Quanto tempo dura o sangramento no início da gravidez

Muitas gestantes se deparam com sangramento no início da gravidez e não entendem o que aquilo pode significar. Mas, saiba que os sangramentos podem acontecer durante a gestação, independentemente do período. No entanto, não se preocupe de imediato. Pois, eles não necessariamente representam um risco.

Quando o sangramento no início da gravidez é preocupante?

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, alerta que qualquer tipo de sangramento na gestação precisa ser investigado. Mas, o sangue pode significar diversas coisas, como um descolamento do gestacional; uma lesão no colo do útero; um pólipo, ou qualquer alteração do gênero, e também uma lesão na vagina, que pode acontecer durante uma relação sexual, por exemplo.

Assim, a médica afirma que é preciso fazer um exame físico e um ultrassom para detectar a causa do sangramento. “Se o resultado mostrar que houve, por exemplo, um rompimento de um vasinho do colo, nós iremos acompanhar. Mas, não há problema algum, não traz risco para a gestação”, explica.

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Qual é a cor do sangramento no início da gravidez?

O sangue pode ser rosado, vermelho vivo ou mais amarronzado, o chamado sangramento em borra de café. Contudo, existem pacientes que têm os três tipos e, segundo Mariana, todos precisam ser avaliados por um médico, “principalmente no início da gestação, onde existe um risco de perda muito grande”.

Quanto tempo dura o sangramento?

Não existe um tempo certo. Existem pacientes que apresentam alguns tipos de sangramentos que duram a gestação inteira.

No entanto, muitas mulheres acreditam que menstruam durante a gravidez, mas a obstetra explica que não se trata de menstruação, mas sim de alguma alteração que causou o sangramento.

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Fonte: Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

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Aproximadamente 20% a 30% das mulheres têm sangramento no início da gravidez – sobretudo, nas primeiras 20 semanas. Cerca de 50% destas mulheres acabam por sofrer um aborto espontâneo, algumas delas, sem se chegarem a aperceber que conceberam.

Todo e qualquer sangramento na gravidez deve constituir preocupação, motivo pelo qual, deve contactar o seu médico imediatamente.

Sangramento no início da gravidez

Cada gravidez e cada mulher são únicas e, por esse motivo, o sangramento no início da gravidez pode limitar-se a uma perda mínima de sangue ou, pelo contrário, ser uma perda abundante. Ambas as situações são um sinal de alerta e deve procurar ajuda médica para correto diagnóstico e tratamento.

Sangramento no início da gravidez: causas

A perda de sangue por via vaginal, nas primeiras semanas da gravidez, pode dever-se a várias causas que podem estar, ou não, diretamente relacionadas com a gravidez. Contudo, a causa mais comum para o sangramento no início da gravidez é o aborto espontâneo.

A causa mais comum de sangramento no início da gravidez é um aborto espontâneo e a causa mais grave de sangramento vaginal, a gravidez ectópica.

O 1º trimestre é particularmente sensível para o desenvolvimento embrionário e, por uma variedade de fatores, o embrião pode não ser compatível com a vida. Nestas circunstâncias, a natureza encarrega-se de por fim à gestação.

Por volta da 13ª semana de gravidez, com a finalização do desenvolvimento das principiais estruturas do corpo e dos órgãos vitais do bebé, o risco de aborto cai para cerca de 65%.

1. Aborto espontâneo

Qualquer tipo de aborto pode causar sangramentos do útero fora do ciclo menstrual (metrorragia):

  • Ameaça de aborto: assim designado quando se está perante uma gravidez evolutiva, ou com potencial de evoluir, com embrião / feto vivo, membranas amnióticas intactas e com sangramentos do útero;
  • Aborto inevitável: quando há rutura das membranas amnióticas, dilatação do colo do útero, sangramentos do útero com dor, expulsão iminente do produto da conceção ou presença deste no colo do útero;
  • Aborto completo: quando todo o conteúdo do útero, incluindo o embrião / feto e a placenta, são expulsos e o colo do útero está fechado após a expulsão;
  • Aborto incompleto: quando parte do produto da gestação foi expulso para fora do útero mas parte continua retido no útero;
  • Aborto séptico: quando há uma infeção no interior do útero antes, durante ou após o aborto;
  • Aborto retido: quando o embrião / feto se mantém dentro da cavidade uterina mas não se registam batimentos cardíacos em saco gestacional com diâmetro superior a 20 mm, ou há saco gestacional com diâmetro inferior a 20 mm, sem alteração ao fim de 7 dias. O colo do útero mantém-se fechado, sem sinal de aborto, mas o embrião / feto não sobreviveu;
  • Aborto recorrente: quando a mulher sofre de três ou mais abortos.

2. Gravidez ectópica

Outra complicação que pode estar na origem do sangramento no início da gravidez é uma gravidez ectópica. Esta é a causa mais perigosa para a saúde da mulher.

Numa gravidez ectópica, o embrião não desceu até ao útero, onde se deveria implantar, e alojou-se nas trompas de Falópio, nos ovários, no canal cervical ou no abdómen, onde se desenvolve.

A gravidez ectópica é uma urgência obstétrica porque pode provocar a rutura dos tecidos maternos e causar perda abundante de sangue.

Sangramento no início da gravidez: sinais de alerta

No início da gravidez, é importante estar atenta em relação a alguns sintomas e sinais que podem indicar algum problema com a gestação:

  • Sintomas que sugerem a pressão arterial demasiado baixa como desmaios, tonturas ou ritmo cardíaco acelerado;
  • Perda de grande quantidade de sangue pela vagina ou sangramento acompanhado de coágulos;
  • Dor abdominal intensa, que piora quando a mulher se move ou muda de posição;
  • Dor semelhante às cólicas menstruais (contrações);
  • Febre e calafrios, dor abdominal constante, secreção vaginal com cheiro fétido (alerta para aborto séptico);
  • Inchaço dos pés ou das mãos, náuseas intensas, vómitos, inchaço abdominal, perda de tecido pela vagina com um aspeto semelhante a um cacho de uvas (alerta para mola hidatiforme ou outra forma de doença trofoblástica gestacional);
  • Manchas de sangue ou sangramento leve, com secreção vaginal, dor durante a relação sexual, dor pélvica, ou ambas (alerta para vaginite);
  • Manchas de sangue ou sangramento leve com dor abdominal aguda, dor com irradiação para o ombro, náuseas e vómitos, febre, distensão abdominal (alerta para cervicite – infeção do colo do útero).

Sangramento no início da gravidez: quando consultar o médico?

Perante qualquer um dos sinais de alerta acima indicados, ou outros referenciados pelo médico, deve procurar-se ajuda médica imediata. No hospital / maternidade será sujeita a observações para determinar as causas do sangramento e a viabilidade do embrião / feto.

Como é feito o diagnóstico?

  • Os sintomas são avaliados;
  • É feita uma análise da história obstétrica da mulher, incluindo gestações anteriores, abortos espontâneos e abortos;
  • É medida a tensão arterial;
  • É realizado um exame físico para observação do colo do útero e a sensibilidade do útero ao toque;
  • Considerando a idade gestacional, poderá ser feita uma ecografia com Doppler para confirmar se existem batimentos cardíacos fetais.

De acordo com as conclusões destas observações, o médico poderá solicitar exames de diagnóstico complementares para aferir as causas do sangramento.

É importante saber responder às seguintes questões:

  • Grau de gravidade (número de pensos higiénicos usados por hora, por exemplo);
  • Se foi expulso algum tecido ou coágulo;
  • Caso exista dor (quando se iniciou, quanto tempo dura, se é constante ou intermitente, se diminui quando a mulher muda de posição, se começa em algum ponto específico, se é uma dor tipo cólica menstrual, etc.).

Exames complementares de diagnóstico

Se a gravidez ainda não foi confirmada por um médico (a mulher pode ainda não saber que está grávida) é realizado um teste à urina para confirmação de uma eventual gravidez. Se esta for confirmada, serão solicitados uma série de exames:

  • Determinação do tipo sanguíneo e do fator Rh

A necessidade de determinar o fator Rh materno, que pode ser positivo ou negativo, deve-se ao facto de uma mulher grávida com sangue Rh negativo precisar de ser tratada com imunoglobulina anti-d Rh para impedir a produção de anticorpos que podem atacar os glóbulos vermelhos do feto em gestações seguintes.

  • Ecografia vaginal

Para verificar se o saco gestacional, embrião/ feto estão presentes e se há batimento cardíaco fetal (que pode ser detetado a partir da 6ª semana de gestação). A ecografia também permite identificar se ocorreu um aborto, tipo de aborto ou se se trata de uma gravidez ectópica.

  • Avaliação dos níveis da hormona hCG

A hormona hCG ou hormona da gravidez, é produzida pela placenta com a função de inibir uma nova ovulação e garantir a manutenção da gestação. Medir os níveis de hCG permite interpretar os resultados da ecografia e distinguir uma gravidez normal de uma gravidez ectópica. Na gravidez molar, os níveis de hCG são muito elevados.

  • Hemograma completo

Tratamento do sangramento no início da gravidez:

Se o sangramento for abundante, e a mulher entrar em choque, é administrado sangue por via intravenosa.

1.  Quando não há possibilidade de evolução favorável da gravidez

Quando se confirma que não há forma de manter a gravidez, esta é interrompida.

No caso de uma gravidez ectópica, o médico poderá optar entre a toma de medicamentos ou pela remoção cirúrgica, dependendo do estádio e da localização do embrião.

Numa gravidez molar, o tecido que se formou de forma anormal no útero é removido.

2. Possibilidade de evolução favorável da gravidez

Embora possa ser aconselhado repouso na gravidez face a situações de ameaça de aborto, aborto inevitável ou aborto incompleto, não há evidência de que o repouso na cama ajude a prevenir ou a evitar o aborto espontâneo.

Se não houver evolução ou se surgirem outras complicações, pode ser necessário realizar uma curetagem uterina (ou aspiração do produto de conceção).

Abster-se de relações sexuais é aconselhável, embora as relações sexuais não estejam ligadas diretamente ao risco de aborto.

Esta informação é meramente indicativa, não pretendendo, em qualquer momento, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.

Quantos dias é normal ter um pequeno sangramento no início da gravidez?

O sangramento no primeiro trimestre da gravidez é comum nos primeiros 15 dias após a concepção e, neste caso, o sangramento é rosado, dura cerca de 2 dias e provoca cólicas iguais as da menstruação.

Como é o sangue que sai quando está grávida?

Os sangramentos da gravidez costumam ser vermelho vivo, exceto em causas como gravidez ectópica e abortamento completo, quando o sangramento é mais escurecido. De qualquer modo, as características do sangue costumam ser bem diferentes da menstruação.

Estou grávida e sangrando a 7 dias?

O que pode levar ao sangramento, de acordo com a fase da gravidez. Nas primeiras semanas, é normal acontecer a um pequeno sangramento, conhecido como nidação. "Ele pode significar apenas a acomodação do saco gestacional, estrutura que, em um primeiro momento, irá abrigar o embrião", explica o médico.

Qual é a cor do sangue no início da gravidez?

Logo no início da gestação é comum ocorrer o sangramento chamado de sangramento de implantação ou nidação, que costuma ser leve e rosado, mas também pode ter cor avermelhada.

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