Tipos de programas de exercício para populações portadoras de deficiência

A prática de atividade física é indicada para quem busca melhorias da saúde e mais qualidade de vida. Para as pessoas com deficiência praticar essas atividades e obter esses benefícios também é possível, respeitando as diferenças dos indivíduos e realizando algumas adaptações.

Por outro lado, o excesso de tempo em comportamento sedentário pode ser um agravante para pessoas com deficiência, principalmente por conta das dificuldades vivenciadas em cada caso. Com isso, complicações cardiovasculares ou respiratórias podem ser ainda mais frequentes. Para evitar essas complicações, o Guia de Atividade Física Para a População Brasileira reforça que, apesar das limitações, é preciso encontrar formas de ser mais ativo em seu dia a dia, seja realizando atividades individualizadas, que consideram as especificidades de cada pessoa, ou realizando atividades em grupo, que proporcionam socialização e interação. O importante é que a prática adaptada seja confortável e segura.

E por falar no aspecto social e emocional, esse é um dos grandes benefícios listados. Isso porque uma vida mais ativa ajuda na descoberta de potencialidades, aumenta a autonomia para realização das atividades diárias, melhora o humor, reduz a sensação de estresse e os sintomas de ansiedade e de depressão, auxilia na reabilitação e na ampliação do ciclo de amizades.

E quando a atividade física é realizada em grupo, melhora as habilidades de socialização, ajudando na inclusão social, na criação e no fortalecimento de laços sociais e vínculos. É importante lembrar ainda que o contato com outras pessoas que vivenciam a mesma condição é um ótimo estímulo para a saúde mental dos indivíduos, fortalecendo o sentimento de pertencimento ao grupo e possibilitando compartilhar perspectivas que podem auxiliar no desenvolvimento da resiliência frente às situações vivenciadas no cotidiano.

Os benefícios para a saúde física também são muitos. Segundo o Guia, os principais benefícios da prática de atividade física para pessoas com deficiência são: aumento da força muscular, da resistência, da coordenação motora, do equilíbrio, da flexibilidade e da agilidade. Sem falar que melhora a circulação, aumenta a imunidade, auxilia no controle do peso adequado e na diminuição do risco de obesidade.

Leia também - Atividades físicas para pessoas com deficiência também ajudam o aspecto psicológico

O que dá para fazer no dia a dia?

Um dos objetivos do Guiaé incentivar a prática e inserção das atividades físicas no dia a dia das pessoas, a partir de tarefas rotineiras que poucas pessoas sabem que são tipos de atividades físicas. Confira algumas dicas para diferentes momentos, adaptadas para pessoas com deficiência:

No tempo livre: reserve algum tempo para fazer atividade física com os amigos, com a família ou sozinho, fazendo aquilo de que você gosta. Você pode dançar, fazer musculação, natação ou outros esportes adaptados, ou passear no parque.

No deslocamento: se possível, faça seus deslocamentos manejando a cadeira de rodas, a pé ou de bicicleta, por exemplo. Você pode praticar essas atividades na ida e volta para a escola, para o trabalho, para o mercado, para a casa de amigos ou qualquer outro compromisso. Procure fazer esses deslocamentos da forma mais segura e agradável possível.

No local de trabalho ou onde você estuda: se o local em que você estuda ou trabalha oferece atividade física, participe de alguma ou procure locais próximos onde seja possível praticar. Tornar seu dia a dia no trabalho mais ativo também é uma forma de atividade física.

Nas tarefas domésticas: contribuindo com as tarefas da casa, você se torna uma pessoa mais ativa fisicamente. Participe de tarefas para conservação do seu quintal ou da área externa do seu condomínio, como fazer jardinagem, recolher o lixo, cozinhar, varrer e limpar, cortar a grama, lavar o carro, empurrar carrinho de bebê, brincar com as crianças, passear com o animal de estimação ou dar banho nele.

Saiba mais

Pessoas com deficiência devem consultar especialistas das áreas da saúde e da atividade física para realizarem práticas adequadas às suas condições. Para agendar consultas com médicos do Sistema Único de Saúde (SUS), acesse o aplicativo Conecte SUS disponível gratuitamente em todas as lojas de aplicativos. E na mesma plataforma ou pelo site, você pode encontrar iniciativas de promoção da atividade física disponíveis na sua região!

Inspire-se! O esporte pode transformar a vida de pessoas com deficiência

Conheça a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência

Descubra o que são os Grupos Especiais, o seu crescimento no Brasil e de que forma devem ser agrupados quanto aos riscos para exercícios físicos

Falar sobre Grupos Especiais é algo que traz uma satisfação e um interesse muito grande, pois ainda na faculdade de Educação Física iniciei os estudos com o objetivo de me capacitar para atender esses públicos. O fato de trabalhar como agente ativo da equipe de saúde diretamente no tratamento de diversas doenças, me fascina e promove um retorno pessoal e profissional muito grande.

Após finalizar a graduação, tive a oportunidade de continuar estudando sobre a prescrição de exercícios para diferentes populações de Grupos Especiais tanto na especialização quanto no mestrado. Hoje, sou coordenador da pós-graduação em Educação Física Aplicada a Grupos Especiais e tenho buscado cada vez mais me especializar no trabalho com pessoas que sofreram diferentes tipos de lesões no sistema nervoso e lesões osteomioarticulares graves, que causam dores e déficit ou prejuízo para a vida cotidiana.

O que são os Grupos Especiais?

Antes de qualquer coisa é preciso entender como classificamos e agrupamos os indivíduos que fazem parte dos chamados Grupos Especiais, pois é a partir daí que vamos determinar como será a prescrição do treino de cada cliente e, principalmente, como vamos controlar as variáveis do treinamento do início ao fim de cada sessão.

Para facilitar o entendimento e grupamento dos indivíduos que compõem os grupos especiais, podemos dizer de um modo geral que todo indivíduo que apresenta algum problema de saúde ou condição de caráter irreversível ou não, que interfira diretamente na prática esportiva ou que apresente cuidados específicos para participar de um programa de exercício físico, se encaixa em alguma população de grupos especiais.

Pensando dessa forma, podemos exemplificar algumas populações especiais, como: diabéticos, hipertensos, ateroscleróticos, crianças, obesos, tabagistas, cardiopatas, grávidas, deficientes físicos, deficientes cognitivos, pessoas com síndromes metabólicas ou síndromes genéticas, lesados medulares e cerebrais, etc.

O idoso é um bom exemplo de grupo especial que merece nossa atenção devido ao aumento populacional e, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), já em 2030 o seu número será maior que o de crianças no nosso país. E você pode conferir mais sobre a prescrição de exercícios para idosos no post da educadora física Jéssica Sobrinho aqui Blog do IESPE.

Dados de 2014 recolhidos pela VIGITEL ainda revelaram a grande quantidade de pessoas que sofrem com doenças crônicas: obesos configuram 16,8% da população (mais de 33 milhões) e hipertensos 22,8% (45 milhões). A Diabetes também é um problema recorrente, correspondendo a 7,1% dos brasileiros (14 milhões).

Esses dados são tão alarmantes em nível local e internacional, que o ACSM (American College of Sports Medicine) lançou e está trabalhando em uma campanha mundial intitulada Exercise is Medicine® (Exercício é Remédio), em que os profissionais da Atenção Primária à Saúde devem encorajar a prática de exercício durante o tratamento das doenças. E os educadores físicos especializados em Educação Física Aplicada a Grupos Especiais são os principais agentes que atuam com essas populações.

Como classificar os Grupos Especiais?

De acordo com Paulo Sena, professor da Universidade de Vigo (Espanha), podemos classificar esses indivíduos  em três subgrupos quanto aos riscos durante a prática de exercício físico:

1- Aparentemente saudáveis: indivíduos que são assintomáticos e aparentemente saudáveis, com não mais do que um fator de risco coronário;

2- Risco aumentado: indivíduos que têm sinais e sintomas que sugerem uma possível doença cardiopulmonar ou metabólica e/ou dois ou mais fatores de risco coronário;

3- Doença diagnosticada: indivíduos com uma doença cardíaca ou pulmonar diagnosticada.

Quanto maior o risco apresentado, maior deverá ser a supervisão de cada sessão de treino com limites de carga, volume e intensidades muito bem definidos e controlados, para não apresentar perigo aos alunos e, principalmente, para garantir os resultados positivos pretendidos pelo profissional.

Considerações finais

É preciso estudar muito os conhecimentos de base como a epidemiologia, fisiopatologia e principalmente os parâmetros e posicionamentos para controle de atividade física de acordo com cada grupo de doença.

Sempre digo aos meus alunos que antes de iniciarem uma sessão de treino é preciso sempre fazer uma anamnese, pois mesmo que já conheçam a pessoa que será atendida, existe a necessidade de buscar fatores que possam interferir diretamente no planejamento do treino. Esses fatores podem ser internos, causados pelas doenças já diagnosticadas, como, por exemplo, algum sintoma de dor ou mal-estar resultante de um quado agudo que possa ter acontecido durante o período que não se encontraram. É muito importante também observar fatores externos, como, por exemplo, estresse no trabalho, noite mal dormida, ingestão alimentar e hídrica, etc.

Toda e qualquer informação suplementar que você possa obter com outros profissionais de saúde que tratam seus alunos é fundamental para conseguir oferecer um trabalho de qualidade e de baixo risco. Sendo assim, não deixe de fazer contato com o médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, etc. Enfim, é preciso uma boa comunicação entre todos que fazem parte do tratamento.

Gostou? Então curta e compartilhe este post com seus colegas.

Se quiser ler sobre uma população específica, me envie um comentário, ok?

Vou ficando por aqui. Grande abraço a todos!

Quais as atividades recomendadas para portadores de deficiência?

7 tipos de atividades que pessoas com deficiência podem fazer.
Esportes coletivos. Esses esportes são de grande importância e, por isso, foram adaptados para pessoas com deficiência. ... .
Trekking. ... .
Ioga. ... .
Natação. ... .
Dança. ... .
Oficinas de arte. ... .
Artes marciais. ... .
3 Comentários..

Quais as modalidades de educação física para portadores de deficiência?

Em 1952, os jogos de Stoke Mandeville ganharam mais adeptos, com equipes dos Estados Unidos, Inglaterra e Holanda, reunindo 130 participantes..
Arco e Flecha..
Tiro ao Alvo..
Arremesso de Dardo..

Quais as modalidades melhores para deficientes físicos?

O exercício físico e a prática regular de esportes pode trazer diversos benefícios para a saúde e qualidade de vida da pessoa com deficiência..
Basquete. Foto: Arquivo Freedom. ... .
Bocha. ... .
Tênis de mesa. ... .
Voleibol sentado. ... .
Futebol de 5. ... .
Goalball. ... .
Natação. ... .

Quais são as atividades adaptadas?

As atividades adaptadas se tratam de jogos, brinquedos ou tarefas em que as atividades são pensadas e avaliadas com o intuito de permitir ao aluno da AEE alcançar objetivos tais como: Conquistar autonomia; Vencer limitações; Desenvolver seu lado cognitivo dentre outros.

Toplist

Última postagem

Tag