Colônias do Sul: Escravos africanos na lavoura de algodão.
O colonizador inglês implantou no processo de colonização da América do Norte, o modelo capitalista de produção, desenvolvendo agricultura, indústria e comércio, a partir dos princípios liberais ingleses que, naquele momento, começava a se configurar na Inglaterra e ganhava força na região Norte dos Estados Unidos, essencialmente protestante.
Já o modelo de colonização na América do Sul, de forte orientação católica e, portanto, contrário à pratica do lucro e usura - inerentes ao comércio e ao capitalismo em geral - caracterizou-se de forma muito diferente, uma vez que os colonizadores, em defesa essencialmente do interesse da metrópole, implantaram extensas monoculturas, com taxações e controles do Estado representado na figura da metrópole.
Os ingleses empreenderam a colonização da Am. do Norte por meio de duas companhias, ou seja, os povos adotaram caminhos diferentes e direção ao "espírito da modernidade liberal". Atendendo a essa direção, o estado adotou empresas comerciais para efetivação da jornada expansionista: a primeira companhia, de Londres e a outra a de Plymonth.
Os portugueses e espanhóis, ao contrário, realizaram a colonização enquanto empreendimento estatal. No caso do Brasil, a Coroa Portuguesa estabeleceu Capitanias Hereditárias, visando
assentar colonos e impedir que as terras fossem invadidas pelos indígenas e estrangeiros, estabelecendo extensas propriedades de terra (Sesmarias) em toda a faixa litorânea.
Texto adaptado de Webartigos
A expansão do comércio europeu, a partir do século XV, impeliu várias nações europeias a empreenderem políticas que visassem ampliar o fluxo comercial como forma de fortificar o estado econômico das nascentes monarquias nacionais. Nesse contexto, a Espanha alcança um estrondoso passo ao anunciar a existência de um novo continente à Oeste. Nesse momento, o Novo Mundo desperta a curiosidade e a ambição que concretizaria a colonização dessas novas terras.
Ao chegarem por aqui, os espanhóis se depararam com a existência de grandes civilizações capazes de elaborar complexas instituições políticas e sociais. Muitos dos centros urbanos criados pelos chamados povos pré-colombianos superavam a pretensa sofisticação das “modernas”, “desenvolvidas” e “civilizadas” cidades da Europa. Apesar da descoberta, temos que salientar que a satisfação dos interesses econômicos mercantis era infinitamente maior que o valor daquela experiência cultural.
Um dos mais debatidos processos de dominação da população nativa aconteceu quando o conquistador Hernán Cortéz liderou as ações militares que subjugaram o Império Asteca, então controlado por Montezuma. Em razão da inegável inferioridade numérica, nos questionamos sobre como uma nação de porte tão pequeno como a Espanha foi capaz de impor seu interesse contra aquela numerosa população indígena.
Para explicarmos essa questão, devemos avaliar uma série de fatores inerentes a essa terrível e violenta experiência que marca o passado americano. Primeiramente, frisamos a superioridade bélica dos europeus, que contavam com potentes armas de fogo e atordoavam os nativos que se deparavam com a inédita imagem de homens montados em cavalos. Ao mesmo tempo, o próprio contato com os europeus abriu caminho para a instalação de epidemias que matavam as populações nativas em poucos dias.
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Enquanto o confronto e a doença funcionavam como importantes meios de dominação, devemos também dar a devida importância a outra estratégia espanhola. Em alguns casos, os espanhóis instigavam o acirramento das rivalidades entre duas tribos locais. Dessa forma, depois dos nativos se desgastarem em conflitos, a dominação hispânica agia para controlar as tribos em questão.
Depois da conquista, os colonizadores tomaram as devidas providências para assegurar os novos territórios e, no menor espaço de tempo, viabilizar a exploração econômica de suas terras. Sumariamente, a extração de metais preciosos e o desenvolvimento de atividades agroexportadoras nortearam a nova feição da América colonizada. Para o cumprimento de tamanha tarefa, além de contar com uma complexa rede administrativa, os espanhóis aproveitaram da mão de obra dos indígenas subjugados.
Somente na passagem dos séculos XVIII e XIX, momento em que a Revolução Industrial e o Iluminismo ganhavam forma, observou-se o fim da exploração colonial. Os processos de independência desenvolvidos por todo o continente abriram caminho para a formação de um grande mosaico de nações e Estados que deram fim à colonização. Contudo, os vindouros problemas mostraram que existia um longo caminho a se trilhar em busca da tão sonhada soberania.
Por Rainer Sousa
Graduado em História