Quais as consequências do derramamento de óleo no mar?

Quais as consequências do derramamento de óleo no mar?
Derramamento de óleo no litoral nordestino foi um dos maiores desastres naturais recentes do país. Foto: Joyca Farias/Greenpeaco - Wikimedia Commons

As consequências do derramamento de óleo no litoral nordestino, ocorrido no segundo semestre de 2019, começam a ser conhecidas. Rafael Lourenço, professor e pesquisador de Oceanografia, conta que pequenas manchas de óleo continuam a chegar às praias do nordeste até hoje em mais de mil localidades foram afetadas pelo derrame. “Os impactos ambientais envolvem todos os recursos relacionados ao mar: prejuízo na qualidade das praias e da água, seja para lazer, seja para toda a biota marinha ou que dependa do mar para abrigo ou forrageio. Com isso, houve também comprometimento dos recursos pesqueiros”, completa o pesquisador. 

Além disso, deve-se contabilizar o impacto socioeconômico às populações e áreas atingidas baseadas em turismo e pesca, somado à escassez alimentar e ao possível impacto à saúde dos voluntários na limpeza das praias. 

Lourenço relata ainda que parte do óleo lançado ao mar pode estar preso ao sedimento ou às estruturas rígidas, como corais e recifes. Como não se sabe a quantidade de material derramado, é difícil precisar o quanto está depositado em tais áreas. Com a agitação do mar, esse óleo é liberado para a coluna de água e volta a ser transportado pelas correntes marinhas. 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) lançou em novembro de 2019 um edital para financiar pesquisas sobre o derrame (Edital Entre Mares). Contudo, de acordo com Lourenço, houve uma grande demora para a divulgação dos resultados e a liberação de recursos, esses que não representam o valor necessário para a realização dos estudos na região. Fatores como esses acabaram por interferir nas pesquisas, ainda mais se somados à pandemia e ao consequente isolamento social. 

O professor Rafael Lourenço, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, está envolvido em algumas das pesquisas na área e relata as primeiras respostas obtidas, assim como a atual situação dos estudos sobre o caso. Segundo Lourenço, “em função da morosidade das agências de fomento, os estudos estão em fase inicial e, por conta das restrições de deslocamento impostas pela pandemia, os trabalhos já iniciados estão paralisados”. 

Como a maioria dos fatores a serem analisados necessitam de estudos específicos e acompanhamentos a longo prazo, as respostas sobre o desastre aparecem aos poucos. O destino de parte dos resíduos é incerto, assim como a quantidade de substância ainda presa ao mar ou a regiões costeiras sensíveis, como manguezais e rios. 

Lourenço relata que alguns dos estudos precisariam ter iniciado seus trabalhos durante o período crítico, o que não ocorreu. Assim, é possível que várias das respostas para compreender o desastre tenham sido comprometidas. Um exemplo é o de que não há como saber se a qualidade atual do ambiente marinho é ou não resultado do derrame, visto que não se tem conhecimento prévio da área ou do impacto na fase crítica, além da dificuldade de prever o tempo de permanência dos compostos do petróleo no ambiente.

O IOUSP montou um grupo para acompanhamento do óleo que alcançou a costa do nordeste e do Espírito Santo e existem alguns pesquisadores aguardando o resultado de editais de fomento, visto que nenhum projeto de pesquisa originado no IOUSP foi contemplado pelo edital EntreMares da CAPES, segundo Lourenço. Existem também iniciativas individuais para dar continuidade às análises do óleo do nordeste utilizando amostras coletadas utilizando recursos próprios, porém algumas pesquisas precisam da complementação de recursos financeiros.

“Talvez a consequência mais grave de não obter respostas que levem a compreensão de como ocorreu esse derrame, é que sem essa compreensão não há medidas a serem tomadas para evitar um derrame igual ou pior no futuro”, finaliza o pesquisador. 

Saiba mais sobre a poluição marinha causada por derramamento de petróleo, causas e consequências ambientais.


Quais as consequências do derramamento de óleo no mar?

Ave atingida por derramamento de petróleo no mar

O que é

É um tipo grave de poluição marinha causada pelo vazamento de petróleo de navios ou plataformas. É considerado um dos mais graves e problemáticos acidentes ambientais em águas marinhas.

Causas (como ocorre)

- Vazamentos em tubulações nas plataformas de petróleo instaladas em alto mar;

- Vazamentos de petróleo em navios petroleiros;

- Lançamento no mar de água utilizada na lavagem de tanques (reservatórios) de petróleo dos navios petroleiros.

Consequências

- O petróleo pode atingir diretamente as aves marinhas, levando-as à morte. O mesmo problema pode ocorrer com animais marinhos como, por exemplo, focas, tartarugas e leões marinhos.

- Quando ocorre o vazamento, o petróleo fica na superfície da água marinha, formando uma densa camada. Esta impossibilita a penetração dos raios solares, dificultando a fotossíntese de várias espécies de algas.

- Quanto atinge os mangues, o petróleo polui e contamina o ecossistema, provocando a morte de espécies vegetais e animais. Como os manguezais são áreas de procriação de determinadas espécies animais, a reprodução deles também é gravemente afetada.

- Em alguns casos, o petróleo pode atingir as praias, contaminando extensas faixas de areia, deixando-as impróprias para os banhistas. Nestes casos, todo o setor turístico de uma região pode ser afetado, trazendo prejuízos econômicos.

Quais as consequências do derramamento de óleo no mar?

Poluição provocada por petróleo numa região litorânea do Alasca.

Despoluição

A despoluição das águas marinhas, atingidas por petróleo, é possível. Porém, na maioria das vezes, é um processo lento e de eficiência parcial. Uma vez ocorrido o desastre ambiental, as medidas são tomadas para evitar o menor prejuízo possível ao meio ambiente.

Umas das técnicas de despoluição mais usadas é a utilização de barreiras físicas. Desta forma, é possível impedir que a mancha de petróleo se espalhe por uma área maior. Na sequência, os técnicos podem retirar o petróleo da água, utilizando grandes bombas de sucção instaladas em navios.

Soluções:

- Adoção de rigorosas medidas de prevenção de acidentes em plataformas de petróleo.

- Fiscalização governamental eficiente e constante com relação à segurança dos navios petroleiros e plataformas de petróleo.

- Manutenção constante nas plataformas de petróleo, assim como nos petroleiros.

- Aplicação de multas pesadas para empresas que descumprem normas de segurança no transporte e exploração de petróleo.

- Lavagem de tanques reservatórios de petróleo em locais adequados, para que a água contaminada não seja despejada no mar.

Você sabia?

- Um dos maiores vazamentos de petróleo da história ocorreu em 1991, durante a Guerra do Golfo. Soldados iraquianos abriram os tanques de petróleo do Kuwait, despejando nas águas do Golfo Pérsico cerca de 230 milhões de galões de petróleo. A mancha formada cobriu cerca de 600 quilômetros das águas litorâneas. O prejuízo ambiental foi enorme, pois milhares de animais marinhos de diversas espécies morreram no acidente. 


atualizado em 19/10/2020




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Bibliografia Indicada

Impactos ambientais do refino de petróleo
Autor: Mariano, Jackeline Barbosa
Editora: Interciência


Quais são os problemas ambientais causados pelo petróleo?

Um dos maiores impactos ambientais dessa atividade é o vazamento de petróleo, acidentes em plataformas de petróleo ou navios petroleiros podem provocar sérios danos ao meio ambiente como, por exemplo, mortandade em larga escala de peixes, aves marinhas e outras espécies de animais marinhos.

O que você acha que poderia causar um derramamento de petróleo na água Esse derramamento poderia ser causado pelo homem ou por causas naturais?

Esse derramamento de petróleo pode ter inúmeras causas, como acidentes com navios petroleiros, vazamento em tanques dos navios petroleiros, acidentes nas plataformas onde o petróleo é explorado, entre tanto outros motivos. Todos os animais aquáticos são prejudicados pelo derramamento de petróleo.