Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?

O esporte tem comprovada importância na qualidade de vida de qualquer pessoa. A atividade esportiva contribui não só para o desenvolvimento físico, como também é uma poderosa ferramenta de ajuda na reabilitação e inclusão social de pessoas com deficiência.

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?

O esporte tem comprovada importância na qualidade de vida de qualquer pessoa. A atividade esportiva contribui não só para o desenvolvimento físico, como também é uma poderosa ferramenta de ajuda na reabilitação e inclusão social de pessoas com deficiência.

Mais que isso, o esporte pode transformar tanto a vida de uma pessoa com deficiência que em pouco tempo de prática ela pode estar representando o Brasil nos maiores eventos esportivos do mundo.

Para fortalecer a importância do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, o site Saúde Brasil conversou com o educador físico Guigo Lopes, que há anos trabalha com pessoas que têm alguma deficiência. Ele explicou que, em alguns casos, a prática do esporte vira profissão e pode levar a pessoa a viajar o mundo inteiro. 

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?

A paranaense Jady Malavazzi, 23 anos, conheceu Guilherme Lopes quando ainda tinha 12 anos, no centro de reabilitação de um hospital em Brasília. Lá ela recebia aulas de basquete e natação e acabou tomando gosto pelo esporte. Hoje, Jady é atleta de ciclismo paralímpico, categoria Handbike H3. Prata nos Jogos ParaPan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e pentacampeã brasileira, Jady é a quarta melhor do mundo na modalidade. Jady é beneficiária do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.

"Ela era do interior do Paraná e quando se tornou atleta profissional se mudou para Brasília. Quando chegou aqui me chamou para fazer parte da equipe, como preparador físico. Foi bacana porque eu vi esse amor pelo esporte se desenvolver desde a adolescência, logo após o acidente, com todas as dificuldades. Hoje ela representa o Brasil ao redor do mundo. Dá para se ter uma ideia de onde o esporte pode levar você", orgulha-se Lopes.

Guilherme também ajudou na preparação física de outra atleta que foi para os Jogos Paralímpicos 2016, no Rio de Janeiro. "A Maiara Barreto é tetraplégica. Ela fazia natação por recreação, mas tinha um tempo muito bom. Quando percebemos que ela estava nadando perto do índice de classificação para a Paralimpíada, propusemos que ela continuasse treinando forte e participasse de competições. Ele se esforçou, conseguiu o índice e representou o Brasil, tudo isso em apenas três meses", conta Guigo Lopes. 

"Normalmente um esportista olímpico treina a vida inteira para chegar lá, mas o que ocorre com a pessoa com deficiência é diferente, porque ela, por exemplo, sofre um acidente com 18 anos de idade. Então acaba conhecendo o esporte mais tarde e em muito pouco tempo descobre que pode estar num evento esportivo mundial, como foi o caso da nadadora. Não quer dizer que seja fácil, mas pode acontecer com qualquer um e em um período curto de tempo", afirma. 

O esporte paralímpico é praticado por atletas com deficiência física, intelectual e visual. Procure por federações em sua cidade ou estado e passe a praticar esportes, mesmo que apenas por lazer. 

» Conheça mais informações sobre os esportes paralímpicos no site Rede do Esporte, produzido pelo Ministério do Esporte

» No site do Comitê Paralímpico Brasileiro também é possível encontrar mais dados sobre a prática.

Leia também:

»  Atividades físicas para pessoas com deficiência também ajudam o aspecto psicológico

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?
Clique na imagem para ampliar

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?
A atividade física desenvolve força, coordenação, flexibilidade, entre outras habilidades (Foto: ALEXANDRE BATTIBUGLI)

O esporte adaptado, ou seja, a prática de uma atividade esportiva adaptada para pessoas com deficiência ‒ por exemplo, basquete em cadeira de rodas ‒, mostrou-se um eficiente instrumento de reabilitação e promoção de saúde desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltavam para seus lares com mutilações e deficiências.

O fato é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de exercícios ‒ cerca de 30 minutos, três ou quatro vezes por semana ‒ contribui para a melhora de qualidade de vida de qualquer pessoa: aumenta a resistência, mantém o peso saudável e previne doenças. E, para a pessoa com deficiência, é ainda mais importante por ajudar a evitar o aparecimento de problemas secundários, como obesidade, e controlar distúrbios crônicos já instalados, como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia (colesterol ou triglicérides altos) e cardiopatias. "A atividade física pode impactar na menor necessidade de medicamentos e internações”, diz Ciro Winckler, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador técnico de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Outro ganho é o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de habilidades para quem convive diariamente com limitações. O indivíduo que tem paralisia cerebral, por exemplo, sofre com falta de equilíbrio; o deficiente visual tem dificuldade de orientação espacial. As diversas modalidades de exercícios ajudam a trabalhar força, coordenação, flexibilidade, equilíbrio, agilidade e coordenação motora. "Esse conjunto contribui para que a pessoa seja mais independente e tenha mais autonomia no dia a dia", diz o treinador Mário Mello, representante da Achilles International no Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo motivar atletas amadores com deficiência a praticar esportes.

Para Winckler, no entanto, um dos maiores benefícios do esporte na vida da pessoa com deficiência é tirá-la de casa, ajudando a estabelecer novos vínculos e a traçar novos objetivos. "Familiares, médicos, fisioterapeutas devem estimular. Mas é preciso que ele tenha vontade e encontre uma modalidade de seu interesse", diz o professor.

O resgate da autoestima também é um ganho importante. "Muitos chegam tristes, achando que a vida acabou. E o esporte transforma! É uma excelente ferramenta para o indivíduo redescobrir seu valor, acreditar em suas possibilidades e melhorar sua autoestima", afirma Mello. E mais: o exercício ajuda a diminuir a ansiedade e a combater a depressão, graças ao aumento das doses de endorfina e serotonina ‒ neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer, bem-estar e de alívio da dor ‒ no organismo após o esforço.

Mesmo quem tem mobilidade muito reduzida pode se dedicar à prática esportiva. Existem diversas modalidades ‒ nos Jogos Paralímpicos, por exemplo, são 22 opções, praticadas por atletas com os mais variados graus de comprometimento. No entanto, é essencial que toda orientação seja feita por médicos, fisioterapeutas e educadores físicos aptos. Independentemente do desempenho, os benefícios físicos, psicológicos e sociais são garantidos.

Da depressão à ultramaratona

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?
À esquerda, Paulo de Almeida cruza a linha de chegada da Comrades com a prótese na mão. À direita, comemora após uma prova de triatlo (Foto: ARQUIVO PESSOAL)

Há 19 anos, o metalúrgico Paulo de Almeida sofreu um grave acidente de trabalho. "Fui manobrar uma empilhadeira, que capotou e esmagou meu pé direito. No hospital, fui informado que teria de amputar a perna abaixo do joelho. A ficha demorou a cair", conta. Passou por cirurgias e sessões de fisioterapia e enfrentou momentos de angústia e depressão por não aceitar a amputação. Até que um dia, assistindo a um programa de esporte na televisão, viu um atleta competindo com prótese. "No dia seguinte, comecei a buscar informações. No início, não foi fácil, pois minha prótese machucava."

Mesmo sem equipamento adequado, começou a dar suas corridinhas ‒ antes do acidente, ele só jogava futebol com os amigos. Até tomou conhecimento de modelos importados, com tecnologia específica para o esporte, porém custavam caro. Assim, seguiu participando de corridas de rua ‒ inclusive uma maratona, que concluiu em quase seis horas. Mas, com a mídia divulgando seu feito, as coisas começaram a mudar. Em 2000, surgiu a oportunidade de fazer a Maratona de Nova York, convidado pela Achilles International, com direito a uma prótese específica para corrida. E cumpriu os 42 quilômetros na Big Apple em 3h28m, consagrando-se campeão em sua categoria.

Hoje, aos 50 anos, Almeida tem no currículo 50 maratonas internacionais, algumas competições de triatlo e ultramaratonas. "Minha maior conquista foi ter completado a Comrades, prova de 89 quilômetros na África do Sul. Como alguém vai chamar um deficiente de coitadinho se ele correu essa distância? Busquei a igualdade por meio do esporte e mostrei até onde se poder chegar mesmo sem parte do corpo", diz.

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para a vida de seus praticantes?
Danielle Nobile: a paixão pela corrida a ajudou nos momentos mais difíceis (Foto: ARQUIVO PESSOAL)

A professora Danielle Nobile, de Ribeirão Preto (SP), 30 anos, sempre foi apaixonada por esportes, especialmente corrida de rua. Em 22 de outubro de 2012, um acidente de carro mudou sua vida. "Fui olhar a hora no relógio de pulso e perdi o controle do carro. Capotei e bati na mureta de concreto que dividia as pistas. O resgate chegou rápido e o bombeiro perguntou se eu conseguia sair do veículo sozinha. Mas não consegui nem tirar o cinto de segurança. Achava que era só cansaço de tanto chacoalhar no capotamento, mas já estava tetraplégica", conta.

A jovem teve uma lesão medular na altura da C7, a sétima vértebra do pescoço. "Fiquei com todas as funções neurológicas e musculares e os movimentos comprometidos do pescoço para baixo. "Ela passou a morar com os pais e a depender deles para tudo. E trocou o esporte pela fisioterapia.

Três meses após o acidente, foi encaminhada ao Hospital Sarah, referência em reabilitação, em Brasília. Apesar de ter lesão alta e ser considerada tetraplégica, Danielle recuperou parte dos movimentos das mãos. "No hospital, aprendi como me tornar mais independente. E foi lá que um educador físico me colocou, pela primeira vez, em uma handbike (tipo de bicicleta pedalada com as mãos).".

A sensação de retomar a atividade física foi a melhor do mundo. "O esporte me salvou emocionalmente, não deixando a tristeza me pegar e não permitindo que me entregasse – eu tinha algo por que lutar", conta. Ela ressalta também os ganhos físicos. "Cadeirantes já têm problemas de intestino, de bexiga, de excesso de peso... E eu ia querer colesterol alto, hipertensão, diabetes? Claro que não! Por isso, decidi me cuidar.".

Esgrima, atletismo de campo (arremesso de peso, lançamento de dardo e de disco), natação e até vela foram algumas das atividades que experimentou. "Mas gosto mesmo de triatlo e corrida de rua. Sou campeã brasileira de paratriatlo 2015 e acabei de completar minha primeira maratona, em Porto Alegre", conta Danielle, que hoje é paratleta.

saiba mais

  • O esporte paralímpico na vida real
  • Andrew Parsons: "O esporte muda a percepção da sociedade em relação às pessoas com deficiência"

Você viu?

  • Está sobrando emprego no Canadá
  • Quer produzir sua energia elétrica? Veja por que este é um ótimo momento

Quais os benefícios que os esportes adaptados podem trazer para vida de seus praticantes?

Benefícios do esporte adaptado para deficientes físicos.
Reabilitação física, psicológica e social;.
Ganho de autoconfiança;.
Ganho de independência nas atividades diárias;.
Criação de amizades;.
Melhora no bem-estar e na qualidade de vida;.
Prevenção de doenças;.
Prevenção de ansiedade e depressão;.
Dentre outros..

Quais os benefícios que o esporte adaptado ou seja a prática de uma atividade esportiva adaptada para pessoas com deficiência pode proporcionar?

As diversas modalidades de exercícios ajudam a trabalhar força, coordenação, flexibilidade, equilíbrio, agilidade e coordenação motora.

Quais os benefícios do esporte adaptado como fator de inclusão e melhoria da qualidade de vida?

Para Gorgatti (2005) além da melhora geral da aptidão física, o esporte adaptado auxilia em um enorme ganho de independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, além de uma melhora do autoconceito e da autoestima.

Quais os benefícios e psíquicos que a prática de esporte adaptados propícia para seus participantes?

Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, autovalorização e auto-imagem;.
o estímulo à independência e autonomia;.
a socialização com outros grupos;.
a experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;.
a vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;.