Qual a diferença entre lenda mito e folclore

Folclore: Substantivo

O que � Folclore:
� o conjunto de mitos, cren�as, hist�rias populares, lendas, tradi��es e costumes que s�o transmitidos de gera��o em gera��o, que faz parte da cultura popular.
A palavra folclore vem do ingl�s "folk" = povo e "lore" = conhecimento e significa sabedoria popular.
O folclore � a express�o cultural mais leg�tima de um povo.

Exemplo de uso da palavra Folclore:

A mitologia, as crendices, as lendas, os folguedos, as dan�as regionais, as can��es populares, as hist�rias populares, os costumes populares, religiosidade popular ou cultos populares, a linguagem t�pica de uma regi�o, medicina popular, o artesanato..tudo faz parte do folclore de um povo

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Lenda: Substantivo

O que � Lenda:
Substantivo Feminino = Tradi��o popular; conto; hist�ria fant�stica, imaginosa.
Figurado: mentira; narra��o efandonha.

Exemplo de uso da palavra Lenda:

Era uma vez um casal de �ndios que se amava, mas que n�o podia se relacionar, por se achar contra as leis e tradi��es imposta pela tribo e pelo deus Tup�, �s quais n�o respeitaram e foi castigado se transformando em rio e lagoa...patati, patat�...

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Dúvidas sobre diferenças entre folclórico e popular, mito e lenda são mais comuns do que se imagina. Para solucioná-las, convoca-se a presença de autores como o folclorista Luis da Câmara Cascudo (1898-1986), do pesquisador Inami Custódio Pinto e do sociólogo Florestan Fernandes. O ponto de partida é a literatura oral.

Qual é o papel da literatura oral no folclore?

Luis da Câmara Cascudo (1984) explica que a literatura oral brasileira (ou linguagem oral) “reúne todas as manifestações (…) mantidas pela tradição”. No Brasil, a literatura oral compõe-se de elementos trazidos por indígenas, portugueses e africanos, que tinham seus cantos e mitos, suas danças, estórias, anedotas e lembranças guerreiras. Um exemplo de literatura oral dado por Inami é o provérbio que atravessa gerações: “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.

A literatura folclórica é popular?

A literatura folclórica é totalmente popular, mas Câmara Cascudo diz que nem toda produção popular é folclórica. “Uma produção (canto, dança, anedota ou conto, etc.) que possa ser localizada no tempo, será um documento literário, um índice de atividade intelectual. Para que seja folclórica é preciso uma certa indecisão cronológica, um espaço que dificulte a fixação do tempo. Pode dizer-se a época, uma época extensa, mas não a restringindo mesmo a indicação de uma década. Natural é que uma produção que se popularizou seja folclórica quando se torne anônima, antiga, resistindo ao esquecimento e sempre citada. O popular moderno, como a canção de carnaval, a anedota de papagaio com intenção satírica, novo passo numa dança conhecida se tornarão folclóricos quando perderem as tonalidades da época de sua criação” (Cascudo, 1984).

No caso das etnias, por exemplo, as manifestações de suas danças são populares, mas somente se tornarão danças folclóricas aquelas que possuem as características apontadas por Câmara Cascudo: Antigüidade, persistência, anonimato. O professor Inami explica que as etnias ucraniana, alemã, polonesa, italiana, portuguesa, japonesa, espanhola, grega, holandesa, árabe, entre outras, influenciaram o folclore paranaense, mas quando uma etnia apresenta uma dança característica, nem sempre está apresentando o folclore de sua etnia. Será manifestação folclórica se tal dança, além de estar na memória dos dançarinos, seja anônima, antiga e ensinada de pai para filho ou de professor para aluno e passe de geração em geração, por imitação, sem o recurso da escrita. Caso contrário será manifestação popular.

Quais as diferenças entre mito e lenda?

Câmara Cascudo (1984) diz que existem controvérsias sobre as diferenças entre mitos e lendas. Por muito tempo os sábios que trataram da mitologia grega colocavam sob o mesmo nome todas as tradições que não pertenciam à história. David Strauss reunia toda narrativa sem autoridade histórica sob a denominação de mito. Aluno de Oswaldo Cabral, Renato Almeida e Luis da Câmara Cascudo, o professor Inami anotou as explicações de suas aulas e resume as diferenças entre mito e lenda da seguinte forma: se você tiver uma narrativa em torno de um fato histórico ou real a respeito do qual a imaginação cria coisas não reais, terá uma lenda. Por exemplo: o Padre Cícero é uma pessoa histórica, mas se forem criadas narrativas não verdadeiras sobre ele, serão chamadas lendas. O mesmo ocorre com a lenda do Negrinho do pastoreio, contada por brasileiros que defendiam o fim da escravidão. Pelo contrário, a narrativa que é pura imaginação e sem correspondência com o real ou histórico é chamada mito. Neste contexto, as narrativas sobre Saci Pererê e Lobisomem, que em trabalho anterior exemplifiquei como lendas por engano, são mitos, pois não têm correspondência histórica ou real. E a própria narrativa do Negrinho do pastoreio, se fosse considerada sem o contexto da escravidão, seria um mito, pois se referiria a um herói não comprovado cientificamente.

Existe folclore musical?

Mário de Andrade (1893-1945) foi um dos primeiros folcloristas brasileiros a se especializar e a tornar o folclore musical seu campo principal de atividades. Uma de suas obras é o Ensaio sobre Música Brasileira. O sociólogo Florestan Fernandes (1978) lembra que “sua mania de fichar tudo o que via, ouvia e lia, e sua (…) curiosidade talharam-no para o papel de folclorista erudito e pesquisador”.

A Carta do Folclore Brasileiro, elaborada no I Congresso Brasileiro de 1951, foi relida por estudiosos do folclore no VII Congresso Brasileiro de Folclore de 12 a 16 de dezembro de 1995. O que diz sobre as comunidades?

Recomenda que se prestigie e divulgue as manifestações artísticas das diferentes comunidades e que os representantes da cultura folclórica sejam respeitados e incentivados.

Agradecimentos aos leitores pelas sugestões recebidas e que estimularam o presente trabalho.

Zélia Maria Bonamigo

é jornalista, especialista em Mídia e Despertar da Consciência Crítica, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. E-mail:

Qual a diferença entre o mito e o folclore?

Enquanto a mitologia fala muito de deuses, semideuses e heróis, o folclore tem personagens lendários do imaginário popular.

O que é um mito folclore?

“O mito é narração alegórica, que em geral procura explicar acontecimentos anteriores aos fatos históricos” (Veríssimo de Melo, “Folclore Brasileiro: Rio Grande do Norte”). “Mito é uma narrativa de um fato que transcende a natureza humana. Seus personagens são entes sobrenaturais (...)

Que é uma lenda?

Lenda é uma narrativa transmitida oralmente pelas pessoas, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais, com imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginário popular.

O que diferencia um mito de uma lenda e de uma fábula?

Enquanto os mitos tentam explicar a vida, as fábulas são histórias imagi- nárias que tentam explicar o comportamento dos homens, alertando para o descompasso que pode existir entre a fala das pessoas e suas ações. Delas sempre se tira uma lição.