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Detalhes da Obra“Navegar é preciso, viver não é preciso” e sonhar é a bússola
“Navegar é preciso, viver não é preciso” e sonhar é a bússolaAutor(a): MARIA DE LOURDES SANTOS ARAUJO (Lourdinha Araujo) APCEF/BA Obra não está disponível para votação. Obras deste autorPoema de Fernando Pessoa Navegadores antigos
tinham uma frase gloriosa: Quero para mim o espírito desta frase, transformada Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. *** Comentário Esta é a origem da frase citada no poema: "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu). A primeira interpretação que muitos chegam, principalmente em focando somente a frase e não o contexto do poema, é a de que navegar, explorar o mundo ou até mesmo ser um guerreiro disciplinado é mais importante do que viver uma vida rotineira, sedentária e monótona. A segunda interpretação envolve um olhar das entrelinhas da etimologia do jogo de palavras nesta frase. Nesse caso, navegar é preciso no sentido de ser uma atividade, uma ciência precisa; Já viver não é preciso no sentido de que a vida envolve não somente o lado racional, como também o emocional e o espiritual – viver não é nem nunca será, portanto, uma atividade precisa. Viver é deliciosamente ou terrivelmente impreciso, dependendo dos olhos de quem vê. A interpretação derradeira e mais profunda (na minha opinião é claro) no entanto envolve parte do conceito das interpretações anteriores, com algo a mais. Pessoa quis dizer que para engrandecer sua pátria e colaborar com a evolução da humanidade, não lhe é necessário viver a vida egoisticamente como se esta fosse somente sua, e sim dedicar a vida – ou “perdê-la” – em prol da humanidade como um todo (sua pátria é o mundo e não Portugal). Qualquer semelhança com alguns ensinamentos de Jesus não é mera coincidência. Mas além disso podemos ir um pouco mais além: a vida continua sendo imprecisa, mas navegar pelo oceano do mundo é mais necessário do que viver ancorado a sua aldeia (e dogma) local. O misticismo de sua Raça (com “R” maiúsculo) não é o misticismo dos portugueses ou dos homens de “raça branca” (na verdade raça não existe, apenas a espécie homo sapiens), mas o misticismo dos grandes sábios – esses que, como desejava Pessoa um dia o ser, viveram não para si, mas para toda a sua Raça. *** » Veja também Navegar é preciso, uma coletânea em e-book dos textos místicos de Fernando Pessoa Crédito da foto: jazz dalek Marcadores: autores selecionados, autores selecionados (41-60), espiritualidade, Fernando Pessoa, linguagem, poesia, poesia (41-60), simbologia
O que o poema navegar é preciso de Fernando Pessoa fala?Viver importa e muito no mundo hoje, de forma mais contundente. Mas recolocando a frase no seu habitat, a poesia de Fernando Pessoa, o que ele diz é que essa era uma frase gloriosa dos navegadores, com tudo o que isso animava na tradição portuguesa das grandes navegações, dos descobrimentos, da ambição da terra nova.
O que significa a frase navegar é preciso?O sentido da frase “navegar é preciso, viver não é preciso” pode ser interpretado como uma hipérbole para reverenciar as conquistas dos portugueses, apesar dos inúmeros percalços e fatalidades do caminho.
Quando foi escrito o poema navegar é preciso?“Navegar é preciso, viver não é preciso.” Os versos de Os Argonautas, de Caetano Veloso, são uma homenagem a Fernando Pessoa e seu poema “Navegar É Preciso”, de 1914.
Porque para os portugueses navegar é preciso?Todas as mercadorias, inclusive ouro e especiarias, até então manejadas pelas caravanas árabes no abastecimeto dos mercados europeus, passaram a ser transportadas em caravanas, em geral portuguesas. Navegar era preciso.
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