Por quê a onu tem se reunido em bruxelas

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou hoje a tentativa de assassinato da vice-Presidente da Argentina e pediu para que sejam esclarecidos todos os elementos relacionados com a agressão ocorrida na quinta-feira em Buenos Aires.

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, informou que a vice-Presidente, Cristina Kirchner, tinha sido alvo de uma tentativa de assassinato, na quinta-feira, e que só teria falhado porque a arma de fogo usada pelo agressor não disparou.

"Estamos em choque e é crucial que se faça uma investigação sobre a forma como as coisas ocorreram", disse, em Genebra, a porta-voz do organismo da ONU, Ravina Shamdasani.

Um homem foi detido na quinta-feira na capital argentina após ter tentado disparar uma arma de fogo contra Cristina Kirchner, numa altura em que a vice-Presidente participava numa vigília com apoiantes, na zona onde reside.

O atacante infiltrou-se entre os participantes da vigília.

"Qualquer tipo de violência política é condenável e é importante que as diferenças sejam resolvidas através do diálogo", acrescentou Ravina Shamdasani.

A Argentina vive um período de forte tensão política porque Kirchner (ex-Presidente da Argentina) enfrenta um processo judicial por corrupção.

Os apoiantes da atual vice-Presidente têm-se reunido nas ruas em redor da casa onde reside desde a semana passada, quando um procurador solicitou a pena de 12 anos de prisão para Kirchner, bem como uma proibição vitalícia de exercer cargos públicos, no âmbito de um caso de alegada corrupção em obras públicas quando foi Presidente da Argentina (2007-2015).

Segundo o atual chefe de Estado argentino, Alberto Fernández, este é o "incidente mais grave" desde o regresso da Argentina à democracia, em 1983, e exortou os líderes políticos, e a sociedade em geral, a repudiarem o incidente.

Comité de Representantes Permanentes está reunido desde as 9 horas da manhã locais (8 horas em Lisboa) para fazer o ponto de situação relativamente à segurança no leste da Europa.

Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia (UE) estão reunidos em Bruxelas, para discutir a escalada da ofensiva militar russa na Ucrânia e preparar o Conselho Europeu extraordinário de hoje à noite, com novas sanções sobre a mesa.

A presidência francesa do Conselho da UE anunciou, na sua conta oficial na rede social Twitter, que o Comité de Representantes Permanentes (Coreper) está reunido desde as 09:00 locais, 08:00 de Lisboa, para "fazer o ponto de situação em matéria de segurança no leste da Europa" e "preparar a reunião extraordinária do Conselho Europeu desta noite".

A cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da UE, com início agendado para as 20:00 de Bruxelas (19:00 de Lisboa), foi convocada de urgência na quarta-feira pelo presidente do Conselho Europeu, mas ainda antes de Moscovo ter ordenado uma operação militar em grande escala na Ucrânia, iniciada de madrugada.

Os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, deverão assim discutir a adoção de um novo pacote de sanções da UE à Rússia, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já prometeu hoje de manhã que serão "pesadas".

"Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus", anunciou Ursula von der Leyen.

Numa curta declaração à imprensa em Bruxelas, a responsável explicou que as novas medidas restritivas, que surgem menos de um dia após o aval formal a uma lista de 27 entidades e indivíduos, entre os quais o ministro da Defesa russo, visam "setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia".

"Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na UE e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus", visando, à semelhança do primeiro pacote de sanções, "afetar os interesses do Kremlin e a sua capacidade de financiar a guerra", explicou.

E avisou: "Não deixaremos que o Presidente Putin derrube a arquitetura de segurança que lhe tem dado paz e estabilidade ao longo de muitas décadas. Não permitiremos que o Presidente Putin substitua o lugar, o Estado de direito, pelo Estado de força, e a impiedade e ele não deve subestimar o resultado, e a força das nossas democracias".

"Sabemos que milhões de russos não querem a guerra e o Presidente Putin está a tentar fazer o relógio voltar aos tempos do Império Russo, mas ao fazê-lo, está a pôr em risco o futuro do povo russo", condenou ainda Ursula von der Leyen, exortando o Kremlin (Presidência russa) a "parar imediatamente a violência e retire as suas tropas do território da Ucrânia".

Também falando na ocasião, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, apontou que esta escalada de tensões são "as horas mais dolorosas para a Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial".

Antes, nesta manhã, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, advertiram o Kremlin que será "responsabilizado" pelos seus atos depois de a Rússia lançar uma operação militar contra a Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou esta madrugada o início de uma operação militar, alegando que se destina a proteger civis de etnia russa nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

Toplist

Última postagem

Tag