Aumento da frequência cardíaca é uma alteração fisiológica estimulada pelo:

1.     Introdu��o

    Ao iniciarmos a realiza��o de um exerc�cio f�sico, os v�rios sistemas que formam o organismo humano geram uma s�rie de respostas adaptativas visando superar o stress ao qual o corpo ser� submetido. Com rela��o ao sistema cardiorrespirat�rio uma das respostas fisiol�gicas ao est�mulo gerado pelo exerc�cio f�sico � a altera��o na freq��ncia de batimentos card�acos. O objetivo do trabalho foi discutir os fatores e mecanismos que atuam afetando diretamente e indiretamente na freq��ncia card�aca no exerc�cio aer�bio em sujeitos n�o atletas. Foram revisados peri�dicos das bases de dados eletr�nicas Google Acad�mico e Scielo. Para a realiza��o da busca, utilizaram-se os descritores �freq��ncia card�aca�, �exerc�cio f�sico�, �estresse ambiental� e �hidrata��o�. Foram encontrados 12 artigos que foram utilizados como base para a realiza��o desse estudo de revis�o.

2.     Metodologia

    Foram buscados artigos cient�ficos de peri�dicos das bases de dados eletr�nicas Google Acad�mico e Scielo. Para a realiza��o da busca, utilizaram-se os termos descritores �freq��ncia card�aca�, �exerc�cio f�sico�, �estresse ambiental� e �hidrata��o�. Ao final da busca, foram encontrados 12 artigos que foram utilizados como base para a realiza��o desse estudo de revis�o de literatura.

3.     Referencial te�rico

    Segundo Raxwal et al. (2001) a freq��ncia card�aca (FC) � uma das principais vari�veis fisiol�gicas relacionadas � prescri��o e ao controle do exerc�cio f�sico. Dessa forma, seu comportamento no exerc�cio � alvo de investiga��o por parte dos cientistas. O conhecimento do comportamento da FC nas diversas situa��es de exerc�cio torna-se assim fundamental para a prescri��o e controle do treinamento f�sico aer�bio. Atualmente, sabe-se que mesmo antes iniciar um exerc�cio f�sico, o corpo produz uma resposta antecipat�ria de acordo com a tarefa que ser� realizada, o que resulta em um aumento na freq��ncia card�aca por meio de um aumento no fluxo anter�grado simp�tico e inibi��o rec�proca da atividade parassimp�tica (MCARDLE, KATCH E KATCH, 2011).

    Ao iniciarmos um exerc�cio f�sico a demanda de sangue para os tecidos musculares � aumentada, pois, principalmente a musculatura agonista envolvida no movimento precisa de mais nutrientes e uma maior oxigena��o, dessa forma, faz-se necess�rio um aumento do aporte sangu�neo (ALMEIDA E ARA�JO, 2003). Uma das primeiras respostas do sistema cardiorrespirat�rio � aumentar a FC. Esse aumento � provocado pela inibi��o vagal, sendo mediado por dois mecanismos distintos, o comando central e outro perif�rico. Esse mecanismo funciona da seguinte forma: os centros motores enviam impulsos para a �rea cardiovascular do c�rebro, retransmitidos ao nodo sinusal via sistema nervoso aut�nomo. O comando perif�rico direciona os impulsos � �rea cardiovascular a partir dos mecanoceptores e dos metabolorreceptores. Os mecanoceptores localizam-se nas articula��es e s�o acionados ao detectar movimento articular. J� os metabolorreceptores localizam-se nos m�sculos e respondem ao aumento da atividade metab�lica.

    Clausen (1977) afirma que existe uma estreita rela��o entre a intensidade do exerc�cio e a FC. No exerc�cio aer�bio cont�nuo, levando em considera��o que a intensidade mant�m-se constante, a demanda energ�tica � constante, e por isso a oferta de oxig�nio aos m�sculos estar� em equil�brio, esta condi��o � conhecida como steady state (estado est�vel). Ao atingir e durante essa fase n�o devemos esperar altera��es da FC. Todavia, vale ressaltar que uma poss�vel variabilidade da FC ao longo do exerc�cio pode ocorrer em decorr�ncia da cont�nua influ�ncia dos ramos auton�micos do sistema nervoso aut�nomo.

    De acordo com Coyle e Gonz�lez-Alonso (2001) o estado de hidrata��o do indiv�duo tamb�m pode influenciar na resposta da FC durante o exerc�cio. Em condi��es de desidrata��o, uma seq��ncia de eventos fisiol�gicos ocorre no organismo visando manter a circula��o adequada. O estado de desidrata��o provoca uma diminui��o da volemia, comprometendo dessa forma o retorno venoso. A lei de Frank-Starling, diz que quanto maior a pr�-carga (retorno venoso), maior o volume sist�lico ou volume de eje��o. Com a redu��o do retorno venoso, ocorre uma diminui��o do volume sist�lico. Diante dessa situa��o, a FC tende a aumentar para compensar a diminui��o do volume de eje��o. Controlar a FC atrav�s de um freq�enc�metro pode ser uma boa estrat�gia, pois, valores distintos encontrados em determinados dias de treinamento, podem ser um indicativo de que o atleta encontra-se desidratado.

    O estresse ambiental expressado atrav�s das condi��es clim�ticas tamb�m � um fator que afeta a resposta da FC ao exerc�cio f�sico (MCARDLE, KATCH E KATCH, 2011). Em condi��es de um clima quente ocorrem ajustes compensat�rios na FC, levando a uma aumenta da mesma, visando contrabalancear a redu��o no volume sist�lico na tentativa de diminuir a queda no d�bito card�aco durante a realiza��o de exerc�cios aer�bios subm�ximos, o que acaba limitando a realiza��o de exerc�cios, especialmente em indiv�duos n�o aclimatados.

4.     Considera��es finais

    Portanto, considerando o conte�do supracitado a respeito dos fatores e mecanismos que influenciam a FC durante o exerc�cio aer�bio devemos levar em conta que a utiliza��o e o controle da FC durante o exerc�cio pode servir como uma ferramenta importante para a prescri��o e controle da intensidade do exerc�cio aer�bio, al�m de ser uma vari�vel que hoje em dia, pode-se controlar e interpretar de maneira mais acess�vel. Dessa forma, sua utiliza��o deve ser estimulada entre os educadores f�sicos, desde que seja feita uma interpreta��o dos dados obtidos de forma correta e baseando-se em crit�rios e recomenda��es cient�ficas.

Refer�ncias

  • Almeida, M.B, Ara�jo, C. G. S. Efeitos do treinamento aer�bico sobre a freq��ncia card�aca. Rev Bras Med Esporte 2003; 9:104-12.

  • Clausen, J. P. Effect of physical training on cardiovascular adjustments to exercise in man. Physiol Rev, 1977; 57: 779-815.

  • Coyle, E. F, Gonz�lez-Alonso, J. Cardiovascular drift during prolonged exercise: new perspectives. Exerc Sports Sci Rev, 2001; 29(2): 88-92.

  • McArdle, W. D; Katch, F. I; Katch, V.L. Fisiologia do exerc�cio: nutri��o, energia e desempenho humano. 7� ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

  • Raxwal, V; Shetler, K; Morise, A; Do, D; Myers, J; Atwood, J. E. Simple Treadmill Score To Diagnose Coronary Disease. Chest 2001; 11(6):1933-40.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 19 � N� 194 | Buenos Aires,Julio de 2014  
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