Qual são os tipos de esterilização?

Existem diferentes tipos de esterilização cirúrgica e cada um desses tipos funciona com diferentes métodos e equipamentos. Por isso, entender como funcionam e quais são esses tipos de procedimentos é muito importante quando o assunto é a proteção de funcionários, acompanhantes e pacientes cirúrgicos.

Nesse artigo, você irá encontrar essas e outras informações essenciais sobre os tipos de esterilização cirúrgica, desde aquelas realizadas por método físico até às realizadas por procedimentos químicos.

Confira!

Quais são os tipos de esterilização cirúrgica?

Os tipos de esterilização cirúrgica variam entre os procedimentos químicos, físico-químicos e físicos. Conheça cada um deles abaixo:

• Químicos: divididos entre líquidos e gasosos, caracterizam-se pela interação entre compostos químicos. Nesse sentido, utilizam glutaraldeído, peróxido de hidrogênio, formaldeído ou ácido peracético em sua forma gasosa e óxido de etileno;
• Físico-químicos: processo feito a baixa temperatura, utiliza a combinação de dois métodos, podendo ser ministrado com formaldeído ou por plasma de peróxido de hidrogênio;
• Físicos: o processo físico tem base na utilização de calor seco, vapor saturado e radiação ionizante. Segundo a ANVISA, a destruição de microrganismos nesse tipo de procedimento vai depender da temperatura e tempo de exposição.

Métodos de esterilização em Odontologia

O principal método de esterilização utilizado na área odontológica é a autoclavagem. Isso porque a ANVISA exige que esse seja o método utilizado para a desinfecção de instrumentais médicos.

A autoclavagem é feita por um equipamento fechado hermeticamente, que produz vapor sob pressão, fazendo com que a água em alta temperatura colida com as moléculas orgânicas e as destruam. Assim, em temperaturas acima de 121 graus, por 15 minutos, até mesmo os esporos mais resistentes são esterilizados.

A autoclavagem de materiais exige o uso de EPIs e a higienização prévia dos materiais.

Por fim, materiais que não são termorresistentes podem ser esterilizados com métodos químicos, através da difusão do gás óxido de etileno (OE).

Resistência dos microrganismos

Para escolher entre os tipos de esterilização cirúrgica é muito importante entender como funciona a resistência dos microrganismos. Isso porque os mesmos possuem distintos graus de resistência à germicidas químicos.

Assim, os vírus lipídicos ou com tamanho médio e as bactérias em estado vegetativo são os mais vulneráveis e podem ser eliminados com desinfecções de baixo nível.

Já no caso dos fungos, alguns vírus não lipídicos ou de pequeno porte (como o HIV, Hepatite B e herpes) e as micobactérias (incluindo a tuberculose e hanseníase) estão no nível intermediário e requerem assim desinfecção de médio e alto nível.

Finalmente, os príons e esporos constituem os microrganismos mais resistentes e exigem esterilização para sua eliminação.

Processo de esterilização

O processo de esterilização deve levar em consideração o tipo de material e o nível de risco que ele apresenta. Assim, cada profissional avalia os tipos de esterilização cirúrgica mais adequada no seu caso.

De forma geral, é importante avaliar os métodos a serem implementados (físico ou químico), além da compatibilidade do material, a efetividade do método, a toxicidade dos materiais, a facilidade de uso do equipamento, custos, entre outras informações.

Métodos físicos de esterilização

• Calor úmido (autoclavagem, fervura e pasteurização): capaz de esterilizar materiais diversos, como tecidos e soluções, esse método desnatura e coagula proteínas, além de fluidificar lipídeos. Por outro lado, deve apenas ser realizado em material termorresistente e que não oxide com água. É o mais indicado, em relação aos tipos de esterilização cirúrgica;

• Calor seco (estufa, flambagem e incineração): utilizada apenas em materiais termorresistentes, essa técnica é mais demorada que a de calor húmido. Realizada através da oxidação dos constituintes celulares orgânicos, necessita de maiores temperaturas para eliminar os micro-organismos;

• Filtração: técnica usada para soluções e gases termolábeis, nas situações em que atravessam superfícies filtrantes com poros bem pequenos. Alguns exemplos são: velas porosas, discos de amianto, filtros de celulose e de vidro poroso, entre outros.

• Radiação ionizante: esse procedimento não usa calor, mas sim a radiação para destruir o DNA, formando radicais super reativos e matando os microrganismos. Desse modo, esse procedimento pode ser aplicado em diferentes tipos de materiais termossensíveis. Além disso, não transmite radiação para os materiais, não gera emissões tóxicas ou resíduos e não interfere no ar nem na água.

Métodos químicos de esterilização

• Ácido Peracético: conta com rápida ação, baixo nível de toxicidade e é biodegradável. Contudo, não é indicado para metais. A vantagem é que os materiais não precisam estar limpos para serem esterilizados e a desvantagem é que os mesmos precisam ser utilizados logo após a esterilização;
• Peróxido de hidrogênio (água oxigenada): apesar de ter ação rápida nas concentrações 3% e 6%, não é um método muito utilizado. Ele serve para capilares hemodialisadores e lentes de contato;
• Formaldeído: utilizado no formato gasoso e líquido, esse químico precisa de um longo tempo de exposição para esterilizar os materiais. No geral, pode ser usado em cateteres, drenos e tubos, artroscópios, laparoscópicos, enxertos de acrílico, entre outros. Devido ao seu potencial carcinogênico e de irritação das mucosas, o uso é restrito;
• Glutaraldeído: com ação biocida, esse químico é usado em materiais termosensíveis e precisa de um menor tempo de exposição para esterilizá-los. Por mais que seu preço seja baixo, ele irrita as vias áreas e pode causar queimaduras na pele, membrana e mucosa, além de ser retido por materiais porosos. Os objetos esterilizados por essa solução química são cateteres, drenos, tubos de poliestireno e enxertos de acrílico;
• Óxido de Etileno (ETO): muito usado em laboratório e hospitais por seu custo/benefício, reage a proteína no núcleo da célula, impossibilitando a sua reprodução. Os materiais precisam ser colocados em embalagens permeáveis para que o Óxido de Etileno funcione. Ele não danifica os materiais e pode ser utilizado em diversos tipos, incluindo os termosensíveis. Entretanto, esse tipo de gás é tóxico, carcinogênico e teratogênico.

Validação dos processos de esterilização

A validação dos processos de esterilização pode ser realizada através de indicadores biológicos e químicos. Dessa maneira, os indicadores químicos utilizados para testar a eficácia do vácuo na autoclave são: o teste de Bowie e Dick.

Os agentes esterilizantes são inseridos na parte interna do pacote, para validar a penetração do esterilizante, enquanto fitas termocrômicas são acondicionados do lado de fora do pacote e apresentam listras ao reagir ao calor da esterilização.

Nesse sentido, as fitas são indicadas para todos os pacotes e caixas, já que indicam se o material passou pelo processo de desinfecção.

Quando o assunto é qualidade do processo de esterilização, os indicadores biológicos funcionam com maior segurança. Isso porque eles possuem tiras com esporos ou suspensões padrão de esporos que vão para a autoclave para serem esterilizados com os demais materiais.

Dessa forma, ao fim do procedimento os indicadores biológicos passam por verificação de meios de cultura, para analisar o desenvolvimento dos esporos. Então, caso não haja crescimento, a esterilização é aprovada.

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