Porque os vírus não são células?

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Algumas infecções, como a gripe, dengue, AIDS, são causadas por vírus. Os vírus (do latim “veneno” ou “toxina”) são parasitas obrigatórios dos seres vivos. Isso porque eles não conseguem multiplicar seu material genético se não estiverem dentro de um organismo.  Não são considerados seres vivos por não realizarem funções vitais característicos dos seres viventes e nem terem células e nem organização celular (são chamados de acelulares). Porém, esse debate sobre os vírus estarem vivos ou não tem se expandido por conta de algumas pesquisas atuais que dizem que eles são um tipo muito simples e antigo e vida.

Os vírus são divididos entre retrovírus (os que possuem RNA como material genético) e adenovírus (os que possuem DNA como material genético). Eles são muito pequenos e simples, capazes de infectar as menores bactérias conhecidas. Quando estão fora do ambiente intracelular, eles são seres inertes. Mas, quando infectam alguma célula, injetam seu material genético que é capaz de se replicar de forma muito rápida.

Os vírus podem assumir várias formas diferentes. Comumente, é apenas uma capa de proteínas como um genoma dentro. Assemelha-se a uma caixa com uma série de instruções dentro. Alguns vírus mais complexos são os bacteriófagos (ou fagos), que possuem uma “cabeça” onde é guardado o material genético e uma cauda helicoidal.

As diferentes formas existentes de vírus. Ilustração: Designua / Shutterstock.com

Estrutura dos Vírus

A partícula viral é denominada de vírion. Ela é composta por:

  • Núcleo: que é o próprio genoma (DNA ou RNA, nunca os dois juntos);
  • Capsídeo: envelope que envolve o genoma do vírus. O capsídeo é formado por capsômeros. Ou seja, um conjunto de capsômeros forma o capsídeo.
  • Envelope: alguns vírus apresentam o envelope, que é um revestimento externo dos vírus. Esse revestimento deriva de partes celulares como as membranas e outras organelas.

Quanto a sua forma de reprodução, pode acontecer por ciclo lítico ou ciclo lisogênico.

Ciclo lítico

No ciclo lítico, o vírus se aproxima da célula e injeta o seu material genético. Esse material entra na célula e se multiplica com a ajuda das organelas da célula infectada. Daí, o DNA ou RNA do vírus vai caracterizar o tipo de infecção e doença. A célula infectada morre e libera os vírus que se formaram dentro dela e esses vírus vão infectar outras células.

Ciclo lisogênico

Nesse ciclo, o vírus introduz o seu material genético na célula. Esse material vai fazer parte do DNA da célula e irá ser replicado durante o processo de meiose celular.

Leia também:

  • Vírus DNA
  • Vírus RNA

Referências:
//www.ufrgs.br/labvir/material/aulat27.pdf
//www.ufrgs.br/labacvet/?q=node/14
JÚNIOR, César da Silva. SASSON, Sezar. Biologia 1. Editora saraiva, São Paulo, 2005. ISBN: 978-85-02-05268-0

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/biologia/os-virus/

Exercícios e questões de vestibulares

Questão 01: (CESPE 2004)

Com relação a vírus, julgue os itens subsequentes.

1)

Os vírus são organismos subcelulares, com ciclo de replicação exclusivamente intracelular, sem nenhum metabolismo ativo fora da célula hospedeira.

2)

Uma partícula viral completa é composta de uma molécula de DNA circundada por uma capa lipídica, que pode conter proteínas.

4)

A função básica de uma partícula viral completa é carregar o genoma viral para dentro da célula hospedeira, onde será replicado e amplificado.

8)

Os vírus, ao serem cultivados em meio artificial, se reproduzem de forma binária.

 Science Photo Library/Getty Images

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Pegue um átomo de carbono. Ou melhor: imagine um átomo de carbono, pois seria um pouco difícil pegá-lo na prática. Ele sequer é visível, pois é várias ordens de magnitude menor do que a menor coisa que ainda é grande o suficiente para refletir luz na direção de nossos olhos. Um microscópio óptico vê coisas de 500 nanômetros, 200 vezes mais esbeltas que um fio de cabelo. Mas um átomo de carbono tem 0,22 nanômetros, ou seja: é 2,5 mil vezes menor que o limite inferior do microscópio.

Esse átomo de carbono é como uma peça de LEGO com quatro encaixes, isto é: ele pode fazer quatro ligações covalentes com outros átomos, de maneira a formar moléculas. Algumas moléculas são minúsculas. Um etanol, por exemplo – do tipo que você bebe copiosamente às sextas após o expediente – tem dois carbonos, um oxigênio e sete hidrogênios. Alcança meros 0,44 nanômetros, pouco mais que o número dado acima para um átomo solitário.

(Você talvez esteja achando estranho que os dois números dados acima sejam tão próximos sendo que a molécula tem muito mais átomos. Mas o mundo microscópico não joga de acordo com as regras do nosso cotidiano de metros e centímetros. Na ausência de medições diretas, há vários meios de calcular o diâmetro de um átomo, mas nenhum deles equivale a colocar uma régua no dito-cujo. Em resumo: ciência é algo complicado, rs).

O ponto é que algumas moléculas são realmente enormes. Uma proteína chamada titina, por exemplo – a maior do corpo humano – tem 169 mil átomos de carbono. Ela mede 1 micrômero, ou seja: é quase do tamanho de uma bactéria particularmente pequena. Para uma molécula, isso é muito coisa mesmo. E alguns músculos contém até meio quilo de titina. Isso levanta uma questão: a partir de que ponto podemos considerar algo vivo? A titina é enorme e imprescindível para nós, mas ela está viva?

Não, é claro.

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Em geral, os biólogos concordam que a partir do nível da célula que algo pode ser considerado vivo. Uma célula é um pacotinho gelatinoso repleto de moléculas muito grandes como proteínas – inclua aí as titinas –, DNA e RNA. Nenhuma dessas moléculas, por si só, está viva. A vida consiste nas milhares de reações químicas que se desenrolam entre essas moléculas. A vida é um processo, uma sequência de interações entre os componentes do seu corpo. Nenhum dos seus átomos de carbono está vivo – mesmo assim, você está.

O mais importante desses processos – batizado de dogma central da biologia por Francis Crick – é a maneira como moléculas de RNA mensageiro vão no núcleo da célula, coletam instruções nas moléculas de DNA e levam essas instruções para os ribossomos, onde elas serão utilizadas para fabricar proteínas. Todo ser vivo, de uma bactéria a um elefante, funciona exatamente assim. A razão da existência do seu DNA é armazenar receitas de proteína, e é por meio da execução ordenada dessas receitas que você é construído e operado.

O que nos leva aos vírus. Um vírus é um pedacinho de molécula de DNA ou RNA protegido por um invólucro de proteína. Eles medem algo entre 20 e 300 nanômetros, ou seja: são menores que titinas. Se um vírus fosse do tamanho de uma bola de tênis, um ser humano teria 800 km de altura.

Existem apenas 586 espécies de vírus que infectam mamíferos, destas, só 253 se dedicam a parasitar humanos. É pouco, considerando que existem centenas de milhares de outros vírus inofensivos para nós e nossos pets. Os vírus não são células. Eles não se alimentam, não respiram, não se locomovem, não se reproduzem sozinhos e não obedecem ao dogma central de Crick. São inertes. De acordo com a esmagadora maioria das definições, não estão vivos.

Mesmo assim, quando um vírus penetra uma célula de seu hospedeiro, ele se aproveita do maquinário molecular disponível ali para criar cópias de si mesmo. Afinal, ele tem DNA (ou RNA). O que lhe falta é um meio de transformar a receita contida neste DNA nas proteínas que ele usa para agir. É aí que entra você. Ou seu cachorro. Ou qualquer outro hospedeiro – inclusive bactérias, que tem uma célula só. Se elas são infectadas, adeus mundo cruel.

“De muitas maneiras, a discussão sobre se vírus são vivos ou não é uma questão filosófica”, diz Nigel Brown, da Sociedade de Microbiologia do Reino Unido. “Nos últimos 15 anos, vírus gigantes encontrados em amebas complicaram nossa visão de vírus como simples estruturas não-vivas. Esses mimivírus e megavírus podem conter mais genes do que uma bactéria simples (…) Esses genes também aparecem nos domínios Archaea, Bacteria e Eucarya [as três subdivisões da vida na biologia contemporânea, chamadas “domínios”]. Alguns pesquisadores argumentam, com base nisso, que eles constituem um quarto domínio.”

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Afinal, os vírus são ou não seres vivos?

Um vírus é um bolinho inerte de material genético. Mas parasita organismos com o ímpeto da cavalaria cossaca. Fica a questão: essa coisa é viva ou não é?

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Porque o vírus não é célula?

Um primeiro ponto importante a ser considerado é que os vírus não são considerados seres vivos, uma vez que eles não possuem uma estrutura de célula. Eles são parasitas intracelulares obrigatórios, o que significa que são completamente dependentes de outras células para se reproduzir.

Por que o vírus é um ser vivo?

Quem defende que os vírus são seres vivos, argumenta que eles desenvolvem atividades consideradas complexas, já que conseguem burlar o sistema imunológico de outros seres, a ponto de provocarem doenças. Outro argumento que reforça a tese é o fato de que neles há a presença de material genético como DNA e/ou RNA.

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