4714 palavras 19 páginas A Criança, a Infância e a História por Eduardo Rodrigues da Silva Sobre o autor* Atualmente, a criança parece se situar como um sujeito que detêm seu espaço na sociedade, um indivíduo exigente, questionador, possuidor de mercado consumidor, leis, programas televisivos e ciências dedicadas a elas. Mas, a idéia de infância é extremamente moderna. Num
percurso histórico, percebe-se que o conceito de infância vem sofrendo modificações. Corazza[1] apud Oliveira sinaliza que “(...) as crianças estão ausentes na história no período que compreende a Antiguidade até a Idade Média por não existir este objeto discursivo que chamamos ‘infância’, nem esta figura social e cultural ‘criança’.” [2] O historiador Áries complementa: (...) o sentimento da infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas,
abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia.[3] De acordo com Áries, as crianças eram vistas nos séculos XIV, XV e XVI como um adulto em miniatura. O tratamento social dispensado a criança era igual ao de adultos, ou seja, sinônimos. Ser criança era um período breve
da vida, pois logo se misturavam aos mais velhos. Elas participavam de todos os assuntos da sociedade, adquiriam o conhecimento pela convivência social. Adultos, jovens e crianças se misturavam em toda atividade social, ou seja, nos divertimentos, no exercício das profissões e tarefas diárias, no domínio das armas, nas festas, cultos e rituais. O cerimonial dessas celebrações não fazia muita questão em distinguir claramente as crianças dos jovens e estes dos adultos. Até porque esses
grupos sociais estavam pouco claro em suas diferenciações. [4] Nesse aspecto, o serviço doméstico se confundia com a aprendizagem consistindo em uma forma de Relacionados
Outros Trabalhos PopularesComo era vista a infância no passado e como ela é considerada nos dias de hoje?A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante. Ela era vista como substituível, como ser produtivo que tinha uma função utilitária para a sociedade, pois a partir dos sete anos de idade era inserida na vida adulta e se tornava útil na economia familiar.
Como a fase da infância surgiu historicamente?“A “descoberta” da infância teria de esperar pelos séculos XV, XVI e XVII, quando então se reconheceria que as crianças precisavam de tratamento especial, “uma espécie de quarentena”, antes que pudessem integrar o mundo dos adultos” ( HEYWOOD, 2004, p. 23).
Como a infância era vista na Idade Média?Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, trabalhavam nos mesmos locais, usavam as mesmas roupas. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p. 14).
O que era a infância nos tempos antigos e o que se tornou hoje?A infância nem sempre recebeu tanta importância quanto hoje. Ser criança no século 21 significa ter uma série de direitos como educação, saúde, nutrição e o fundamental direito à vida. Mas séculos antes, durante a Idade Média, a criança não recebia o mesmo tratamento.
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