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Pré-visualização | Página 18 de 21os seus custos devem ser administrados da forma mais racional para não cair no erro de produzir grandes volu‐ mes de produção a um custo unitário elevado. Em um horizonte de tempo mais longo, de dois ou três meses, a maio‐ ria dos custos é variável. A longo prazo, a firma pode reduzir a sua produção, pode diminuir o número de trabalhadores e reduzir as compras de matérias‐primas. 9.1 O que é custo de produção no longo prazo? Os custos de produção variam no curto e no longo prazo. As decisões voltadas à produção devem levar em consideração uma avaliação clara dos custos. Essa questão é muito importante porque, a curto prazo, alguns custos são fixos e, a longo prazo, variáveis. A longo prazo, a produção trará maior flexibilidade para as decisões a serem tomadas pela empresa. Por esse motivo, as curvas de custo de curto prazo são diferentes das de longo prazo. O motivo é que a empresa tem maior dificuldade para adequar a produção no curto prazo e também porque no curto prazo é mais difícil realocar os trabalhadores e os investimentos. É complexo saber quanto tempo a instituição vai demorar para chegar ao longo prazo. Isso depende muito do tipo de produção. Uma empre‐ sa de vestuário, por exemplo, pode levar meses para montar sua fábri‐ ca, isto é, a construção de um local para a produção, a compra de equi‐ pamentos e contratação de trabalhadores. 118 Uma outra empresa, que venda produtos mais fáceis de produzir, pode adequar a sua produção mais facilmente. Podemos pensar, nesse caso, no produto “cachorro‐quente”, cujo produtor pode comprar os seus insumos mais facilmente e adequá‐los rapidamente a uma mu‐ dança no mercado. Embora as curvas de custo médio e as de longo e de curto prazos te‐ nham o mesmo formato em u, elas diferem porque o formato a curto prazo se deve à lei dos rendimentos decrescentes (ou custos crescen‐ tes), a uma dada planta ou tamanho, enquanto o formato da curva de longo prazo se deve aos rendimentos de escala, quando varia o tama‐ nho da empresa. A Figura 9.1, a seguir, nos apresenta as curvas de curto e de longo prazos. Nela, podemos verificar que a curva de custo total médio no longo prazo tem formato de U e é muito mais plana do que as curvas de curto prazo. Essas propriedades devem‐se ao fato de as empresas terem flexibilidade maior no longo prazo. Figura 9.1 – Custos de produção no curto e no longo prazo Fonte: VASCONCELLOS, 2001. Nas curvas apresentadas na Figura 9.1, a empresa tem economias de escala em baixos níveis de produção, retornos constantes de escala em níveis intermediários de produção e deseconomias de escala em altos níveis de produção. 119 9.2 Economias e deseconomias de escala O comportamento do custo total médio, no longo prazo, contém in‐ formações importantes em relação à tecnologia aplicada à produção de um bem. Segundo Pindyck e Rubinfeld21, a curva de custo marginal de longo prazo (CMgLP) é determinada a partir da curva de custo médio de longo prazo, a qual mede a mudança nos custos totais de longo prazo, à medida que a produção é aumentada incrementalmente. Dessa for‐ ma, podemos fazer a seguinte análise do custo marginal de longo pra‐ zo e do custo médio de longo prazo. Se CMgLP < CMeLP, CMeLP está diminuindo. Se CMgLP > CMeLP, CMeLP está aumentando. Logo, CMgLP = CMeLP no ponto de mínimo do CMeLP. Quando o CTM de longo prazo declina, enquanto a produção aumen‐ ta, diz‐se que existem economias de escala. Quando o CTM de longo prazo aumenta, enquanto a produção aumenta, diz‐se que existem deseconomias de escala. Quando o custo total médio de longo prazo não varia com o nível de produção, diz‐se que existem retornos cons‐ tantes à escala. As economias de escala podem ser calculadas assim: Ec = variação percentual do custo resultante de um aumento de 1% na produção. Logo: EC < 1: CMg < CMe = economias de escala EC = 1: CMg = CMe = economias constantes de escala EC > 1: CMg > CMe = deseconomias de escala Economias de escala Quando a curva do custo total médio de longo prazo decresce com o aumento da produção, dizemos que há economias de escala; isso acon‐ 120 tece porque o custo médio de longo prazo cai com o aumento da quan‐ tidade produzida. O que facilita o surgimento de economias de escala é a especialização. Numa grande escala de produção, os trabalhadores geralmente se são mais especializados e usufruem de toda a capacidade produtiva da empresa. Quando há economias de escala, a produção torna‐se mais eficiente, há uma maior especialização, flexibilidade na organização e compras mais eficientes, como podemos observar a seguir, na Figura 9.2. Figura 9.2 – Economias de escala Deseconomias de escala Quando a curva do custo total médio se eleva com a produção, dize‐ mos que há deseconomias de escala, que ocorrem porque o custo total médio de longo prazo aumenta com o aumento da quantidade produ‐ zida. Nas deseconomias de escala, ocorre sobrecarga no sistema produ‐ tivo, os custos de coordenação aumentam e há restrição na oferta dos produtos, como apresentado a seguir, na Figura 9.3. Figura 9.3 – Deseconomias de escala 121 Retornos constantes de escala Quando o custo total médio de longo prazo não varia com o nível de produção, dizemos que há retornos constantes de escala. Elas se refe‐ rem à propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo se mantém constante enquanto a quantidade produzida varia. 122 Na Figura 9.4 , a seguir, temos um resumo do que apresentamos até aqui. Figura 9.4 – Economias e deseconomias de escala ( . ) Ponto final Na análise dos custos de longo prazo, devemos diferenciar os custos fixos dos custos variáveis. Os custos a curto e a longo prazos são rele‐ vantes na determinação do tamanho ótimo da fábrica. A longo prazo, as empresas se caracterizam, inicialmente, por retornos crescentes de escala e, mais tarde, por retornos decrescentes, de modo que as curvas de custo apresentam formato de u. 123 Figura 9.5 – Resumo dos custos no curto e no longo prazo Indicações culturais MANKIW, G. N. Princípios de microeconomia. São Paulo: Pioneira Tho‐ mson Learning, 2006. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. No capítulo 13 da obra de Mankiw (2006), e no capítulo 7 da obra de Pindyck e Rubinfeld (2006) o leitor poderá saber um pouco mais sobre o assunto proposto neste capítulo. Atividades 1. A curva de custo marginal é ................ no trecho em que se verifica a lei dos rendimentos ................. a. horizontal – decrescentes; b. crescente – decrescentes; c. crescente – constantes; d. decrescente – decrescentes; e. decrescente – constantes. 124 2. Qual é a diferença entre o curto e o longo prazo na análise de custos na microeconomia? 3. Aponte a alternativa incorreta, conforme Mankiw (2006). a. A longo prazo, não existem custos fixos. b. Uma curva de custo médio de longo prazo constante indica a exis‐ tência de rendimentos constantes de escala. c. A isoquanta representa infinitas combinações de mão‐de‐obra e de capital que representam o mesmo custo total de produção. d. Rendimentos decrescentes de escala têm o mesmo significado de deseconomias de escala. e. Os custos de longo prazo representam horizontes de planejamento e não os custos efetivamente incorridos. 4. Considere a seguinte tabela de custo total de longo prazo de três empresas diferentes. Quantidade 1 2 3 4 5 6 7 Empresa A 60 70 80 90 100 110 120 Empresa B 11 24 39 56 75 96 119 Quando a quantidade produzida aumenta muito o custo fixo médio tende a zero?Observa-se que, como o custo fixo médio tende a zero, quando aumenta o volume de produção, o custo total médio tende, no limite, a se igualar ao custo variável. Finalmente, pode ser notado que a curva do custo marginal corta as curvas do custo médio e variável no ponto mínimo dessas duas.
Quando o custo total médio ou custo médio está declinando?A curva de custo total médio é decrescente quando ela está acima da curva de custo marginal e é crescente quando está abaixo da curva de custo marginal.
O que diferencia o curto prazo do longo prazo na teoria da produção?Curto prazo refere-se ao período no qual a quantidade de um ou mais fatores de produção não pode ser modificada. O longo prazo corresponde ao período necessário para tornar variáveis todos os insumos. Não há um período específico, por exemplo, um ano, que separe o curto prazo do longo prazo.
Quando a produtividade marginal é maior que a produtividade média está é decrescente?Quando a produtividade marginal é maior que a produtividade média, esta é decrescente. O produto total passa a ser decrescente quando a produtividade marginal é igual a zero. A produção total encontra-se em seu ponto máximo quando a produtividade marginal é máxima.
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