Como a ecologia pode contribuir para a conservação do meio ambiente?

EDUCA��O AMBIENTAL E A CONSERVA��O DA BIODIVERSIDADE

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ISABELA LIA VACCARI

P�s-graduada em Educa��o Ambiental e Desenvolvimento Sustent�vel � Faculdade de Educa��o S�o Lu�s (Jaboticabal/SP); Graduada em Ci�ncias Biol�gicas pela Universidade Estadual Paulista "J�lio de Mesquita Filho" (UNESP � Bauru)

MARIO MARCOS LOPES

Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente � Centro Universit�rio de Arararquara/SP; Docente Faculdade de Educa��o S�o Lu�s (Jaboticabal/SP); Professor-tutor do Curso de Aperfei�oamento em Educa��o Ambiental � Universidade Federal de S�o Paulo (UNIFESP). E-mail:

RESUMO: O crescente aumento das popula��es urbanas, a falta de planejamento ambiental e de programas de conscientiza��o, bem como a falta de informa��o para a popula��o, s�o alguns dos fatores que contribuem para o aumento da degrada��o ambiental e, tal degrada��o, tem apresentado consequ�ncias cada vez mais graves ao meio ambiente. A Educa��o Ambiental assume uma fun��o de transformar, na qual a responsabiliza��o dos indiv�duos torna-se um objeto essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento, o sustent�vel. Ao se aplicar uma pol�tica nacional que ressalte e promova a import�ncia da Educa��o Ambiental desde o ensino b�sico, as novas gera��es crescer�o com uma mentalidade voltada para a preserva��o ambiental, facilitando a cria��o e a promo��o de pol�ticas p�blicas que visem � utiliza��o sustent�vel dos recursos naturais. Muitos especialistas afirmam que, ao menos em um primeiro momento, a solu��o para os problemas ambientais tem rela��o com o surgimento de uma gera��o ambientalmente consciente, o que se pode alcan�ar atrav�s da educa��o ambiental, possibilitando a forma��o de indiv�duos capazes de compreender o mundo e suas rela��es e agir de forma cr�tica diante de diversas situa��es. Quando se consegue proporcionar essa educa��o desde o ensino b�sico, consegue-se, ent�o, a forma��o de cidad�os conscientes das quest�es ambientais, de forma que a preserva��o da biodiversidade passe a ser encarada como preocupa��o de toda a popula��o e n�o apenas de uma pequena parcela. O papel do educador ambiental � fundamental nesse processo de transforma��o.

Palavras-chave: Preserva��o, Educa��o Ambiental, Biodiversidade.

INTRODU��O

O crescente aumento das popula��es urbanas, a falta de planejamento ambiental e de programas de conscientiza��o, bem como, a falta de informa��o para a popula��o em geral, s�o alguns dos fatores que contribuem para o aumento da degrada��o ambiental, que tem apresentado consequ�ncias cada vez mais graves ao meio ambiente, tanto quantitativamente quanto qualitativamente. Segundo Jacobi (2003), a preocupa��o com programas ambientais que promovam o desenvolvimento sustent�vel � uma forma de garantir mudan�as pol�ticas e, principalmente, sociais. Por�m, � importante atentar para o fato de que o meio ambiente n�o � formado apenas por vegeta��es e animais, mas sim por uma intera��o entre todos os fatores bi�ticos e abi�ticos, e que o homem, embora tenha se esquecido, tamb�m faz parte do meio ambiente (SCARDUA, 2009). Ao se dar conta de que tamb�m faz parte da natureza, o ser humano passa a sensibilizar-se com os problemas ambientais, preocupando-se em cuidar, preservar e manter os recursos naturais.

O desenvolvimento global atual � marcado pelo grande avan�o tecnol�gico, aumento na produ��o de diversos produtos e grande incentivo para o crescimento do consumo. Tais fatos ocorrem de forma desordenada e irrespons�vel, podendo-se observar a crescente degrada��o ambiental. A medida em que o consumismo aumenta, os ve�culos de comunica��o incentivam a compra de novos produtos, resultando no aumento da produ��o de lixo, desperd�cio de recursos renov�veis e redu��o dos recursos naturais e da biodiversidade (PEREIRA, OLIVEIRA, VIEIRA, 2013). �A escassez dos recursos e a degrada��o do meio ambiente combinam-se com popula��es em r�pida expans�o, o que leva ao colapso das comunidades locais� (MARAFANTE, 2009). Como consequ�ncia desta degrada��o, temos a destrui��o de diversos habitats, diminui��o da qualidade de vida para diversas esp�cies, incluindo o ser humano, e a redu��o da biodiversidade (JACOBI, 2005).

Nota-se, nos �ltimos 40 anos, o aumento no n�mero de encontros, semin�rios, confer�ncias, conven��es e tratados ligados � tem�tica ambiental, por�m, o comprometimento ambiental cresce drasticamente, dificultando a manuten��o da vida. Esse aumento indica uma enorme necessidade de se criar a��es educacionais que contribuam para a constru��o de sociedades sustent�veis. (BRASIL, 2005). A constru��o de um processo cont�nuo de Educa��o Ambiental � uma forma estrat�gica de inclus�o de toda a comunidade na cria��o de um ambiente em que o ser humano conviva em equil�brio com a natureza, preservando sua diversidade (KLAUCK; BRODBECK, 2010).

No Brasil, a amea�a � biodiversidade est� presente em todos os biomas, em decorr�ncia, principalmente, do desenvolvimento desordenado de atividades produtivas. A degrada��o do solo, a polui��o atmosf�rica e a contamina��o dos recursos h�dricos s�o alguns dos efeitos nocivos observados�. [...] � preciso tamb�m consideirar que significativa parcela dos brasileiros tem uma percep��o naturalizada do meio ambiente, excluindo homens, mulheres, cidades e favelas desse conceito. �(BRASIL, 2005, p. 17).

A Educa��o Ambiental assume uma fun��o de transformar, na qual a responsabiliza��o dos indiv�duos torna-se um objeto essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento, o sustent�vel (JACOBI, 2003). A constru��o de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e compet�ncias voltadas para a conserva��o do meio ambiente fazem parte de um processo de �reeduca��o� ambiental, podendo ser alcan�ado atrav�s de paletras, encontros, e semin�rios onde se esclare�a e divulgue informa��es a respeito de esp�cies regionais, habitats, ecossistemas e todo item que seja relevante para o tema. A educa��o � um meio de abrir caminhos que podem beneficiar tanto a realidade social quanto a ecol�gica, permitindo que a popula��o torne-se participativa e perceba o seu potencial transformador e seu direito de reivindicar (PADUA, 2013).

Durante a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), tamb�m denominada Confer�ncia Internacional Rio/92, diversas institui��es de mais de 170 pa�ses assinaram tratados nos quais se reconhece o papel fundamental da educa��o para se alcan�ar um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, o que exige responsabilidade individual e coletiva em n�veis locais, nacionais e planet�rios. Todos esses tratatos evidenciam a import�ncia atribu�da � Educa��o Ambiental como meio indispens�vel para criar e aplicar formas cada vez mais sustent�veis de intera��o entre sociedade e natureza, al�m de solu��es para os problemas ambientais. A educa��o � condi��o necess�ria para se mudar os rumos do planeta, portanto, fica evidente a import�ncia de educar os cidad�os para que ajam de modo respons�vel e sens�vel, conservando o ambiente saud�vel para que se alcance um presente e um futuro melhores; al�m de ser fundamental que saibam exigir e respeitar os direitos pr�prios e os da comunidade, modificando-se como pessoas e tamb�m em suas rela��es com o ambiente (MARAFANTE, 2009).

Segundo Lehn, Dutra e Vinholi (2012), muitos especialistas afirmam que, ao menos em um primeiro momento, a solu��o para os problemas ambientais tem rela��o com o surgimento de uma gera��o ambientalmente consciente, o que se pode alcan�ar atrav�s da educa��o ambiental, possibilitando a forma��o de indiv�duos capazes de compreender o mundo e suas rela��es, e agir de forma cr�tica diante de diversas situa��es. Quando se consegue proporcionar essa educa��o desde o ensino b�sico, consegue-se, ent�o, a forma��o de cidad�os conscientes das quest�es ambientais, de forma que a preserva��o da biodiversidade passe a ser encarada como preocupa��o da popula��o em geral, e n�o apenas de uma pequena parcela. O papel do educador ambiental � fundamental nesse processo de transforma��o.

As causas b�sicas que provocam atividades que degradam o ambiente podem ser atribu�das aos valores adotados pela sociedade, aos sistemas de informa��o e comuni��o, e �s institui��es sociais. Evidencia-se, ent�o, uma grande necessidade de estimular uma participa��o da sociedade nas quest�es ambientais. Esse caminho necessita de uma mudan�a no acesso � informa��o e de transforma��es institucionais que garantam acessibilidade e transpar�ncia na gest�o. � preciso que se crie condi��es para facilitar esse processo, criando novos estilos de vida, desenvolvendo uma consci�ncia �tica que questione o modelo de desenvolvimento atual, marcado pelo seu car�ter predat�rio e pelo refor�o das desigualdades socioambientais. H� solu��es para os principais problemas ambientais do nosso tempo, algumas simples, mas todas requerem uma mudan�a radical na percep��o, no pensamento e nos valores de toda a sociedade. (MARAFANTE, 2009).

A educa��o ambiental para uma sustentabilidade equitativa � um processo permanente de aprendizagem, baseado no respeito a todas as formas de vida. Afirma valores e a��es que contribuem para a transforma��o humana e social, bem como para a preserva��o ecol�gica (F�rum Internacional das ONGs, 1992).

Por meio da educa��o ambiental � poss�vel educar cidad�os capazes de relacionar suas a��es aos diversos danos causados ao ambiente, incentivando-os � mudan�as de h�bitos, sensibilizando-os quanto ao valor da biodiversidade e tornando-os conscientes de seus direitos e deveres. Este trabalho � resultado do Trabalho de Conclus�o de Curso do Curso de P�s Gradua��o em Educa��o Ambiental e Desenvolvimento Sustent�vel da Faculdade de Educa��o S�o Lu�s de Jaboticabal e busca incentivar a promo��o de projetos e a��es que possibilitem essa mudan�a na sociedade, tornando a preocupa��o ambiental um h�bito de toda a popula��o, independente da classe social e do grau de escolariza��o.

RESULTADOS E DISCUS�ES

Um breve hist�rico sobre Educa��o Ambiental no Brasil

A educa��o ambiental surge no Brasil antes mesmo de sua institucionaliza��o no Governo Federal. J� no s�culo XIX ocorreu a primeira legisla��o conservacionista e a divulga��o de diversos artigos brasileiros. No s�culo XX observamos a exist�ncia de um movimento conservacionista e nos anos 70 a emerg�ncia de um ambientalismo que se une �s lutas pela democracia, manisfestada atrav�s da a��o de professores, estudantes, escolas e pequenas a��es de organiza��es da sociedade civil, relacionadas � recupera��o, conserva��o e melhoria do meio ambiente (BRASIL, 2005).

Em 1973, teve in�cio o processo de institucionaliza��o da educa��o ambiental no governo brasileiro quando criou-se, no Poder Executivo, a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que estabeleceu como parte de suas atribui��es o �esclarecimento e a educa��o do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conserva��o do meio ambiente�. A SEMA deu in�cio � projetos voltados para a inser��o da tem�tica ambiental nos curr�culos escolares, realizou cursos de especializa��o em educa��o ambiental, al�m de estruturar uma rede de produ��o e circula��o de materiais educativos referentes � �rea ambiental (BRASIL, 2005).

Em 1981, a Pol�tica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) estabeleceu a necessidade de inclus�o da educa��o ambiental em todos os n�veis de ensino, incluindo a educa��o da comunidade, a fim de capacit�-la para participar ativamente na defesa do meio ambiente e, em 1988, a Constitui��o Federal estabeleceu no inciso VI do artigo 225 a necessidade de �promover a Educa��o Ambiental em todos os n�veis de ensino e a conscientiza��o p�blica para a preserva��o do meio ambiente�.

Em 1992, foi criado o Minist�rio do Meio Ambiente (MMA), e o IBAMA instituiu os N�cleos de Educa��o Ambiental em todas as suas superintend�ncias estaduais, a fim de operacionalizar as a��es educativas no processo de gest�o ambiental estadual. Tamb�m neste ano, durante a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimenro (CNUMAD), foi produzida a Carta Brasileira para Educa��o Ambiental, que a reconheceu como um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como estrat�gia de sobreviv�ncia do planeta e para a melhoria da qualidade de vida humana. �

Em 1994, foi criado pela Presid�ncia da Rep�blica, o Programa Nacional de Educa��o Ambiental (ProNEA), que foi executado pela Coordena��o de Educa��o Ambiental do MEC e pelos setores correspondentes do MMA/Ibama, respons�veis pelas a��es voltadas respectivamente ao sistema de ensino e � gest�o ambiental.

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Em 1997, durante a 1� Confer�ncia de Educa��o Ambiental, realizada em Bras�lia, foi produzido o documento �Carta de Bras�lia para a Educa��o Ambiental�, contendo cinco �reas tem�ticas: Educa��o ambiental e as vertentes do desenvolvimento sustent�vel; Educa��o ambiental formal: papel, desafios, metodologias e capacita��o; Educa��o no processo de gest�o ambiental: metodologia e capacita��o; Educa��o ambiental e as pol�ticas p�blicas: PRONEA, pol�ticas de recursos h�dricos, urbanas, agricultura, ci�ncia e tecnologia; e Educa��o ambiental, �tica, forma��o da cidadania, educa��o, comunica��o e informa��o da sociedade� (BRASIL, 2005, p. 27)

Em 1999, foi aprovada a Lei n� 9.795, que disp�es sobre a Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental (PNEA), com a cria��o da Coordena��o-Geral de Educa��o Ambiental (CGEA) no MEC e da Diretoria de Educa��o Ambiental (DEA) no MMA.

Em 2004, com a cria��o da Secretaria de Educa��o Continuada, Alfabetiza��o e Diversidade (Secad), foi poss�vel um maior enraizamento da Educa��o Ambiental no MEC, e junto �s redes estaduais e municipais de ensino, passando a atuar em todos os n�veis de ensino formal (HENRIQUES, 2007).

1.1 Definindo Educa��o Ambiental

De acordo com a Lei n� 9.795, de 27 de abril de 1999, entende-se este termo como: �processos por meio dos quais o indiv�duo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e compet�ncias voltadas para a conserva��o do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial � sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade�. Ainda de acordo com esta lei, �educa��o ambiental � um componente essencial e permanente da educa��o nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os n�veis e modalidades do processo educativo, em car�ter formal e n�o formal�.

Conforme consta nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa��o Ambiental (2012, p. 2), a Educa��o Ambiental:

Visa � constru��o de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais, ao cuidado com a comunidade de vida, a justi�a e a equidade socioambiental, e a prote��o do meio ambiente natural e constru�do. � constru�da com responsabilidade cidad�, na reciprocidade das rela��es dos seres humanos entre si e com a natureza. N�o � atividade neutra, pois envolve valores, interesses, vis�es de mundo e, desse modo, deve assumir na pr�tica educativa, de forma articulada e interdependente, as suas dimens�es pol�tica e pedag�gica. Deve adotar uma abordagem que considere a interface entre a natureza, a sociocultura, a produ��o, o trabalho, o consumo, superando a vis�o despolitizada, acr�tica, ing�nua e naturalista ainda muito presente na pr�tica pedag�gica das institui��es de ensino.

Portanto, entende-se que a Educa��o Ambiental � condi��o necess�ria para modificar um quadro crescente de degrada��o ambiental, sendo uma ferramenta de media��o entre culturas, comportamentos e interesses de grupos sociais.O educador tem a fun��o de mediar a constru��o de referenciais ambientais e deve us�-los como instrumento para o desenvolvimento de uma pr�tica social centrada no conceito de natureza (JACOBI, 2003).

A Educa��o Ambiental tem como objetivos: desenvolver a compreens�o do meio ambiente em suas m�ltiplas rela��es; estimular a mobiliza��o social e pol�tica e o fortalecimento da consci�ncia cr�tica; incentivar a participa��o individual e coletiva na preserva��o do esquil�brio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor insepar�vel do exerc�cio da cidadania; estimular a coopera��o entre regi�es do pa�s, visando � constru��o de uma sociedade ambientalmente justa e sustent�vel; promover o cuidado com a comunidade de vida e a integridade dos ecossistemas (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa��o Ambiental, 2012).

1.3O que � Biodiversidade

Na d�cada de 1980 criou-se o termo Biodiversidade para se referir ao n�mero de esp�cies de seres vivos existentes no planeta, incluindo todos os animais, vegetais e microorganismos, embora j� se saiba que esse tipo de estudo era desenvolvido anteriormente pelos naturalistas, quando descreviam as variedades de esp�cies nos ambientes explorados durante suas expedi��es (VITALI, 2010).

Segundo Groom, Meffe e Carroll (2006), o termo biodiversidade, ou diversidade biol�gica, pode ser entendido como a soma total de todas as coisas vivas. � a imensa riqueza� e a varia��o dos seres vivos. Pode ser considerada em diversos n�veis, que v�o desde a variabilidade gen�tica dentro de uma esp�cie, � biota de alguma regi�o do planeta, o n�mero de linhagens evolutivas e o grau de distin��o entre eles, com a diversidade de ecossistemas e biomas na Terra.

Em junho de 1992, durante a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimenro (CNUMAD), realizada na cidade do Rio de Janeiro, estabeleceu-se um tratato denominado de Conven��o sobre Diversidade Biol�gica (CDB). Ela est� estruturada em tr�s bases principais: conserva��o da diversidade biol�gica, uso sustent�vel da biodiversidade e a reparti��o justa e equitativa dos benef�cios provenientes da utiliza��o dos recursos gen�ticos; al�m de se referir � biodiversidades em tr�s n�veis: ecossistemas, esp�cies e recursos gen�ticos.

Segundo a Conven��o, biodiversidade pode ser entendida como a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aqu�ticos e os complexos ecol�gicos; al�m de considerar a diversidade dentro de esp�cies, entre esp�cies e de ecossistemas. Contempla tanto a diversidade encontrada em ecossistemas naturais quanto naqueles com interfer�ncia humana ou antr�pica.

De acordo com Vitali (2010), a riqueza da biodiversidade tamb�m est� intimamente ligada �s diferen�as gen�ticas entre as esp�cies. Cromossomos, genes e DNA determinam caracter�sticas �nicas de cada indiv�duo de uma �nica esp�cie e entre diversas esp�cies.

1.4 Rela��o entre educa��o ambiental e a conserva��o da biodiversidade

Segundo Ross e Becker (2012), ao se aplicar uma pol�tica nacional que ressalte e promova a import�ncia da Educa��o Ambiental desde o ensino b�sico, as novas gera��es crescer�o com uma mentalidade voltada para a preserva��o ambiental, facilitando a cria��o e a promo��o de pol�ticas p�blicas que visem a utiliza��o sustent�vel dos recursos naturais.

Para que haja essa mudan�a de rumos dever� ser tra�ada uma estrat�gia para o pleno desenvolvimento humano e da natureza, assim ser� necess�rio a implementa��o de programas capazes de promover a import�ncia da Educa��o Ambiental, a import�ncia da ado��o de pr�ticas que visem � sustentabilidade e a diminui��o de qualquer impacto que nossas atividades venham a ter no ecossistema que nos cerca e nos mant�m� (ROSS; BECKER, 2012, p. 2).

A preserva��o da biodiversidade depende do papel da escola para a forma��o de cidad�os ambientalmente respons�veis. O conceito de desenvolvimento sustent�vel pode ser interpretado de v�rias formas, por�m � importante ressaltar que meio ambiente n�o se resume a recursos naturais, e sim a somat�ria de todos os seres vivos, incluindo o homem, suas rela��es entre si e com o meio ambiente (LEHN, DUTRA, VINHOLI J�NIOR, 2012).

A sustentabilidade � um processo que deve ser estabelecido em longo prazo, pois � fato que para haver um desenvolvimento sustent�vel � necess�rio trocar o atual modelo de desenvolvimento: o capitalista-industrial, uma vez que este desenvolvimento � preciso, mas tamb�m � necess�ria uma maneira de ter o desenvolvimento com sustentabilidade, ou seja, deve-se desenvolver, mas considerando o pleno desenvolvimento, dos seres humanos, dos animais, das plantas, de todo o planeta Terra (ROSS; BECKER, 2012, p. 4).

A pol�tica de desenvolvimento para uma sociedade sustent�vel n�o pode ignorar as dimens�es culturais, as rela��es de poder existentes e nem o reconhecimento das limita��es ecol�gicas. Deve formular uma educa��o ambiental que seja cr�tica e inovadora em dois n�veis: formal e n�o formal. Assim a educa��o ambiental deve ser um ato pol�tico voltado para a transforma��o social, e seu enfoque deve buscar uma perspectiva hol�stica de a��o, que relaciona o homem � natureza e ao universo, tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal respons�vel pela sua degradac�o � o homem (JACOBI, 2005).

Para que a popula��o possa participar na constru��o de uma sociedade sustent�vel, � necess�rio que cada indiv�duo conhe�a as possibilidades de contribuir para este fim. S�o necess�rias pol�ticas p�blicas, leis, recursos financeiros e humanos, pesquisas, tecnologias, facilidade de acesso � informa��es, fomentadas por conven��es e organiza��es da sociedade civil, meios de comunica��o, etc (SORRENTINO; TASSARA, 1999).

Para garantir um ambiente sadio para toda a humanidade, � necess�ria uma conscientiza��o abrangente, atrav�s de um processo educativo que envolva ci�ncia e �tica, chamando � responsabilidade todos os membros da sociedade. Desta forma, educar-se-� cidad�os dotados de valores e atributos, capazes de informar-se permanentemente sobre o que est� acontecendo no mundo, refletindo sobre o futuro do planeta (MARAFANTE, 2009).

CONSIDERA��ES FINAIS

O maior desafio da Educa��o Ambiental � ir al�m da aprendizagem comportamental, alcan�ando a constru��o de uma cultura cidad�, com atitudes ecol�gicas. Quando se conseguir proporcionar a abordagem da Educa��o Ambiental em car�ter multidisciplinar, especialmente no ensino b�sico, a escola cumprir� seu papel para a forma��o de cidad�os ambientalmente conscientes. A preserva��o da biodiversidade ser� encarada como preocupa��o de todos e n�o apenas de uma pequena parcela da popula��o. Garantir a exist�ncia de um ambiente sadio para toda a comunidade implica nessa conscientiza��o abrangente, que s� pode ser alcan�ada atrav�s da Educa��o Ambiental.

Pode-se concluir, ent�o, que n�o � poss�vel pensar em um ambiente sustent�vel sem a exist�ncia de uma sociedade informada e consciente. E que a conserva��o da biodiversidade est� diretamente ligada a essa educa��o, melhor meio de se resgatar valores culturais e biol�gicos, fundamentais para o conv�vio harm�nico entre sociedade e natureza.

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O que a Ecologia pode ajudar na preservação do meio ambiente?

Entre elas, destacam-se: Uso de biomassa para gerar bioenergia e biocombustíveis. Sustentabilidade na produção e desenvolvimento de produtos. Reciclagem ou reutilização de materiais.

Como o Manejo Ecológico pode contribuir para a preservação do meio ambiente ecologicamente sustentável?

1- Utilização de fontes de energia limpas e renováveis. 2- Racionalização e controle sobre a exploração de recursos minerais. 3- Exploração consciente e manejo controlado de riquezas naturais. 4- Reflorestamento e valorização de áreas verdes.

Qual a relação da Ecologia e meio ambiente?

Qual é a diferença entre Ecologia e Meio Ambiente? Ambos estão intercalados, mas possuem uma diferença que é clara: A Ecologia é uma ciência e o meio ambiente faz parte do objeto de estudo dela. O meio ambiente está no interior da ecologia, faz parte dela, não é separado.

Qual a importância da Ecologia para a preservação das espécies no planeta?

Através das análises realizadas, é possível traçar o futuro das espécies e todas as possíveis consequências de mudanças no padrão de vida de uma comunidade. No mesmo sentido, a Ecologia é essencial para entender o futuro do nosso planeta.

O que posso fazer para contribuir com o meio ambiente?

Dez dicas para contribuir com o meio ambiente..
Economize água. ... .
Separe seu lixo para reciclagem. ... .
Não jogue óleo de cozinha na pia. ... .
Utilize apenas lâmpadas fluorescentes. ... .
Desligue o monitor do computador. ... .
Use sua própria sacola ao fazer compras. ... .
Use menos descartáveis. ... .
Plante uma árvore..