Antes da chegada dos europeus, o continente americano era habitado por uma população heterogênea, com diferentes costumes e modos de vida.
América: primeiros povoadores
Quando o navegador genovês Cristóvão Colombo chegou à América, em 1492, encontrou um território povoado há milênios, que os europeus chamaram de Novo Mundo. Pensando ter chegado às Índias, Colombo chamou os nativos de índios, e foi com esse nome que eles passaram para a história ocidental.
O vasto continente americano era ocupado por vários povos, que haviam desenvolvido diversas culturas. Os maias e astecas viviam no território do atual México, e os incas habitavam a região onde hoje fica o Peru. Tais culturas são chamadas de pré-colombianas, pois existiam antes da chegada de Colombo.
Estudos mostram que as populações ameríndias se desenvolveram a partir de sucessivas ondas migratórias vindas da Ásia e iniciadas entre 40 mil e 50 mil anos atrás. Aos poucos, elas se espalharam por todo o continente americano, diferenciando-se em dois grandes grupos:
- o dos caçadores e coletores;
- e o dos agricultores;
Caçadores e coletores
Os grupos de caçadores e coletores viviam da caça, da pesca e da coleta de vegetais. Com o tempo, alguns passaram a desenvolver uma agricultura rústica e extensiva, cultivando produtos como a mandioca, o milho e a batata. Na agricultura extensiva, o plantio se dá em grandes áreas, com utilização de poucos instrumentos (eles não conheciam o arado); quando a terra se esgotava, os grupos se mudavam para uma região mais fértil. Utensílios básicos, como facas e lanças, eram feitos de pedra e madeira. A maioria desconhecia os metais.
Do ponto de vista sociopolítico, organizavam-se em tribos. Alguns exemplos desses povos: iroqueses e dacotas (América do Norte); caribes (América Central); aruaques, tupis-guaranis, araucanos e patagônios (América do Sul).
Agricultores
Os povos agricultores, por sua vez, se caracterizavam pela rígida hierarquia social, pela concentração de pessoas em grandes cidades e pelo grande desenvolvimento material, com produção agrícola intensiva, que é aquela praticada com técnicas de cultivo, como adubação e tratamento da terra, permitindo o uso contínuo do solo.
O conceito de propriedade privada não existia, sendo as terras de uso coletivo. O governo centralizava as decisões relativas à agricultura e à construção de obras de interesse comum, tais como: diques, aquedutos, muralhas e templos. Os principais representantes desse tipo de sociedade foram os maias, astecas e incas.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
Veja também:
- Chegada do Homem à América
- Astecas, Incas e Maias
- América Pré-Colombiana
- Pré-história da América
- Conquista do Império Asteca
- Colonização da América Espanhola
Assuntos relacionados:
A História da América é subdividida, para fins didáticos, em: América Pré-Colombiana, Descobrimento e Conquista, Montagem do Sistema Colonial, Processos de Independência e América Contemporânea. Essa divisão tem uma finalidade esquemática que se ajusta a eixos de estudos específicos, organizados dentro desta seção, que detalharemos nos parágrafos seguintes.
Geralmente, o conteúdo sobre o Descobrimento da América e os mecanismos de conquista é dado com o estudo dos Povos Pré-Colombianos. Desse modo, na medida em que se compreende os meandros da situação europeia, sobretudo da Península Ibérica, no final do século XV, procura-se entender que tipo de culturas e civilizações se desenvolveram no continente americano, que vieram a se “chocar” com os navegantes da Europa.
Nesse sentido, o ano de 1492 foi um marco tanto para a civilização europeia quanto para as civilizações que já habitavam o continente americano antes da chegada dos europeus. O navegador genovês Cristóvão Colombo fora financiado pelos reis da Espanha (recém-unificada), Isabel e Fernando, para lançar-se à navegação do Oceano Atlântico com o objetivo de chegar às Índias, estabelecendo assim uma nova rota comercial. A partir dessa nova rota, Colombo acabou descobrindo o novo continente, que, à época, foi denominado de “Novo Mundo”. Os povos com os quais os espanhóis travaram contato e, a posteriori, conquistaram foram os Astecas, Maiase Incas.
A Colonização Espanholafoi a primeira a efetivar-se em solo americano. A montagem do seu sistema colonial contou com dispositivos como a hacienda, o repartimiento e a encomienda. A extração de metais preciosos e o estabelecimento de agricultura com base na plantation também foram determinantes na colonização espanhola. A Colonização Portuguesatambém se efetivou ainda no século XVI, porém com diferenças muito acentuadas com relação à espanhola. Todavia, esse conteúdo já está incluso na matéria de História do Brasil.
Segue-se à colonização dos países ibéricos a de países de outras regiões da Europa, como Holanda, França e Inglaterra. Dois dos fatores mais importantes para que esses outros países se lançassem à exploração do “novo mundo” foram as guerras civis religiosas, provocadas pela Reforma Protestante, e a busca por matérias-primas e especiarias, como o açúcar. A formação das Treze Colônias nos Estados Unidos está inserida nesse contexto.
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Após o estudo do período colonial da História da América, há o período dos processos de Independência. Esses processos, que ocorreram entre a segunda metade do século XVIII e a primeira metade do século XIX, foram incitados pelas revoluções burguesas da Europa, como a Revolução Inglesa, a Revolução Francesa e os movimentos nacionalistas que, entre outras coisas, culminaram na Unificação Alemã e Unificação Italiana. Personagens como Simon Bolívar e José Martí foram fundamentais no processo de independência da América Hispânica. Antes disso, houve nos Estados Unidos também as guerras pela independência e a busca por expansão rumo ao Oeste.
O estabelecimento de instituições políticas tipicamente americanas ocorreu no momento em que houve uma onda nacionalista global. Além disso, esse momento foi também fundamental para a integração do globo terrestre por intermédio da Segunda Revolução Industrial e da junção do Capitalismo Financeiro com o Capitalismo Industrial (fenômeno que alguns autores denominam Imperialismo). A História da América, a partir desse momento, ficou completamente imbricada com a História Geral.
No século XX, vários fenômenos destacaram-se no contexto da História da América. Temos desde a Revolução Mexicana, a entrada de países como os EUA e o Brasil na Primeira Guerra Mundial, a penetração de ideias políticas fascistas, anarquistas e comunistas em solo americano (cujo momento significativo foi a Revolução Cubana) até fenômenos como o populismo latino-americano, as ditaduras civis/militares durante o período da Guerra Fria e o processo de redemocratização, sobretudo após o colapso da URSS.
A seção de História da América ainda oferece uma subseção específica só sobre os Países da América, apresentando detalhes específicos sobre eles.
Boa leitura!
Por Me. Cláudio Fernandes