Os direitos trabalhistas que os trabalhadores conquistaram ao longo do tempo são reflexo direto da ação dos sindicatos diante das transformações no mundo do trabalho. Essas transformações estão diretamente ligadas ao sistema econômico de produção que, durante os anos, passam por alterações de natureza econômica, política, social e institucional. Com o desenvolvimento industrial e
comercial, o trabalhador se tornou submisso às condições implantadas pelo sistema, fazendo com que se tornasse mais frágil e sem forças para lutar por seus direitos e sua liberdade, não tendo expressividade ou representatividade política. O trabalhador, sozinho, não possui condições de lutar para mudar os conflitos existentes nessa relação de capital e trabalho e, portanto, precisa do sindicado para construir um elo de ligação e de colaboração com os empregadores. Juntos, é possível encontrar soluções e respostas mais eficazes para os constantes desafios enfrentados pelas empresas, criando condições para a implantação de uma economia racional, mantendo o compromisso de assegurar o respeito aos trabalhadores e às condições de segurança durante a jornada de trabalho. Entende-se a importância dos sindicatos diante das transformações no
mundo do trabalho através da evolução e dos avanços do direito trabalhista, que se tornou mais humano. Os sindicatos também foram responsáveis pelos direitos sociais e previdenciários, além de colaborar para a implementação de inúmeras normas de proteção ao trabalhador. Atualmente, os sindicatos ainda precisam se responsabilizar pela condução dos direitos dos trabalhadores diante do comportamento de uma parcela de empregadores que buscam flexibilizar em demasia os direitos
trabalhistas, procurando desrespeitá-los ou mesmo os substituindo por outros, uma decorrência natural as transformações no mundo do trabalho e da busca constante de capital e concentração de riquezas. A globalização e o processo de internacionalização do mercado, ligando as economias de uma forma unificada, porém desigual, exigem que os sindicatos continuem sua luta para a busca de melhores condições para o desenvolvimento dos trabalhadores, tornando-os profissionais mais
capacitados, mais qualificados, que tenham maior poder de decisão. Essa condição deve ser vista com cuidado, uma vez que, para as empresas, não mais interessa um empregado ou um trabalhador que não tenha condições de conduzir suas próprias atividades. Mesmo com todas as alterações geradas pela reforma trabalhista, portanto, os sindicatos ainda têm um papel importante a cumprir,
principalmente mantendo o diálogo social entre os trabalhadores e os empregadores, na busca de garantir os direitos trabalhistas, de buscar soluções para os problemas e desafios no trabalho, de resolver os conflitos coletivos e individuais e de melhorar a produtividade, a segurança e a saúde ocupacional. Os direitos trabalhistas conseguidos até o presente são um reflexo direto das transformações no mundo do trabalho, e para que eles pudessem fazer parte da vida dos
trabalhadores, os sindicatos tiveram uma importante participação. Para as empresas, a política sempre foi de redução de gastos, de subcontratação de serviços, de ampliação de contratos com prazos indeterminados e de demissão de trabalhadores para contratar outros com salários mais condizentes com suas próprias necessidades. Os sindicatos foram responsáveis pela busca de solução para todos os problemas, evitando o aumento de uma dívida social de grande impacto, sempre buscando soluções que pudessem atender a ambos os lados. Atualmente, com a reforma trabalhista, os sindicatos devem manter sua presença junto aos trabalhadores, evitando o rompimento das relações trabalhistas e promovendo ações para manter sua representatividade. Caso se tornem enfraquecidos diante das mudanças e das transformações no mundo do trabalho, os sindicatos não terão força para orientar, proteger e defender os interesses da categoria profissional que representam, devendo ser movidos pela prestação de serviços e pelo atendimento de interesses de seus associados. O contexto da crise trouxe uma realidade muito diferente para os sindicatos europeus. O constante ataque aos direitos dos trabalhadores, com consequências nefastas na qualidade
de vida, prejudicou não só os sindicatos a nível local como também as federações sindicais europeias. Pedro Gabriel A palavra "crise" tem sido, muito
provavelmente, a mais associada à Europa nos últimos tempos. O afundanço do sistema financeiro em 2008 trouxe uma forte degradação na qualidade e quantidade de emprego, alterando de forma substancial o modo de vida dos cidadãos. Antes do caos Desde o final da década de 90, as federações sindicais europeias enveredaram por um período de consolidação em que conseguiram melhorar os seus recursos de poder organizacional, não tanto em termos financeiros e
humanos, mas desenvolvendo estruturas de trabalho internas mais eficientes como condição prévia para um papel reforçado na coordenação das atividades. Início da erosão No entanto, a crise mudou as regras do jogo e as janelas de oportunidade começaram lentamente a fechar. O primeiro motivo foi o
próprio impacto negativo da crise e da sua gestão sobre os recursos de poder dos sindicatos nacionais em muitos dos Estados-membros da UE. Isto teve um impacto imediato nos recursos de poder das federações sindicais europeias, porque as filiadas nacionais dirigiram cada vez mais os seus recursos para a resolução dos problemas nos seus próprios países, ao invés de fazê-lo de forma global. Impactos diferentes A crise afetou de maneira diferente os sindicatos dos vários países da zona euro. Enquanto na
Grécia e Espanha a crise foi um fator decisivo para explicar o atual estado dos sindicatos, noutros países, como Reino Unido, Hungria, Holanda ou Alemanha, as alterações substanciais podem ter ocorrido antes da crise. Existe ainda o caso da Suécia, onde se questiona mesmo se a crise teve algum efeito no sindicalismo. Vulnerabilidade Já na Grécia, as ruturas e os desafios vividos pelos sindicatos foram ainda mais dramáticos. Em comparação com Espanha, a densidade sindical costumava
ser maior, mas a configuração dos recursos de poder era ainda mais unilateral. Daí o cenário muito mais vulnerável que surgiu em 2010 no decurso da execução dos pressupostos da troika. O caso sueco Nos países analisados, os dois antípodas aos sindicatos nos países mais ameaçados pela crise são os da Suécia e da Áustria, que são amplamente tidos como dois emblemas de estabilidade e continuidade no sindicalismo europeu. Austeridade Desde que a UE lançou a sua nova estratégia económica de austeridade e desregulamentação na ressaca da
grande recessão, o intercâmbio das economias nacionais, por um lado, e da política económica europeia, por outro, tornou-se ainda mais próximo. Em princípio, uma mudança no local de decisão política do nível nacional para o europeu deveria ter reforçado o papel político das federações sindicais europeias em representação dos interesses dos seus filiados. Mas na prática, isso não aconteceu. Autonomia Em praticamente todos os países assistiu-se ao
enfraquecimento – ou mesmo desaparecimento –, dos aliados políticos dos sindicatos, que deixou os sindicatos dependentes apenas da sua capacidade de mobilização e da capacidade em influenciar a agenda política. Pensar global São, portanto, muitos os desafios que se colocam às federações sindicais europeias. O seu
papel futuro na elaboração de políticas que permitam uma recuperação do impacto da crise (e da sua gestão) está intimamente ligado à sua capacidade de superarem a tendência de recuo para o nível nacional. Sendo assim, a principal prioridade deve ser dada à Europa, com tudo o que isso implica em termos de atividades, tanto em termos de estratégia como de organização, ainda que não se descure os problemas a nível nacional. Comunicação Outra condição para o sucesso dessas atividades é o desenvolvimento dos recursos de poder comunicativo das federações na mobilização dos seus filiados e do público em geral para políticas alternativas.
Quais são os desafios enfrentados pelos sindicatos?Os sindicatos têm diante de si desafios gigantescos. Existe a necessidade de uma forte atuação sindical no âmbito da saúde do trabalhador e no âmbito jurídico. A participação direta dos trabalhadores será determinante na luta contra a Covid-19. Como também uma forte atuação sindical poderá salvar vidas.
Quais são os desafios dos sindicatos na atualidade?Atualmente, o movimento sindical vem sofrendo inúmeros ataques, a partir da reestruturação do trabalho, desindustrialização, e aumento do trabalho informal.
Quais são os desafios que os sindicatos enfrentam diante das transformações do mundo do trabalho?Essas transformações colocam uma série desafios às organizações sindicais: negociar a adoção dessas novas tecnologias, lidar com os impactos desses processos em termos de perda e/ou mudanças nos postos de trabalho existentes e das mudanças nas relações de trabalho.
Quais são os desafios para o sindicalismo a partir de 2022?Desafios para a organização sindical. Ampliar a representação para abranger todos os trabalhadores.. Promover ampla sindicalização aumentando a representatividade sindical.. Favorecer a unidade e a agregação no espaço da liberdade sindical.. Valorizar a negociação coletiva, inclusive no setor público.. |