Obesidade infantil e a atividade física atuação do profissional de Educação física

Título do TrabalhoA IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO COMBATE A OBESIDADE INFANTILAutores

  • Ricardo Júnior de Lima Oliveira Bezerra
  • Francijânio Soares de Souza
ModalidadeArtigo CientíficoÁrea temáticaEducaçãoData de Publicação04/02/2020País da PublicaçãoBrasilIdioma da PublicaçãoPortuguêsPágina do Trabalhowww.even3.com.br/Anais/Amplamentecursos/237737-A-IMPORTANCIA-DA-ATIVIDADE-FISICA-NO-COMBATE-A-OBESIDADE-INFANTIL ISBN978-85-5722-415-5Palavras-ChaveATIVIDADE FÍSICA, OBESIDADE INFANTIL, EDUCAÇÃO.Resumo1. INTRODUÇÃO A obesidade infantil vem crescendo assustadoramente, com isso é inevitável não falarmos neste assunto de extrema importância. Para Torriente e col (2002), a obesidade tem aumentado de forma alarmante em países desenvolvidos e em desenvolvimento, constitui o principal problema de má nutrição de adulto e é uma enfermidade que se tem visto aumentada notoriamente na população infantil. Vários estudos correlacionam o risco da obesidade na idade adulta com a presença da obesidade em pelo menos um dos pais, particularmente em crianças com obesidade antes dos 10 anos de idade, demonstrando a importância dos hábitos assimilados no ambiente familiar na gênese da obesidade (HALPERN; MANCIN, 2002). A infância trata-se de um período de vida em transformação, pode acarretar no aparecimento de alguns transtornos, dentre ele os que afetam o comportamento alimentar que se trata de respostas comportamentais na maneira de como o indivíduo se alimenta, que pode estar relacionado aos padrões de vida, condições sociais, culturais entre outras, o que interfere diretamente no estado nutricional de cada um (GONÇALVE et al., 2013). O fator preocupante não é o aspecto estético, mas a quantidade de crianças com excesso de peso e que apresentam alterações nos níveis de colesterol, são descriminadas pelos colegas e alvo de brincadeiras inconvenientes, vale ressaltar que o a educação alimentar, o maior cuidado com a qualidade das refeições começa em casa, mudar os hábitos alimentares e estimular a pratica de atividade física é fundamental. Segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade, um dos fatores que ocasionam a obesidade são os ambientes modernos com tantas tecnologias e principalmente a falta de atividade física. Assim, que as condições sociais e o baixo nível educacional são um dos índices que aumentam as taxas de obesidade nessas populações (ABEB, 2016). Com base no exposto, fica nítido a necessidade de analisar a importância da atividade física no combate à obesidade infantil, estudos com esta natureza podem fornecer elementos para ações multiprofissionais subsidiadas por evidências, bem como fomentar políticas públicas que visem a reduzir possíveis danos, contribuindo para o bem estar e à saúde dos indivíduos obesos. 2. OBESIDADE A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. Ressaltamos que já em 2012, a O.M.S alertava as nações quanto a alarmante e crescente presença da obesidade no mundo e a imprescindibilidade de instituírem-se em caráter de urgência ações de combate a este mal, que se correlacionava a 2/3 das mortes no mundo. Em 2014, novo alerta é emitido convocando o globo desta vez ao combate à obesidade infantil, a forma consensualmente mais eficaz de enfrentamento à obesidade. A obesidade está associada a um risco aumentado de mobilidade e mortalidade, assim como a redução da esperança média de vida (Calle et al, 1999; Flegal et al, 2006; Poirier et al, 2006). Apesar de a susceptibilidade individual ser evidente, dados epidemiológicos recentes indicam que a causa primária para a obesidade global reside em mudanças ambientais e comportamentais – o aumento da obesidade ocorreu num período de tempo demasiado curto para haver alterações genéticas nas populações (Hill et al, 1998). A globalização trouxe muitos benefícios, mas também trouxe malefícios. Os fastfoods, comida barata de pouca qualidade nutricional e repleta de gordura, vêm seduzindo as crianças e adolescentes com apelos bem elaborados (BARBOSA, 2004). A obesidade é uma doença crônica com etiologia multifatorial, acarretada por um conjunto de aspectos genéticos, ambientais e psicológicos. Esta pode gerar morbidades que afetam a qualidade de vida e implicam em outros riscos à saúde, como disfunções cardiovasculares, neuroendócrinas e psíquicas (Moraes, Caregnato, & Schneider, 2014). De acordo com Carvalho (2000), a obesidade tornou-se tão comum que acabou por transformar-se no mais grave problema de saúde pública do mundo, superando até mesmo a desnutrição e as doenças infecciosas. O estilo de vida sedentário e as dietas baseadas em alto índice de gordura e alta densidade energética são apontadas como as principais causas do aumento da obesidade, sobretudo o obeso apresenta pré-disposição genética ou tendência para engordar rapidamente quando exposto a fatores ambientais desfavoráveis. Dentre alguns fatores existe a evidência de tais como: a má alimentação somada à inatividade física. Apesar de uma parte da população brasileira sofrer de desnutrição nos centros urbanos vê-se um surto de “gordinhos” e obesos devido à inatividade física e a ingestão imprópria de alimentos (NAHÁS, 1999). 2.1. Obesidade infantil A obesidade infantil apresentou alarmante aumento nas últimas três décadas e tornou-se grande problema de saúde pública. A estimativa mundial da Internacional Obesity Task Force (IOTF, 2005) é de que haja, atualmente, 155 milhões de crianças com excesso de peso (sobrepeso/obesidade). Os países industrializados são os que apresentam a mais alta prevalência de obesidade infantil. A obesidade infantil possui diversos tratamentos e a escolha do tratamento deve se basear na gravidade do problema e na presença de complicações associadas. O principal objetivo da perda de peso é reduzir ou adequar a quantidade de gordura corporal para diminuir o risco de complicações futuras TELEMA et al. (1997) explicam que esta problemática dos adultos parece ser estabelecida mais cedo na vida. A participação sistemática em programas de atividade física na vida adulta é influenciada pelas experiências vividas durante a infância e a adolescência. Está bem documentado que um estilo de vida sedentário exerce grande influência no desenvolvimento da obesidade tanto em adultos quanto em crianças, e que a inatividade física contínua é um fator de risco para a obesidade na vida adulta (FAITH et al., 2001; DAVISON and SCHMALZ, 2006). GALDINO considera que existem dificuldades em definir a gênese e o desenvolvimento da obesidade, entendendo que seja necessário buscar melhor compreensão da sua relação direta com fatores ambientais específicos, no entanto, coloca a redução de atividade física, o tempo gasto assistindo TV, a adoção de atividades sedentárias e a ingestão calórica em excesso, como fatores consolidados para ganho de peso excessivo. 3. ATIVIDADE FÍSICA Atividade física é considerada “qualquer tipo de movimento corporal que produz gasto energético acima dos níveis de repouso e não necessariamente a prática esportiva” (LAZOLLI et al 1998, p.107). Segundo Lazzoli et al (1998), a infância é considerada um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança e com a chegada da pré-adolescência que ocorre geralmente a partir dos 10 anos. Bracco et al (2003), também afirma que para garantir o crescimento e o desenvolvimento é importante que a criança pratique atividades desportivas para melhorar a saúde e a socialização, porém, deve-se tomar cuidado com as consequências de uma prática de atividade física ou treinamento precoce sem um acompanhamento adequado. 3.1 Atividade física no combate a obesidade Dentro das rotinas de exercícios físicos, o procedimento mais indicado, de acordo com Grubbs (1993), citado por Oliveira (2005), para provocar um impacto positivo no controle da massa corporal consiste na participação de esforços que envolvam grandes grupos musculares, e que possam ativar todo o sistema orgânico de oxidação para captar-se energia (atividade aeróbica). A atividade física é de vital importância, tanto para a perda de peso, como para a manutenção de peso. Pronk e Wing (1994) e Pavlou et al (1989), citados por Bouchard (2003), concluíram que o exercício físico é um determinante para a manutenção do peso em longo prazo. Segundo Powers e Howley (2000), a atividade física constitui a parte mais variável do lado do gasto energético, representando de 5% a 40% do gasto calórico total diário. A combinação de exercício físico com restrição calórica representa um meio flexível e efetivo de conseguir uma redução ponderal. O exercício melhora a mobilização e o catabolismo de gorduras, acelerando a perda de gordura corporal. A atividade física programada possui benefícios fundamentais à saúde, como melhoria no condicionamento físico, redução da gordura corporal, saúde óssea, diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão, entre outros (WHO, 2010). De acordo com a WHO (2010), as seguintes recomendações devem ser comunicadas pelo agente de saúde aos pais e pacientes, visando melhoria do condicionamento físico das crianças e adolescentes obesas: 1) Crianças e jovens devem realizar pelo menos 60 minutos de atividade física diariamente; 2) A atividade física por mais de 60 minutos diários proporcionará benefícios adicionais à saúde; 3) A maior parte da atividade física deve ser aeróbica. Atividades intensas devem ser incorporadas, incluindo as que fortalecem músculos e ossos, pelo menos três vezes por semana. A atividade física é outro fator que combate e previne a obesidade infantil. Partindo desta premissa, Alves (2003) nos leva a acreditar que: ser fisicamente ativo desde a infância apresenta muitos benefícios, não só na área física, mas também nas esferas social e emocional, e pode levar a um melhor controle das doenças crônicas da vida adulta. Além disso, a atividade física melhora o desenvolvimento motor da criança, ajuda no seu crescimento e estimula a participação futura em programas de atividade física. Os exercícios aeróbicos são fundamentais no auxilio do processo de perda de peso corporal, com isso Mcardle e Col (2000) colocam: as atividades ideais consistem em exercícios aeróbios contínuos realizados com grandes grupos musculares que comportam um custo calórico de moderado a alto, como caminhada rápida, corrida, pular corda, ciclismo natação. As evidências dos benefícios dos exercícios físicos no combate a obesidade são notórios e satisfatórios. De acordo com Souza e Virtuoso Jr os programas para controle de peso devem combinar com a restrição moderada do consumo energético em conjunto com a realização de exercícios específicos para a perda de gordura. Conforme Fernandez et al, os exercícios mais eficazes para a perda de gordura são os exercícios aeróbios e os exercícios contra resistência. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer do presente Trabalho de Conclusão de Curso, buscou-se a partir da fundamentação teórica revisada na presente pesquisa, conclui-se que a atividade fisica se apresenta como meio bastante eficaz na ação de combate a obesidade infantil. Uma vez que um dos maiores causadores do excesso de peso é a inatividade. Os exercícios aeróbicos são fundamentais no auxilio do processo de perda de peso corporal. Portanto, o conhecimento dos efeitos positivos do exercício físico no tratamento e na prevenção da obesidade infantil aponta para a importância dos profissionais da área da saúde adotarem estratégias que estimulem as crianças a praticarem regularmente atividade física. Em se tratando de crianças em idade escolar, alerta-se para a importância das aulas de educação física como uma forma de manutenção e motivação para aquisição de estilo de vida ativo, uma vez que um dos objetivos é melhorar indicadores de saúde. Compreendido desta forma, que a obesidade é um problema crescente em todo o mundo e de grande importância para o Brasil, e que especialistas de toda parte concordam que o método mais eficaz de combatê-la é atuando na obesidade infantil, propõem-se, neste estudo, realizar revisão integrativa acerca das publicações que abordem tal temática no país, a fim de fundamentar futuras pesquisas e ações. REFERÊNCIAS ALVES, J. G. B.; MONTENEGRO, F. M. U.; OLIVEIRA, F. A.; ALVES, R. V. Prática de esportes durante a adolescência e atividade física de lazer na vida adulta. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v.11, n.5, p.291-4, 2005. ALVES, J. B. G. ET AL., Prática de esportes durante a adolescência e atividade física de lazer na vida adulta. Rev Bras Med. Esporte _ Vol. 11, Nº 5, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA ESTUDO DA OBESIDADE. ABEB, 2016. BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, Rev. Bras. Cienc. Farm. Vol. 39 nº4. 2003 BRACCO, Mario Maia et al. 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Título do EventoEDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADETítulo dos Anais do EventoAnais Educação e Formação Continuada na ContemporaneidadeNome da EditoraEven3Meio de DivulgaçãoMeio DigitalDOIObter o DOI

Como citar

BEZERRA, Ricardo Júnior de Lima Oliveira; SOUZA, Francijânio Soares de. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO COMBATE A OBESIDADE INFANTIL.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/237737-A-IMPORTANCIA-DA-ATIVIDADE-FISICA-NO-COMBATE-A-OBESIDADE-INFANTIL>. Acesso em: 09/12/2022 06:59

Trabalho

Obesidade infantil e a atividade física atuação do profissional de Educação física