Quais os males que a inflação descontrolada pode trazer aos consumidores?

No dia 1º de julho de 1994 começaram, oficialmente, a circular as cédulas e moedas do Real. Era uma sexta-feira, o presidente da República era Itamar Franco, o ministro da Fazenda era Rubens Ricupero. Fernando Henrique Cardoso, político que mais colheria os frutos do bem-sucedido plano, já havia deixado o comando da Fazenda e se preparava para a campanha presidencial que começaria oficialmente dois dias depois.

Na capa dos três maiores jornais do país à época, a entrada em circulação da nova moeda dividia espaço com a notícia de que Diego Maradona estava fora da Copa do Mundo dos Estados Unidos por ter sido flagrado no exame antidoping. Havia também instruções para que as pessoas aprendessem a converter os preços. O valor em cruzeiros reais deveria ser dividido por 2.750 para se chegar ao preço em reais - o número correspondia à cotação da véspera da URV (unidade real de valor), moeda virtual criada na fase pré-real para evitar a transmissão da inflação.

O jornal O Estado de S. Paulo avisava que as agências bancárias de todo o país se preparavam para colocar R$ 6 bilhões em dinheiro físico em circulação. A Folha de S.Paulo alertava para o fato de os preços, em cruzeiros, terem disparado na véspera do lançamento da nova moeda.

O jornal O Globo relatava que no último dia do cruzeiro, os bancos ficaram lotados de clientes que queriam evitar os preços em reais. A nova moeda era a face mais visível de mais um plano de estabilização da economia lançado pelo governo, o sexto grande em menos de dez anos. Ciente do potencial que a descrença da população poderia causar à nova tentativa de combater a inflação, o presidente Itamar Franco pedia apoio.

“Sei que, agora, eu interpreto o sentimento de confiança da maioria dos brasileiros, de esperança poucas vezes tão próxima de se realizar. Essa aliança deve ser a principal motivação para que o governo continue realmente empenhado no êxito do Plano Real. Porque essa confiança é o que está mobilizando o cidadão que deseja o sucesso do Plano. Eu não tenho dúvidas de que eles são maioria.”

Itamar Franco

presidente da República, em pronunciamento em 30 de junho de 1994

Nos anos anteriores ao plano, a hiperinflação vinha corroendo o salário dos brasileiros - principalmente os mais pobres, que não tinham poupança para se proteger da desvalorização da moeda - e causando graves distorções na economia brasileira.

O Plano Real era o sexto grande plano de estabilização da moeda desde o fim da ditadura militar. A principal diferença dele para os planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II foi que ele funcionou.

Impacto imediato e duradouro

Exatos 25 anos depois, o Nexo explica o mais importante e bem sucedido plano de estabilização econômica da história do Brasil.

QUANDO a inflação passa a ser um problema no Brasil

Entre 1980 e 1982, a inflação no Brasil ficava na casa dos 100% ao ano. Isso significa que as coisas, em média, dobravam de preço a cada doze meses. Mas esses índices, que hoje parecem absurdos, eram só o início do problema que estava por vir.

Em um processo de explosão de preços, a inflação em doze meses no Brasil chegou a ser de 6.800% no início de 1990, entre o fim do governo Sarney e o início do governo Collor. Isso significa que os produtos custavam 68 vezes o preço de um ano antes.

Um problema econômico dessa magnitude não tem uma causa única, mas uma característica que amplificava a inflação brasileira era a indexação. Como os preços subiam com frequência, adotou-se a correção monetária. Assim, tributos, salários e outros pagamentos da economia eram sempre reajustados, de acordo com a inflação do período. A ideia era repor o valor real daquele gasto.

Só que isso era uma bola de neve e o país passou a sofrer com o que ficou conhecido como inflação inercial. Como já sabiam que os preços todos iam subir, cada agente econômico subia seu preço para se proteger de perdas. Quanto mais as pessoas aumentavam os preços, maior era a correção, mais a inflação subia. O dinheiro perdia valor cada vez mais rápido.

A hiperinflação

A inflação era a consequência, mas as causas eram estruturais. Havia também o descontrole dos gastos do governo. Antes da Constituição de 1988, nem todos os gastos da União precisavam ter o aval do Congresso Nacional, havia pouco controle sobre a concessão de créditos pelos bancos públicos.

Um mecanismo que ficou conhecido na época era a chamada conta única, uma operação pela qual o Banco do Brasil tinha acesso a recursos direto do Banco Central. Os bancos públicos, estaduais e federais, concediam empréstimos a empresários e governos com recursos que vinham diretamente do Banco Central - que é o órgão responsável por imprimir dinheiro.

Além disso, o país tinha uma economia extremamente fechada e dificuldades para importar produtos que faltavam - justamente pelo fato de a moeda local perder valor diariamente.

O QUE o Plano Real tem de diferente das tentativas anteriores

O Brasil teve pelo menos cinco grandes planos de combate à inflação antes do real: Cruzado, Bresser, Verão, Collor e Collor II. Os três primeiros foram tentativas do presidente José Sarney, os outros dois foram obra de seu sucessor.

Diferentemente do Real, os planos de Sarney combatiam o sintoma e não a doença, segundo palavras do próprio ex-presidente. Eram baseados, principalmente, em congelamento de preços. O mais importante foi o Cruzado. Em 1986, o governo federal estabeleceu preço de uma série de produtos e chamou a população a fiscalizar o cumprimento da tabela. Eram os fiscais do Sarney.

A inflação caiu drasticamente. Entre fevereiro de 1986 e 1987, o índice de preços ao consumidor do IBGE passou de 245% ao ano para 70% ao ano. O sucesso político do plano possibilitou, na visão do presidente Sarney, a popularidade necessária para a convocação da Constituinte. Mas a partir de 1987 a inflação voltou a acelerar, dessa vez com muito mais força. Os planos Bresser e Verão tiveram quase nenhum impacto.

Com Collor veio o plano mais violento. Em seu segundo dia de governo, o primeiro presidente eleito depois da ditadura militar bloqueou a caderneta de poupança impedindo que as pessoas sacassem seus recursos. A ideia era tirar dinheiro de circulação e reduzir drasticamente a demanda por produtos e serviços. A medida abalou a popularidade do presidente que seria impedido menos de três anos depois, com a inflação já nas alturas.

Os principais planos

O Plano Real tinha elementos semelhantes aos do Plano Cruzado e inclusive autores em comum. Pérsio Arida e André Lara Resende, talvez os dois mais importantes economistas do Real, participaram na década de 1980 da elaboração do Plano Cruzado. Ao repetir o plano, tentaram evitar os erros do passado e passaram a atacar também algumas das causas do processo inflacionário no Brasil. Entre elas estavam o elevado deficit público, a indexação da economia e o descrédito do país no cenário externo.

COMO o Real conseguiu controlar a inflação

O Real era um plano ambicioso baseado em alguns pilares. Antes de congelar os preços na moeda nova, os economistas responsáveis por sua implantação cuidaram também das causas. Uma das principais preocupações era o controle das contas públicas.

A Constituição de 1988 já havia mudado o processo de aprovação do Orçamento da União, a conta única de Banco Central e Banco do Brasil também havia sido extinta. As condições eram melhores do que na década de 1980, mas ainda havia problemas com o endividamento de governos estaduais, que foram sendo atacados. O arrocho nas contas públicas da União veio antes do plano com uma redução drástica do deficit.

Outra preocupação foi com o quadro internacional, já que uma desvalorização da nova moeda frente ao dólar poderia trazer de volta a inflação. Mas também aí o cenário era melhor. O Brasil, que havia dado um calote na dívida externa em 1987, tinha conseguido renegociar os pagamentos no início dos anos 1990 e tinha menos dificuldade para atrair dólares.

A moeda americana tem papel essencial na construção do Plano Real. Moeda mais segura do mundo, ela foi usada de âncora. A indexação deixaria de ser pela inflação e passaria a ser ao dólar. O governo decidiu que R$ 1 valeria perto de US$ 1, mas um simples decreto ou projeto de lei não era suficiente para garantir isso. Era preciso ter dólares para oferecer a todos que quisessem e para isso o país precisava ter reservas. Para ter reservas e atrair moeda estrangeira. O instrumento foi a taxa de juros. O Brasil pagava uma taxa atrativa para convencer investidores a colocarem dinheiro no país.

Garantido que o real teria valor atrelado ao dólar e que o governo não imprimiria dinheiro para cobrir seu deficit, era hora de travar a inflação antes do lançamento da nova moeda. Aí o mecanismo era parecido com o Cruzado, mas foi feito em duas etapas com a criação de uma moeda virtual batizada de URV (unidade real de valor).

A URV não existia no mundo real, nunca esteve em circulação, aparecia apenas em uma tabela que orientava as correções do cruzeiro. Ela entrou em vigor em 1º de março de 1994, quatro meses antes do real. A tabela deixava a inflação subir em cruzeiros, servia de parâmetro para que todo mundo aumentasse junto seus preços.

Com a URV, o governo sistematizou a inflação e os reajustes pararam de ser feitos com base nas expectativas de cada agente econômico. A cada dia, uma URV valia mais cruzeiros. Mas na cabeça das pessoas, ela era um valor fixo, confiável - quem se desvalorizava era a moeda velha.

Dia após dia a URV ficava mais cara. Em 1º de março de 1994, uma URV custava 647,50 cruzeiros. Em 30 de junho, um dia antes do Real, a cotação da URV era 2.750 cruzeiros.

No dia seguinte, 2.750 cruzeiros novos, valor de uma URV, passou a poder ser trocado por R$ 1. As pessoas ganharam o direito de fazer comércio em URVs, aquela moeda sólida que não se desvalorizava. Ela passou a ter o nome de real, uma moeda que era indexada ao dólar, emitida por um país que tinha reservas em moeda estrangeira e que não imprimia mais dinheiro para financiar seu deficit. As pessoas acreditaram que a moeda era segura e pararam de querer subir preços.

QUEM foram os responsáveis pela implantação do Plano

A ideia embrionária do Plano Real nasceu entre 1983 e 1984 com os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, da PUC do Rio de Janeiro numa proposta apelidada de “Larida”. Parte dessas ideias foram usadas no fracassado Plano Cruzado e deram certo quando remodeladas com a ajuda de outros economistas como Gustavo Franco, Pedro Malan e Edmar Bacha. Mas o plano, que hoje é um sucesso reconhecido, enfrentou resistências políticas.

Em maio de 1993, o então presidente Itamar Franco nomeou o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (FHC) para o Ministério da Fazenda. Itamar, que havia assumido, primeiro interinamente, o governo em outubro de 1992 com o impedimento de Fernando Collor, tentava seu quarto ministro da Fazenda em sete meses. O presidente queria um programa para acabar com a inflação. FHC foi o responsável por montar a equipe e foi também o principal beneficiário político do sucesso do plano.

“Eu procurei o André Lara Resende. Eu tive então a possibilidade de nomear um novo presidente do Banco Central, mandei chamar o Malan. Logo depois saiu o presidente do BNDES e eu tive a oportunidade de nomear mais um, o Pérsio Arida. Já tínhamos lá o Gustavo Franco. Então havia uma massa crítica para pensar o plano.”

Fernando Henrique Cardoso

ex-presidente da República, aos 2:35 do vídeo

Itamar, que morreu em 2011, diversas vezes se mostrou magoado com a falta de crédito que recebeu pela estabilização da economia, e chegou a dizer que se arrependia de ter autorizado que FHC assinasse as cédulas da nova moeda. Mas para além da disputa pela paternidade do plano, foi difícil colocá-lo em prática.

O plano de Itamar, FHC e dos economistas do governo enfrentava grandes resistências. Ele envolvia um ajuste nas contas públicas, com aumento de impostos e corte de gastos, além de outras medidas impopulares como redução de crédito para setores da economia. Dentro do próprio governo o plano enfrentava críticas, como a do ministro do Trabalho Walter Barelli, que ameaçava se demitir por discordar do cálculo do salário mínimo.

A medida provisória da URV foi assinada por Itamar Franco em fevereiro de 1994, mas só foi aprovada pelo Congresso Nacional dois meses depois. Na oposição, estavam partidos como o PT e o PDT, de Leonel Brizola, que consideravam que as medidas eram prejudiciais aos trabalhadores.

“Se não há clima para uma greve geral agora, haverá quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano. O programa faz parte de um conjunto de medidas do FMI e dos credores internacionais com o objetivo de estabilizar a moeda. Só é honestamente impossível fazer um plano econômico em que os salários controlados e os preços ficam livres”

Luiz Inácio Lula da Silva

então presidente do PT

QUAIS os efeitos colaterais do Real

O Plano Real foi um sucesso absoluto no combate à inflação, mas as medidas de correção de problemas tão graves tiveram impacto na economia brasileira. Para combater um mal maior, o plano era composto de várias medidas recessivas, um aperto monetário e desestímulo ao consumo. Aumento de impostos com corte de investimentos públicos foram combinados com juros altos para atrair capital estrangeiro.

O poder de compra do trabalhador, que vinha diminuindo seguidamente com a desvalorização da moeda, foi mantido em patamares baixos. Um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que assim que o real passou a circular, o poder de compra do salário mínimo diminuiu e nos anos seguintes esteve no patamar mais baixo em um período de 25 anos.

Os níveis mais baixos entre 1986 e 2010

O desemprego também aumentou. A taxa anual medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que estava perto de 6% ao ano no início da década, passou a subir depois de 1995 e ficou perto dos 10%.

Aumento no desemprego

Como consequência do Plano Real, vieram várias reformas implantadas pelo novo presidente, Fernando Henrique Cardoso. A ideia era diminuir a participação do Estado e tornar a economia brasileira mais aberta.

Para evitar a falência de uma série de bancos, o governo federal criou o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). O argumento do governo para essa medida impopular é que essas instituições, que sobreviviam de rendimentos atrelados à inflação, estavam à beira da falência e poderiam causar grande impacto no sistema financeiro brasileiro caso quebrassem.

Em seguida vieram as privatizações nos setores elétrico e de telecomunicações. Vendeu-se também a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional.

POR QUE o Plano Real teve que mudar

Depois de um primeiro mandato marcado por reformas, FHC se reelege na esperança de poder governar com mais folga, voltar a poder fazer investimentos públicos e reduzir o desemprego. Mas crises internacionais vindas da Ásia e da Rússia frustram os planos do presidente e causam o período mais problemático da nova moeda.

As crises que atingem os países emergentes aumentam a busca no mercado internacional pelo dólar. Países em desenvolvimento, como era o caso dos atingidos pela crise e do Brasil, passam a ser vistos como destinos mais arriscados. A tendência, em momentos de turbulência, é que investidores retirem dinheiro de moedas emergentes e invistam em dólar.

Isso é um grande problema para o Brasil, que na virada de 1998 para 1999, ainda mantinha o controle do câmbio com o dólar valendo pouco mais que R$ 1, num regime de câmbio fixo e controlado pelo Banco Central. Mas a percepção global nesse momento era de que o dólar era um negócio melhor. Então o BC, na época presidido por Gustavo Franco, passou a ter dificuldades para segurar o câmbio.

Para manter a cotação da moeda âncora em reais, havia duas necessidades. A primeira era atrair dólares para manter as reservas, e para isso o Banco Central subiu, e muito, os juros. A taxa chegou a superar os 40% em alguns momentos. Mesmo assim não foi o suficiente.

A segunda necessidade para manter a taxa de câmbio era garantir que todo mundo que tivesse reais e quisesse trocar, tivesse de fato acesso a dólares. E isso era feito vendendo reservas. Aí, além da pressão pela desvalorização das moedas emergentes, entram os ataques especulativos.

O Banco Central agia pesadamente no mercado oferecendo dólares ao preço definido. Como as reservas internacionais não eram grandes, o mercado acreditava que a política não ia durar muito tempo - o que tornava a troca de reais por dólares um negócio com enorme potencial de lucro.

Baseados na desconfiança, os investidores correram para trocar reais por dólares pelo preço fixado. A expectativa era de que, quando acabassem as reservas, o Banco Central seria obrigado a liberar a cotação para flutuar livremente. Assim, quem comprou dólar a R$ 1,20, por exemplo, poderia vender em pouco tempo por muito mais.

Em 1999, depois de vender quase todas as suas reservas internacionais tentando controlar o valor do dólar, o Banco Central teve de desistir do regime de câmbio fixo.

Fim da âncora

Os dólares que o mercado comprou por R$ 1,20 em janeiro daquele ano, puderam ser trocados por quase R$ 2 em fevereiro. A recuperação das reservas internacionais levou pelo menos cinco anos.

A liberação do câmbio foi uma mudança profunda na política macroeconômica planejada pelo Plano Real. A partir dali, o governo adotou o chamado tripé macroeconômico. O governo abria mão de controlar o câmbio mas se comprometia, para manter o valor da moeda, a fazer superávit primário nas contas públicas e a estabelecer e cumprir metas de inflação, deixando que o Banco Central atue de maneira autônoma para subir juros e perseguir a meta.

Mais de 20 anos depois do lançamento do tripé, o Brasil deve fechar 2019 com a inflação controlada e o câmbio flutuando livremente, mas com seu sexto deficit primário consecutivo.

EM ASPAS

“De acordo com a nossa programação, certamente, na pior das hipóteses, no segundo semestre, a inflação acaba. Quando nós criarmos o Real ela acaba. Por que não faz já? Porque a população tem que participar, tem que entender, tem que se acostumar a calcular”

Fernando Henrique Cardoso

então ministro da Fazenda lançando a URV no programa Silvio Santos

“O grande ministro do Plano Real chama-se [Rubens] Ricupero e, em seguida, Ciro [Gomes]. E depois houve Paulo Haddad, Eliseu Resende. O plano não é só de um ministro. E é preciso lembrar que o Plano Real foi assinado pelo presidente da República, não por uma ordem técnica. A parte política foi garantida pelo presidente da República”

Itamar Franco

ex-presidente da República

“Concretamente, nós fizemos os carros irem à frente dos bois. Fizemos a estabilidade com uma espécie de truque, que foi vincular nossa moeda ao câmbio, ao dólar, e garantir a conversibilidade do câmbio com juros muito altos que no curto prazo fariam os dólares necessários para essa conversão vir do estrangeiro mesmo que fosse especulativo. Isso não se sustenta.”

Ciro Gomes

ministro da Fazenda no segundo semestre de 1994

“O presidente Fernando Henrique Cardoso confunde até agora o Plano Real com um plano econômico. Tem que fazer mudanças na economia desse país e ele não está tendo coragem de fazer essas medidas. Por exemplo: ele sabe que tem que mudar a política cambial, rever a política de juros e rever a política industrial para que possamos voltar a gerar empregos”

Luiz Inácio Lula da Silva

então presidente do PT em entrevista em 1997

“[O Plano Real] Foi uma 'transformação cultural', um 'sucesso político' e um 'avanço econômico', que ainda tem de se provar sustentável. A contribuição cultural reside no início de uma cultura de estabilidade monetária, como valor condicionante, sem a qual a retomada do desenvolvimento e a 'justiça social' são masturbações socioeconômicas. Houve uma redução do fatalismo, que nos levava a crer que a inflação era defeito congênito e não infecção adquirida”

Roberto Campos

economista, em artigo escrito em 1995

“Eu não tinha condições políticas de fazer isso [um plano que atacasse o deficit público], também tinha a perfeita noção de que se eu adotasse um programa da fórmula ortodoxa eu, inevitavelmente, estava fazendo aquilo que o Jango [João Goulart] tinha feito, todas as coisas erradas para ser deposto. E nesse momento ninguém sabia o que poderia acontecer.”

José Sarney

presidente da República entre 1985 e 1990 sobre a opção por um plano como o Cruzado

NA ARTE

REAL - O plano por trás da história

Vá ainda mais fundo

A Saga Brasileira, Miriam Leitão

Economia Brasileira 08, Plano Real 1994-2002, Louise Sottomaior e Mailson da Nóbrega

Quais as consequências de uma inflação descontrolada?

Suas principais consequências são a diminuição do poder de compra e, consequentemente, o empobrecimento da população. O aumento da produção industrial e da taxa de juros são medidas que têm o potencial de combatê-la.

Como a inflação impacta a vida do consumidor?

A principal consequência da inflação é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda. Outra consequência está associada ao rendimento real em investimentos.

Quais os problemas causados pela inflação?

Responsável por uma série de distorções na economia, a inflação prejudica não apenas os investimentos e o crescimento do País, mas também impõe elevados custos sociais, custos estes que tendem a ser inversamente relacionados ao nível de renda dos indivíduos, implicando maior penalização aos mais pobres.

Quais são os impactos da inflação para a sociedade?

Isto é, quanto mais os consumidores registram interesse em adquirir produtos e serviços e/ou nas situações em que determinados itens estão escassos, o aumento de preços acontece. Neste cenário, a inflação provoca incertezas na economia, desestimula investimentos e prejudica o crescimento econômico.

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