As primeiras notícias da Revolução do Porto chegaram ao Brasil somente dois meses após o início do movimento. Logo a sociedade brasileira (incluindo os portugueses que viviam na colônia) se dividiu, fosse em razão das ambiguidades da própria Revolução do Porto ou mesmo dos seus interesses específicos. Show
Ida do rei deixou Brasil nas mãos de seu filho, o príncipe-regente Dom Pedro I, e abriu caminho para o país se separar de Lisboa Retrato de Dom João VI feito por Jean-Baptiste Debret Reprodução/jean-Baptiste DebretAgência Brasil 07/09/2022 às 04:00 Compartilhe: Ouvir notícia Pressionado para voltar a Portugal junto com quase toda a corte, o rei Dom João VI deixou o Brasil nas mãos de seu filho, o príncipe-regente Dom Pedro I. Era o ano de 1821. Mesmo sem querer, o Rei abriu caminho para a Independência do Brasil. A prerrogativa era de que o jovem príncipe defendesse os interesses da coroa diante de qualquer inimigo. Em 1808, a família real portuguesa desembarcou, como quem chega de mudanças ao Brasil. Isso porque Portugal estava prestes a ser invadido pelo líder militar francês Napoleão Bonaparte. Leia mais
Apoiado pela Inglaterra, rival da França, essa foi a estratégia de Dom João VI para assegurar a soberania portuguesa: vir para sua colônia além-mar e proteger a vida da família real. Ao longo dos 13 anos em que Dom João VI ficou no Rio de Janeiro, o povo português, lá em Portugal, enfrentou fome e sofrimento. Os lusos perderam meio milhão de habitantes, vítimas da miséria e das batalhas, além daqueles que deixaram Portugal em busca de melhores condições em outros países. Revoltas frequentes exigiram a volta do rei a Lisboa. A Revolução Liberal do Porto, em 1820, foi decisiva. Assim, ameaçado de perder o trono português, Dom João VI retornou a Lisboa em abril de 1821. Dois dias antes de embarcar, o rei disse ao príncipe-regente: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, que para algum desses aventureiros”. Proféticas palavras que 1822 viria confirmar.
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