Postado Por em mar 15, 2015 | A primeira atividade econômica que foi explorada no Brasil foi a extração de pau-brasil. A exploração de pau-brasil era feita pelos índios e intensificou-se com a chegada dos portugueses. A árvore foi tão explorada que quase chegou a ser extinta. O problema é que a extração do pau-brasil não promovia a colonização para o território. Os navios chegavam, a madeira era cortada e logo os portugueses iam embora. Depois vieram atividades que ajudaram a colonizar e explorar melhor o território da colônia. Tendo em vista que a exploração até 1530 limitou-se exclusivamente ao litoral. Iniciou-se no Brasil a fabricação do açúcar em engenhos. Vários foram os motivos para essa escolha:Cana de Açúcar
Ilustração de escravos trabalhando em um engenho. | Imagem: Reprodução
Resumindo,
os portugueses tinham experiência neste ramo. Tinham um território onde havia condições excelentes para plantar. Havia um mercado onde produto era caro. E ainda de quebra podiam povoar melhor sua colônia e protegê-la (já que sofria bastante invasões neste período). Só havia vantagens para adotar o açúcar… então só faltava mesmo patrocinar e promover a atividade com vigor! E foi isso mesmo que a Coroa fez.Com isso, a cultura de cana se transformou no alicerce econômico da colonização
portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII. As regiões onde a cultura de cana mais prosperou foi o Nordeste (Bahia e Pernambuco).
Foi introduzido o esquema de plantation para o cultivo da cana de açúcar, caracterizada por:
- Cultivo de cana em grandes propriedades de terra (os latifúndios);
- Mão de obra escrava. Primeiro tentaram escravizar os índios, mas devido à resistência destes, os escravos africanos começaram a ser empregados em massa;
- Monocultura. Só se plantava uma cultura nos engenhos: a cultura de cana;
- Produção destinada à exportação.
O objetivo da adoção do plantation era a produção em larga escala com custo reduzido. Os donos de grandes propriedades (latifundiários) tinham um território grande e propício à cultura, que dedicavam totalmente a ela. Tinham trabalhadores escravos (só precisaria pagar na aquisição e sustentá-los). O cenário e as vantagens dos portugueses era muito favorável para que os lucros fossem altos. E foi exatamente o que obtiveram adotando o plantio da cana de açúcar.
Mineração de Ouro
No final do século XVII, a economia açucareira enfrenta dificuldades devido a concorrência com o açúcar das Antilhas (holandês). Um bandeirante chamado Antônio Rodrigues Arzão encontra ouro no território onde hoje fica localizado o estado de Minas Gerais.
No século XVIII inicia-se então o ciclo do ouro. O sonho do ouro e a esperança de trabalho e riqueza faz com que ocorra a primeira corrida do ouro da era moderna. Aumenta muito a imigração externa para o Brasil (pessoas vindas de Portugal) e interna também (com muitas pessoas abandonando suas cidades para viverem próximas das regiões mineradoras). Essa imigração foi responsável por multiplicar por 10 a população da colônia: saltando de 300 mil para 3 milhões de habitantes em 100 anos (1690 – final do século XVIII).
Johann Moritz Rugendas – Lavagem de Ouro
O ciclo do ouro ajudou a povoar o interior do Brasil. E com isso surgiram muitos povoados e vilas próximas nas regiões de extração do minério. Fez deslocar o eixo econômico da colônia para o Sudeste (inclusive deslocando a capital de Salvador para o Rio de Janeiro).
Houve uma grande taxação por parte da Coroa e aumento do controle e fiscalização da colônia durante este período. As principais taxas criadas foram:
- Quinto: Imposto de 20% sobre o total de ouro extraído. Pago nas casas de fundição, que transformava o ouro em barras com o selo da coroa portuguesa (já retirando os 20%);
- Derrama: Caso a colônia não arrecadasse aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano, os bens de mineradores eram confiscados até que se atingisse a quota estabelecida pela coroa;
- Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras por cada escravo que trabalhava em seus lotes.Este ciclo durou até o final do século XVIII, quando as minas foram se esgotando. E outras atividades econômicas, antes secundárias foram ganhando relevância.
Você sabia?
Haviam atividades econômicas secundárias (acessórias) no período colonial. Havia uma produção têxtil doméstica e produção de gêneros alimentícios. Houve uma indústria naval que surgiu para o reparo e construção de embarcações. E também houveram muitas atividades relacionadas a construção cívil, artesanato, azeite de baleia (iluminação pública) e serviços de alfaiates, carpinteiros, serralheiros, oleiros, ourives, sapateiros, etc.
Mas somente a partir do ciclo do ouro, é que houve a expansão dessas atividades e o aumento de sua relevância. Tudo devido ao crescimento da população.
Conclusão
Neste artigo apresentamos o panorama geral dos ciclos econômicos do Brasil colonial. Dividindo entre séculos, tivemos a predominância dos seguintes ciclos econômicos:
- Do séc. XVI ao XVII: Ciclo do açúcar;
- Século XVIII: Ciclo do ouro.
Vejamos no infográfico abaixo, o volume de exportações da colônia referente a cada ciclo. Você poderá perceber com isso,
quais eram as atividades e seu peso em cada período:
Iremos explorar cada ciclo, com a riqueza de detalhes, que merecem em artigos posteriores.
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