O que é o que é que está sempre correndo

Para onde vamos com tanta pressa? Será que estamos correndo atrás dos nossos sonhos, do sentido de nossas vidas?  Ou estamos no time daqueles que vivem sempre correndo contra o tempo para cumprir as obrigações do dia?

Acordar cedo, café da manhã? Não, não precisa, não vai dar tempo, preciso correr para não me atrasar no trabalho. Metas cumpridas ao final do dia, se der tempo uma passada rápida na academia, voltar para casa a noite, comer uma comida rápida, pois preciso dormir… ufaaa! Amanhã começa tudo de novo. E sem perceber estamos correndo de lá para cá, ofegantes, sempre muito cansados, vivendo um dia após o outro.

Talvez, falte-nos sermos intencionais, fazer escolhas pautadas em colocar sentido na vida. Ser intencional em todos os objetivos é muito mais que simples escolhas, é assumir compromissos.

Ter clareza do que queremos construir nessa vida, faz com que trabalhemos intencionalmente todos os dias.

Quando vivemos reféns de nossas rotinas mal planejadas, acabamos não tendo tempo para prestar atenção nos filhos que eram crianças e que de repente já se tornaram adolescentes rebeldes. Os nossos pais envelhecem e nós nem prestamos atenção naquelas rugas que agora eles já têm no rosto. E aquele irmão que casou e, de repente, você já tem um sobrinho que você mal viu dar os primeiros passos? Pois é, aquele amigo que era um brother já faz mais de um ano que vocês não se encontram.

A vida exige de nós sermos intencionais, acordar um pouco mais cedo para dar tempo de tomar café com a família. Dar um jeito de promover um happy hour com os amigos mesmo quando a agenda está cheia. Parar um pouquinho no meio do expediente para se interessar sobre a vida do colega do seu lado.

Parece que não é tão complicado assim quando entendemos o que realmente importa. Viver por ai tendo a música do Zeca Pagodinho como lema de vida, deixando a vida levar, não faz sentido.

Luiza Ambrosina
Obra Shalom, Missão Belo Horizonte

Coisas que aprendi com a corrida além de manter o cadarço bem amarrado para não cair :p — foto: www.pexels.com

Eu corro. Já contei isso pra você não é? Lá atrás quando escrevi o primeiro “3 coisas que aprendi correndo”. E eu continuo correndo e tentando trazer para a minha vida as lições que aprendo com a corrida e as provas de rua que participo. Mas eu passei uma fase onde os treinos estavam difíceis, o meu rendimento não estava bom e isso foi me deixando desanimada. Mas continuei correndo. E aqui estão as 3 coisas que aprendi nesta fase.

Seguir do jeito que dá

Eu adoro correr. E depois de 7 anos já sei que, independente de qualquer coisa, o melhor pra mim é manter meus treinos. Mas isso não significa que eu estou sempre 100% disposta para a corrida. Tem algumas épocas em que me sinto muito desmotivada. Os motivos são vários: problemas no trabalho, dificuldade de melhorar minha performance, cansaço… Nestas épocas, eu sigo do jeito que dá. E o que significa isso?

Significa que eu topo dar o melhor possível naquele momento. E que eu sei que o melhor possível naquele momento não é o meu melhor. Os treinos rendem menos, as vezes eu não completo toda a distância programada. Mas eu sigo em frente. Vou seguindo do jeito que dá. E, eventualmente, as coisas se acertam e vão melhorando.

Esperar pela motivação necessária para correr, estudar ou iniciar aquele projeto não é um bom plano. Pode ser que ela não venha nunca ou que venha num momento inoportuno e você fique motivado mas sem o tempo necessário para realizar o que deseja. Compareça. Trabalhe. Treine. A motivação vai aparecer no caminho. E também, mesmo se não aparecer, você terá realizado algo. E isso já é melhor que ficar sentado esperando.

Olhar para a frente

Quando o treino fica difícil, é comum eu me perceber correndo de cabeça baixa, olhando pro chão. Tecnicamente, isto é ruim e prejudica a performance geral do corredor. O correto é sempre manter a postura ereta e cabeça erguida, facilitando a respiração. Mas eu percebi outra vantagem em olhar para frente durante a corrida.

Quando eu corro olhando para baixo, o mundo parece tão pequeno, tão igual. Olhar para a frente quer dizer observar um horizonte mais amplo. De repente você passa a fazer parte de um mundo muito maior, muito mais interessante. E então, mesmo cansada, fica mais fácil de lembrar que eu gosto muito de correr. E isso me dá energia para ir atrás daquele horizonte que está sempre na minha frente.

Viver olhando somente o dia-a-dia, só resolvendo problemas ou fazendo tarefas automaticamente faz o nosso mundo parecer muito pequeno. É preciso ampliar os horizontes e sempre olhar para a frente. Não é possível se livrar completamente do cansaço, dos problemas, do stress… mas é possível parar de prestar atenção somente neles. Olhe para os outros, olhe para o mundo a sua volta e não se deixe ficar de cabeça baixa olhando somente para o próprio umbigo.

Aproveitar o caminho

Correr é coisa de maluco. Tudo bem, eu posso concordar. Afinal de contas, saímos de casa cedo de manhã ou tarde da noite, corremos por aí só para voltar pro mesmo lugar. Muitas vezes fazemos o mesmo trajeto sempre. Coisa mais chata não? Mas quem corre, sabe que o caminho sempre reserva surpresas. A mesma rua, nunca é igual um dia após o outro. O sol muda, a temperatura muda, o vento muda. Uma árvore se torna florida. E, se corremos olhando pra frente, sempre há um novo detalhe para notar, algo que não vimos antes.

Alguns treinos podem ser particularmente difíceis: pernas doem, falta fôlego… Apreciar o caminho não diminui as dores e nem dá mais fôlego, mas alimenta o espírito humano que te fez sair de casa para ir correr, em primeiro lugar. A corrida faz bem para o corpo e apreciar o caminho faz bem para a alma. Me parece uma combinação poderosa.

Vale sempre buscar na nossa rotina, quais são as coisas que alimentam nosso espírito, que nos faz humanos, nos dá mais força e energia para carregar nossos corpos cansados pelos dias mais difíceis. Pois eles sempre vão existir. Mas as surpresas do caminho também :).

Dani Lima é designer de marcas freelancer e colaboradora na Abacomm Mobile corre até 4x por semana e vai participar de sua segunda meia maratona.

Para conhecer os logotipos e identidades visuais que ela já criou visite www.danilima.com.br

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