Quanto tempo dura uma paixão correspondida

Margot (Michelle Williams) é casada com Lou (Seth Rogen), um parceiro maravilhoso, engraçado, alguém que ela ama ter ao lado. Mas é em um estranho, Daniel (Luke Kirby), que ela encontra uma conexão imediata. O triângulo entre Margot, Lou e Daniel é parte do filme “Entre o Amor e a Paixão” (não assistiu? Corre lá! É maravilhoso). Mas bem que poderia ser a vida de qualquer um.

Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca se confundiu com sentimentos. Se a bagunça é tão grande para você atualmente que parece não ter solução, calma! Para começar, tenha em mente que amor e paixão são sentimentos bem diferentes: enquanto o amor é estável e sereno, a paixão é uma invasão de sensações turbulentas e arrebatadoras.

“Geralmente uma pessoa apaixonada apresenta euforia, tremor nas mãos, sudorese, palpitação, mudanças de humor, falta de sono e apetite”, afirma a psicóloga Livia Marcella Raineri Braga.

Sinais do corpo
Platão já dizia: “amor é uma doença mental”. E o sentimento, dependendo da intensidade, pode ser mesmo considerada uma disfunção da mente e do organismo. Ou seja, uma doença obsessiva/compulsiva -- bem diferente do amor, um sentimento tranquilo que se origina num processo completamente emocional. Segundo Livia, a paixão é um estado fisiológico em que experimentamos sensações de grande prazer devido a uma intensa atividade cerebral e hormonal.

“Já o amor pode ter muitas formas e não se trata de um processo orgânico, e sim, emocional”, distingue Lívia. Biologicamente falando, não há sinais da existência do amor. Tudo o que está ligado a ele são questões metafísicas ou psicológicas. Por isso há tanta gente, desde sempre, atribuindo propriedades mágicas e imateriais a ele.

Por que a paixão é tão intensa?
A resposta é completamente química. De acordo com a Livia, o cérebro do apaixonado libera grandes quantidades de substâncias como dopamina e adrenalina, que também são produzidas, por exemplo, quando você salta de paraquedas. Ou seja: os sintomas físicos e psíquicos provocados por elas são intensos.

Alguns teóricos afirmam que o efeito de uma paixão é muito semelhante a de quem tem acesso a uma droga, como a cocaína, por exemplo. “Ficamos à flor da pele, totalmente influenciados por este processo. Somos dominados pelo sentimento de encantamento pela pessoa amada e pelo medo de perde-la”, diz.

É neste ponto que fazemos coisas que jamais seríamos capazes de fazer e perdermos um pouco até da nossa personalidade. “O julgamento crítico, o discernimento e a racionalidade são comprometidos, então não enxergamos defeitos em nosso parceiro. O indivíduo perde parcialmente a sua individualidade, pois agora pensa por dois”, explica.

Paixão ou doença?
Insônia, agonia, ansiedade, falta de ar, taquicardia... A paixão causa dependência química e, não à toa, é possível sofrer até crise de abstinência da pessoa por quem se está apaixonada. E também existe quem passe para o próximo estágio e transforme o sentimento em uma patologia: o transtorno obsessivo-compulsivo.

Livia destacou algumas situações típicas de quem ultrapassou o limite saudável da paixão:

- O indivíduo ou o casal pode se tornar paranoico e começar a negligenciar atividades rotineiras, já que só consegue pensar apenas no amado;
- Busca exercer controle sobre a vida do parceiro;
- Limita seu círculo social e familiar, apresenta pensamentos obsessivos;
- Experimenta sentimento de posse sexual e dependência emocional.

Se você suspeita estar em uma relação obsessiva, precisa buscar atendimento psicoterápico.

Quanto tempo dura uma paixão?
Não há tempo exato, mas estudos científicos mostram que a paixão dura entre 18 e 30 meses, uma média de dois anos.

Paixão pode virar amor?
Sim, e se acontecer, é a consequência mais bacana de ter se apaixonado! Mas ela também pode se tornar ódio, inveja e até amizade. “É um processo sutil e particular, pois depende de muitos fatores presentes em um relacionamento amoroso”, afirma Livia. São eles: companheirismo, cumplicidade, interesses em comum, tolerância, respeito e intimidade.

O amor sempre nasce de uma paixão?
Nem sempre. De acordo com a psicóloga, amar alguém nunca será instantâneo, o amor nasce com o tempo. “Mas acredito que uma parceria amorosa possa nascer de várias formas, não somente através do processo fisiológico da paixão. A personalidade, a maturidade emocional, os interesses e as experiências em comum também contam, além de a maneira de encarar a vida, objetivos e sonhos, educação e cultura”, explica.

O que é necessário para manter um relacionamento longo?
Uma paixão não dura mais que três anos, já o amor é o alimento que nutre casamentos, namoros ou qualquer outro tipo de relação longa. “Livre do turbilhão emocional que é a paixão, o amor pode florescer com calma, permitindo que o indivíduo deseje estar com alguém sem abrir mão de si mesmo, da sua individualidade”, diz. Ou seja, amar é conviver ao lado de alguém sem se anular, com uma parceria correspondida. “Quando existe parceria, admiração, intimidade e respeito entre um casal, os envolvidos passam a querer construir algo mais forte e sólido juntos”, avisa.

Quanto tempo pode ser considerado paixão?

Estudos científicos revelaram que a paixão dura de 12 a 48 meses. “Existe uma situação que chamamos de apaixonamento, que é se apaixonar pelo que eu projeto no outro”. Depois disso toda a ilusão que foi criada começa a ser desfeita e a pessoa começa a enxergar realmente quem é o parceiro.

Quanto tempo dura uma aventura amorosa?

Mas estudos científicos mostram que esse tipo de envolvimento, quando vivido realmente (e não apenas sonhado), dura de dezoito a trinta meses. Ou seja, em média dois anos.

Quando a paixão acaba?

Alguns estudos sobre o comportamento humano dizem que a paixão pode durar algumas semanas ou anos (1 a 2 anos, em média). Após este período, das duas uma: fim de relacionamento ou início de uma história de amor.

Quanto tempo leva para esquecer um amor não correspondido?

O tempo necessário para concluir o processo do luto dependerá de quanto tempo durou esse amor. Se você passou muitos anos nessa situação (sendo amante de um homem casado, por exemplo), os psicólogos estimam que provavelmente necessitará pelo menos três meses para esquecer a pessoa.