Por quê o esperma fede

Pelo mesmo motivo que cada pessoa tem cheiro e sabor diferentes. Somente 1% da ejaculação de um homem é composta por espermatozóides. Os outros 99% são proteínas, vitaminas, sais minerais, frutose e outros ingredientes. Os níveis desses ingredientes no corpo dependem, entre outros fatores, da alimentação do cara.

Existem vários estudos em andamento, que pretendem desvendar a melhor dieta para um sabor seminal mais agradável, mas nenhum deles está em fase conclusiva. No entanto, de acordo com o Casal Sem Vergonha, a sabedoria popular de quem já experimentou pode dizer que sim, o gosto muda.

– Homens que não comem carne teoricamente teriam um gosto mais suave e neutro do que os carnívoros;

– Cafeína, cigarro, comidas gordurosas e álcool são conhecidos por acrescentar um sabor mais forte ao esperma;

– Frutas são conhecidas como as salvadoras da pátria nesse quesito. Acredita-se que acrescentar uma fruta em cada alimentação (café da manhã, lanches, almoço e jantar) ajuda a neutralizar o gosto.

É importante lembrar que nenhuma dieta vai deixar o esperma com gosto de Nuttela, bacon ou morango. Esperma sempre terá gosto de esperma, seja ele qual for. A alimentação pode ter o poder de melhorar o gosto, não de fazer com que o homem ejacule leite condensado.

Uma coisa interessante sobre o sêmen é que a sua textura e volume podem variar de acordo com a frequência ejaculatória do moço. Aquele que transa ou se masturba menos, tende a ejacular mais, com uma concentração maior de proteínas e consistência mais densa. Homens que ejaculam com mais frequência, tendem a possuir a secreção mais rala com sabor mais aguado e neutro.

Sim. Isso pode acontecer porque o pH do sêmen ejaculado é alcalino, enquanto o da vagina é ácido. Então, quando o esperma entra em contato constantemente com o órgão sexual feminino, pode ocorrer uma alcalinização do pH e a flora vaginal se tornar alterada. Por conta dessas mudanças, alguns problemas podem surgir, como corrimento e odor vaginal. Mas esses sintomas irão depender da imunidade de cada mulher.

Mas se o parceiro é fixo, vale ressaltar que com o passar do tempo, a flora vaginal pode entrar em equilíbrio com o sêmen, e com isso, diminui a recorrência das alterações citadas acima. Por isso, ter um parceiro fixo e que tenha boa higiene ajuda a minimizar a ocorrência de alterações do pH vaginal e infecções bacterianas.

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O pH normal da vagina é ácido devido a presença de lactobacilos que convertem o glicogênio (um tipo de açúcar que tem na mucosa) em ácido láctico, o que protege o órgão contra as infecções. Por isso, quando a vagina sofre alguma alteração, essas bactérias do bem também são afetadas, o que pode acarretar nos sintomas citados.

Mas é muito importante ir ao ginecologista para entender se essa mudança de corrimento e odor vaginal é relacionada ao sexo sem camisinha mesmo. E também checar se a prática tem sido segura. Se essa alteração do pH for o caso, o médico poderá prescrever algumas medicações e, muitas vezes, será necessário tratar o parceiro também. Retomar o uso da camisinha é necessário e o uso de probióticos orais ou até locais também podem ser indicados para ajudar a fazer a recolonização da vagina com os lactobacilos.

É importante lembrar que o sexo desprotegido aumenta as chances de contrair infecções sexualmente transmissíveis. E algumas dessas ISTs podem causar mudanças no órgão sexual feminino. O HPV (papilomavírus humano), por exemplo, tem como um dos sintomas o aparecimento de verrugas ou lesões na vagina. Já a sífilis, herpes e outras infecções têm como sinal o desenvolvimento de úlceras na região. Por isso, usar camisinha é sempre o mais indicado em qualquer situação.

Fontes: Bárbara Murayama, ginecologista e especialista pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Luana Ariadne Ferreira Zanchetta Souza, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos e especialista em doenças causadas pelo HPV e PTGI (Patologia do Trato genital Inferior) e Neila Maria de Góis Speck, presidente da comissão nacional especializada em trato genital inferior da Febrasgo.

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O cheiro e o sabor podem ser alterados? Um homem pode ser pai mesmo na terceira idade? A masturbação excessiva costuma afetar o volume? E engolir, faz mal à saúde? Universa consultou um time de especialistas para desvendar essas e mais dúvidas.

Fontes consultadas: Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Flávo Iizuka, urologista e diretor clínico da Climedin, em São Paulo (SP), e Guilherme Wood, médico urologista e especialista em reprodução humana da Huntington Medicina Reprodutiva, em São Paulo (SP).

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  • Com a idade, o volume diminui

    Cerca de 90% do líquido seminal é produzido pela próstata e pelas vesículas seminais. O restante é proveniente dos testículos. A produção é constante ao longo da vida, mas o crescimento natural da próstata conforme os anos pode gerar uma doença chamada de hiperplasia benigna, que costuma dificultar o fluxo urinário e a saída do líquido seminal após a ejaculação. Por isso, é muito comum que os homens observem que o sêmen vai diminuindo. Os homens produzem espermatozoides todos os dias e a quantidade pode variar de 2 ml a 5 ml de sêmen por ejaculação. Fatores como medicamentos, cirurgias na coluna, doenças neurológicas, IST's (infecções sexualmente transmissíveis), causas genéticas, diabetes e o consumo de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, tabaco e anabolizantes também podem levar à diminuição da ejaculação e da produção de espermatozoides.

  • ...E a qualidade do sêmem também piora...

    Não existe idade limite para o homem engravidar uma mulher. A questão é que com o avanço dos anos, a próstata aumenta e, consequentemente, o volume de sêmen diminui. Por outro lado, diferente da mulher, que quando está na menopausa não consegue mais ter filhos, o homem produz sêmen fértil até o último dia de vida dele, apesar de ter uma qualidade pior por conta de uma fragmentação no DNA dos espermatozoides. A partir dos 50 anos, essa redução na qualidade pode levar a um risco maior de doenças neurológicas ou anomalias genéticas na criança.

  • A masturbação excessiva não altera o esperma

    O que acontece é que o homem que exagera na masturbação sempre tem uma baixa contagem de espermatozoides, porque existe a necessidade de aguardar mais ou menos 3 dias para que o estoque se refaça pela produção natural. Se ele se masturba diariamente, sempre haverá uma contagem de espermatozoides abaixo do normal, porque não há tempo de repor. Porém, há outros riscos em jogo, como a diminuição da sensação de prazer, já que no sexo solitário não há produção adequada de alguns hormônios relacionados ao bem-estar. Outro perigo é o da chamada Death Grip Syndrome, que consiste na perda da sensibilidade dos nervos do pênis por causa da força excessiva sobre o membro. Importante: conforme o excesso da atividade, a masturbação pode ser considerada uma compulsão sexual e exige tratamento com psicólogo.

  • Ele pode conter diversas doenças.

    HPV, herpes genital, clamídia, gonorreia, HIV, hepatites B e C e sífilis são algumas das enfermidades que podem ser transmitidas pelo sêmen através do sexo sem proteção. Por isso, use camisinha!

  • Engolir pode fazer mal à saúde.

    O esperma por si só não oferece risco, mas também não existe comprovação científica de que traga algum benefício. O problema acontece quando o homem está infectado com alguma IST e, ao engolir, a(o) parceira(o) pode sofrer uma contaminação. Saudável, o esperma não provoca nenhum tipo de problema, como doenças do trato gastrointestinal - isso não passa de mito.

  • Mudanças na cor exigem atenção.

    Sangue no sêmen, hemospermia (tingimento pela cor marrom ou vermelha) ou cor amarelada forte podem indicar doença inflamatória, infecciosa ou até mesmo neoplásica. A falta de hidratação adequada também costuma causar uma variação no tom do esperma. E mais: modificações no volume e no odor sugerem alguma anormalidade.

  • O gosto tem a ver com a alimentação do homem

    O sabor do sêmen é levemente salgado, mas pode se alterar conforme os hábitos alimentares. do homem. Se ele evitar o consumo exagerado e recorrente de alho, corantes, frituras, álcool, cafeína e produtos picantes, condimentados e amargos e acrescentar na dieta alimentos como canela, gengibre e frutas, sobretudo abacaxi, tanto o sabor quanto o odor do líquido ficam mais leves e até mesmo adocicados.

  • Ele tem efeito de "cola".

    Logo depois da ejaculação, o esperma que sai na forma líquida tende a formar um gel, processo chamado de coagulação. Isso tem a função de proteger os espermatozoides do pH da vagina, que é ácido e pode destruí-los. Trata-se de um fenômeno normal que às vezes leva ao surgimento de pequenos coágulos, semelhantes às bolinhas de sagu, no meio do esperma. É algo normal e que não tem nenhuma característica de que a pessoa esteja doente ou com algum problema de saúde.

  • A frequência sexual interfere no volume.

    Se um homem ejacula várias vezes em uma relação sexual ou no mesmo dia, a quantidade de líquido vai ser menor. E, ao contrário, se estiver há muito tempo sem transar, o esperma estará mais concentrado.

  • Você pode ter alergia ao sêmen

    O sêmen é altamente proteico e conta com muitas substâncias que podem gerar um processo alérgico em pessoas mais sensíveis, sendo mais comum no sexo anal ou vaginal, mas também pode acontecer no oral. Os principais sintomas são vermelhidão, coceira, queimação e/ou inchaço nos locais que tiveram contato com o fluido. Em casos mais graves, provoca diarreia e dificuldade para respirar. O quadro, no entanto, é raro e pode ser tratado com anti-histamínicos.

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