Quais as consequências econômicas do processo expansionista romano?

Após as vitórias contra Cartago nas Guerras Púnicas (264-146 a.C.), houve uma grande expansão romana na região do Mar Mediterrâneo e no continente europeu, fazendo com que Roma criasse o maior império que havia existido em toda a Antiguidade. Em cinco séculos, Roma havia estendido seus domínios na Europa, no norte da África e na Ásia.

Entretanto, a expansão romana gerou mudanças internas na organização da sociedade. Antes da intensificação da expansão territorial, boa parte do trabalho agrícola em Roma era realizada por homens livres, camponeses em sua maioria. Mas como o processo expansionista necessitava de um exército cada vez maior, os soldados eram recrutados entre os camponeses, deixando as terras com pouca mão de obra para trabalhá-la.

Por outro lado, as conquistas de novos territórios resultavam na escravização dos povos que habitavam esses locais. Os escravos eram usados principalmente em trabalhos agrícolas e nas minas, mas também em atividades nas cidades, como artesanato e comércio.

Essas conquistas resultavam ainda no aumento da quantidade de terras que pertenciam aos latifundiários, que precisavam de um número cada vez maior de escravos para nelas trabalhar, pois além do aumento de suas dimensões, o número de pessoas livres disponível para o trabalho diminuía, já que eram recrutadas para o exército.

Com esse processo, o escravismo romano tornou-se a base de sustentação da sociedade que havia se originado na Península Itálica. Os escravos eram usados principalmente nos trabalhos das minas e na agricultura, mas também havia escravos que conseguiam grande prestígio entre os patrícios (a classe dominante em Roma), trabalhando como médicos ou arquitetos, por exemplo.

Apesar de haver pessoas livres trabalhando nos campos dos territórios romanos, grande parte da população dirigia-se às cidades, principalmente depois da participação nas guerras. Durante as campanhas militares, os pequenos proprietários perdiam suas terras para os latifundiários, resultando no aumento do número de habitantes nas áreas urbanas. Nas cidades, as condições de vida eram péssimas para a imensa maioria das pessoas, já que viviam amontoadas nos bairros pobres, sem condições de higiene e de saúde, gerando epidemias e violência.

A vida dos escravos nas minas e nos campos também não era das melhores, longas jornadas de trabalho, castigos físicos e outras punições eram práticas constantes. Porém, em alguns momentos, os escravos rebelaram-se contra essa situação. Uma das rebeliões ocorreu na Sicília, uma ilha ao sul da Península Itálica. Entre 136 e 132 a.C., os escravos rebelaram-se, tomaram uma cidade e proclamaram como seu rei um escravo de nome Euno, mas foram derrotados por tropas do exército romano.

Estátua de Espártaco, líder da rebelião de escravos que levou seu nome. *

A mais famosa das revoltas escravas ocorreu sob a liderança do escravo gladiador Espártaco. Ocorrida na Península Itálica, a revolta de Espártaco reuniu cerca de 90 mil pessoas, entre 73 e 71 a.C.. Em muitos momentos, tropas romanas foram derrotadas pelos escravos que pretendiam sair da península. Porém, depois de uma traição, Espártaco e os outros escravos foram vencidos pelo exército romano, que executou e castigou a maioria dos participantes.

Apesar de nos chegar aos dias atuais uma impressão de exuberância e beleza da civilização romana, sua construção aconteceu pela escravização dos povos que foram conquistados.

Iniciada no III século d.C., a crise do Império Romano foi provocada principalmente pela fragmentação de sua parte ocidental com a chegada e a instalação dos povos germânicos.

Ruínas do mercado romano, localizada na cidade de Roma, na Itália

A partir do terceiro século d.C., o Império Romano iniciou sua fase de declínio e decadência, que acabou resultando na fragmentação de sua parte ocidental. Às crises econômica e política, somou-se a chegada dos germânicos, levando ao fim da parte ocidental do império e à ocupação de seu território por esses povos.

As razões da crise romana

Até parte do século II d.C., o Império Romano viveu um período de relativa paz e grande prosperidade, que ficou conhecido como Paz Romana. O final desse período foi marcado pela morte do imperador Marco Aurélio em 180 d.C., inciando-se, assim, a decadência romana, que se estendeu até a fragmentação da parte ocidental do império em 476.

A decadência do Império Romano estava relacionada, primeiramente, com a crise do sistema escravista, iniciada na transição do século II para o século III d.C. Esse sistema era parte essencial da economia romana, que contava com a renovação da população de escravos do império por meio das guerras de conquista e expansão, típicas da história romana.

No entanto, essas guerras de conquista não aconteciam desde o século II d.C., com a última grande vitória romana contra os dácios em 106 d.C., durante a Batalha de Sarmizegetusa. Após essa posse de parte da Dácia, os romanos não realizaram novas conquistas e, com isso, a obtenção de novos escravos foi interrompida.

Com a diminuição na quantidade de escravos e como não havia a renovação natural dessa população, a disponibilidade dessa mão de obra no império começou a diminuir. Assim, esse processo afetou a economia romana e causou a diminuição de sua produtividade, provocando, consequentemente, um aumento no custo de vida em todo o império.

Além da crise do sistema escravista e da economia, a crise política também contribuiu para o enfraquecimento do império. Esse período na história romana, entre o século III e V, foi marcado por uma intensa disputa pelo poder, com conspirações sendo realizadas contra os imperadores, o que gerava uma instabilidade que enfraquecia a administração romana.

Essa crise política estava relacionada, principalmente, com o fortalecimento da figura do imperador com a profissionalização do exército romano. Como a continuidade do poder em Roma não acontecia necessariamente a partir da hereditariedade, e sim pela influência, os generais, muitas vezes, conspiravam para garantir uma posição de poder.

Por fim, o crescimento do cristianismo foi um outro fator de relevância para o agravamento dessa crise, uma vez que o avanço dessa religião provocou o enfraquecimento da figura do imperador, já que os cristãos não aceitavam prestar-lhe culto religioso, como era o costume na época. Além disso, os cristãos eram contrários à escravidão, e o crescimento dessa religião contribuiu para enfraquecer ainda mais uma instituição já debilitada.

Migrações germânicas

Todos esses fatores foram ampliados com a ação dos povos germânicos que, especialmente a partir do século II d.C., atacavam constantemente as fronteiras do Império Romano. Os germânicos, que constituíam uma variedade de povos, habitavam as regiões ao norte da Europa (principalmente onde hoje fica a Alemanha) e desde muito já lutavam contra os romanos.

Os povos germânicos eram chamados pelos romanos de “bárbaros”, termo de conotação pejorativa que faz menção ao fato de esses povos não possuírem as mesmas práticas e cultura dos romanos. A partir do século II d.C., as migrações germânicas intensificaram-se e, com o enfraquecimento do poder romano, as fronteiras do império ficaram mais frágeis.

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O aumento nas migrações dos povos germânicos, segundo os historiadores, aconteceu pelas seguintes razões:

  • Crescimento populacional: o aumento populacional levou os germânicos a procurarem por melhores terras que suportassem o tamanho de suas populações.
  • Resfriamento do clima: os historiadores afirmam que, nesse período, o clima no norte da Europa passou por um resfriamento que diminuiu a quantidade de terras agrícolas disponíveis.
  • Fuga: a chegada de povos mais fortes e poderosos – como os hunos – levou diferentes povos germânicos a migrarem para fugir desse domínio.

À medida que o exército romano enfraquecia-se, fruto da crise econômica principalmente, a intensidade dos ataques germânicos aumentava. Assim, gradativamente, diferentes povos germânicos começaram a invadir e saquear as terras romanas. O historiador Jacques Le Goff refere-se a algumas dessas invasões que aconteceram nos territórios romanos durante esse período:

Vândalos, alanos e suevos assolam a Península Ibérica. A breve instalação dos vândalos no sul da Espanha batiza, no entanto, a Andaluzia. Já em 429, os vândalos, únicos bárbaros a possuir uma frota, vão para a África do Norte e conquistam a província romana da África, ou seja, a Tunísia e a Argélia Oriental. Os visigodos, após a morte de Alarico, retrocedem da Itália para a Gália em 412 e depois, em 414, para a Espanha, de onde recuam em 418 para instalar-se na Aquitânia […]. Ao Norte, bárbaros escandinavos, anglos, jutos e saxões, depois de uma série de incursões na Bretanha (Grã-Bretanha), acabam por ocupá-la entre 441 e 443. Uma parte dos bretões derrotados atravessa o mar e instala-se na Armórica, que se torna a Bretanha [norte da França]|1|.

Esse trecho destacado abordou, portanto, a época em que essas terras, que originalmente eram dominadas pelos romanos, passaram a ser atacadas e ocupadas pelos povos germânicos. Esse processo, conforme mencionado, aconteceu devido ao enfraquecimento do exército romano, consequência direta da crise econômica. O trecho também trata de uma pequena parcela de uma grande variedade de povos que atacaram as terras romanas.

A trajetória do Império Romano do Ocidente (o império estava dividido em parte ocidental e oriental desde 395) chegou ao fim quando a cidade de Roma foi atacada, em 476, pelos Hérulos, e o imperador Rômulo Augusto foi destituído do cargo de imperador. A parte ocidental do Império Romano deu origem aos reinos germânicos.

Consequências

A chegada dos povos germânicos acabou intensificando a crise do Império Romano, pois os centros produtores de grãos, por exemplo, foram atacados, o que levou ao abandono desses locais ou ao seu saque. Além disso, a violência trazida pelos ataques germânicos afetou as rotas comerciais existentes no império. A junção desses dois fatores – redução na produção agrícola e fim das rotas comerciais – acarretou o desabastecimento das cidades.

Com as cidades desabastecidas, a fome por esses locais propagou-se, e tornou-se comum a disseminação de doenças graves como a peste. Além disso, as cidades romanas tornaram-se alvos, uma vez que acumulavam grandes riquezas que atraíam os ataques dos germânicos interessados nos saques. Portanto, a chegada desses povos causou uma redução populacional e uma ruralização na Europa Ocidental.

Quais foram as consequências econômicas do processo expansionista romano?

Resposta: as consequenciais económicas: Muitas riquezas vinhas das terras conquistadas (ouro,escravos,etc), Roma tornou o centro do mundo. politica: Administração ficou sobrecarregada uma vez foi criada para administrar um império tão extenso.

Quais foram as principais consequências da expansão romana?

As regiões anexadas a Roma eram obrigadas a pagar- lhe altos impostos. Populações escravizadas substituíram a mão de obra livre, gerando uma massa de desempregados nos campos e nas cidades. Pequenos proprietários arruinados abandonavam suas terras em direção às cidades, contribuindo para o aumento das tensões sociais.

Quais foram as consequências da expansão romana para o estado e povo romano?

Aumento do escravismo, marginalização dos plebeus (que passaram a ser vistos como "inúteis" pelos patrícios), surgimento de novas classes sociais (os Cavaleiros) e a criação do "Pão e Circo", que eram eventos de entretenimento cuja finalidade era distrair os plebeus e conter a insatisfação deles.

Quais os objetivos e consequências da política expansionista de Roma durante a república?

A expansão das fronteiras romanas Iniciado durante a República, o expansionismo romano teve basicamente dois objetivos: defender Roma do ataque dos povos vizinhos rivais e assegurar terras necessárias à agricultura e ao pastoreio.

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