na igreja

7.3 - Na comunidade

7.4 - Não andar de acordo com o mundo Rm.l2.2; IJo.2.l5—l7

8 - Maleabilidade ICo.9.l9-23

O que precisa saber:

1 - Conhecer a Palavra de Deus IITm. 2.l5; Os.4.6

2 - Conhecer as desculpas das pessoas - IITm.4.l-5

3 - Os indiferentes — Dt.30.l5—19; IRs.18.21; Mt.12.30

4 - Os ansiosos Jo.8.32,36; IPd.5.7

5 - Os que colocam obstáculos para sua salvação Is.l.l8; 1, Is.43.25; 55.7b; Lc.19.l0; Jo.l.l2; IJo.l.9

6 - Os que colocam interesses em primeiro lugar Mc.8.36-37; Lc.12.l9—2l; IJo.2.l5—17

7 - Os duvidosos ISm.2.6—9; Jo.8.32; Hb.l0.l6—17

8 - Os que confiam nas obras ISm.16.7; Gl.2.l6; Ef.2.8—9

9 - Os que acham que não pecam Ec.7.20; Rm.3.l0-12; IJ0.l.8

10 - Os que se julgam salvos Pv.14.12; Jr.l7.9; IICo.5.17

11 - Os que acham que todos os caminhos levam a Deus.Pv.14.l2, Pv.21.16; ICo.6.9; IJo.3.8

O que precisa cultivar:

1 - Uma vida de oração ITs.5.l7, Mt.9.38

2 - Leitura bíblica sistemática Js.l.8

3 - Uma vida de consagração. Hb.12.14;ICr.l5.l2;

4 - O hábito de estar na igreja Hb.l0.25.

Querer evangelizar:

Deve ser exemplo: At 1:08 – Mt 5:16 – At 18:24 – 1Pe 1:15 – 1Pe 5:4

TESTEMUNHA – BRILHO – PROCEDER – MODELO.

Requisitos para o evangelista:

1º - ESPIRITUAIS:

A) Ser convertido e ter certeza disso.   Jo 5:25

B) Ser cheio do Espírito Santo.   Jo 16:08 Mt 10:20 At 1:08

C) Amar a Jesus.   1Jo 4:19-20

D) Vida de Oração.  1Ts 5:17  Ef 6:18

E) Compromisso com o corpo de Cristo.  Hb 10:25   (animar o povo)

2º - MORAIS:

A) Dar bom testemunho.   At 3:4  Mt 5:16

B) Caracter firmado em Cristo.   Fp 1:27  1Ts 2:12

C) Amar ao próximo.   1Jo 3:16  (dar a nossa vida pelos nossos irmãos)

3º - EMOCIONAL:

A) Ser feliz.  Fp 4:4

4º - INTELECTUAL:

A) Conhecimento Bíblico.  2Tm 2:15

B) Ser atualizado e flexível.  1Co 9:22 – Tt 2:12 (prudente, correta, agradável a Deus)

Recebemos uma ordem direta – Mt 28:19-20.

* IMPERATIVO: Fazei discípulos

* A FORMA: (método) batizando-os

* A CAPACITAÇÃO: Eis que estou convosco

O que é evangelizar e discipular?

* É a participação na reformulação da vida da pessoa convertida com a finalidade de ajuda-lo a tornares como Jesus. Também é mencionar Jesus como único caminho para salvação.

* É ensinar o novo convertido a andar com Jesus.

* É transferência de vida.  Lc 6:40

Quem é o evangelista?

* Todo cristão espiritualmente amadurecido que pratica da palavra de Deus – Hb 5:13-14

* Preferencialmente o novo convertido não deve discipular ou evangelizar

*Preferencialmente, o evangelismo pessoal deve acontecer entre pessoas do mesmo sexo.

* Todo verdadeiro seguidor  de Jesus é um evangelista e discipulador.

Por que evangelizar?

* Além de ser uma ordem, podemos destacar:

_ O privilégio de servir a Cristo

_ A carência dos novos na fé

_ A vulnerabilidade e a fragilidade dos crentes não discipulados

_ Os inconvenientes da infantilidade espiritual

_ A eficácia do discipulado tanto para multiplicação quanto amadurecimento dos convertidos

_ Jesus fez discípulos.

_ Porque o mundo precisa ouvir sobre Jesus de maneira simples e verdadeira

A quem evangelizar?

*NOVOS CONVERTIDOS / CRENTES IMATUROS/ NÃO CRENTES

* Não progridem espiritualmente – Sl 25:14    Hb 5:11-14

* Provocam divisões – 1Co 3:1-4

* Mais interessados em receber do que dar

* Querem os dons e não o Fruto do Espírito

* Ignoram o conteúdo e o significado da palavra de Deus – Mt 22:29

* São inseguros quanto a salvação

* O melhor momento para começar o discipulado é no momento da conversão

* Para saber a quem, pergunte a Deus – Lc 6:12-13

* As pessoas sem Cristo e que estão perdidas pelo mundo do pecado Rm 3:23

Qualificações para o evangelismo:

_ BÁSICAS:

* Amor de Cristo derramado no coração – 1Jo 3:16   1Jo 4:7-8

* Ser cheio do Espírito Santo – Ef 5:18

* Compromisso com Cristo e sua palavra – 1Co 11:01   Rm 2:17-24

_ ESPECÍFICOS:

* Disponibilidade  Êx 3:7-14   4:1-16

* Apresentar-se    Is 6:8

* Instruir-se   2Tm 2:15

* Estar preparado  1Pe 3:15

* Agir   Tg  1:22

_ ACESSIBILIDADE:

* Ser humano

* Ser transparente

* Mostrar interesse

* Ser solícito

_ DEDICAÇÃO:   3 Jo 4

*  Priorizar o discipulado

* Estudar com afinco

* Dispor de tempo exclusivo

* Ser zeloso

Como evangelizar? Antes de qualquer outra atitude é preciso levar a pessoa a Cristo. Lembre-se; evangelizar não é uma fórmula matemática.

O método de Jesus: Preleções, discursos, perguntas, parábolas, dramatizações, etc.

OS QUATRO PASSOS FUNDAMENTAIS:

1º - Reconhecer que é pecador: Rm 3:23

2º - Confessar a Jesus nossos pecados: 1Jo 1:09

3º - Receber a Jesus como senhor e salvador pessoal: Rm 10:09-10  Mt 10:32-33  Jo 14:06  Jo 6:68

4º - Obedecer a Jesus como diz as escrituras: Jo 5:39

Pontos importantes no evangelismo: Existem vários meios e argumentos onde podemos atuar e estar preparada para tal finalidade.

A importância do evangelismo pessoal: Marcos 16: 15 – 20

O evangelismo pessoal tem sua importância pelo fato de que o crente despertará o desejo de ajudar as pessoas que estão indo para o enferno, uma vez que mostrando o caminho e dialogando as possíveis dúvidas, dentro de um curto período de tempo, pois a abordagem deve ser objetiva e determinada, lembrando que estão indo em nome de Jesus e não nas suas próprias forças.

Como abordar as pessoas: 1º - olhando nos olhos     2º - construir pontes           3º - Ser sincero

A questão da vergonha.

1º - Não devemos ter vergonha, porque Cristo nos deu espírito de ousadia.

2º - Não é somente entregar folhetos, é criar um vinculo de amizade.

3º - Lembre-se de que você poderia estar no lugar da pessoa.

Métodos de evangelismo: Primeiramente é preciso deixar claro a quem foi abordada, o motivo pelo qual você o abordou e o que gostaria de transmitir, independente se a pessoa vai concordar ou não, sabendo que é de muita valia respeitar as opiniões das pessoas e se caso não quiser ouvi-lo, não se desespere, pois, sua parte foi feita.

1º - Reconhecer que é pecador                                              

2º - Confessar Jesus os pecados

3º - Receber a Cristo como salvador                      

4º - Obedecer a Deus como diz as escrituras

Dentro desses quatro tópicos, podemos dimensionar a abordagem e qualificar o período que estamos juntos com a pessoa a quem aborda.

O que não devemos: Fazer – Dizer – Mostrar.

1º - Falar de religião.

2º - Dizer coisas que não condiz com o objetivo.

3º - Divulgar endereço ou contato telefônico, apenas onde haverá culto.

4º - Criticar a situação da pessoa, apenas se perceber a possível permissão.

5º - O vestuário inadequado para a situação.

6º - Excesso de contato físico.

7º - Falar olhando para outro lugar.

8º - Não prometer nada que esteja fora do alcance.

9º - Não repetir as mesmas coisas.

10º - Esquecer o que foi dito. (saber qual foi o assunto que o levou a igreja).

O fator importante para que o trabalho venha a se desenvolver e dar frutos é somente através da oração e permanência do trabalho, pois não haverá vitória sem luta. Lembrando que precisamos começar a tirar de nós essa grande, porém simples dificuldade de buscar novos desafios. Muitos morrem sem a salvação porque buscamos apenas nossos interesses.

Os exercícios Espirituais: Texto base: 1 Tm 4: 07b –

Para progredir na vida cristã, faça sempre exercícios espirituais.

O texto na Bíblia nos ensina a progredir na vida espiritual, ou seja, da mesma forma que as pessoas procuram cuidar do corpo com várias opções de esporte e lazer, existe um texto na Bíblia que nos ensina a buscar o fortalecimento no Espírito para que tenhamos força para continuar a caminhada e permanecer firmes.

O bom servo de Jesus Cristo.

Paulo neste trecho da carta aconselha ao jovem Timóteo dizendo o que ele deve fazer. Como pastor Timóteo precisa se dedicar às escrituras sagradas, a pregação e ao ensino.

O decorrer deste texto no capitulo 4 mostra os exercícios:

1.       Colocar a nossa esperança em Deus. Hb 12:02

2.       Não desprezar as qualidades de um jovem. Ec. 11:09

3.       Exemplo no falar, na maneira de agir, no amor na fé e na pureza. Gl 5:22-24.

4.       Leitura em público. Rm 12:6-11.

5.       Pregação do evangelho

6.       Ao ensino cristão. Pv 6:23

7.       Não descuidar do dom que Deus te deu.

Praticar os ensinamentos e se dedicar a elas, para que seja visto por todos. Cuidar de voce mesmo e do que ensina. Se permanecer nisto salvara tanto a voce mesmo quanto aos que o escutam.

Lembrando que o cristão autentico sempre está atuante e constante no senhor, pois se o crente não pratica os exercícios espirituais naturalmente pode expressar características de um doente espiritual.

Por isso recomendo exercícios espirituais sempre enquanto estiver vivo e aguardando a vinda do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Observe esta estatística desesperadora.

  • Há 6,7 bilhões de pessoas no mundo.
  • 2,3 bilhões são cristãos
  • 1,5 bilhão são muçulmanos.
  • 971 milhões são hindus.
  • 703 milhões são não-religiosos.
  • 626 milhões são budistas.
  • 553 milhões são de Religiões Étnicas
  • 33 milhões de religiões desconhecidas
  • Dos 6,7 bilhões de pessoas no mundo, 2,7 bilhões vivem entre grupos de pessoas não alcançados do mundo e 1,6 bilhões são completamente não-evangelizados.
  • Há 6.510 línguas no mundo.
  • 86% de todos os grupos de povos não alcançados se encontram dentro da região chamada Janela 10/40, que está entre 10 e 40 graus norte e da costa oeste da África para a costa leste da Ásia.
  • Em 100 dC, havia 360 pessoas alvo para cada cristão. Agora há apenas 7,3 pessoas alvo para cada cristão no mundo.
  • 90% dos missionários estrangeiros trabalham entre grupos de pessoas já alcançados.
  • Apesar do mandato de Cristo de evangelizar, 67% de todos os seres humanos a partir de 30 dC até os dias atuais nunca sequer ouviram falar no nome de Jesus Cristo.
  • 91% de toda a extensão Cristã-evangélica não tem como alvo não-cristãos, mas tem como alvo outros cristãos.
  • Nos últimos 40 anos, mais de 1 bilhão de pessoas morreram sem nunca ouvir falar de Jesus, e em torno de 30 milhões de pessoas ainda este ano irão perecer sem ouvir a mensagem da salvação.
  • Mais de 70.000 pessoas morrem todos os dias no mundo sem serem alcançadas.
  • 87% dos fundos para as missões transculturais vão para o trabalho entre os que já são cristãos, 12% para o trabalho entre já evangelizados e apenas. 1% para o trabalho entre as pessoas que nunca foram alcançadas.
  • Os cristãos constituem 33% da população do mundo,  recebem 53% do rendimento anual do mundo e gastam 98% consigo mesmo.
  • Norte-americanos e europeus cristãos gastam 12.5 trilhões de dólares em si mesmo e suas famílias a cada ano.
  • Apenas 0,1 % de toda a oferta cristã é direcionada para os esforços de missão nos 38 países mais evangelizados do mundo.
  • 60% dos povos não alcançados vive em países fechados para missionários estrangeiros.
  • Mais de 160 mil crentes serão martirizados (mortos) este ano.
  • O país com a expansão cristã mais rápida de todos os tempos é a China com aproximadamente 10.000 novos convertidos a cada dia.
  • 818 povos etnolinguísticos não evangelizadas jamais foram alvo de qualquer agência missionária cristã.
  • 40% dos recursos de missões internacionais estão sendo investidos em apenas 10 países, já saturados de missionários.
  • Em mais de 20 séculos, os cristãos anunciaram 1.500 planos globais de evangelizar o mundo. A maioria falhou.
  • Anualmente os desfalques financeiros nas igrejas excedem o custo total de todas as missões estrangeiras em todo o mundo.
  • A cada ano, 180 milhões de Bíblias e Novos Testamentos são desperdiçados, perdidos, destruídos, ou se desintegram, devido à incompetência, hostilidade, mau planejamento, ou fabricação inadequada.
  • Cerca de 250 das 300 maiores organizações cristãs internacionais enganam regularmente o público cristão através da publicação de estatísticas de progresso missionário comprovadamente incorretas ou falsificados.
  • 70% dos cristãos nunca foram informados sobre o número de indíviduos não evangelizados no mundo.
  • De todos os missionários empregados por agências missionárias norte-americanas, cerca de 2/3 são não-americanos trabalhando em campo ou em seu próprio país. Apenas 1/3 são missionários americanos.
  • O cristão americano dá EM MÉDIA apenas 1 centavo por dia para missões mundiais.
  • 86 países proíbem ou restringem missionários ocidentais.
  • O missionário ocidental médio gasta apenas 3% do seu tempo envolvido em evangelismo direto.
  • Apenas 10 a 33 por cento dos missionários ocidentais estão envolvidos em evangelismo e plantação de igrejas.
  • Apróximadamente 50% de todos os novos missionários desistem após seu primeiro envio ao campo missionário.
  • Organizações cristãs gastam mais 8 bilhões de dólares por ano em conferências.
  • Missionários indígenas fazem 90% do trabalho missionário pioneiro, mas só recebem 10 % do financiamento da missão. Enquanto isso, os missionários estrangeiros fazem 10% do trabalho missionário pioneiro, mas recebem 90 % do financiamento da missão.
  • O Novo Testamento foi está traduzido para as línguas de 94% da população do mundo.

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[1] Veja-se: Evangelho: In: Antônio Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, 2ª ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991, p. 338.

2 Homero, Odisséia, São Paulo: Abril Cultural, 1979, XIV.152. p. 130

3 “Cortaram a cabeça a Saul e o despojaram das suas armas; enviaram mensageiros pela terra dos filisteus, em redor, a levar as boas-novas à casa dos seus ídolos e entre o povo” (1Sm 31.9).

4 Ver: H.J. Jager, Palabras Clave del Nuevo Testamento, 2ª ed. Madrid: Fundacion Editorial de Literatura Reformada, 1982, Vol. 1, p. 7.

5 Vejam-se: Justino de Roma, I Apologia, São Paulo: Paulus, 1995, 21, p. 38; Gerhard Friedrich: In: Gerhard Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Vol. II, p. 724-725; U. Becker, Evangelho: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. II, p. 167-168; Michael Green, Evangelização na Igreja Primitiva, São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 63-65; H.J. Jager, Palabras Clave del Nuevo Testamento, Vol. 1, p. 7.

6 Cf. John N. Oswalt, Bãsar: In: R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke, orgs. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 227.

7 Ver: John N. Oswalt, Bãsar: In: R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr.; Bruce K. Waltke, orgs. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, p. 227; U. Becker, Evangelho: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. II, p. 168; Gerhard Friedrich: In: Gerhard Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Vol. II, p. 709-710

8 “Porém Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, o beerotita, disse-lhes: Tão certo como vive o SENHOR, que remiu a minha alma de toda a angústia, se eu logo lancei mão daquele que me trouxe notícia, dizendo: Eis que Saul é morto, parecendo-lhe, porém, aos seus olhos que era como quem trazia boas-novas, e como recompensa o matei em Ziclague” (2Sm 4.9-10). “Prosseguiu Aimaás, filho de Zadoque, e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o etíope. Disse Joabe: Para que, agora, correrias tu, meu filho, pois não terás recompensa das novas?” (2Sm 18.22). “Gritou, pois, a sentinela e o disse ao rei. O rei respondeu: Se vem só, traz boas notícias. E vinha andando e chegando” (2Sm 18.25).

9 “Proclamei as boas-novas de justiça na grande congregação; jamais cerrei os lábios, tu o sabes, SENHOR” (Sl 40.9). “Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia” (Sl 96.2).

10 “Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus!” (Is 40.9). “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7).

1[1] “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boasnovas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados” (Is 61.1).

[1]2 “Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntarlhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disselhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.2-5).

[1]3 Cf. R.H. Mounce, Evangelho: In: J.D. Douglas, ed. org. O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo: Junta Editorial Cristã, 1966, Vol. I, p. 566.

[1]4 É muito comum a afirmação de que o Deus do Antigo Testamento é um “Deus Vingador” e, o do Novo Testamento, é o “Deus Pai”, “Deus de amor”. Tal distinção, além de ser maléfica pois, prejudica a compreensão da unicidade da Teologia Bíblica – dicotomizando Deus e a Sua Palavra –, é ilusória, amparada em uma visão superficial das Escrituras. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos a revelação de Deus como Pai de amor, bondade e justiça. (Vejam-se: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso: A Oração do Senhor, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, 319p.; Hermisten M.P. Costa, Eu Creio, São Paulo: Edições Parakletos, 2002, 479p.).

[1]5 “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)“ (Mt 1.21-23). “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt 8.16-17). “Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado” (Mc 15.27-28). “Nós vos anunciamos o evangelho (eu)aggeli /zomai) da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi. Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção” (At 13.32-35).

16“.... arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1.15). “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho) salvá-la-á” (Mc 8.35). “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). “Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho) e cressem” (At 15.7).

17 Vejam-se, por exemplo: Rm 10.16; 1Co 1.17; 9.14, 23; 15.1; 2Co 4.3; Gl 2.5,14; Fp 1.5,7,12,16; 2.22; 4.3,15; 1Ts 1.5; 2.4; 2Tm 1.8; Fm 13.

18 Stott resumiu: “A boa nova é Jesus” (John R.W. Stott, A Missão Cristã no Mundo Moderno, Viçosa, MG.: Ultimato, 2010, p. 66).

19 “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).

20 Justino, Primeira Apologia, 66, p. 82. (Ver: Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, Madrid: La Editorial Catolica, S.A., (Biblioteca de Autores Cristianos), 1973, III.37.2. p. 187; V.8.2ss. p. 296ss). Devemos observar, que, mesmo fora dos escritos do Novo Testamento, a palavra evangelho continuou sendo usada no sentido singular. Por exemplo: No Didaquê, obra anônima publicada por volta do ano 100 d.C., lemos: “E não oreis como os hipócritas, mas como o Senhor os mandou em Seu Evangelho....” (Didaquê, VIII.2) (Vejam-se também, Inácio de Antioquia (c. 30-110), Epístola aos Filadélficos, V.1-2; VIII.2; IX.2; Epístola aos Esmirnenses, V.1; VII.2. In: Cartas de Santo Inácio de Antioquia, 3ª ed. São Paulo: Vozes, 1984; Irineu, Irineu de Lião, São Paulo: Paulus, 1995, IV.20.6; Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, V.24.6

DISCIPULADO

“Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.” (I Co 4:14-16).

Somos filhos amados de Deus. E como líderes, ao mesmo tempo em que somos filhos, também somos pais espirituais de filhos espirituais. Por isso, nossa preocupação com os filhos que o Pai nos entregou deve consistir na necessidade não apenas de ministrar a Palavra, apesar de ser de extrema importância fazê-lo, mas de se preocupar com o todo, como, por exemplo, se o discípulo tem o que comer, tem trabalho, etc.

Se o discípulo está desempregado, é necessário saber o porquê de estar nessa condição e fazer algo, dentro do possível, para ajudá-lo.

É função do líder, como pai, saber por onde caminham seus filhos. Onde estão os seus? Por onde eles têm caminhado? Quanto tempo faz que você não fala com eles? Eles têm frequentado os cultos? E as reuniões de liderança? Cuidado!

Como líder, você precisa interceder pela vida do discípulo para que Deus abra as portas em direção a sua vida. No que depender de você, não deixe nenhum dos seus discípulos desempregados.

Isso é compromisso de discipulado, de paternidade. Espiritualmente, as pessoas precisam se fazer pai para que outras se deixem ser filhos. A natureza que nos liga é a divina e não a biológica.


Ser Pai espiritual de filhos espirituais

Dentro da Visão de discipulação, somos pais espirituais de filhos espirituais. Assim como na questão biológica somos pais biológicos.

Essa ordem não pode ser invertida, ou seja, líderes não devem ser mais pais dos discípulos que dos seus filhos. Discipuladores e discípulos precisam plantar nos corações dos filhos físicos e espirituais a paternidade correta.

Precisamos ser pais espirituais para os discípulos, e eles precisam ser filhos, cada um na voluntariedade do coração. Mas algo é certo, os discípulos começam a nos ver como pais quando veem em nós atitudes de pais. Todo pai é medido pelas atitudes.

Se você não tem atitude de pai, corre um sério risco de perder seu filho.

O líder deve correr e gerenciar essa realidade que o cerca dentro da Visão de Liderança. Os filhos gerados precisam ter a identidade do pai e não podem fugir das suas obrigações de filhos.

Como os pais vão à Igreja e não se importam sobre o lugar onde seus filhos biológicos ou espirituais estão.

Assim como você se preocupa com o bem-estar do seu filho biológico, deve se preocupar com o bem-estar do filho espiritual.

Todo discipulado precisa ser intenso. Quando o pai cuida dos filhos, têm resultado satisfatório.

Quando um irmão cuida do outro, por melhor que seja, o irmão sabe que é irmão e não pai, portanto nem sempre dá certo. Filho que se ira contra pai é disciplinado; irmão que se ira contra irmão pode se tornar inimigo.

Na visão de paternidade, não podemos deixar que irmão fique cuidando dos filhos que Deus entregou aos cuidados do pai, do líder. Isso está errado.

Precisamos entender que é necessário criar uma logística que funcione para que vejamos nossos filhos e descendentes debaixo dos nossos olhos.

Durante o encontro com os discupulados, ministre amor, ministre a mesma linguagem que você tem recebido para que não haja distorções, passe as informações necessárias para que eles saibam como proceder, ministre ofertas, ore e unja cada um.

Se eles aprenderem de forma correta, farão conforme aprenderam.

Guardiões de um grande avivamento

Como líderes, somos guardiões de um grande avivamento que não está para acontecer, mas que já é visível.

O que Deus está fazendo é surpreendente em nosso meio. Por isso, precisamos ser guardiões, observadores do avivamento.

Se o Senhor confiou a nós essa paternidade, não podemos deixá-la de lado nem entregar ao irmão mais velho.

Quantos já teve a experiência de um discípulo chegar para agradecer-lhe e dizer que você é o pai ou a mãe que ele não teve. Isso é reconhecimento de paternidade espiritual.

Não estamos para roubar o lugar do pai ou da mãe biológica, jamais. Mas muitos não tiveram oportunidade de se relacionar com seus pais e, por isso, adquiriram uma carência muito grande na alma.

Há discípulos recebendo cura interior por causa de nossa paternidade. Isso é maravilhoso e toda honra deve ser dada a Deus que enviou Jesus para morrer por nós e, por misericórdia, nos usa.

Deus é Pai e a ordem que temos dEle é de apascentar o Seu rebanho. Então, não podemos negar nossa paternidade.

Há uma chamada que não podemos negar. E a forma de manter essa chamada acesa é exercendo a paternidade e deixando chegar e conhecer os descendentes.

E os descendentes chegam através dos discipulados que vão formando as gerações.

Na Bíblia, os patriarcas, antes de morrer, sempre pediam que os descendentes fossem trazidos até eles para que os abençoassem um a um.

Deus tem nos dado muitos descendentes. Alguns já estão conosco, outros ainda estão sendo gerados.

Nesse processo, o fundamental é você se preparar como pai espiritual, formar uma equipe consolidada na Palavra, abrir caminho para que os filhos sejam alcançados e formados no caráter de Jesus.

Prepare-se para se alegrar com cada filho que virá, pois a alegria do líder consiste em ver os frutos firmados na Rocha.

Jamais se esqueça de que você é guardião de um grande avivamento, pai espiritual de uma multidão de filhos, incontáveis como as estrelas dos céus e como a areia do mar. Hebreus 12:5-11

Somos uma família. Uma família é composta de pais e filhos. Uma família tem agregados familiares, parentes próximos e distantes. Quando falamos de família, falamos de um todo.

Existem dois tipos de família: a família biológica e a família espiritual. Como líderes, precisamos ter muito claro em nossa mente a diferença de cada uma delas para que não haja confusão em nossa paternidade biológica nem espiritual.

O resultado do discipulado que funciona é na família.

Pague um preço para ver seus discípulos bem, mas pague um preço ainda maior para ver seus filhos físicos bem.

Jamais dê mais atenção aos discípulos do que à família.

Peça a Deus sabedoria para cumprir a sua missão de pai físico e de pai espiritual na excelência do Reino.

Traga, cada vez mais, os seus filhos físicos para perto de você. Assim também você deve agir com os filhos espirituais. Ministre sobre eles a vida de Deus, pois não podemos nos desviar do propósito.


Como formar um discípulo?

Como formar um discípulo é um tipo de pergunta que hoje já não cabe mais.

Sabemos que um discípulo é formado no caráter de Cristo e que não há outra forma de fazê-lo. Porém, normalmente o que ocorre é que quando o discipulador entra no tratamento do caráter do discípulo, o discípulo não gosta e acusa logo o líder de estar entrando em sua individualidade.

Em relação à resistência do discípulo quanto ao caráter, não desista. Você precisa trabalhar o caráter do seu discípulo.

É melhor ter poucos, mas tratáveis, do que ter muitos que são maus caracteres. Chega um momento em que não suportamos mais.

Ensine os discípulos a importância de respeitar a unção e de ter gratidão no coração.

Gratidão não se vende em mercado ou em prateleiras. Dói muito a traição de discípulos e, infelizmente, não há como o líder não ser atingido.

Não são todos que se deixam ser tratados no caráter.

Nunca faça a rota errada de querer tratar o caráter dos outros enquanto você não se deixa ser tratado no caráter. Isso traz um desajuste terrível para o Reino de Deus.

Caráter é trilho para Deus correr. Se o caráter não está ajustado, a pessoa é ferida, ou cai, ou não consegue andar.

Não podemos brincar de tratar caráter. Caráter é coisa séria.

Muitos não conseguem explodir porque estão com a moral prejudicada. Não se abrem para buscar a cura.

O remédio para a cura é a confissão. Cada vez que você confessa uma culpa você coloca óleo novo sobre a sua cabeça (Tg 5).


Trabalhar a tríade do caráter:

Pai. É comum alguns dizerem que nos aceitam como pai, mas apenas da conveniência, da comodidade de alguns.

São pais apenas da hora boa, mas não da difícil. Quem não se respeita não respeita o outro e não tem autoridade para cuidar de outros. Pode até ter bom nome na praça, mas não tem caráter tratado.

Como você pode tratar com santidade e não ser santo, tratar caráter e não tem o caráter tratado? Isso está errado e não deve ser assim no Reino de Deus.

As pessoas pensam que se confessarem pecado, deixarão de ser discípulos. Como isso seria possível, se não deixamos de ser filhos de Deus?! Como pais, queremos ter acesso para que os filhos venham e para isso precisamos criar pontes.

Quem se deixa ser tratado alcança a cura. Na tríade, precisamos trabalhar o caráter da família do discípulo. Quem ajuda o discípulo ajuda toda a família. O discipulado não é isolado, possui metas.

Quando você entra no discipulado de uma pessoa é como se ela se tornasse uma carga positiva para que todos da casa sejam abençoados. Cuide do caráter do seu discípulo e você ganhará toda a família dele.

Tratar o caráter de sacerdócio. O discípulo precisa saber que ele é um sacerdote.

O sacerdote é aquele que sabe cuidar, em primeiro plano, da sua própria vida. Ao orar, as bênçãos têm que acontecer.

A maior alegria para um discipulador deve ser fazer do discípulo um sacerdote do Reino. Essa é a sua missão.

Deus quer fazer de cada um de nós sacerdotes que cuidam bem da própria vida e da família. Muitas vezes, está faltando sacerdócio na vida dos líderes e discípulos.

Como ter êxito no legado? Profetizando a descendência dos discípulos. Se você não cresceu, foi por atitude sua e não por falta de profecia. Traga sobre o seu discípulo a vida de Deus. Profetize sobre todas as áreas da vida dele, em todas as conquistas, sejam elas pequenas ou grandes.

Precisamos ter a certeza de que estamos no caminho certo. Não podemos errar a rota do discipulado, muito menos a rota do céu.

Não podemos nos equivocar e andar frustrado porque Deus não abençoou fulano como gostaríamos que tivesse sido. Isso é da parte de Deus.

Invista no discipulado, mas antes seja curado da confusão, da mistura de paternidade que tem afligido a sua alma enquanto líder.

Deus o chamou no mundo físico de forma que você não pode confundir os filhos biológicos com os filhos espirituais. Cada um precisa ter o seu lugar. Agindo assim, receberemos uma unção dobrada em nosso ministério.

Relacionamento no Discipulado.

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13:35)

Não existe discipulado sem relacionamento. Discipulado vem de disciplina a outrem, ou seja, trazer a pessoa para moldar o caráter em um nível de saúde e de resposta eficaz.

A palavra-chave no relacionamento é discipulado. Você precisa saber o que é discipulado. Discipulado é traduzido em relacionamento. Discipulado é dar para receber. Discipulado não é discurso.

Se você está no discurso, você está gastando a palavra discipulado. Não faça isso com a Visão e com os seus discípulos.

Há muito temos sido ensinados que todos que encontram dificuldades em se submeter é porque têm rebelião. Os rebeldes não se interessam pela Visão.

E, quando não decidem abandonar o estado de rebeldia, acabam por causar danos em qualquer lugar. Porém, quando decidem mudar de natureza, aonde forem, frutificarão.

Trabalharemos juntos para melhorar o conceito de discipulado e levar o nosso povo ao compromisso com resposta. Vamos restaurar a linguagem do discipulado, não permitindo que seja usada fora do contexto, para que, quando as pessoas disserem que estão sendo discipuladas, possam dessa forma expressar-se corretamente, ou pelo menos, da forma mais apropriada do significado real da palavra, segundo o modelo de Jesus.

1. Discipulado é intimidade

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1:14)

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre.” (Jo 14:16)

Precisamos voltar aos princípios bíblicos do Senhor, pois eles são eternos. Jesus está trazendo a Sua Igreja ao discipulado novamente. Ao vir à Terra e nos salvar, Ele morreu, ressuscitou e decidiu morar dentro de nós. Quer discipulado melhor do que esse? Não existe!

Jesus habita dentro de nós. Este é um ato que nos consolida diariamente. O discipulado de Jesus é: fazer morada. Este é o discipulado do Mestre: gerar intimidade de morada, conhecer a nossa morada e Se fazer conhecido por nós.

Muitas vezes, no corre-corre do dia a dia, muitos discipuladores não conhecem a casa dos discípulos, mas creio que se esforçarão para parecer com Jesus.

É muito importante que o discipulador conheça onde mora o discípulo, porém, para o discípulo, isso não pode ser motivo para criar argumentos dizendo que o seu discipulador não o ama por causa disso.

Não se prenda a esses fatos, pelo contrário, aquilo que você vê como uma possível falha na vida do seu líder, busque não repeti-la em sua liderança. No lugar de criticar, busque agir.

O Discipulador Maior, Jesus, mora dentro de você. Ele é o seu referencial.

2. Discipulado é abrir portas

“Voltando-se Jesus e vendo que O seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? Disseram-Lhe eles: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas? Respondeu-lhes: Vinde, e vereis. Foram, pois, e viram onde pousava; e passaram o dia com Ele; era cerca da hora décima.” (Jo 1:38-39)

Faça o seu papel de discipulador. Sente-se à mesa com seus discípulos.

Discipulado é abrir as portas para relacionamento. Discipulado é caminhar lado a lado.

Se as pessoas não conhecem a sua casa porque você fecha a porta, significa que há coisas em sua vida que elas não podem saber. Então, resolva-se.

Ter discípulos fala de caminhar de portas abertas, de relacionar-se. Quem não se relaciona não pode fazer discípulo.

Não deixe que por uma situação mal resolvida entre você e o seu discípulo ou entre o seu discípulo e você, a palavra discipulado seja queimada.

Faça bom uso da palavra e dos ensinamentos do Mestre, o Melhor Discipulador da história. A palavra discipulado não é para ser usada só na fala, mas na prática. Os discípulos precisam se sentir amados.


3. Discipulado é frutificar

“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15:8)

No Salmo 1, a Palavra diz que o justo é como árvore frutífera que dá o fruto na estação própria, cujas folhas não murcham. As folhas são as células (Apocalipse 2:2).

A árvore busca água no rio através da raiz, mas, para isso, não muda de ambiente. Assim você e os seus discípulos precisam ser. Vocês precisam ir buscar água onde ela estiver, mas sem sair do lugar em que estão plantados, e ali FRUTIFICAR.

Esta é a visão do discipulado: Frutificar onde está plantado, gerando relacionamento, sem gastar a palavra discipulado de forma desnecessária.

4. Discipulado é prática

“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13:1)

Se o discipulador é coerente, ele sempre consolida o ministério do discípulo através de reuniões, macrocélulas, aconselhamentos, etc. Discipulado é prática e todo líder que investe em seus discípulos alcança um discipulado com resposta, pois todo discipulado trabalha por uma resposta.

Em todo o ministério de Jesus, vemos o Mestre andando junto com os Seus discípulos, ensinando-os e comissionando-os. Ele os amou e investiu na vida de cada um deles.

O lugar que amamos é o lugar no qual sentimos prazer de ficar. Faça com que seus discípulos sintam-se amados. Gere relacionamento com eles, cumprindo cada um dos passos acima.

E chegará um momento em que o relacionamento no discipulado se tornará um estilo de vida para você e para os seus discípulos. Você é um discipulador de excelência e um consolidador de êxito.

“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos.” (Salmo 32:8)

“Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.” (Isaías 48:17)

O discipulado é uma visão do coração de Deus. Após o discípulo ser consolidado, firmado em Cristo Jesus, ele necessita aprofundar-se no

conhecimento de Deus e de Sua graça. E a melhor maneira para que isso aconteça é por meio do discipulado, ensinando-o com clareza e destreza os preceitos e estatutos do Reino de Deus.

Trabalhamos há bastante tempo, com a visão do discipulado. E sempre nossa experiência tem sido satisfatória, principalmente no que diz respeito a participarmos do crescimento do Reino. Os novos crentes se tornam discípulos ao serem consolidados através do processo do discipulado.

A palavra discipular, na Bíblia, pode ser definida através dos termos hebraicos Yarah e Lamed.

YARAH significa instruir, dirigir, ensinar, apontar, atirar, visar, arremessar, lançar em linha reta. “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos.” (Salmo 32:8)

LAMED significa instruir, treinar, estimular, incitar, ensinar, fazer alguém aprender.

 “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.” (Isaías 48:17)

Alguns pontos são fundamentais neste processo de discipulado, tais como:

1. Estabelecer a visão do discipular

A visão do discipulado se estabelece no relacionamento do discipulador com o discípulo. As definições acima revelam o caráter de Deus investindo em cada ser humano, através de Jesus, para que procedamos de igual modo.

O ato de discipular confere a cada um dos filhos de Deus responsabilidades especiais para com aqueles a quem estão discipulando. Isso quer dizer que não podemos negligenciar a tarefa de cuidar dos discípulos dando-lhes uma referência segura, a fim de que tenham em quem se espelhar.

Para que isso aconteça, é necessário estarmos refletindo claramente o caráter de Cristo através de nosso procedimento.


2. Fundamentar o discipulado


A orientação apostólica, dada por Deus, nas cartas escritas à Igreja, fundamenta a visão do discipulado através de três pontos:

- Equipando os discípulos e assistindo-os com objetivo de levá-los a uma vida de serviços frutíferos (Efésios 4:11,12).

- Transmitindo a verdade a cada geração sucessiva de convertidos, isto é, discipulando aqueles com quem você mantém contato, para que estes, por sua vez, discipulem aqueles que são do seu círculo de relações (II Timóteo 2:2).

- Multiplicando através do exemplo. Isso representa buscar uma vida de santidade, pois a multiplicação só é eficiente se for obedecida por discipuladores, líderes que primeiro vivam a verdade na pureza e poder do Evangelho.

Assim, cada nova geração de discípulos no Corpo de Cristo manterá a semelhança de Jesus, cuja vida e caráter não são apenas proclamados, mas se acham presentes na vida daqueles que discipulam em Seu nome.


3. Princípios da visão do discipulado


O discipulador, na visão do discipulado, precisa de princípios bem estabelecidos em sua vida para que expresse com exatidão o caráter dAquele que representa na Terra.

Os princípios que perfilam o caráter do discipulador são Santidade e Fidelidade, que geram o Compromisso.


3.1 Santidade

“Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos. ” (I Tessalonicenses 3:13)

A palavra santidade tem origem na palavra grega hagiosune e significa o processo, qualidade e condição de uma disposição sagrada e a qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio que separa o crente do mundo.

Hagiosune nos consagra ao ministério do discipulado, no corpo e na alma, encontrando realização na dedicação moral e uma vida comprometida com a pureza.

A santidade faz com que cada característica nossa seja submetida à inspeção divina e receba a Sua aprovação. A fonte da santidade é um relacionamento pessoal com Jesus e não um sistema de obras.


3.2 Fidelidade


“Como o frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; porque refresca a alma dos seus senhores.” (Provérbios 25:13)

A palavra fidelidade, na Bíblia, deriva do termo fiel, que no hebraico é emunah e significa firmeza, estabilidade, lealdade, consciência, constância, segurança, aquilo que é permanente, duradouro, constante.

Emunah vem da raiz aman, significa estar firme, certo, estabelecido, estável. Emunah é traduzida frequentemente como fidelidade também.


3.3 Compromisso

“Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. Antes anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.” (Atos 26:19,20)

O Apóstolo Paulo estava totalmente comprometido com o objetivo do seu chamado: pregar o Evangelho e, assim, estabelecer o seu discipulado. Não há como ter o caráter de Cristo e não expressar compromisso com o Reino.

Como líderes, não pode faltar em nossa vida de discipulado a santidade e a fidelidade que representarão o nosso compromisso com Deus e com o Seu Reino.


4. Abraçar a visão do discipulado com o Mestre Jesus

As profecias messiânicas, como Isaías 42:1-21; 49:1-7; 50:4-11; 53:12, preveem que o caráter servil de Jesus faria uma obra específica e agiria com obediência incondicional e imaculada.

Para abraçarmos a visão do discipulado, precisamos apreender o espírito de Jesus como servos, pois sabemos que o Filho do Homem não veio para ser servido e sim para servir.

Cristo procura aqueles que servirão sem buscar reconhecimento, procurando exaltá-lO generosa e obedientemente, tornando-O conhecido.

Essa é a função dos servos, dos discipuladores, dos líderes. Estes devem estabelecer sua personalidade e ministérios através da própria devoção e obediência a Jesus, através de uma disposição verdadeira de servir sem interesses.

As bases do discipulado visam instruir, dirigir, treinar, estimular e ensinar pessoas no caminho em que devem andar. É possível afirmar, então, que discipulado é o processo de uma vida.

Quando entramos na realidade do discipulado, compreendemos que não podemos viver mais exclusivamente para nós mesmos, mas devemos adotar um estilo de vida que nos permita compartilhar daquilo que Deus tem feito em nós.

Não podemos desconsiderar o fato de que, ao assumirmos o treinamento de novos convertidos, estamos nos tornando seus ‘pais espirituais’.

Essa missão demanda tempo, esforço, dedicação, renúncia e, sobretudo, muito amor a Deus e às vidas que chegam ao Reino de Deus.

Deus conta conosco nesse processo de treinar as vidas e capacitá-las com o caráter de Cristo. Se assim for, estaremos formando discípulos que amam ao Senhor e que não têm dificuldades em amar as vidas e dispensar tempo para vê-las fielmente servindo ao Pai.

Abraçar a visão do discipulado é dedicar o tempo e a vida por amor ao Reino, é cumprir o mandamento de Jesus de fazer discípulos de todas as nações da Terra (Mateus 28:19).

A Recompensa do Discipulado

“Não se glorie o sábio em sua sabedoria, nem o forte na sua vitória, nem o rico na sua riqueza. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” (Jeremias 9:23,24)

Embora tenha sua proposta de prosperidade, precisamos, como líderes, compreender e fazer compreendido para os discípulos que a prosperidade é uma consequência para aqueles que guardam os princípios bíblicos, mas não é nosso foco principal.

Se nos detivermos apenas no discurso e não agirmos, deixaremos de absorver o que o ministério tem de melhor.

A Palavra de Jeremias 9:23,24 é clara quanto aquilo que o Senhor Se agrada em relação a nós.

E em Eclesiastes 9:11, há um reforço: “Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes a riqueza, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.

A Bíblia diz que, para obter recompensa, seja no discipulado ou em qualquer outra área, o líder precisa buscar cumprir os princípios de Deus e saber discernir o tempo e a oportunidade.


A recompensa da Visão

Um líder de êxito é reconhecido por vários aspectos.

Podemos citar como um ótimo exemplo desse êxito o líder ter uma vida de testemunho irrepreensível.

Outro aspecto que deve ser observado, e que após tanto tempo pode ter caído no esquecimento de alguns, é continuar cumprindo os passos do discipulado.

Para tal, o líder precisa estar frutificando e administrando o tempo e a oportunidade que lhe são dados por Deus, visto que o tempo e a oportunidade ocorrem para todos.


1. Ter uma autoridade inconfundível


O líder tem uma consciência profética que o capacita a entender e discernir a verdade e a mentira, o sim e o não, a vitória e a derrota.

Está escrito em I Pedro 2:22,23: “Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano; sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente.”


2. Ser um líder estável


Três características são marcantes em um líder: o pensar, o falar e o agir. Essas atitudes contribuem para a saúde espiritual do líder e, dessa forma, ele sempre estará íntegro e irrepreensível diante do Senhor.

Todo líder deve ter saúde emocional para responder como convém.

A Palavra nos ensina que em tudo que falamos, devemos ter um nível de resposta como convém falar.

O nosso nível de linguagem é o mesmo refletido em nossa alma. Está escrito em Tito 3:8,9:

“Fiel é esta palavra, e quero que a proclames com firmeza para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras. Essas coisas são boas e proveitosas aos homens. Mas evita questões tolas, genealogias, contendas e debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.”

A nossa saúde física depende da nossa saúde espiritual e emocional. Não podemos ser saudáveis fisicamente, se estamos enfermos na alma. Toda vez que o líder chegar ao nível mais elevado, será mais confrontado. Enquanto não somos confrontados, o milagre não vem.

Abraão só foi pai da fé depois de confrontado. De Abraão até Paulo, todos os líderes da Bíblia tiveram seus confrontos. O líder estável tem uma posição correta e é transparente.

A recompensa vem em dois níveis: recompensa benigna e recompensa maligna. A recompensa maligna é mãe da destruição, e a benigna é mãe da restauração.

A recompensa é o fruto dos sentimentos. Recompensa é mostrar benefícios, acumular tesouros na vida dos outros. Recompensa é ganhar prêmios. Existe a recompensa coletiva e a individual.

Há líderes e discípulos que sempre estão se destacando por seu trabalho incansável. Estes devem ser recompensados. Afinal, recompensa é um prêmio honesto.

E, segundo Eclesiastes 9:11, o prêmio nem sempre é para aquele que corre mais, que é mais veloz, mas para aquele que chega primeiro, porque sabe discernir entre o tempo e a oportunidade.

Temos que estar, sempre, sondando nosso coração. Não podemos ser como alguns que, porque querem recompensa, correm mais velozmente, mas o objetivo é apenas passar por cima dos irmãos, mostrando que é melhor. Temos que correr com honestidade.

Pedras trabalhadas são para derrubar gigantes e não para ferir os irmãos. O mais valente é aquele que conquista mais, mas de forma honesta.

A prosperidade e até mesmo a riqueza são consequências que vêm provenientes de nossa fidelidade e não de nossa esperteza. A terra não é do mais esperto. Todo esperto será envergonhado diante de Deus, porque Ele vê todas as coisas.

A fidelidade de um líder e de um discípulo é o seu maior tesouro.

Não espere colher uma semente diferente da que foi semeada. Se você quer ganhar presentes, por exemplo, precisa ser um líder e um discípulo presenteador.

Tudo no Reino só acontece por legalidade. Então, busque sempre semear a semente certa, sabendo que a verdadeira recompensa que você pode ter é ver as vidas transformadas, recebendo o caráter do Messias. O mais, Ele mesmo acrescentará.

Se você olha para sua vida e liderança e vê que, ao seu redor, muitos alcançaram o prêmio menos você, saiba que o tempo e a oportunidade ocorrem para todos, é o que a Palavra, que não mente jamais, diz.

Quem alcança o prêmio alcançou não por causa de Deus, mas pelo seu trabalho, sabendo, é claro, que Deus é Aquele que abençoa o que trabalha. Mas de igual modo, quem não alcança o prêmio, não é por causa de Deus, mas de si próprio.

Deus tem uma recompensa especial para a sua vida. Tudo o que você precisa fazer é cumprir os princípios da Palavra e discernir o tempo e a oportunidade, buscando correr para agradar ao Pai. Essa deve ser sua maior motivação.

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O que é o discipulado?

O discipulado, por definição, está relacionado ao cuidado de pessoas, ao acompanhamento, à instrução e ao relacionamento contínuo – como um pai que cuida do seu filho ou como um irmão mais velho.

O que a Bíblia fala sobre evangelismo?

Evangelização ou evangelismo consiste na pregação do Evangelho cristão, ou seja da mensagem de salvação através de Jesus de Nazaré segundo a fé cristã.

O que a Bíblia fala sobre o discipulado?

Na realidade, o discipulado bíblico tem um significado muito maior: é como um relacionamento entre irmãos (ou pai e filho), em que se objetiva alcançarmos a estatura de Cristo através do ensino, da comunhão, e principalmente do testemunho.

O que fazer num discipulado?

Discipulado, nessa perspectiva, é viver a vida cotidiana em Cristo tendo alguém para compartilhar todas as coisas: momentos felizes, momentos difíceis, conquistas, fracassos, pecados, tentações, vitórias.