Como os plebeus conseguiram conquistar seus direitos?

Saiba o que foi esse importante lei que garantiu direitos aos plebeus romanos


Como os plebeus conseguiram conquistar seus direitos?

Explicação sobre a Lei Canuleia na Roma Antiga

Pergunta:

O que foi a Lei Canuleia na História da Roma Antiga?

Resposta:

A Lei Canuleia (Lex Canuleia, em latim) foi uma lei da Roma Antiga (Período da República) aprovada em 445 a.C.

Essa lei foi muito importante para os plebeus (camada social da Roma Antiga composta por pessoas livres, principalmente camponeses e pequenos comerciantes, que possuíam poucos direitos sociais). Ela só se viabilizou graças as lutas e pressões dos plebeus por melhores condições de vida em Roma. Vale ressaltar que os plebeus tinham grande participação na vida militar e comercial de Roma e, por isso, conseguiram pressionar os patrícios para que houvesse a aprovação dessa lei.

A Lei Canuleia garantiu aos plebeus o direito de casamento entre estes e os patrícios (cidadãos romanos que possuíam terras e gado), união que era proibida desde a Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) Dessa forma, essa lei acabou com as diferenciações sociais tradicionais, porém foram mantidas as diferenciações militares (entre soldados e comandantes) e econômicas (entre ricos e pobres).

De acordo com essa lei, o filho da união entre uma plebeia e um patrício tinha o direito de herdar a condição social do pai. Porém, vale ressaltar que a maioria dos patrícios fazia de tudo para que estes casamentos não ocorressem, principalmente se o plebeu ou plebeia não possuísse bens e riquezas. O preconceito e discriminação social também existia e era muito forte nesse período histórico.

Você sabia?

- Uma outra importante lei desse período foi a Lei Licínia (367 a.C.), que acabou com a escravidão por dívidas em Roma.

Como os plebeus conseguiram conquistar seus direitos?
Plebeus romanos: conquista do direito de casamento com os patrícios a partir da Lei Canuleia.

Publicado em 03/04/2020

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

- EYLER, Flávia Maria Schlee. História Antiga – Grécia e Roma: a formação do Ocidente. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.

- PILETTI, Nelson. História e Vida Integrada. São Paulo: Editora Ática, 1998.


Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)

Ouça este artigo:

O termo plebeu costuma se referir em geral a indivíduos que não pertencem à nobreza. Historicamente, a nomenclatura é usualmente mais utilizada em referência à República Romana, ao período feudal e à era moderna. Atualmente, o termo pode também casualmente ser usado em relação àqueles sem refinamento social.

Durante grande parte da República Romana, os plebeus eram uma classe trabalhadora de pouca influência política, embora tivesse autonomia em termos de organização formal. Tecnicamente, eles eram todos os romanos livres que não eram aristocratas ou senadores, podendo ter profissões tão diversas como agricultor, artesão, pedreiro ou padeiro. Era uma vida de muito trabalho e sacrifício, que poderia ser recompensada para alguns poucos com ascensão econômica.

Diferentemente dos patrícios, que seriam os descendentes dos fundadores lendários de Roma, os plebeus eram os descendentes das populações imigrantes de outras regiões da Península Itálica. Assim sendo, não tinham direitos políticos, e eles não poderiam participar do governo ou mesmo se casar com patrícios. Com o aumento da pressão por parte da classe, porém, eles conseguiriam garantir mais direitos, em um processo político liderado pelos irmãos Graco. Oriundos de uma rica família plebeia, eles seriam eleitos tribunos da plebe e proporiam medidas vistas como ameaçadoras na época, como reforma agrária. Ambos acabariam assassinados, mas suas iniciativas possibilitariam o fim do domínio patrício na política romana. Já durante o Império Romano, os plebeus já eram influentes o suficiente para que os imperadores procurassem agradá-los por meio de verdadeiros subornos conhecidos como a “política do pão e circo”.

A decadência e o fim do império não significou o fim da classe social plebeia. Durante o período feudal, os plebeus eram tecnicamente os homens livres que podiam ou não viver nas cidades, caso no qual eles passavam a ser chamados de burgueses. Na prática, porém, a classe acabava sendo igualada a dos laboratores. Por meio de esforço pessoal, alguns poderiam se tornar cavaleiros ou, mais raramente, clérigos.

Nos séculos finais da Idade Média, as disputas políticas entre a nobreza feudal e as Casas reais de diversas regiões da Europa atingiram um auge, com diversos conflitos epidêmicos ocorrendo em diversos reinos. Eventualmente, ao fim do período feudal, as realezas acabariam por aliar-se com a ascendente burguesia, que passou então por seu momento político mais influente até então. Tratou-se também do período em que repúblicas independentes se organizariam, como a Suíça, cuja força mercenária seria outro sustentáculo das monarquias nacionais.

A intimidade recém-adquirida entre realeza e burguesia também transmitiu para os plebeus em geral um hábito tipicamente nobiliárquico: o uso de sobrenomes. Eles poderiam ser ocupações (como Ferreira), patronímicos (como Peres), alcunhas (como Moreno), origens (como da Costa) ou mesmo animais (como Lobo). Alguns membros da burguesia passaram também a adquirir a comprar terras e mesmo procurar ser nobilitados, embora jamais alcançassem a mesma estatura do que a antiga aristocracia de sangue.

A partir do século XVII, entretanto, seriam burgueses centros de destaque, ou mesmo de liderança, em relação a movimentos revolucionários como a Revolução Puritana (também conhecida como Guerra Civil Inglesa), Revolução Gloriosa, Revolução Americana e Revolução Francesa. Tal papel de importância garantiria à parcela abastada dos plebeus grande importância social. Hoje, isso se reflete no controle financeiro exercido pela burguesia no cenário geopolítico mundial.

Bibliografia:

COSTA, Antonio Luiz M.C.. Títulos de nobreza e hierarquias – um guia sobre as graduações sociais na história. São Paulo: Editora Draco, 2014.

https://marcosgocalves42.blogspot.com/2013/06/a-vida-na-roma-antiga-vida-urbana-e.html

https://antigaroma.webs.com/monarquia.htm

https://tudosobrearepublicaromana.blogspot.com/2012/09/a-reforma-agraria-dos-irmao-graco.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/plebeus/

Como os plebeus lutaram pelos seus direitos?

Os plebeus, por outro lado, não tinham o direito de intervir nas decisões do Senado. Contudo, eram essenciais para o exército de Roma. Conscientes disso, eles passaram a lutar pelos direitos e conseguiram alguns, como: os tribunos da Plebe, a Lei das Doze Tábuas e as eleições dos magistrados.

Como os plebeus conseguiram seus direitos durante a República Romana explique?

Com o aumento da pressão por parte da classe, porém, eles conseguiriam garantir mais direitos, em um processo político liderado pelos irmãos Graco. Oriundos de uma rica família plebeia, eles seriam eleitos tribunos da plebe e proporiam medidas vistas como ameaçadoras na época, como reforma agrária.