Qualidade de Serviços (QoS): Serviços de QoS Qualidade de Serviço Qualidade de serviço (QoS) é a capacidade de melhorar os serviços trafegados na rede sobre tecnologias de comunicação de redes de dados, como, Frame Relay, MPLS, Ethernet, ATM (Asynchronous Tranfer Mode, também é um protocolo de comunicação entre redes WAN), e qualquer outra que utiliza do protocolo IP. Tem como sua principal característica, dar prioridade, reserva de banda, controle de jitter (variação de atraso) e latência (figura 6), garantindo um bom desempenho das aplicações. Figura 6: Diagrama simplificado dos mecanismos de QoS Fonte: Cisco Systems Veja o que diz Cisco Systems: O objetivo da QoS é fornecer serviço de rede melhor e mais previsível, fornecendo largura de banda dedicada, jitter controlado e latência, e perda de características melhoradas. QoS atinge esses objetivos, fornecendo ferramentas para gerenciar o congestionamento da rede, formação de rede tráfego, utilizando-se de maneira ampla área de links de forma mais eficiente, e definindo políticas de tráfego em toda a rede. QoS oferece serviços de rede inteligente que, quando corretamente aplicadas, ajudam a fornecer desempenho consistente e previsível. (CISCO SYSTEMS, 2006). O conceito de Qualidade de Serviço serve para mensurar a qualidade dos serviços oferecidos por uma rede de comunicações, ou seja, refletir o quanto ela é capaz de atender às expectativas de seus usuários através dos serviços que a mesma os oferecem. Esse conceito, inicialmente focado na rede, evoluiu para uma noção mais ampla, contemplando as múltiplas camadas da interação usuário-sistema. Os parâmetros de confiabilidade, retardo, flutuação (jitter) e largura de banda estão sendo mostrados na tabela 1 abaixo: Tabela 1: Rigidez dos requisitos de QoS Fonte: Tanenbaum, 2003, p. 307
Portanto QoS é o conjunto de regras que descrevem e determinam a qualidade de um aplicativo ou recurso, delimitando sua largura de banda, prioridade, utilização de CPU (unidade central de processamento), etc. Temos dois princípios básicos para aplicarmos uma política de qualidade de serviço adequada em redes IP, sendo eles:
Serviços integrados (Intserv) O Intserv é uma arquitetura de qualidade de serviço, que tem o propósito de garantir níveis de qualidade de serviço fim a fim, através de recursos reservados e estabelecimento de chamada. Ele utiliza-se do protocolo RSVP (Resource Reservation Protocol, protocolo de reserva de recursos) para sinalizar as necessidades de QoS para cada dispositivo ao longo da rede, permitindo que vários transmissores enviem os dados para vários grupos de receptores, eliminando o congestionamento da rede. Veja o que diz Tanenbaum: O principal protocolo da IETF (Internet Engeneering Task Force, é uma comunidade aberta a desenvolvedores de recursos para a Internet) para a arquitetura de serviços integrados é o RSVP, descrito na RFC 2205 e em outras. Esse protocolo é empregado para fazer as reservas; outros protocolos são usados para transmitir os dados. O RSVP permite que vários transmissores enviem os dados para vários grupos de receptores, torna possível receptores individuais mudarem livremente de canais e otimiza o uso da largura de banda ao mesmo tempo que elimina o congestionamento. (TANENBAUM, 2003, p. 317). Figura 7: Estabelecimento de chamada RSVP Fonte: Kurose, 2006, p.492 Os serviços integrados (Intserv) possuem duas classes de serviços: serviço de carga garantido e serviço de carga controlada.
Serviços diferenciados (DiffServ) É baseado no tratamento diferenciado de classes, podendo manipular diferentes tipos de classes de varias maneiras dentro da rede. Este tratamento é repetido nó a nó, ou seja, os pacotes de uma aplicação prioritária quando chegam a um nó (roteador) são separados e recebem um tratamento diferenciado. Veja o que diz Falsarella: (...) tudo começa no byte ToS (Type of Service) que fica dentro do cabeçalho do IPv4. Como o ToS é um byte, ele é obviamente composto de 8 bits, sendo que apenas 6 bits são utilizados propriamente para formação do DS Field (Campo dos Serviços Diferenciados) e os outros dois bits são tidos como reservados. O DS Field é quem define o tal do DSCP que significa DiffServ Code Point. Como ele é composto de 6 bits, temos em decimal então uma permutação de 2 elevado a 6 que é 64 valores possíveis, variando portanto de 0 a 63. Essa faixa de valores é que define literalmente a marcação dos pacotes. De antemão, todo pacote BestEffort (BE) ou Melhor Esforço é tratado como DSCP 0 ou em binário 000000. (FALSARELLA, 2009, p. 1). Para obter serviços diferenciados, a rede tenta entregar um determinado tipo de serviço com base no QoS especificado por cada pacote, sendo assim, classificados, marcados, policiados, priorizados, descartados, e enviados pelo roteador de origem, até o roteador de destino (figura 8). Figura 8: Classificação dos pacotes e policiamento Fonte: Kurose, 2006, p.496 Classificações, Marcação, e Policiamento A classificação identifica os grupos de pacotes que receberão um determinado tratamento. Eles podem ser classificados de acordo com critérios variados, onde os roteadores realizam a marcação dos pacotes, e separam os pacotes que entram na rede através de diversas classes de serviço (EF, AF, Default, etc.), onde são classificados com base nas portas TCP dos aplicativos (figura 9). Figura 9: Classes de serviço Fonte: Falsarella, 2009 O DiffServ também são identificados pelos roteadores através de valores decimais, onde cada valor representa uma classe de serviço (tabela 2). Estes valores são derivados dos 6 bits do campo do DiffServ. Tabela 2: Valores decimais DiffServ Fonte: Haden, 2009
O policiamento analisa e gerencia a capacidade total de largura de banda na rede, sendo que, quando a ultrapassem do limite de tráfego contratado, ocorre o descarte ou remarcação dos pacotes não identificados em nem uma das classes (figura 10). Figura 10: Policiamento de pacotes Fonte: Cisco Systems Compressões de cabeçalho A tecnologia de compressão de cabeçalho possui características de otimizar a rede, diminuído congestionamentos ocorrentes. Este recurso tem a principal finalidade de comprimir cabeçalhos de protocolos em varias camadas do modelo OSI (Open Systems Interconnection), alguns exemplos são: TCP, RTP (Real-time Transport Protocol protocolo utilizado em aplicações de tempo real), IP, UDP, reduzindo o tamanho (frame) dos dados que circulam na rede. Figura 11: Compressão de cabeçalho RTP Fonte: Silva, 2000 A compressão de cabeçalho é normalmente utilizada em redes que trafegam voz e vídeo, onde necessitam de largura de banda, e são serviços que utilizam protocolo de tempo real (figura 11). “Portanto, o uso do cRTP (compressão de cabeçalho) não é sugerido em enlaces de alta velocidade, uma vez que a relação custo versus benefício pode não compensar” (SILVA, 2000, p. 1). Fragmentações e Interleaving Os pacotes de voz e vídeo são extremamente sensíveis a atraso, portanto devem ser intercalados, e fragmentados, dentro de uma rede de dados. Veja o que diz Cisco Systems: (...) um pacote VoIP pode precisar esperar até 187,5 ms antes de poder ser enviado se o atraso ocorrer atrás de um único pacote de 1500 bytes em uma ligação de 64 kbit/s. Os pacotes VoIP são normalmente enviados a cada 20 ms. Com um orçamento de atraso de ponta a ponta de 150 ms e requisitos de variação de sinal estrita, uma lacuna de mais de 180 ms é inaceitável. É necessário um mecanismo que garanta que o tamanho de uma unidade de transmissão seja menor que 10 ms. Qualquer pacote que tenha um atraso de serialização maior que 10 ms precisam ser fragmentado em blocos de 10 ms. Um bloco ou fragmento de 10 ms é o número de bytes que pode ser enviado pela ligação em 10 ms. (CISCO SYSTEMS, 2006). Para que haja a necessidade de fragmentar e intercalar um pacote, o mesmo deve ser maior do que o valor total de capacidade do link (tabela 3). Tabela 3: Velocidade do link e tamanho da fragmentação Fonte: Cisco Systems, 2006
Conformidades de tráfego (Traffic Shaping) O Traffic Shaping tem o objetivo de adequar o tráfego da rede ao perfil contratado pelo cliente, através de buffers de saída que armazenam as maiores rajadas de trafego, e os transmitem dentro dos limites de capacidade do link. Figura 12: Conformidade de tráfego (Traffic Shape) Fonte: Cisco Systems Portanto o objetivo principal do recurso de QoS Traffic Shaping, é evitar que pacotes sejam descartados na rede, colocando–os em uma fila de espera, até que possam ser enviados. Algoritmos de Enfileiramento de Pacotes Congestionamentos podem ocorrer em qualquer lugar dentro de uma rede, ocorrendo desigualdades de velocidade, falta de prioridades, etc. Portanto este fato é causado pelo alto fluxo de dados que às vezes ultrapassa a capacidade do canal de transmissão (link) por onde passa as aplicações (figura 13). Veja o que diz Mauricio: (...) em qualquer rede de comunicação, cada aplicação compete com outras pela largura de banda que ela precisa para obter uma ótima performance. Além de assegurar-se que há largura de banda suficiente, uma performance aceitável depende que os requisitos de largura de banda para cada aplicação também sejam satisfeitos. As soluções com esse fim incluem segregar o tráfego em links individuais ou usar mecanismos de QoS para designar níveis de largura de banda variáveis para cada aplicação, dentro de um link. (MAURICIO, 2008). Figura 13: QoS em aplicações multimídia Fonte: Mauricio, 2008 Qualidade de serviço (QoS), é composta por vários componentes (algoritmos), que associados, trabalham em prol da administração e prevenção de congestionamento. Estes componentes foram projetados para servir necessidades diferentes de trafego, através de filas bem projetadas. Alguns exemplos de algoritmos de enfileiramento são:
Figura 14: Funcionamento filas FIFO Fonte: Silva, 2000
Figura 15: Funcionamento filas Priority Queuing Fonte: Silva, 2000
Figura 16: Funcionamento filas Weighted Fair Queueing Fonte: Silva, 2000 Segundo Gimenes (2003) diferentes técnicas de escalonamento (redução ou compactação de processos) podem ser utilizadas conforme o tipo de tráfego a ser transmitido, de forma a suprir a necessidades específicas de diferentes usuários. Codecs Um componente de estrema importância para a transmissão de voz em uma rede de dados são os áudios codec. Eles possuem a função de codificar e decodificar um sinal (exemplo: voz, vídeo), ou seja, transformar sinal analógico em um sinal digital. Existem vários tipos de codec, onde cada um possui características diferentes de qualidade de voz (mos score), consumo de banda (bit rate), delay (tabela 4). Tabela 4: Lista de Codecs de áudio Fonte: Cisco Systems, 2009
Listas de Acesso (Access-Lists) As Listas de acesso ou lista de controle de acesso têm a finalidade de permitir, ou negar, um serviço, por exemplo, um determinado IP, servidores, impressora, aplicativo, ou seja, qualquer dispositivo na rede. Estes parâmetros de filtragem de pacotes são normalmente implementados em roteadores e switches, principalmente em grandes redes que utilizam qualidade de serviço. (QoS). IOS (Internet Operating System) O Internet Operating System (IOS) é um software proprietário da empresa Cisco Systems, utilizado em roteadores e switches para interpretar comandos e características básicas de protocolos de rede. O Cisco IOS é um software que contém instruções que controlam e gerenciam as atividades de um roteador e switch. Seus recursos são disponibilizados de acordo com suas versões operacionais, onde cada versão oferece serviços diferenciados, como: QoS, VoIP, Segurança, Correção de bugs, entre outros. Portando a escolha da melhor versão de IOS a ser utilizado nos roteadores e switches, irá depender da necessidade de cada rede. Protocolos de Enlace de Dados As redes de comutação de pacotes pegam os dados e os quebram em pequenos segmentos chamados de pacotes, e logo em seguida, adicionam as informações de controle e transmitem os dados. Portanto os protocolos de enlace são responsáveis por conectar duas extremidades geograficamente separadas, possibilitando o tráfego de informações nos dois sentidos de transmissão. Serão abordados nesse trabalho dois protocolos utilizados no estudo de caso da empresa Eletrozema Ltda. Frame Relay O Frame Relay é um protocolo de comunicação de dados padronizado internacionalmente pelos órgãos:
Figura 17: Rede Frame Relay Fonte: Cisco Systems Está Tecnologia opera na camada física e de enlace do modelo OSI, onde é definido dentro da rede um caminho lógico, que age como uma linha privada. Este caminho é chamado de circuito virtual (VC). Estes circuitos virtuais podem ser:
Um circuito virtual Frame Relay também é composto por um endereço chamado de DLCI (Data Link Connection Identifier). Este endereço é atribuído pela empresa de telecomunicações á qual é feito o aluguel do link. O DLCI possui um significado de endereçamento local na rede ou nuvem da operadora, onde é feito a leitura deste endereço, e em seguida o encaminhamento a rede de destino (figura 17). MPLS (Multi-Protocol Label Switching) O MPLS é uma tecnologia de comutação de dados padronizada pela IETF, funciona em um paradigma baseado em rotulo, rotulando pacotes conforme entrada e saída na rede, ou seja, os dados são processados e divididos em classes de serviço, e em seguida enviados através de caminhos que foram determinados pelas classes. O MPLS trabalha entre as camadas 2 (enlace) e 3 (rede) do modelo OSI, sendo determinando por alguns autores como camada 2,5 (dois e meio) do modelo OSI. Figura 18: Rede MPLS Fonte: Mauricio, 2006 O protocolo possui vários componentes responsáveis pelo encaminhamento de pacotes, são eles:
Veja o que diz Mauricio: O protocolo MPLS é definido pelo IETF (Internet Engineering Task Force) e consiste em uma tecnologia de chaveamento de pacotes que proporciona o encaminhamento e a comutação eficientes de fluxos de tráfego através da rede, apresentando-se como uma solução para diminuir o processamento nos equipamentos de rede e interligar com maior eficiência redes de tecnologias distintas. O termo "Multiprotocol" significa que esta tecnologia pode ser usada sob qualquer protocolo de rede. Considerando a Internet e a importância de seus protocolos nas varias WAN’s publicas e privadas, tem-se aplicado o estudo e implementação do MPLS basicamente para redes. (MAURICIO, 2006). Como se chama o atraso no tempo em que os dados trafegam?Latência é o fator que assegura qualidade na velocidade da internet, uma expressão de quanto tempo leva para um pacote de dados ir de um ponto designado para o outro, o sinônimo de latência na rede é de atraso.
Qual é o atraso no tempo em que os dados trafegam entre dois pontos de uma rede?A resposta correta é: latência.
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