Sabendo que a cascavel tem estruturas especiais capazes de identificar o calor

Hospedar um vírus em seu corpo pode trazer sintomas evidentes como tosse, febre, mal estar e a congestão das vias aéreas. Mas sabendo que esses microrganismos são capazes de afetar todas as espécies que existem na natureza, inclusive plantas e insetos, qual seria o efeito de um vírus nesses seres tão diferentes?

Um estudo coordenado pelo Departamento de Entomologia da Pennsylvania State University (Estados Unidos) que contou com a colaboração de laboratórios nos Estados Unidos, Brasil, Colômbia e França descobriu que vírus podem modificar a temperatura de plantas e até tornarem alguns seres vivos que se alimentam delas mais competitivos e resistentes ao calor.

Vírus do tipo BYDW elevam a temperatura da planta e também aumentam a resistência de insetos ao calor — Foto: Mitzy Fernanda Porras Becerras/Acervo Pessoal

Diversidade de países e culturas é crucial para a pesquisa. Diferentes contextos ajudam a encontrar facilmente as armadilhas nas experiências

O biólogo Carlos Arturo Navas Iannini, professor da Universidade de São Paulo (USP), fui o único pesquisador de instituições brasileiras envolvido no estudo que analisou um vírus do tipo BYDW (uma espécie que não afeta humanos) e suas relações com plantas de trigo, pulgões (Rhopalosiphum maidis) e piolhos da cerejeira-brava (Rhopalosiphum padi). “Queríamos saber se as relações entre espécies poderiam ser modificadas pela infecção e entender melhor seus efeitos”, afirma o cientista.

Vírus no trigo faz subir a temperatura da planta, infecta outros insetos e os torna mais tolerante ao calor e ativos na disputa de alimentos — Foto: Mitzy Fernanda Porras Becerras/Acervo Pessoal

Os pesquisadores já sabiam que, para se alimentarem da seiva de uma planta, os insetos procuravam lugares ideais para se estabelecer nela e que, entre outros fatores, a "decisão" dos animais levava em conta a temperatura do local. Estudos anteriores já tinham comprovado que os pulgões e piolhos de planta são portadores dos vírus BYDW e transmitem-no à planta ao se alimentarem dela. No vegetal, o vírus causa mudança de temperatura em partes da planta, possivelmente por modificações em estruturas das folhas ligadas à evaporação de água e troca de gases.

Mas a descoberta não para por aí: se insetos bem pequenos, como o piolho da cerejeira-brava, eram muito afetados pela variação de calor nas plantas, o estudo dá indícios de que o vírus se tornou aliado deles. “O vírus aumenta o potencial desses insetos de tolerar temperaturas mais altas e, a partir dessa perspectiva, favorece-os em termos de competição com outros insetos e de expansão dos locais de alimentação. Acho super interessante que em biologia existem muitos processos que são simultaneamente causa e consequência”, vibra o pesquisador.

Imagens conseguiram flagrar a variação de temperatura obtida pelas plantas a partir do efeito do vírus — Foto: Mitzy Fernanda Porras Becerras/Acervo Pessoal

O professor ainda reforça a importância de enxergar um vírus em formas não relacionadas com doença necessariamente, principalmente em um contexto de pandemia como o que vivemos no momento. Abrir a mente é uma forma de permitir entender a função dos vírus nos ecossistemas.

“A tendência natural é entender que vírus são sempre nocivos e causadores de enfermidades. Nas origens da microbiologia moderna bactérias foram associadas à infeção e agora é claro que sem bactérias não haveria um mundo tal como o conhecemos. Em qualquer mercado são encontrados produtos que prometem matar bactérias e outros que prometem manter bactérias no seu trato digestivo. A complexidade da realidade está compreendida nessas duas visões”, afirma Iannini.

A coordenadora da pesquisa, Mitzy Fernanda Porras Becerras, do Departamento de Entomologia da Pennsylvania State University, ainda reafirma: “É o nosso dever investigar fenômenos da natureza e contribuir para estabelecer estratégias para proteger os ecossistemas o que, por sua vez, beneficiará nossas sociedades. Os resultados são as evidências que levam às conclusões. Investigar os vários aspectos nos quais os vírus podem alterar as populações é importante para construir, por exemplo, modelos dinâmicos de doenças, relevantes para a sociedade”.

Entenda como ocorre a infecção de plantas e insetos pelo vírus BYDW e como ele modifica as relações entre os seres vivos — Foto: Arte/TG

Animais de sangue frio, as serpentes são répteis pertencentes à ordem Squamata (animais que possuem escamas), sendo conhecidas popularmente como cobras. Deduz-se que as serpentes evoluíram a partir de lagartos que se enterravam no solo, e que o seu corpo alongado e desprovido de patas seria apenas uma adaptação a esse modo de vida.

As serpentes endêmicas de climas quentes são ovíparas; enquanto que algumas espécies de climas temperados são vivíparas. Nas espécies vivíparas, os ovos eclodem dentro do corpo da mãe. Durante a vida, esses animais trocam de pele inúmeras vezes, em um processo chamado de muda.


A mobilidade da mandíbula da serpente lhe permite ingerir presas muito grandes

Uma característica muito interessante da serpente é a capacidade que ela tem de abrir a mandíbula para ingerir presas muito maiores do que ela mesma. Isso se deve à mobilidade que esses animais apresentam na mandíbula, que, em virtude de uma dupla articulação entre o crânio, a mandíbula e um osso chamado quadrado, proporciona a eles uma abertura bucal maior que 1500. Assim, podemos dizer que esses animais apresentam quadrado móvel ou estreptostilia. É interessante lembrar que as serpentes possuem as duas metades da mandíbula livres, sendo que ela fica presa apenas por um ligamento elástico, permitindo uma grande abertura lateral e facilitando a deglutição.

Outra característica que as serpentes possuem e que as permite ingerir grandes presas é a ausência do esterno, osso que une as costelas nos outros vertebrados. Sem o osso esterno, as costelas (em torno de 300) ficam livres, permitindo o aumento do diâmetro do corpo do animal. Por possuírem uma abertura da traqueia abaixo da língua, as serpentes conseguem manter a respiração enquanto engolem a presa.

Depois de se alimentarem, as serpentes entram em estado de torpor em virtude da digestão do alimento. Esses animais têm um processo digestivo muito eficiente e conseguem absorver tudo o que necessitam, exceto pelos e garras, que são eliminados juntamente com o excesso de ácido úrico.

As serpentes são animais dotados de pálpebras transparentes e desprovidos de canais auditivos, sendo capazes de sentir as vibrações do solo através do seu esqueleto. Possuem língua com duas ramificações (língua bífida), com a função de tato e olfato. Ao se locomoverem, as serpentes dão pequenos toques com a língua no chão para captarem pequenas partículas que, por sua vez, são colocadas em orifícios (conhecidos como órgão de Jacobson), que se localizam no céu da boca e estão ligados ao olfato. O órgão de Jacobson também é muito importante para seguir trilhas de presas e para o reconhecimento sexual.

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Muitas serpentes possuem glândulas produtoras de veneno na cabeça, responsáveis pela produção da peçonha (veneno); e também um ou mais pares de dentes no maxilar superior, dotados de um canal por onde sai o veneno. O veneno desses animais pode ser definido como sendo uma especialização da saliva, que tem a capacidade de quebrar proteínas, facilitando a digestão. Esses venenos são produzidos com substâncias de natureza proteica, como as neurotoxinas, que afetam e destroem as células do sistema nervoso, levando à morte; as hemotoxinas, que causam hemorragias; e as enzimas proteolíticas, que destroem os tecidos. Em quase todas as cobras peçonhentas podemos encontrar uma depressão localizada entre cada olho e a narina, que é chamada de fosseta lacrimal, ou fosseta loreal. Esse órgão é especializado em sentir as variações da temperatura, o que permite à serpente saber se há a presença de outro animal.


A seta está indicando a fosseta loreal encontrada em algumas serpentes peçonhentas

Muitas serpentes venenosas não apresentam nenhum órgão capaz de injetar esse veneno. No entanto, serpentes como a naja são capazes de injetar o veneno como também expeli-lo em jatos que podem alcançar até 3 metros de distância. Por causa desse hábito, essas serpentes são chamadas de cuspideiras.

As serpentes podem ser encontradas em vários locais, como no solo, árvores, buracos, na água doce e também no mar (serpente marinha). Dentre as diversas espécies de serpentes, podemos citar a surucucu, jiboia, sucuri, urutu, cascavel, coral, etc.

Que tipo de onda eletromagnética é captada pela Cascavel?

As cobras captam radiação infravermelha em comprimentos de onda na faixa de 8- 10µm.

Como Cascavel enxerga?

Durante o dia, elas utilizam seus olhos, que funcionam de maneira muito similar a nossa: com os cones e bastonetes. Mas, diferente dos humanos, as cobras, só enxergam em tons de verde e azul. Contudo, não pense que as cobras enxergam mal, pelo contrário.

Que onda eletromagnética é usada para fazer um exame de radiografia?

Raios x: são ondas eletromagnéticas ionizantes com grande poder de penetração. Esse tipo de onda é capaz de atravessar diversos tipos de tecidos, graças ao seu pequeno comprimento de onda. São largamente utilizadas em exames de imagens, como radiografia e tomografia.

Qual é a vantagem da cascavél perceber esse tipo de radiação eletromagnética?

A vantagem de a cascavel obter imagens infravermelhas é a capacidade de detectar as presas antes de elas poder detectar a presença da cobra.

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