Como os efeitos dos abalos sísmicos?

Os terremotos, sismos ou abalos sísmicos são episódios de liberação de energia mecânica acumulada nas placas tectônicas através da deformação plástica, acarretando tremores bruscos na superfície da Terra. A maioria dos terremotos são causados por choques subterrâneos de placas rochosas (placas tectônicas), outros motivos podem ser o grande deslocamento de gases, atividades vulcânicas e ação antrópica (explosões, ruptura de barragens, minerações, extração de fluídos do subsolo, etc.), no entanto, os terremotos causados pelo movimento das placas tectônicas são os mais intensos e com maior alcance.

Os terremotos costumam ocorrer nas áreas de choque entre diferentes placas tectônicas. Ilustração: visdia / Shutterstock.com

A crosta terrestre ou litosfera é formada por placas rígidas (placas tectônicas) que se deslocam em diferentes direções (convergindo e divergindo entre si), como se flutuassem sobre o manto - porção da Terra de consistência plástica abaixo da litosfera. O movimento lento de compressão entre duas placas gera acumulação de energia pela deformação elástica nas bordas de placas, que em dado instante é tão grande que supera o limite de resistência das rochas nos planos de falha e ocorre uma ruptura (falha geológica). A energia potencial contida na borda da placa é instantaneamente convertida em energia cinética e transferida para as rochas adjacentes da litosfera, quando então ocorrem os terremotos (liberação desta energia).

As ondas são recebidas e registradas por sismógrafos que possibilita à determinação da intensidade, foco, etc. A intensidade dos terremotos é medida por escala Richter, a qual atribui magnitudes em logaritmos de 1 a 10 e está relacionada à quantidade de energia liberada. Essa escala logarítmica calcula de um grau para o grau seguinte, a diferença na amplitude das vibrações de dez vezes. Isso significa que um terremoto de magnitude 7 tem vibrações dez vezes maiores que um terremoto de magnitude 6 e cem vezes maiores que um cuja magnitude é 5.

Uma outra maneira de medir os terremotos é avaliando os efeitos que eles causam fisicamente em determinado lugar, ou seja, a intensidade de agitação e destruição na superfície (estrutura e efeito sobre as pessoas). Para isso, usa-se a Escala Mercall classificada de I a VII em números romanos de acordo com sua intensidade. Quanto mais raso for o epicentro do terremoto em relação à superfície terrestre, maiores serão os danos causados. Importante evidenciar que, nenhuma localização na superfície da terra está isenta dos efeitos do terremoto, no entanto elas são sentidas com intensidades diferentes, destrutiva em alguns lugares e imperceptível em outros.

Na superfície da Terra, os terremotos manifestam-se através de tremores e deslocamento do solo. No entanto, quando o epicentro de um grande terremoto está localizado no fundo oceânico, ele pode deslocar uma grande quantidade de água pela energia cinética transferida para água e formar um tsunami.

Em conclusão, é possível observar que as áreas que possui maior atividade sísmica do planeta é o Círculo de Fogo do Pacífico, área formada por uma série de arcos vulcânicos e fossas oceânicas. Os mapas que mostram a localização dos epicentros evidenciam a grande concentração dos sismos nos bordos da placa do Pacífico, por esse fator, que os terremotos estão distribuídos nas regiões de instabilidade tectônica, onde ocorrem os vulcanismos e formação de cadeias montanhosas.

Leia também:

  • Previsão de terremotos

Referencial Bibliográfico:

POPP, José Henrique. Geologia Geral. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 5ª ed., 2004.

MOLINA, Eder C. Terremotos. Disponível em: //www.iag.usp.br/~eder/deriv.ppt. Acesso: Dezembro de 2017.

Link Disponível: //www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/Terremotos-1052.html. Acesso: dezembro de 2017

Os terremotos são fenômenos naturais oriundos das pressões internas do planeta, que fazem as placas tectônicas se movimentarem, liberando tais pressões. Com isso, a superfície sente essa liberação em forma de tremor, o que pode acarretar sérios prejuízos.

Leia também: Por que há tantos terremotos no Chile?

Tópicos deste artigo

Causas dos terremotos

Os abalos sísmicos ou tremores de terra geralmente ocorrem quando as rochas estão sob grande pressão, vinda do interior do planeta. Essa pressão exerce uma força nas rochas (placas tectônicas) e procura alguma maneira de se exaurir. As falhas geológicas presentes nas zonas de contato entre as placas são altamente favoráveis para a ocorrência dessa dissipação.

Mapa das placas tectônicas. No geral, os abalos sísmicos ocorrem nas áreas de contato dessas placas.

A maioria dos abalos sísmicos ocorre nas zonas de contato entre as placas, pois são áreas de movimentação rochosa e com grandes falhas geológicas. Entretanto, também pode haver falhas no interior das placas, o que permite a ocorrência de abalos em áreas no interior, e não só nas bordas tectônicas.

Essa pressão vinda do interior do planeta e o movimento tectônico provocam vibrações sísmicas destrutivas, bastante comuns nos limites das placas. Quando um bloco rochoso se choca com outro, há o tremor, seja no oceano, seja em terra firme.

O ponto onde começa esse tremor é chamado de epicentro, isto é, trata-se do ponto geológico na superfície diretamente sobre o foco, ou seja, se um epicentro está localizado a 50 quilômetros de uma região, significa que o foco do tremor está a uma distância de 50 quilômetros e a uma profundidade que pode variar entre 2 e 20 quilômetros, dependendo da intensidade do tremor.

Essa profundidade de até 20 quilômetros ocorre em áreas continentais, pois abaixo disso há uma temperatura muito alta, o que dificulta o choque rochoso. Já as placas tectônicas oceânicas têm uma composição mais resistente, podendo ter epicentros de até 690 quilômetros.

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Terremotos e maremotos

Como vimos, os abalos sísmicos são fenômenos naturais, podendo ocorrer em qualquer área do planeta, mas com maior frequência e intensidade nas áreas de contato das placas tectônicas.

Ao falar desse tema, convém fazer uma diferenciação, pois, dependendo de onde eles ocorrem, a nomenclatura desses fenômenos muda.

Abalos sísmicos que ocorrem em áreas terrestres, continentais, recebem o nome de terremotos. Já os abalos sísmicos ocorridos no fundo dos oceanos recebem o nome de maremotos. Para saber mais sobre esse fenômeno que ocorre com as placas tectônicas oceânicas, leia: maremoto.

Intensidade dos terremotos

Para medir a intensidade desses abalos, os geólogos usam os sismógrafos, aparelhos capazes de medir com precisão os falhamentos geológicos, o que contribui para a identificação de áreas propensas à ocorrência de abalos sísmicos.

Espalhados pelo mundo todo, os sismógrafos são capazes de analisar três tipos de movimentos do solo:

  • horizontal norte-sul;

  • horizontal leste-oeste;

  • vertical cima-baixo.

Além disso, são capazes de medir a intensidade do tremor a fim de aperfeiçoar os estudos sobre tais áreas. Entretanto, ainda não chegamos à capacidade de prever terremotos, mas sim de estudar quais áreas (falhas geológicas) estão mais sujeitas à ocorrência de abalos a longo prazo.

Sismógrafo sendo utilizado na medição de um abalo sísmico.

A intensidade de um terremoto é medida a partir de duas escalas: a Richter e a Mercali. A primeira foi elaborada por Charles Richter em 1935. Essa escala mede quão forte é o tremor, que apresenta variação na escala de 1º a 10º. Quanto mais alto o valor do abalo, mais danos ele causa na superfície.

Segundo Richter, os abalos variam em um fator de 10: o terremoto com escala 2 é 10 vezes mais intenso do que o terremoto com escala 1. Um terremoto com escala 6 é 100 vezes mais forte do que um com escala 4, e assim sucessivamente.

Já a escala Mercali mede o poder de destruição dos abalos na sociedade, variando de I a XII. Quanto mais próximo de XII, mais destrutivo.

Associando uma escala com a outra, podemos ter abalos sísmicos de 7º na Escala Richter, porém II na Escala Mercali. Isso porque esses abalos podem ocorrer em áreas desérticas, por exemplo, causando poucos ou nenhum dano às sociedades humanas.

Veja também: Por que os Estados Unidos são tão atingidos por furacões e tornados?

Consequências dos terremotos

Os terremotos, em sua maioria, podem causar sérios danos para a sociedade, haja vista o tamanho e intensidade de cada um. Ademais, os maremotos podem gerar ondas gigantes de 20 metros, em média, varrendo áreas costeiras num piscar de olhos. Essas ondas recebem o nome de tsunamis. Tais ondas podem chegar ao litoral em uma velocidade de até 800 km/hora.

Casas e prédios destruídos, pontes com estruturas comprometidas, vítimas fatais e/ou presas sob os escombros são algumas das consequências desses tremores em áreas continentais. O fenômeno em si não necessariamente causa algum dano na superfície, pois muitos terremotos podem ocorrer em áreas de baixa densidade demográfica, alterando a paisagem de forma pouco significativa.

A destruição de um terremoto pode ter várias consequências.

As grandes consequências estão ligadas ao colapso das construções civis em decorrência de:

  • deslizamentos de terras;

  • incêndios causados por quedas de fiação elétrica;

  • rompimento de represas;

  • inundações causadas por tsunamis.

Terremotos no Brasil

O Brasil, por estar localizado em uma área distante do contato entre placas tectônicas, não possui grandes eventos catastróficos relacionados a terremotos. Todavia, ao longo do tempo, pequenos abalos sísmicos já aconteceram em nosso território, mas com um baixo grau na Escala Richter se compararmos com os que ocorrem nas zonas de contato de placas tectônicas.

Em 2010 um tremor de terra aconteceu no Acre e tornou-se o maior de todos os terremotos ocorridos no Brasil, com 6,5º na Escala Richter. Vale destacar que a Região Norte sente tremores com intensidade maior, mas que ocorrem em países vizinhos, como o que atingiu o Peru em 2011, com 7º na Escala Richter. Por precaução, na época prédios e demais construções foram evacuados em cidades do Acre e do Amazonas.

No geral, os terremotos que ocorrem no Brasil não ultrapassam 5º na Escala Richter, o que é considerado um tremor moderado, mas que não chega a causar graves danos.

Em julho de 2020, um terremoto de 3,5º na Escala Richter foi sentido no litoral sul da Bahia. Um mês depois, um tremor de 4,6º foi sentido no mesmo estado e durou cerca de 20 segundos. Pode parecer um tempo pequeno, mas 20 segundos com um terremoto de 6º ou mais já é suficiente para um estrago imensurável. Para saber mais sobre esses abalos sísmicos no nosso território, leia: terremotos no Brasil.

Terremotos no mundo

Os terremotos são eventos que podem trazer prejuízos imensos, tanto do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista humano, com um número significativo de vítimas. Veja alguns dos principais terremotos ao longo dos últimos anos.

  • Chile, 1960: no dia 22 de março houve o maior terremoto já registrado na história, um abalo sísmico de 9,5º na Escala Richter. Estima-se que 1600 pessoas morreram e mais de 2 milhões ficaram desabrigados. O terremoto causou tsunamis, erupções vulcânicas e muitas áreas afundaram e outras se elevaram, alterando a geografia litorânea do país.

  • Califórnia, 1989: em outubro de 1989, um terremoto de 7,1º na Escala Richter deixou 60 mortos e mais de 7 bilhões de dólares em prejuízos financeiros.

  • Japão, 1995: com 6,9º na escala Richter, esse terremoto, que ocorreu em Kobe, promoveu uma falha superficial geológica de 9 quilômetros, além de mais de 5 mil mortos e 310 mil desabrigados.

  • Índia, 2000: um terremoto com 8º na Escala Richter causou a morte de 20 mil pessoas.

  • Japão, 2011: um tremor no Oceano Pacífico de 9,1º na Escala Richter ocasionou o surgimento de tsunamis com quase 20 m de altura. Tanto o tremor quanto o tsunami foram sentidos na costa leste do Japão, ocasionando a morte de 16 mil pessoas, além da explosão da Usina Nuclear de Fukushima, o que acabou liberando radiação na área.

  • Nepal, 2015: em abril, um tremor de 7,8º na escala Richter atingiu a região da Índia, Paquistão, Bangladesh, China e Nepal — esse último foi o país mais atingido. Segundo dados das autoridades, o número de mortos ultrapassou 5 mil e afetou mais de 8 milhões de pessoas dos países citados.

Escombros no Nepal, 2015.

  • México, 2017: dois tremores foram sentidos no país, um de 8,5º e outro de 7,1º, todos em setembro. Apesar da alta magnitude, eles trouxeram poucos danos e pouco mais de 100 mortos, número relativamente baixo se compararmos com terremotos da mesma intensidade na Escala Richter. O epicentro desses tremores ocorreu em locais pouco habitados, daí o baixo grau de destruição e morte.

Acesse também: Terremoto de Lisboa de 1755 – abalo que causou grande destruição na capital portuguesa

Exercícios resolvidos

Questão 1 - (FGV-RIO) Os terremotos, os vulcões e a formação de montanhas são atividades geológicas de enorme importância que ocorrem na Terra. Observe no mapa a localização das zonas sísmicas e dos principais vulcões.

IBGE. Atlas Geográfico Escolar. IBGE: Rio de Janeiro, 2010, pág. 103.

Com base nesse mapa e em seus conhecimentos, o que é CORRETO afirmar?

A) Somente o movimento de separação das placas tectônicas causa terremotos.

B) Somente o movimento de separação das placas tectônicas causa vulcanismo.

C) Em sua maioria, as zonas sísmicas e os vulcões localizam-se no centro das placas tectônicas.

D) Em sua maioria, as zonas de intensa atividade sísmica e os vulcões localizam-se nas bordas das placas tectônicas.

E) As zonas de intensa atividade sísmica se distribuem de forma aleatória, sem relação evidente com o movimento das placas tectônicas.

Resolução

Alternativa D. As zonas sísmicas, em sua maioria, estão localizadas em áreas de contato de placas tectônicas, o que ocorre nas bordas desses blocos rochosos.

Questão 2 - (Univale) Observe a imagem:

Uma das 33 gravuras da série Fuji, elaboradas entre 1823 e 1829, mostra um tsunami.

Assinale a alternativa verdadeira sobre a formação de um tsunami semelhante ao que atingiu o sudeste asiático ao final de 2004.

A) A origem do fenômeno está associada a eventos de ordem tectônica.

B) A formação de tufões acentuados e áreas de alta pressão atmosférica geram tal fenômeno.

C) A formação de tsunamis está necessariamente associada ao fundo coralígeno do Oceano Índico.

D) O efeito do aquecimento global é o responsável principal pela ocorrência acima do normal desse tipo de tsunamis nos últimos anos.

E) O derretimento de geleiras na região do Oceano Índico é o responsável pelo fenômeno indicado na gravura.

Resolução

Alternativa A. As ondas gigantes, também conhecidas como tsunamis, são provocadas pelos movimentos das placas tectônicas nos oceanos, causando danos severos nas áreas costeiras.

Como os efeitos dos abalos sísmicos sobre a população podem ser amenizadas?

Esses tremores de terra costumam ser responsáveis pela morte de milhares de pessoas em todo mundo, mas seus efeitos podem ser minimizados com a adoção de normas de construções arquitetônicas anti-sísmicas.

Quais são as consequências de um abalo sísmico?

Entre os efeitos dos terremotos estão: vibração do solo, abertura de falhas, deslizamento de terra, tsunamis e mudanças na rotação da Terra. Além disso temos consequências prejudiciais ao homem como ferimentos, morte, prejuízos financeiros e sociais, desabamento de construções etc.

Quais são os efeitos dos sismo?

Ocorrem quando o epicentro de um sismo se localiza no oceano, dando origem a uma vaga enorme que se designa de maremoto ou tsunami. Estas vagas atingem a costa, varrem o litoral provocando muitas vezes mais destruição e mortes que o próprio sismo.

Quais são os efeitos sentidos por um abalo sísmico com escala entre 9 e 10?

Magnitude entre 6 e 7: danos em edifícios e destruição de construções frágeis; Magnitude entre 7 e 8: danos graves em edifícios e grandes rachaduras no solo; Magnitude entre 8 e 9: destruição de pontes, viadutos e quase todas as construções; Magnitude maior que 9: destruição total com ondulações visíveis.

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