Quais são os legados deixados por Roma mesmo depois de sua queda as sociedades Ocidentals?

A importância de Roma como centro de difusão cultural do Ocidente foi tamanha que até os dias atuais algumas características do maior Império da Antiguidade ainda se fazem presentes.

As influências romanas são tantas que nos deparamos com elas todos os dias. Ou você não conhece um Augusto, um Júlio, um César, um Adriano, um Antônio? Ou mesmo você, que está lendo este texto, pode ter um desses nomes, que eram de pessoas que marcaram a história de Roma.

Isso ocorre em virtude da importância de Roma para o mundo ocidental. São nomes que permaneceram conhecidos ao longo do tempo e são utilizados até os dias atuais. Mas não são apenas os nomes que demonstram as influências romanas em nossa vida atual.

A língua que falamos no Brasil, a língua portuguesa que herdamos dos colonizadores, é uma língua derivada da língua falada em Roma: o latim. Também são derivados do latim o espanhol, o francês, o romeno e o italiano.

Além disso, o latim influenciou inúmeras palavras em idiomas como o inglês e o alemão. O latim também é utilizado para dar os nomes científicos de plantas e animais. A Igreja Católica, que se diz herdeira de Roma, tem ainda hoje como língua oficial o latim. Há não muito tempo, as missas eram todas celebradas em latim.

Usamos palavras em latim para definir alguns termos, principalmente os jurídicos. É o caso do habeas corpus. Nesse campo do conhecimento e da organização social — a ciência jurídica, o mundo ocidental sofreu intensa influência romana. Os códigos jurídicos atuais são também influência romana. Os Códigos de Lei romanos foram construídos ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças que ocorriam nas relações sociais da população.

Quais são os legados deixados por Roma mesmo depois de sua queda as sociedades Ocidentals?

Estátua da deusa da Justiça, no Palácio da Justiça de Roma. O Direito foi uma grande influência romana para o Ocidente

O Código de Leis romano era dividido em:

  • Jus Naturale, ou Direito Natural, que apresentava os fundamentos do direito romano e a noção de que o ser humano por natureza tinha direitos;

  • Jus Civile, ou Direito Civil, um conjunto de leis aplicado aos cidadãos de Roma;

  • Jus Gentium, ou Direito das Gentes, aplicados aos estrangeiros em um conjunto de leis abrangentes que não se levava em conta as nacionalidades.

Esse último é a base para o Direito Internacional como o conhecemos hoje. A noção de propriedade privada plena também surgiu com o Direito romano, o que pode explicar também sua atualização na sociedade capitalista atual, que tem como um de seus pilares a propriedade privada.

Os advogados em Roma tinham muito prestígio, sendo que, ao longo do tempo, a profissão passou por sistematizações no ensino. Nos debates, os advogados buscavam desenvolver a oratória, o que posteriormente poderia garantir a eles funções políticas importantes.

Esse último ponto, a política, também hoje sofre influências romanas. Basta refletir que termos como república, ditadura, senado, plebiscito, cônsul e magistrado, por exemplo, são de origem romana.


Por Me. Tales Pinto

Desagregação é o termo que os historiadores utilizam para explicar a queda do Império Romano, que aconteceu em 476 d.C., quando o último imperador romano, Rômulo Augusto, foi destituído por Odoacro, rei do povo germânico hérulo. A parte ocidental do império foi ocupada pelos germânicos, e a parte oriental continuou existindo sob o nome de Império Bizantino.

Crise do Império Romano

A crise do Império Romano iniciou-se a partir do século II-III d.C. Marcaram esse período a crise econômica, a corrupção, os sucessivos golpes e assassinatos realizados contra imperadores e, como elemento final, as invasões germânicas.

O século III foi marcado por uma grande sucessão de imperadores, o que evidenciou a instabilidade desse período, pois, em um período aproximado de 50 anos, o Império Romano teve cerca de 16 imperadores – muitos deles mortos após conspirações.

Além disso, o fim da expansão territorial romana afetou fortemente a economia. A partir do século II, o Império Romano passou a priorizar a manutenção do gigantesco território conquistado. Isso afetou diretamente o sistema escravista, que era sustentado a partir dos prisioneiros de guerra levados ao Império como escravos. A crise do sistema escravista foi ampliada na medida em que os povos conquistados recebiam o direito à cidadania romana.

Esse contexto desencadeou uma crise econômica em razão da diminuição da produção agrícola e do encarecimento dos alimentos. O encarecimento dos alimentos gerou fome, e revoltas aconteceram em determinadas regiões. Além disso, essa crise econômica afetou diretamente a manutenção dos exércitos localizados nos limes, as fronteiras do Império Romano.

Germânicos

A crise econômica resultou na diminuição do contingente militar romano e, assim, as fronteiras tornaram-se vulneráveis aos ataques estrangeiros. As fronteiras sempre foram ameaçadas por povos estrangeiros, mas, a partir do século II, essa ameaça acentuou-se e, no século V, tornou-se insustentável com o fluxo migratório dos germânicos.

Os povos germânicos eram chamados de “bárbaros” pelos romanos por não compartilharem a mesma cultura e por não falarem latim. Eles habitavam regiões ao norte e leste das fronteiras do império, que eram chamadas de Germânia pelos romanos. Além disso, parte dos povos germânicos – em sua maioria, pagãos – converteram-se ao cristianismo arianista, que havia sido condenado pela Igreja Católica como heresia. Isso contribuiu para que a rivalidade entre romanos e germânicos aumentasse. O arianismo era uma interpretação teológica do Cristianismo que negava a divindade de Jesus Cristo.

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As invasões germânicas, em geral, são explicadas pelo resfriamento climático e pelo aumento populacional, o que criou uma necessidade por melhores terras para garantir a sobrevivência. Por essa razão, partes do Império Romano (Gália e Península Ibérica) já haviam sido invadidas desde o século III.

O principal motivo levantado pelos historiadores para explicar a grande migração germânica do século V foi a chegada dos hunos – um povo nômade que havia migrado desde as estepes da Ásia Central. Por onde chegavam, os hunos traziam pânico, e muitos povos escolhiam fugir da presença huna. A chegada dos hunos causou a migração de dois povos para as terras ocidentais do Império Romano: ostrogodos e burgúndios.

Em 410, a cidade de Roma foi saqueada pelos visigodos e, a partir daí, uma sucessão de povos invadiu as terras romanas: alanos, suevos, vândalos, alamanos, jutos, anglos, saxões, hunos, francos etc. Todos esses povos, ao perceberem o enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano, instalaram-se nas terras e criaram novos reinos. Muitos deles foram absorvidos por outros a partir da guerra.

O Império Romano do Ocidente agonizou até 476, quando a cidade de Roma foi invadida pelos hérulos e o último imperador romano foi destituído. O estabelecimento dos povos germânicos nas antigas terras romanas levou ao surgimento de novos reinos, que originaram as nações modernas da Europa. As transformações que aconteceram nesse processo resultaram na formação das características que definiram a Europa no auge do período medieval.


Por Daniel Neves
Graduado em História

Quais são os legados deixados por Roma mesmo depois da queda às sociedades ocidentais?

Cabe aqui destacar o latim, como língua que originou diversas outras neolatinas, como o francês, o português e o espanhol; o direito romano, que é a principal base do nosso direito brasileiro; a arquitetura romana até hoje presente em forma de ruínas que atraem turistas de todo o mundo; os valores do exército romano, ...

Quais foram os legados deixados pelos romanos para a cultura ocidental?

O alfabeto, a numeração, os templos, os aquedutos e outros monumentos incríveis como o Coliseu e o Panteão fazem parte de um vasto legado deixado por este povo.

Quais foram as heranças deixadas pelos romanos?

E os romanos, entre outros povos, foram responsáveis por deixar profundas marcas em nossas vidas. Mas, além da república, do direito civil, da arquitetura e urbanismo e do latim — que serve de base para vários idiomas, entre eles o espanhol, o francês e o português —, os romanos nos deixaram outras heranças.

Quais foram os legados do Império Romano a sociedade ocidental em termos de organização política?

A política exercida por esses reformadores, ao mesmo tempo em que permitiu um maior controle do estado, sobre ele mesmo e sobre seus invasores, o dividindo em regiões administrativas, formando uma tetrarquia e separando o oriente do ocidente.