Qual a relação do Brasil com a Síria?

Altas autoridades do governo sírio já comunicaram oficialmente ao diplomata Fabio Pitaluga, aprovado nesta quarta-feira (5) pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) para a chefia da embaixada brasileira em Damasco, que o Brasil e as empresas brasileiras são vistas como prioritárias no processo de reconstrução da infraestrutura da Síria, devastada por uma guerra civil que aproxima-se do fim. Essa foi a mensagem passada pelo próprio Pitaluga durante sabatina na CRE. Desde setembro o diplomata já atua na embaixada como encarregado de negócios.

— A Síria está no final dessa guerra trágica e nos próximos anos inicia-se um grande processo de reconstrução. E nesse processo é crucial que o Brasil saiba se posicionar. Altas autoridades do governo deixam claro pra mim que o Brasil e suas empresas são percebidas como entre as prioritárias. Calcula-se que a reconstrução demandará US$ 400 bilhões. Vejo oportunidades na área de indústrias, agronegócio em geral e petróleo, por exemplo. O setor de petróleo sírio foi muito afetado, eles precisam de um grande apoio em máquinas, equipamentos e novas tecnologias. Nós temos muito a oferecer neste campo, assim como na parte de xisto — detalhou.

Além dessas áreas, Pitaluga também avaliou que serão abertas oportunidades nas áreas de mineração, energia elétrica, saúde, construção civil, turismo, pecuária e indústria de laticínios. Uma das prioridades do embaixador é reativar o Conselho Empresarial Brasil-Síria, que deixou de operar devido à guerra.

Brasil, nação amiga

O diplomata informou que as boas relações entre Brasil e Síria são fruto de um entendimento histórico, e também pela postura brasileira, durante todo o período da guerra civil, de reiterar a soberania e independência da nação árabe na superação do momento trágico. Também pesa muito para os sírios a grande comunidade deles que vive aqui, por isso o Brasil é percebido por parcela da população como “o segundo país”, disse Pitaluga.

— Não fechamos a embaixada durante todo este período de guerra. Deixamos claro que apoiamos todos os esforços multilaterais na solução política visando à paz, num processo conduzido pelos próprios sírios, facilitado pela ONU, sem interferências externas. Defendemos a soberania, integridade territorial e independência do país e apoiamos o Diálogo Nacional Sírio ocorrido em Sochi [Rússia] — afirmou.

Ao final, Pitaluga ressaltou que a situação síria ainda tem certa instabilidade, uma vez que combates ainda ocorrem em algumas cidades. Mas a tendência percebida pelas autoridades e outros setores envolvidos é de que a conflagração termine.

Collor

O presidente da CRE, Fernando Collor (PTC-AL) — que visitou recentemente a Síria e reuniu-se com o presidente Bashar Al-Assad — responsabilizou potências estrangeiras pelo longo conflito no país.

— As grandes potências, que deveriam preservar a estabilidade mundial, são hoje as principais causadoras da instabilidade. Tudo que vemos na Síria, por exemplo, é absurdo. É fora de qualquer explicação plausível, a não ser a ganância, a avareza, o ímpeto de dominação que essas grandes potências têm. Provocam um enorme sofrimento na população mais simples, já são 500 mil mortes e 13 milhões de desterrados — lamentou o senador, que por outro lado elogiou a forma como o Itamaraty vem se conduzindo durante todo o processo.

Embaixada em Jerusalém

Também durante a sabatina, Cristovam Buarque (PPS-DF) e Lindbergh Farias (PT-RJ) manifestaram preocupação quanto à possibilidade de mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, anunciada pelo futuro governo de Jair Bolsonaro. No entender dos senadores, isso provocará reações imediatas dos países árabes. Sem mencionar a mudança da embaixada, Pitaluga esclareceu que de fato qualquer decisão do governo brasileiro no relacionamento com estas nações precisa ser “muito bem refletida e aproveitar as oportunidades que se abrem”.

O senador Guaracy Silveira (DC-TO) também ressaltou que historicamente a Síria é uma das mais abertas nações árabes em relação à participação de diferentes etnias e religiões nas determinações de Estado, o que foi confirmado por Pitaluga.

A análise da indicação do embaixador segue agora para o Plenário do Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

22 nov 2022

Principais Produtos Exportados para Síria

No artigo de hoje nós vamos entender um pouco mais sobre os detalhes envolvendo as Exportações para Síria. Veja também a relação da balança comercial entre o país da Oriente Médio e o Brasil, bem como sua economia local.

Nosso país possui um grande mercado interno o que, sem dúvida, representa uma situação econômica importante para muitas empresas. Entretanto, mesmo neste cenário, cada vez mais, os empresários brasileiros começam a considerar as exportações como uma decisão estratégica importante para o desenvolvimento dos seus negócios.

Quer conhecer mais sobre as exportações brasileiras para Síria? Então pegue o seu café e venha comigo.

Exportações para Síria: principais produtos

Segundo levantamentos realizados pelo Comex Stat, em 2022, os principais produtos brasileiros exportados para Síria são:

Posição Produto Valor FOB US$
PRODUTOS ALIMENTICIOS E ANIMAIS VIVOS 10420127
ARTIGOS MANUFATURADOS, CLASSIFICADOS PRINCIPALMENTE PELO MATERIAL 324139
MATERIAS EM BRUTO, NAO COMESTIVEIS, EXCETO COMBUSTIVEIS 189582
PRODUTOS QUIMICOS E RELACIONADOS, N.E.P. 116553
OBRAS DIVERSAS 6265

Fonte: ComexStat - Dados do Ano de 2022.Principais Produtos Exportados pelo Brasil em 2022

Veja abaixo quais foram os 10 produtos mais exportados pelo Brasil em 2022, segundo informações do ComexStat.

    1. Soja
    2. Minério de ferro e seus concentrados
    3. Óleos brutos de Petróleo ou de minerais betuminosos, crus
    4. Açúcares e melaços
    5. Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada
    6. Farelos de Soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais
    7. Celulose
    8. Milho não moído, exceto milho doce
    9. Demais produtos - indústria da transformação
    10. Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas

    Fonte: ComexStat

    Quanto o Brasil exporta por ano?

    Confira abaixo o histórico das exportações brasileiras por ano. Veja o que o Brasil exportou na última década (2011 a 2020).

    Ano

    Valor exportado (FOB - em bilhões de dólares)

    2011

    255,936

    2012

    242,277

    2013

    241,967

    2014

    224,974

    2015

    190,971

    2016

    185,232

    2017

    217,739

    2018

    239,263

    2019

    225,383

    2020

    209,878

    2021

    280,814

    2022

    253,683 (até novembro)


    De fato, Síria tem um grande potencial a ser explorado no comércio exterior brasileiro. Confira também nossos textos sobre os Maiores Exportadores do Mundo e os Principais Portos do Mundo.

    Confira nosso texto abordando a Exportação no Brasil, nele você também irá conhecer os principais produtos comercializados com outros países.

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    Perguntas Frequentes

    O que é comércio exterior?

    Leandro Sprenger

    Empreendedor, Apaixonado por Tecnologia, Especialista em TI para Comércio Exterior e responsável pela criação de diversos sistemas de BI para Comex por mais de 15 anos. Co-criador da Plataforma de Ensino SimulaComex e do Sistema FComex.

    Por que a Síria está em guerra até hoje?

    A Guerra Civil Síria é um conflito que está em curso desde 2011 e que foi iniciado como consequência da Primavera Árabe. A população insatisfeita passou a protestar contra o governo de Bashar al-Assad, e a repressão violenta motivou opositores a se armarem para a guerra.

    Como está a guerra na Síria hoje?

    O governo de Assad recuperou o controle das maiores cidades da Síria, mas grande parte do país ainda está sob controle de rebeldes, jihadistas e das Forças Democráticas da Síria, sob a liderança dos curdos. Não houve grandes mudanças nas frentes de batalha por dois anos.

    Quais são os países envolvidos na guerra da Síria?

    Lutando inicialmente ao lado da oposição síria, as forças desta organização passaram a atacar qualquer uma das facções (sejam apoiadoras ou contrárias a Assad) envolvidas no conflito, buscando hegemonia total..
    Arábia Saudita..
    Catar..
    França..
    Estados Unidos (2011-17).
    Líbia (2011–13).
    Israel (desde 2013).

    Como é a vida na Síria hoje?

    Após 11 anos de conflito no país, cerca de 90% da população está vivendo na pobreza. A publicação destaca que a “Síria está indo para um novo abismo, com mais bombardeios e ações militares e também mais abduções e assassinatos em zonas de conflito”.