A FORMAÇÃO DOCENTE E USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: DIFICULDADES PARA DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS PARA A EFETIVAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Show Monique de Cássia da Silva RESUMO A formação universitária deixa a desejar em termos de atuação profissional dos futuros docentes especialmente com relação ao uso de tecnologias assistivas. É necessária a inclusão de disciplinas voltadas para o atendimento dos alunos com deficiência nos currículos dos cursos de licenciatura. O presente trabalho tem como objetivo evidenciar a formação de professores e o seu impacto para a prática de uma educação inclusiva identificando as principais dificuldades enfrentadas pelos mesmos para a implementação de uma educação de qualidade. A metodologia baseou-se em uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica. Nos resultados constatou-se que os descompromissos dos pais, a não aceitação da criança com deficiência e a cobrança excessiva da escola são fatores que dificultam a inclusão. Considera-se que docentes abertos a mudanças e inovações nas práticas pedagógicas são fatores indispensáveis para melhorias educacionais. PALAVRAS-CHAVE: Alunos com deficiência, Educação inclusiva, Formação de professores. Introdução Esse artigo discorre sobre a formação docente e o uso das tecnologias assistivas, bem como menciona as dificuldades
enfrentadas pelos professores para desenvolver as competências precisas, necessárias e desejáveis para o bom desempenho e efetivação da educação inclusiva. A formação docente na perspectiva da educação inclusiva A questão que envolve a formação do professor é algo preocupante e inquietante quando se fala não só em Educação Especial e Inclusiva, mas quando se fala na educação como um todo. Ele é de fato um agente central no atendimento ao aluno especial, assim como dos demais alunos. Sem negar o mérito de esforços individuais e propostas localizadas, o fato é que o professor não tem tido experiências formativas suficientes ou suporte humano e material necessário para lidar com as novas demandas do trabalho pedagógico (GÓES, 2004, p.77). A formação universitária nos dias de hoje deixa a desejar em termos de atuação profissional dos futuros docentes, visto que o que há na maioria dos cursos de formação de professores são currículos extensos focados no conteudismo, tornando assim a sua formação fragilizada, visto que precisam ser incluídas no currículo destes cursos, disciplinas voltadas para a educação especial, o que é importante para que estes possam se sentir mais preparados para desenvolver um trabalho eficiente com os alunos. É Importante destacar a necessidade dos professores valorizarem os fatores responsáveis e as características das deficiências, bem como as metodologias específicas para os deficientes e as barreiras vencidas pelo respeito, acolhimento e apoio às famílias dos educandos com necessidades especiais. (ZOLIN, 2012, p.9). No entanto, a formação dos
licenciados no que tange a perspectiva da educação inclusiva deixa muito a desejar, pois são inúmeras as lacunas encontradas nesse processo, tendo em vista que para que ocorra de fato uma educação inclusiva, inúmeros são os fatores que devem ser considerados e várias são as questões que precisam ser trabalhadas e melhoradas. Mas, não podemos deixar de considerar os esforços e ações de implementação de disciplinas relacionadas à educação inclusiva nos cursos de formação docente possibilitarão aos
futuros profissionais do magistério a oportunidade de atender melhor as diversidades em sala de aula. Principais dificuldades enfrentadas pelos professores na educação inclusiva com uso das TICs A educação para a inclusão exige
uma nova escola e uma nova sociedade, em que possam existir atitudes sem rótulos, discriminações e segregações, mas que haja respeito à individualidade. Porém, quando se fala em educação inclusiva, inúmeras são as dificuldades a serem superadas e maiores ainda são os desafios a serem enfrentados. A escola mesmo tendo em seu referencial espaço para todos, ela não foi instituída para trabalhar com as diferenças, a estrutura pedagógica e a divisão de séries. A fim de atender as semelhanças, assim compreende-se como é difícil para ela adequar-se a condição de inclusão (FIGUEREDO, 2014, p.24). Aqui pode-se notar que os desafios relacionados à educação inclusiva precisam levar em
consideração a escola, pois analisar as dificuldades enfrentadas pelos docentes não é uma situação simples e nem igualitária, visto que a maneira como cada profissional lida com essas dificuldades é relativo variando muito de instituição para instituição e dependendo muito da visão de cada uma. Para atender a diferença na sala de aula devemos flexibilizar as práticas pedagógicas. Os objetivos e estratégias de metodologias não são inócuos: todos se baseiam em concepções e modelos de aprendizagem. Assim, se não propormos abordagens diferentes ao processo de aprendizagem acabaremos criando desigualdades para muitos alunos. (RODRIGUES, 2006, p.305-306) Dessa maneira, uma das barreiras a serem superadas seria a de que uma criança com algum tipo de deficiência deveria, obrigatoriamente, estar inserida em ambientes em que hajam crianças com deficiências iguais ou semelhantes, pois assim o atendimento seria mais igualitário e os discentes aprenderão no mesmo ritmo, visto que apresentam “limitações” semelhantes. Esse tipo de pensamento faz o pensamento errôneo de incapacidade para trabalhar com esses alunos, ou que os
docentes que são habilitados para isso são apenas os de Atendimento Educacional Especializado. A formação de professores e o uso de tecnologias assistivas na educação inclusiva. As pessoas com deficiência ao utilizarem
da tecnologia assistiva, especialmente no ambiente escolar, tornam-se indivíduos mais autônomos demonstrando assim independência e iniciativa para realização de várias atividades, as quais podem ser executadas tanto no âmbito escolar como em ouros locais. Porém, para que isso ocorra, é necessário o acompanhamento do aprendiz, assim o docente poderá ajudá-lo no manuseio e na utilização dos recursos tecnológicos; bem como nas adaptações destes. Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2020). Neste sentido, é importante e indispensável que hajam profissionais do magistério especializados e capacitados que possam entender as especificidades dos alunos e ajudar na adaptação dos mesmos, na rede regular de ensino. Para isso, é de extrema relevância que a escola se adapte as necessidades discentes realizando o seu acompanhamento em tempo integral. Ou seja, ao buscar incluir tecnologia
na escola faz-se necessário o treinamento e apoio da equipe que irá conduzir o uso da tecnologia assistiva, para que dessa forma a mesma possa ser utilizada de maneira correta trazendo assim benefícios para os educandos. Inúmeras são as dificuldades relatadas por docentes com relação à educação inclusiva. Capellini e Rodrigues (2009), em
pesquisa realizada com 423 professores de municípios da região de Bauru, envolvendo escolas públicas e particulares, observaram que muitos docentes veem a formação continuada como deficitária e sem direcionamento à inclusão. Dificuldades com relação ao uso das tecnologias assistivas Segundo Manzini (2012) alguns recursos e equipamentos requerem um saber e uma formação específica para serem bem utilizados com os alunos. Em contrapartida não podemos esquecer que os recursos e equipamentos de tecnologia assistiva podem ser confeccionados artesanalmente. É absolutamente necessário que o professor especializado se atenha à sua função complementar, oferecendo ao aluno com deficiência instrumentos que lhe deem condições de ultrapassar as barreiras que sua deficiência pode impor à construção de conhecimentos curriculares nas turmas regulares. Por outro lado, o professor do ensino comum tem de assumir a tarefa de ensinar a turma toda, inclusive o aluno com deficiência. Na sala de aula comum ele é um aluno como os demais, com direito a aprender, segundo sua capacidade, interesses, curiosidade, desejos. (MANTOAN, 2006, p. 100). Não podemos negar que a tarefa de
lecionar é algo desafiador e que as habilidades e competências do professor são muito exigidas; porém, talvez o maior desafio relacionado à atuação docente seja o de não saber como lidar com os diferentes níveis de aprendizagem e como adequar as diversas metodologias à sua realidade. Nesse contexto de incertezas, a inserção do uso das tecnologias assistivas possibilitam que as práticas pedagógicas sejam mais produtivas e promissoras. Para responder a essas necessidades, o professor necessita de uma formação fundamentada na concepção dialógica reflexiva do conhecimento. Em que se utilizam as tecnologias digitais como mais uma ferramenta pedagógica a serviço da construção e apropriação do saber, contribuindo para a formação de sujeitos críticos, autocríticos, criativos e autônomos para a transformação social, para diminuir os índices de analfabetos funcionais e digitais do país. Faz parte dessa mediação pedagógica, levar os alunos a encontrarem novos horizontes, novas perspectivas de futuro pessoal e profissional fundamentado no conhecimento, oportunizando uma aprendizagem significativa, emergindo para uma autonomia crescente, respeitando a ética e promovendo a solidariedade, mais que a competitividade. Percebe-se, assim, o quão é importante a formação docente em prol do uso das tecnologias
assistivas, para que ocorra a aprendizagem dos educandos como um todo. Porém, há ainda um entrave, vale ressaltar que nem todas as tecnologias estão disponíveis para todos os sujeitos com deficiência, além disso, pode-se afirmar que nem todos os professores tem o domínio das ferramentas digitais. Considerações finais Com relação à educação especial e inclusiva, na maioria dos trabalhos analisados pode-se dizer que a grande barreira
a ser superada pelas universidades é a de formar educadores preparados para elaborar estratégias de ensino e adaptar atividades e conteúdos não só para os alunos com deficiência, mas para toda classe. REFERÊNCIAS ARRUDA, A. L. M. M.; SILVA, A. P. M da S. O Papel do professor diante da inclusão escolar. Revista Eletrônica Saberes da Educação. v. 5, n. 1, p1-29, 2014. BRASIL. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192. Acesso em: 29 de ago. de 2020. . Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. CALDAS, W. K. Tecnologia assistiva e computacional: contribuições para o atendimento educacional especializado e desafios na formação de professores. 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E-mail: O que deve ser pautada a capacitação do professor que utiliza tecnologia assistiva?PRIMEIRAMENTE NO ACESSO AS TECNOLOGIAS DO GRUPO, SEGUNDO GARANTINDO A INSTRUÇÕES QUANTO AO USO DESSAS TECNOLOGIAS, ASSIM COMO DISPONIBILIDADE DE INTERNET DE AMPLO ACESSO. ATENDENDO ESSES ENTRAVES A CAPACITAÇÃO SE DARÁ SEM NENHUM PROBLEMA.
O que o professor deve estar atento na tecnologia assistiva?Para o recurso TECNOLOGIA ASSISTIVA escolhido, o que deve o professor estar atento? O dispositivo empregado encoraja ou exige que o educando execute movimentos inapropriados. Sua utilização despende uma grande quantidade de força física. Seu uso não deve propiciar segurança e conforto para o educando.
Qual é o papel do professor na educação com o uso das TICs?O uso das TICs como uma ferramenta didática pode contribuir para auxiliar professores na sua tarefa de transmitir o conhecimento e adquirir uma nova maneira de ensinar cada vez mais criativa, dinâmica, auxiliando novas descobertas, investigações e levando sempre em conta o diálogo.
Qual é a importância do uso de tecnologias assistivas no processo de ensinoO uso das tecnologias assistivas na educação é de importância fundamental, pois possibilitam o processo de aprendizagem, otimizando as potencialidades de cada aluno. Tendo em vistas as possibilidades as tecnologias assistivas se tornam necessárias para o aprendizado dos alunos com deficiência.
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