O Grupo Adecco, consultoria global em Recursos Humanos, apresentou, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, os resultados da 7ª edição do Índice de Competitividade Global de Talentos (Global Talent Competitiveness Index – GTCI). De acordo com o relatório, o Brasil aparece na 80º posição no ranking geral.
O estudo anual classifica os países e as principais cidades em sua capacidade de potencializar talentos. Realizado com 132 nações, o índice analisa o conjunto de políticas e práticas que permitam a um país desenvolver, atrair e capacitar o capital humano que contribui para a produtividade e prosperidade.
PUBLICIDADE
O relatório avalia o desempenho dos países por região. Em relação ao grupo América Latina e Caribe, do qual o Brasil faz parte segundo o Banco Mundial, o País está na 11ª posição, atrás de Chile, que é o mais bem classificado, e países como Argentina e México.
O índice também avalia os países conforme o grupo de renda a que pertencem. O Brasil faz parte do grupo de média alta renda, classificação também realizada pelo Banco Mundial. À frente do Brasil, que está na 26ª posição, estão nações da América do Sul, países asiáticos como a China e aqueles do continente africano, como África do Sul, Botsuana e Namíbia. Apenas 28% dos países deste grupo de renda estão abaixo da classificação brasileira.
Além disso, o índice GTCI deste ano explora como o desenvolvimento da Inteligência Artificial não está apenas mudando a natureza do trabalho, mas também forçando uma reavaliação das práticas no local de trabalho, estruturas corporativas e ecossistemas de inovação. Na América Latina, o Brasil é o quarto país mais preparado para a Inteligência Artificial (40º globalmente), logo atrás de México (32º globalmente), Uruguai (35º globalmente) e Chile (39º globalmente).
“O Brasil apresentou um resultado mediano nessa edição do GTCI. Mesmo que o País apresente um sólido sistema educacional e acesso positivo a oportunidades de crescimento, ele ainda tem que desenvolver sua capacidade de atrair talentos e seu cenário regulatório”, comenta o CEO da Adecco no Brasil, André Vicente.
Panorama global – A falta de habilidades digitais está aumentando a diferença entre os países de alta renda e o resto do mundo.
Realizado em parceria com a Insead e o Google, o Índice de Competitividade Global de Talentos 2020 (Global Talent Competitiveness Index – GTCI) foi lançado no Fórum Econômico Mundial em Davos e revela que a Suíça continua liderando o mundo em competitividade de talentos, mantendo o primeiro lugar desde o lançamento do estudo em 2013; e os EUA passam de terceiro lugar para o segundo, deixando Cingapura cair uma posição em comparação com 2019.
No geral, os países de alta renda dominam as 25 principais posições no ranking e o índice mostra que esses “campeões de talentos” estão acelerando ainda mais do que todo o mundo. Essa divisão está sendo intensificada pelo aumento da adoção da Inteligência Artificial (IA) e pela lacuna de habilidades digitais associada que surgiu entre indústrias, setores e nações.
Reconhecendo essa incompatibilidade de habilidades e a importância de investir em capital humano, o Grupo Adecco compromete-se a capacitar e reforçar a qualificação de 5 milhões de pessoas até 2030. O impulso de capacitação será liderado pelo braço de treinamento e desenvolvimento do Grupo, a General Assembly, especializada em equipar indivíduos e equipes com as habilidades digitais mais requisitadas da atualidade, incluindo ciência de dados, codificação e recursos de aprendizado de máquina.
Para o CEO global do Grupo Adecco, Alain Dehaze, à medida que máquinas e algoritmos continuam afetando uma multiplicidade de tarefas e responsabilidades e quase todos os trabalhos são reinventados, ter o talento certo nunca foi tão crítico. Hoje, robôs e algoritmos viajaram além do chão de fábrica e estão funcionando na frente da casa, no back office e na sede da empresa. “Em todos os níveis, os trabalhadores precisam de treinamento para aprimorar ‘habilidades humanas’ por excelência – adaptabilidade, inteligência social, comunicação, resolução de problemas e liderança – que complementarão a tecnologia. Esta década será caracterizada por uma revolução de requalificação com foco nas ‘habilidades de fusão’ – permitindo que humanos e máquinas trabalhem em harmonia em um modelo híbrido”, comenta ele sobre o Índice 2020. (Da Redação)
Ranking anual da IMD registrou que o pior desempenho do Brasil foi registrado em 2017, na 61º colocação de 63 países analisados
Hamilton Ferrari 16.jun.2020 (terça-feira) - 20h34
O Brasil subiu 3 posições no ranking de 2020 de competitividade feito pela IMD (International Institute for Management Development), escola de negócios da Suíça. De 2019 para este ano, passou da 59ª colocação para a 56ª. Mas ainda está entra os 7 piores países. Eis a íntegra (4,1 MB).
O ranking foi divulgado nesta 3ª feira (16.jun.2020). O estudo avalia o desempenho da economia, da infraestrutura e da eficiência do governo e das empresas. Ao todo, são 63 países analisados.
Receba a newsletter do Poder360
todos os dias no seu e-mail
Contribuiu para a leve melhora o desempenho das empresas brasileira, que passou da 57ª para a 47ª posição. Segundo a IMD, o país está na melhor posição dos últimos, pelo menos, 5 anos. A melhora do Brasil foi classificada pela escola como “tímida”.
Os dados são formados com base em indicadores macroeconômicos e questionário de opinião executiva entre gestores de alto escalão de empregas.
O Poder360 preparou 1 infográfico com os principais destaques da pesquisa.
O professor Carlos Arruda, coordenador do núcleo de inovação e empreendedorismoo da Fundação Dom Cabral, disse que o fato de o Brasil ter ganhado 3 posições não significa que o país está mais competitivo do que no ano passado.
“Essa conquista de 3 posições não significou melhoria nas condições competitivas no Brasil. No número absoluto, o Brasil está menos competitivo do que estava no ano passado, que é medido por uma avaliação relativa”, disse.
Na prática, outros países tiveram piora nas condições, como, por exemplo, a África do Sul, que recuou 3 posições –de 56º para 59º.
O Brasil melhorou no critério burocracia, corrupção e marco regulatório, por exemplo. Mas perdeu 9 posições no critério de atração de investimentos, saindo da 19ª para a 28ª colocação.
O emprego também está estagnado e o comércio internacional perdeu 8 posições com os impactos da guerra comercial entre EUA e China.
Do ponto de vista de contas públicas, o Brasil supera a Venezuela e ocupa o último lugar. Em estruturas sociais, está entre as piores notas de desigualdade social, de gênero e de raças. Também caiu no critério de infraestrutura básica.
O Brasil já esteve em patamares melhores do que o atual. Em 2011, por exemplo, esteve na 44ª posição no ranking. Recuou até o pior nível, em 2017 (61º), e tem retomado de forma lenta, segundo Arruda.
Para o professor, o Brasil precisa fazer reformas e reestruturar o ambiente político e econômico para subir no ranking.
Os pesquisadores da Fundação Dom Cabral comentaram os resultados em live transmitida nesta 3ª feira (16.jun.2020). Assista à íntegra da transmissão (1h5min):
COMPETITIVIDADE NO MUNDO
Ao contrário do Brasil, não houve melhora na nota dos países do Brics, grupo de nações emergentes que conta com a Rússia, Índia, China e África do Sul.
Pelo 2º ano consecutivo, Singapura ocupa o topo do ranking. E pela 1ª vez em 5 anos os Estados Unidos não estão entre os top 5.
Segundo o IMD, a liderança de Singapura no ranking de 2020 está relacionada ao “notável desempenho econômico fundamentado no comércio e investimento internacional, medidas de emprego e mercado de trabalho, finanças públicas e legislação comercial”.
Os Estados Unidos, por sua vezes, registraram uma das maiores perdas de competitividade do ranking. Houve deterioração do comércio internacional e das finanças públicas, além de quedas nas medidas de emprego e mercado de trabalho.
A América do Sul avançou no ranking médio neste ano, passando da 56ª para a 54ª posição, mas segue sendo a sub-região menos competitiva, com Argentina e Venezuela na lanterna.
METODOLOGIA
O ranking é feito pelo IMD desde 1989. No Brasil, a Fundação Dom Cabral é responsábel pelo capítulo do Brasil no levantamento.
Os dados estatísticos são indicadores macroeconômicos, cuja fonte são instituições nacionais e internacionais de estatística (como o IBGE no Brasil).