Qual é a relação entre desenvolvimento sustentável e educação ambiental?

Qual é a relação entre desenvolvimento sustentável e educação ambiental?

Como a educação ambiental e a sustentabilidade se relacionam?

A Educação Ambiental promove uma conscientização do que realmente pode-se entender sobre o que é sustentabilidade, uma vez que, ao se estudar a o desenvolvimento sustentável deve- se visar à educação como base para fundamentar um conceito consciente e que realmente promova a sustentabilidade.

Como a educação ambiental e a sustentabilidade podem mudar o mundo?

A educação ambiental possibilita repensar práticas sociais e o papel dos professores como mediadores e transmissores de um conhecimento necessário para que os alunos adquiram uma compreensão essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade de ...

O que é sustentabilidade e educação ambiental?

A educação ambiental e sustentabilidade é uma das principais vertentes do sistema educacional e veio com o propósito de conscientizar a população sobre os impactos de suas ações com o planeta.

Qual a relação entre a sustentabilidade e o meio ambiente?

Sustentabilidade e meio ambiente fazem referência a todos os recursos naturais necessário para a sobrevivência e o desenvolvimento da sociedade. A sustentabilidade busca o uso racional destes recursos naturais sem comprometer o meio ambiente preservando os uso das gerações futuras.

Como a educação influencia os valores e atitudes das pessoas frente ao desenvolvimento e a sustentabilidade?

Por meio de atitudes e ações conscientes, o ser humano aprende a interagir de forma correta com o meio ambiente. ... Assim, por meio da educação ambiental, é possível promover o respeito ao meio ambiente e aos seus recursos através do desenvolvimento sustentável, fortalecendo a relação homem e natureza.

Como a educação ambiental pode ser entendida?

  • 1. Introdução A Educação Ambiental pode ser entendida como uma metodologia em conjunto, onde cada pessoa pode assumir e adquirir o papel de membro principal do processo de ensino/aprendizagem a ser desenvolvido, desde que cada pessoa ou grupo seja agente ativamente participativo na

Qual a relação entre educação ambiental e Desenvolvimento Sustentável?

  • Para a correta compreensão da relação entre a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável, é importante esclarecer o tema em seu percurso na história. Ainda que ligado às questões de preservação da natureza, o universo da ecologia não foi o berço do surgimento da educação ambiental.

Qual a importância da educação ambiental para a sociedade?

  • Como vimos acima, a educação ambiental é imprescindível para que a sociedade conviva em uma relação de equilíbrio com a natureza, e precisa estar disponível para todas as faixas etárias.

Qual o objetivo principal da educação ambiental?

  • O objetivo principal da educação ambiental é desenvolver uma perspectiva de ação holística relacionando o homem à natureza. Para isso, leva em consideração que os recursos naturais são limitados e que o principal responsável pela degradação é o ser humano.

Qual é a relação entre desenvolvimento sustentável e educação ambiental?
Artigos

Educa��o Ambiental em A��o 37

EDUCA��O PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENT�VEL E EDUCA��O AMBIENTAL

Antonia Francivan Vieira Castelo BRANCO1; Zoraia �rsula Silva de Alencar LINARD2; Ana Carolina Braga de SOUSA3

1 � Graduada em Matem�tica e mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela Universidade Federal do Cear� (UFC), ; 2 � Graduada em Biologia e mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela Universidade Federal do Cear� (UFC), ; 3 � Graduada em Hist�ria e mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela Universidade Federal do Cear� (UFC), .

End.: R. Braz de Francesco, n� 100, apto 404, bl. 13, S�o Gerado, Fortaleza (CE), CEP: 60.325-010

Eixo: Educa��o Ambiental e Seus Contextos

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma abordagem da educa��o ambiental e educa��o para o desenvolvimento sustent�vel, apontando a interdisciplinaridade como instrumento para a concretiza��o de tais propostas na escola. S�o apresentadas diretrizes nacionais, como a Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental e os Par�metros Curriculares Nacionais, e internacionais, como algumas conven��es, para uma melhor reflex�o sobre a aplica��o da tem�tica na sala de aula.

Palavras-chave: Educa��o Ambiental. Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel. Interdisciplinaridade.

1. Introdu��o

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Desde o in�cio dos movimentos ambientalistas a educa��o foi tida como um instrumento indispens�vel de sensibiliza��o, conscientiza��o, informa��o e forma��o das pessoas para a promo��o de uma consci�ncia ambiental que venha propiciar mudan�a de valores, comportamentos e atitudes. Mas foi na primeira grande Confer�ncia das Na��es Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, no ano de 1972, que se reconheceu oficialmente a import�ncia da Educa��o Ambiental (EA) em trazer assuntos relacionados ao meio ambiente para a popula��o mundial.

Da Confer�ncia Intergovernamental sobre Educa��o Ambiental, em Tbilisi, em 1977 � marco hist�rico da evolu��o do tema � foi criado um documento que estabelece os princ�pios que orientam a EA e destaca seu car�ter interdisciplinar, cr�tico, �tico e transformador, abrangendo, assim, os aspectos pol�ticos, sociais, econ�micos, cient�ficos, ecol�gicos, culturais e �ticos que integram seu conte�do.

As Confer�ncias Internacionais sobre Educa��o Ambiental recomendam que a EA n�o seja praticada somente nas escolas. Sua promo��o deve ser de maneira formal e n�o-formal e atrav�s dos meios de comunica��o de massa.

A Resolu��o da Assembl�ia Geral das Na��es Unidas A/RES/57/24, de 21 de fevereiro de 2003, definiu o per�odo de 2005 a 2014 como a D�cada de Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel, ressaltando que a educa��o � fundamental para se alcan�ar o desenvolvimento sustent�vel.

O desenvolvimento sustent�vel visa conciliar crescimento econ�mico, desenvolvimento humano e uso racional dos recursos naturais para atender as necessidades presentes e futuras.

Assim, objetiva-se com este trabalho apresentar as dimens�es da educa��o ambiental e da educa��o para o desenvolvimento sustent�vel, com abordagem interdisciplinar, como instrumentos para uma sociedade sustent�vel, partindo da escola.

2. Referencial Te�rico

De acordo com Freire (2006) �n�o h� educa��o fora das sociedades humanas e n�o h� homem no vazio�, de forma que, a educa��o ambiental deve ser questionadora e atuante na busca por um entendimento das rela��es entre homem, natureza e sociedade.

A educa��o ambiental � importante, porque no contexto da viv�ncia da sociedade � estudada a intera��o homem-natureza, em que segundo Capra (2003, p. 21) o ambiente n�o � composto por seres isolados e sim por uma rede de rela��es interdependentes entre os elementos � dentre eles o homem, formando a teia da vida. Capra (2003, p. 25) salienta que ensinar o saber ecol�gico � o papel mais importante da educa��o no s�culo XXI. Esse saber deve atingir n�o apenas aos alunos de todos os n�veis de ensino, mas tamb�m a pol�ticos, empres�rios e profissionais de todas as �reas.

Na perspectiva de uma educa��o ambiental permanente, Esteves (1998) observa que a educa��o ambiental deve se dirigir �s pessoas de todas as idades e n�veis sociais, e que deve ser garantida pelos respectivos setores de educa��o formal e informal. No �mbito da educa��o formal, a educa��o ambiental deve abranger os diversos n�veis de escolaridade, desde o pr�-escolar at� ao universit�rio.

Segundo Guimar�es (1995):

A educa��o ambiental vem sendo definida como eminentemente interdisciplinar orientada para a resolu��o de problemas sociais. � participativa, comunit�ria, criativa e valoriza a a��o. � uma educa��o cr�tica da realidade vivenciada, formadora da cidadania. � transformadora de valores e atitudes atrav�s da constru��o de novos h�bitos e conhecimentos, criadora de uma nova �tica, sensibilizadora e conscientizadora para as rela��es integradas ser humano\sociedade\natureza objetivando o equil�brio local e global, como forma de obten��o da melhoria da qualidade de todos os n�veis de vida.

De acordo com Nicolescu (1999), �a transdisciplinaridade diz respeito aquilo que est� ao mesmo tempo entre as disciplinas, atrav�s das diferentes disciplinas e al�m de qualquer disciplina�, nessa perspectiva, a educa��o ambiental e a educa��o para o desenvolvimento sustent�vel se apresentam como transdisciplinar, envolvendo n�o unicamente a dimens�o escolar, mas tamb�m uma educa��o para a vida.

Segundo UNESCO (2005, p. 65) a educa��o para o desenvolvimento sustent�vel visa uma educa��o de qualidade, incrementada por ensinamento de valores, comportamento e estilo de vida que proporcione uma transforma��o social positiva e sustent�vel.

A Educa��o Ambiental (EA) e a Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel (EDS) s�o importantes pe�as contribuintes para as mudan�as em prol de estilos de vida sustent�veis. De acordo com Capra (2003, p. 19), o conceito de desenvolvimento sustent�vel, apresentado no Relat�rio Brundtland � Nosso Futuro Comum, foi adaptado da defini��o de comunidade sustent�vel, apresentada em 1980, por Lester Brow, em que definia como a capacidade de satisfazer as necessidades presentes sem comprometer as oportunidades futuras. Assim, a sobreviv�ncia das pr�ximas gera��es depender� da alfabetiza��o ecol�gica da sociedade atual.

3. Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel

Tendo em vista a import�ncia de se propor um modelo de educa��o voltada a um novo direcionamento do mundo para o s�culo XXI, definiu-se a D�cada da Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel, para o per�odo de 2005 a 2014, onde tem como �reas priorit�rias sociedade, meio ambiente e economia, com base nos aspectos culturais de cada pa�s.

Os fundamentos da educa��o para o desenvolvimento sustent�vel partem da problem�tica da degrada��o dos recursos naturais e sua conseq�ente escassez para as gera��es presentes e futuras. Da� surge a necessidade de uma mudan�a de posicionamento de comportamento da sociedade frente ao modelo de crescimento econ�mico atual � gerador de exclus�o social e polui��o ambiental.

Para UNESCO (2005, p. 26), o F�rum sobre Educa��o Mundial, realizado em 2000, em Senegal, reafirmou os princ�pios da Declara��o Mundial sobre Educa��o para Todos, realizado em 1990, na Tail�ndia e compartilha com a Declara��o Universal de Direitos Humanos ao reconhecer que a �educa��o � um direito humano fundamental e fator decisivo para o desenvolvimento sustent�vel, para a paz e estabilidade, para o crescimento socioecon�mico e para a constru��o de uma Na��o�. A Eco 92, j� apontava atrav�s da Agenda 21, a prioridade de uma educa��o voltada a reflex�es sobre o modelo de desenvolvimento que est� comprometendo a sustentabilidade do planeta.

O �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) � definido a partir de indicadores de renda, sa�de (longevidade de vida) e educa��o (taxas de matr�cula e de alfabetizados). Por�m, no �mbito da educa��o, este indicador n�o avalia as defici�ncias e n�vel de qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Identificada a necessidade de avaliar a educa��o n�o apenas de forma quantitativa, mas tamb�m de forma qualitativa, em 2000, a comunidade internacional adotou os Objetivos de Desenvolvimento do Mil�nio, onde aponta como uma das metas o aumento da oferta de educa��o, corrigindo suas desigualdades de g�nero. Tamb�m consiste como uma das metas do Mil�nio a elabora��o de estrat�gias nacionais para o desenvolvimento sustent�vel.

O crescimento econ�mico gera desenvolvimento para os ricos e maior desigualdade para os pobres. Segundo Brown apud UNESCO (2005, p. 29), de 1950 a 1997, triplicou o uso de madeira para constru��o e o consumo de gr�os, o combust�vel f�ssil quase quadruplicou e os poluentes do ar e da �gua multiplicaram-se v�rias vezes. Enquanto os ricos usufruem da qualidade de vida, os pobres n�o t�m moradia digna, s�o v�timas da fome ou de desnutri��o, vivendo em condi��es subumanas, pois s�o exclu�dos do desenvolvimento.

Se o atual modelo econ�mico n�o garante o suprimento do b�sico � sobreviv�ncia de todos os indiv�duos de nossa esp�cie, h� uma urgente necessidade de se refletir sobre a forma de consumo e a tend�ncia desse modelo econ�mico frente aos limitados recursos naturais.

Assim, a educa��o � uma ferramenta para reflex�o sobre os caminhos para se atingir o desenvolvimento sustent�vel � com as devidas melhorias da qualidade ambiental e justi�a social.

A educa��o ambiental aborda sobre as rela��es do homem com o meio ambiente e suas formas de preserv�-lo e conserv�-lo. J� a educa��o para o desenvolvimento sustent�vel contextualiza a educa��o ambiental no aspecto socioecon�mico com base na dimens�o cultural. Seu ensino deve acontecer de forma interdisciplinar e n�o ser tratado de forma isolada em disciplina espec�fica. Sua metodologia deve favorecer an�lise do modelo econ�mico atual e do modelo de desenvolvimento sustent�vel almejado, utilizando-se do pensamento cr�tico e apontando solu��es para os problemas resultantes do modelo econ�mico.

4. Educa��o Ambiental no Brasil

No Brasil, a Educa��o Ambiental ganha import�ncia a partir de meados da d�cada de 1980, �poca em que se iniciou a produ��o de alguns trabalhos e artigos sobre o tema, tomando assentono sistema normativo, primeiramente por meio da Lei 6.938/81, que instituiu a Pol�tica Nacional do Meio Ambiente, considerada marco da preocupa��o ambiental no Brasil. A Educa��o Ambiental tem por objetivo, conforme Brasil (1981), em seu art. 2�, a preserva��o, melhoria e recupera��o da qualidade ambiental prop�cia � vida, visando assegurar, no Pa�s, condi��es ao desenvolvimento socioecon�mico, aos interesses da seguran�a nacional e � prote��o da dignidade da vida humana.

A Constitui��o Federal Brasileira de 1988, no art. 225, par�grafo 1�, inciso VI, sobre Meio Ambiente institui como compet�ncia do Poder P�blico a necessidade de �promover Educa��o Ambiental em todos os n�veis de ensino e a conscientiza��o p�blica para preserva��o do Meio Ambiente�. No entanto, a maior contribui��o tem sido dada pelos movimentos da pr�pria sociedade, das organiza��es n�o-governamentais, dos movimentos culturais e dos ve�culos de comunica��o.��

Ap�s a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (Rio 92), uma importante iniciativa do governo brasileira, j� prevista desde a Confer�ncia de Estocolmo (1972), foi aprovar, em 1994, a proposta que criou o Programa Nacional de Educa��o Ambiental (PRONEA), que teve sua a��o focada na EA e Gest�o Ambiental.

Como concre��o do direito fundamental ao meio ambiente, surge a Lei n� 9.795/99, que disp�e sobre a Educa��o Ambiental e institui a Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental (PNEA). Essa lei considera a EA como um permanente processo formal e informal de educa��o e que deve estar presente em todos os n�veis e modalidades educativas, responsabiliza e envolve todos os setores da sociedade e incorpora oficialmente a EA nos sistemas de ensino. Para Brasil (1999), segundo o art. 1� do mesmo Diploma Legal, Educa��o Ambiental � �o processo por meio dos quais os indiv�duos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e compet�ncias voltadas para a conserva��o do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial � sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.�

Por ocasi�o da Rio 92, o Tratado de Educa��o Ambiental para Sociedades Sustent�veis e Responsabilidade Global estabelece a no��o de que a EA deve ser pautada sob uma perspectiva hol�stica, enfocando, de forma interdisciplinar, a rela��o do homem com a natureza e o universo.

A Educa��o Ambiental, assim como a educa��o b�sica, deve come�ar em casa e extrapolar os muros; gerar conhecimento local, regional e global e envolver toda a comunidade. No entanto, apesar das tentativas e esfor�os de introduzir a EA nos diferentes n�veis escolares, essa id�ia n�o tem alcan�ado o �xito desej�vel. A defici�ncia se apresenta desde as s�ries iniciais at� o n�vel superior, uma vez quea maioria dos cursos n�o trabalha a tem�tica, fato que reflete negativamente perante a necessidade de que os futuros profissionais contribuam mais eficazmente para a preserva��o do meio ambiente.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o (LDB) prev� a Educa��o Ambiental como uma diretriz para o curr�culo da educa��o formal. Com isso, o Minist�rio da Educa��o (MEC) apresentou, nos Par�metros Curriculares Nacionais (PCN�s) para o Ensino Fundamental, dentre outros temas, o meio ambiente, como tema transversal, no curr�culo escolar.

Os Par�metros Curriculares Nacionais (PCN�s) estabelecem objetivos (metas de qualidade) ao Ensino Fundamental, no sentido de despertar o aluno para sua participa��o na sociedade com cidadania e consci�ncia cr�tica.

Os temas transversais n�o formam novas �reas, e sim um conjunto de temas ligados �s quest�es sociais que permeiam todas as �reas durante a escolaridade do Ensino Fundamental. Essa abordagem no universo dos temas transversais e de forma interdisciplinar significa um avan�o qualitativo da forma��o dos discentes, que passam a compreender melhor o significado do que estudam.

Conforme o PCN para o Meio Ambiente (1998, p.187), a principal fun��o do trabalho com o tema Meio Ambiente � contribuir para a forma��o de cidad�os conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global.

Decorridos vinte anos da Confer�ncia de Tbilisi, aconteceu no Brasil, em 1997, a I Confer�ncia Nacional de Educa��o, que teve como resultado v�rios textos editados, dentre eles, o Relat�rio Levantamento Nacional de Educa��o Ambiental e a Declara��o de Bras�lia para a Educa��o Ambiental, que consolida as sugest�es de diretrizes pol�ticas para a EA brasileira.

Cumpre acentuar a no��o de que as quest�es ambientais n�o est�o dissociadas das quest�es econ�micas, pol�ticas, sociais e culturais. A explora��o dos recursos naturais, com o objetivo de atender as necessidades do sistema capitalista, tem contribu�do para o aumento dos problemas ambientais, que envolvem desde a destrui��o de habitats e a eleva��o da temperatura do planeta Terra, at� ao acesso desigual a recursos e servi�os ambientais. Perante esse sistema, a legisla��o vigente tem defici�ncia em fazer a gest�o da superexplora��o, degrada��o e polui��o ambiental. Assim sendo, impedem que ocorram mudan�as imediatas de atitudes para com o meio ambiente, haja vista que tudo est� interligado, isto �, o que � feito � natureza reflete sobre o homem.

A vida sustent�vel deve ser o novo molde para todos os n�veis: individual, coletivo e mundial. Assumir esse novo molde requer uma mudan�a substancial nas atitudes e pr�ticas de cada indiv�duo. Para isso, surge a necessidade de refletir a import�ncia da �tica para uma vida sustent�vel. E isso, � um desafio para a sociedade atual e, em especial, para os professores e educadores ambientais, que s�o incumbidos dessa tarefa, trazer para o debate a liga��o existente entre a degrada��o do meio ambiente, o modelo de produ��o capitalista e os problemas sociais, bem como trabalhar as diversidades culturais e ideol�gicas.

����� �A Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental e os PCN�s s�o ferramentas importantes da Educa��o Ambiental, pois ambos tratam das diretrizes que norteiam essas quest�es no �mbito educacional no Brasil e d�o direcionamentos para o desenvolvimento sustent�vel. Segundo Bridger e Luloff (1999 apud CAMARGO, 2003, p.91), �as comunidades podem ser consideradas sustent�veis quando alcan�am as necessidades econ�micas de seus habitantes, consideram a import�ncia do meio ambiente e protegem-no al�m de promoverem sociedades locais mais humanas�.

Para que o desenvolvimento possa ser considerado sustent�vel � preciso reconhecer, valorizar e desenvolver as potencialidades (naturais e humanas) locais, regionais e globais, bem como, respeitar as diversidades culturais, �tnicas e religiosas de cada povo. A Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental e os PCN�s conduzem a essa perspectiva: abordar quest�es amplas e ao mesmo tempo atentar para as especificidades locais e regionais.

A educa��o sozinha n�o resolve todos os problemas ambientais nem � suficiente para mudar os rumos do planeta. No entanto, em muito contribui para formar cidad�os mais conscientes, cr�ticos, participativos e respons�veis pelo futuro do nosso planeta.

Os governos, setores p�blicos e privados, as organiza��es n�o governamentais e a sociedade civil em geral, devem perceber que a Educa��o Ambiental e a Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel podem contribuir significativamente para o desenvolvimento econ�mico, social e humano. No entanto, para uma maior supera��o dos problemas e um melhor desenvolvimento econ�mico e humano n�o basta desenvolver uma consci�ncia ambiental, � preciso ocorrer mudan�as no modelo de sociedade atualmente vivido pela maioria dos povos do mundo.

A busca por um desenvolvimento integrado e sustent�vel vem permeando discuss�es desde as primeiras percep��es de que, as interven��es do homem sobre a natureza podem trazer impactos que levam as condi��es humanas a limites de seus n�veis de sobreviv�ncia.

Diante da crise ambiental que se torna mais evidente a partir da d�cada de 60 do s�culo XX, as sociedades se prop�em a refletir sobre a degrada��o ambiental, a limita��o ou esgotamento de seus recursos naturais, e as conseq��ncias que tem surgido e ainda podem surgir a partir da continuidade desse uso irracional do ambiente que segundo Leff (2001):

Deve ser compreendido, nessa perspectiva a partir de um novo conceito que envolve uma vis�o de desenvolvimento humano, que reintegra os valores e potenciais da natureza, as externalidades sociais, os saberes subjugados e a complexidade do mundo negados pela racionalidade (...) o ambiente emerge como um saber reintegrador da diversidade de novos valores �ticos e est�ticos e dos potenciais sin�rgicos gerados pela articula��o de processos ecol�gicos, tecnol�gicos e culturais. O saber ambiental ocupa seu lugar no vazio deixado pelo progresso da racionalidade cientifica, como sintoma de sua falta de conhecimento e como sinal de um processo intermin�vel de produ��o te�rica e de a��es pr�ticas orientadas por uma utopia: A constru��o de um mundo sustent�vel, democr�tico, igualit�rio e diverso.

Na constru��o desse mundo de maneira real, sustent�vel e continuada, a educa��o ambiental e educa��o para o desenvolvimento sustent�vel podem ser compreendidas metodologicamente como forma de alcan�ar tais prop�sitos, percebendo o homem enquanto agente transformador, compreendendo criticamente o ambiente ao qual faz parte (extrapolando os aspectos f�sico-biol�gicos), as rela��es que se estabelecem entre os diversos elementos e grupos que o constituem, e como se posicionar diante das discuss�es e decis�es pol�ticas, sociais, econ�micas e ambientais.

Estes modelos de educa��o surgem a partir da defini��o de novos paradigmas de sustentabilidade, que prop�e a constru��o de valores �ticos, de igualdade e de qualidade de vida para todos, que al�m do atendimento das necessidades b�sicas de alimenta��o, sa�de, moradia e educa��o, compreendem o respeito � diversidade cultural, a participa��o coletiva nas decis�es pol�ticas e o acesso ao desenvolvimento econ�mico que garanta bem-estar e desenvolvimento sustent�vel de forma global e igualit�ria, tornando-se imprescind�vel para o desenvolvimento de novas posturas e novas pr�ticas do homem para com o meio ambiente.

A educa��o ambiental deve tamb�m ser trabalhada unificando a aprendizagem te�rica e a pr�tica educativa, compreendendo a complexidade das rela��es entre o ser humano e a natureza como partes de um ambiente integrado e complementar que se modifica, transforma e se autoregula, mas que, a partir da interven��o humana pode sofrer impactos irrevers�veis, chegando at� a destrui��o e esgotamento dos recursos naturais e a perda irrecuper�vel da biodiversidade.

A educa��o ambiental deve ser analisada levando em considera��o a a��o do homem como sujeito social, respons�vel pelos seus atos. A constru��o desse processo deve ser iniciada desde a inf�ncia, pois, como afirma Figueiredo (2006):

No ensino da educa��o ambiental infantil, � necess�rio ter, como um pressuposto inicial, a crian�a como um sujeito epist�mico, que se constitui permanentemente nas rela��es que estabelece com o mundo, com o outro e consigo mesmo. Sujeito capaz de pr�xis transformadora, de extrair sentido de suas a��es e, consequentemente, produzir teorias a cerca delas. Encontra na rela��o com o mundo por meio da pr�xis sua continua transforma��o em �ser mais�. Dessa maneira, carrega o dom de ser capaz, de transformar, de revolucionar.

5. Interdisciplinaridade

A fundamenta��o do processo de ensino-aprendizagem que � proposto se estabelece na leitura de mundo que visa � transforma��o socioambiental, a partir de uma abordagem e pr�tica educativa libertadora que leva em considera��o a autonomia, as rela��es, as problematiza��es e a fus�o de linguagens e conhecimentos atrav�s de uma dimens�o transdisciplinar e interdisciplinar.

Na interdisciplinaridade, a quest�o ambiental est� inserida na disciplina do curr�culo e vice-versa. A interdisciplinaridade surge a partir do di�logo entre v�rias disciplinas sobre um tema central. As problem�ticas ambientais contempor�neas devem ser estudadas de forma interdisciplinar, pois uma disciplina espec�fica n�o consegue explicar fen�menos em sua totalidade sem recorrer �s demais �reas do conhecimento. A conex�o entre estas �reas, na explora��o de tem�ticas ligadas ao meio ambiente possibilita ao aluno compreender o objeto de estudo de forma globalizada, e n�o fragmentada. Quando a metodologia de ensino se limita � forma disciplinar, n�o tem arcabou�o para tratar de tem�ticas de forma mais complexa. O trabalho interdisciplinar traz para discuss�o de forma contextualizada com a viv�ncia do aluno, fazendo uma rela��o entre os elementos da vida do estudante e do conhecimento.

Sobre a abordagem da tem�tica ambiental nas diversas disciplinas, Coimbra (2000, p. 53) enfatiza que a interdisciplinaridade n�o se limita a ser um m�todo de ensino, pois � uma mola propulsora na reformula��o do saber.

A institui��o escolar tem um papel relevante na transforma��o social. E trabalhar de forma interdisciplinar n�o � tarefa f�cil. � preciso existir maiores investimentos na forma��o dos docentes que venham proporcionar mudan�as nas pr�ticas pedag�gicas, e que estas possam contribuir para atingir de forma satisfat�ria os objetivos propostos pelos instrumentos norteadores da educa��o.������������������������

A multiplicidade de saberes deve ser contemplada no estudo e constru��o de uma educa��o ambiental voltada para a constitui��o de um desenvolvimento sustent�vel. As diversas formas de aprendizagem, de linguagens, de conceitos (como por exemplo: conviv�ncia, manejo, preserva��o, direitos, deveres e custos sociais), de contextos hist�ricos, pol�ticos e sociais, devem ser levados em considera��o na elabora��o dessa pr�tica educativa, valorizando experi�ncias e saberes, individuais e coletivos, e fundindo todos esses conhecimentos de forma a possibilitar conscientiza��o e continuidade de uma educa��o que gere qualidade de vida e desenvolvimento social igualit�rio, compreendendo o homem enquanto ser complexo em uma ordem biol�gica e enquanto sujeito que tem necessidades a serem atendidas e que precisa fazer escolhas, posto que, os bens e os recursos s�o escassos, e a partir dessas escolhas, como atender suas necessidades percebendo o direito do outro e das gera��es que surgir�o no futuro.

Para Morin (2000), na constru��o da transdisciplinaridade � necess�rio ter embasamento em um pensamento complexo organizador que leva em considera��o o que ele define como os sete saberes: o entendimento da possibilidade do erro, do conhecimento pertinente, o ensino da condi��o humana, da identidade da terra, do enfrentamento das incertezas, do ensino da compreens�o e o desenvolvimento da �tica do g�nero humano.

Quanto a educa��o ambiental aplicada na dimens�o escolar, Figueiredo (2006) afirma que:

A escola assumiu ares de independ�ncia em sua rela��o com o meio ambiente que a acolhe. A sala de aula tornou-se um espa�o de restri��o da liberdade e de controle dos movimentos naturais (...), � necess�rio que a educa��o retome os elos e consolide pontes com o entorno das escolas. � importante que o movimento de aprendizagem escolar possa incorporar a vida din�mica e pr�pria dos educandos como refer�ncia fundamental.

� O autor prop�e tamb�m tratar das problem�ticas da comunidade e envolver educandos e educadores, grupo gestor e funcion�rios, enfim, todos os elementos que constituem o ambiente escolar nessa proposta de constru��o de uma educa��o ambiental questionadora, atuante, participativa e integradora que desenvolva a��es para um mundo mais igualit�rio e sustent�vel.

6. Considera��es finais

Conclui-se que a interdisciplinaridade � um instrumento para dar efic�cia � aplica��o da educa��o ambiental, juntamente com a educa��o para o desenvolvimento sustent�vel, sendo que ambas s�o base para a sustentabilidade. O que se pode esperar de uma sociedade que incorpora os princ�pios da educa��o ambiental e da educa��o para o desenvolvimento sustent�vel � de comunidades que usufruem de uma concreta aplica��o destes fundamentos, despertando em conserva��o nos recursos naturais agregada �s potencialidades econ�micas sustent�veis. A educa��o com sua dissemina��o de valores, mudan�a de atitude e com base em princ�pios �ticos � um instrumento para enfrentar o desafio a um caminho para uma sociedade sustent�vel.

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Ilustra��es: Silvana Santos

Qual a relação entre educação ambiental e desenvolvimento sustentável?

A Educação ambiental vem como um agente de mudança para uma agricultura sustentável, sem agredir o meio ambiente, não usar agrotóxicos, fixar o homem no campo e gerar uma alimentação de qualidade para a população.

Qual é a relação que existe entre meio ambiente e sustentabilidade?

Meio ambiente faz referência a todos os recursos naturais necessário para a sobrevivência e o desenvolvimento da sociedade. A sustentabilidade busca o uso racional destes recursos naturais sem comprometer o meio ambiente preservando os uso das gerações futuras.

Qual a relação da sustentabilidade com a educação?

Os benefícios de ser exposto a uma Educação Sustentável são enormes. A começar pela formação de cidadãos mais críticos e conscientes. As pessoas que recebem esse ensino não são apenas mais atuantes, mas também mais preocupadas com o impacto que suas próprias ações causam ao meio ambiente.

Qual a relação existente entre a gestão ambiental e desenvolvimento sustentável?

O gestor ambiental tem uma participação fundamental para o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável. Eles elaboram projetos com o objetivo de alcançar resultados positivos em relação ao meio ambiente, bem como a redução dos impactos ambientais provocados pelas ações da empresa.