Tem como mentir para o ginecologista?

Contar a verdade � imprescind�vel para que o especialista tenha condi��es de diagnosticar e recomendar a medica��o correta

Por Patrícia Affonso

Tem como mentir para o ginecologista?

Mentir para o especialista é fator prejudicial à sua saúde
Foto: Shutterstock 

Você já mentiu em uma consulta ginecológica? Se sim, saiba que é roubada na certa. Domingos Mantelli, ginecologista (SP), listou as questões sobre as quais mais se costuma mentir e a forma como o ato pode complicar sua vida...

Não sou fumante 

Algumas medicações não podem ser receitadas para fumantes. É o caso da pílula, que pode aumentar a chance de desenvolver trombose venosa profunda e complicar atos cirúrgicos.

Nunca tomei a pílula do dia seguinte

Esse medicamento pode causar alterações indesejadas no ciclo menstrual. Omitir o uso pode confundir o médico e apontar um falso problema.

Só bebo socialmente

Em excesso, o álcool pode comprometer a metabolização de algumas drogas, inclusive dos anticoncepcionais. E isso interfere no método contraceptivo e nos tratamentos indicados.

Não há casos dessa doença em minha família

Muitos males têm uma forte in­fluência do fator genético. Saber isso direciona o especialista e antecipa o diagnóstico certeiro.

.

Publicado em 16/10/09 10:10 Atualizado em 10/12/10 14:09

RIO - A primeira ida ao ginecologista costuma ser cercada de dúvidas e medos. É normal a adolescente sentir vergonha e pedir para ir ao especialista apenas quando está prestes a ter relações sexuais, mas o ideal é que a visita aconteça após a primeira menstruação, explica o ginecologista Cassio Sartorio, do Centro de Fertilidade da Rede D'Or.

- A idade varia, depende do momento da adolescente e do instinto da mãe. Mas é legal levá-la após a primeira menstruação, se seus ciclos são muito incômodos ou se ela começou a namorar. A consulta da adolescente é diferente, é preciso haver muita conversa para que ela confie e se abra com o médico - explica Sartorio.

A consulta da adolescente é diferente, é preciso haver muita conversa para que ela confie e se abra com o médico

Não existe uma idade certa para levar a adolescente ao médico, mas os especialistas recomendam que a primeira ida aconteça por volta dos 13 aos 15 anos. Se a menina menstruou muito cedo (antes dos 10 anos), o monitoramento do ginecologista ajuda a afastar a possibilidade de problemas hormonais ou de crescimento. Se ela não menstruou até os 16 anos, a consulta também é necessária para verificar se está tudo certo com o organismo.

- Se a adolescente pedir para ir ao ginecologista, a mãe deve levá-la. Muitas vezes, ela está pensando em fazer sexo e não quer contar aos pais, mas quer uma orientação maior sobre anticoncepcionais, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. É fundamental que ela vá ao ginecologista antes da primeira relação sexual para não correr riscos desnecessários - completa.

Confira algumas respostas para as dúvidas mais comuns das adolescentes:

Como é a primeira consulta?

A primeira consulta costuma ser uma conversa informal, principalmente se a paciente estiver nervosa ou tímida demais. Dependendo da idade, o ideal é que a mãe (ou uma adulta de confiança) acompanhe a consulta, até para responder perguntas do histórico familiar que a adolescente não sabe ou não lembra. O ginecologista vai fazer perguntas sobre doenças da infância, hábitos, ciclo menstrual, doenças na família e histórico de câncer de mama. Dependendo da idade ou se a adolescente não for mais virgem, o médico também dará orientações sobre sexo, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Quando a adolescente pede para ir ao ginecologista, principalmente após os 15 anos, a companhia da mãe pode interferir no estreitamento da relação médico-paciente.

Vou ter que fazer algum exame doloroso?

Se a paciente for virgem, o ginecologista examina apenas os seios, a região abdominal e a parte externa da região genital. Se ela não for mais virgem, o especialista poderá fazer o exame do toque e poderá colher material para fazer o primeiro preventivo. Mas o médico só fará os exames se sentir que a paciente está pronta.

Tenho que ir no mesmo ginecologista da minha mãe?

O ideal é escolher um médico de confiança que deixe a adolescente segura para falar durante a consulta. Se a adolescente quiser ir no mesmo médico que as amigas ou não quiser em um profissional do sexo masculino, não se preocupe. Segundo Sartorio é comum a adolescente visitar um ou dois médicos até definir seu ginecologista.

Os pais têm o direito de saber o que conversei com o médico?

As conversas entre médicos e pacientes são sigilosas, e a adolescente deve ter a segurança de que o médico não vai repetir a consulta para os pais. Porém, se o que a paciente relatar ao ginecologista um comportamento de risco ou uma doença que a coloque em risco de vida, o médico sem dúvida procurará os pais.

Últimas de Saúde e Ciência

  1. Tem como mentir para o ginecologista?
  2. Tem como mentir para o ginecologista?
  3. Tem como mentir para o ginecologista?
  4. Tem como mentir para o ginecologista?

Pode mentir pro ginecologista?

Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Reportagem obvia. É preciso informar sim, e se o ginecologista tiver uma minima posição que sugira agressao à ética ou desconforto para a paciente, ela deve manifestar isto, documentar e informar os orgaos responsaveis.

Tem como o ginecologista saber que eu fiz?

Sim, P., em um exame ginecológico o médico consegue ver se você ainda tem hímen ou não. Mas isso não pode te afastar do consultório. Primeiro porque toda menina que já ficou menstruada deve ir ao médico de vez em quando. E, se você pretende começar a sua vida sexual, essa visita é ainda mais importante.

O que não pode fazer antes de ir ao ginecologista?

Não use cremes ou lubrificantes Os cremes e lubrificantes vaginais também devem ser evitados nos três dias que antecedem a consulta, pois eles também causam alterações nos exames. Caso você esteja fazendo algum tratamento, espere ele acabar, guarde três dias e vá ao médico.

O que a ginecologista pode contar aos pais?

A verdade é que a ginecologista não pode contar nada do que você diz para os seus pais, salvo algumas poucas exceções, como em caso de risco de vida, deficiência intelectual ou suspeita de abuso. Pelo código de ética médica do Conselho Federal de Medicina, é vedado ao médico o seguinte: "Art. 74.