Quem é mãe gaia

Embora n�o tenha sido a primeira das entidades primordiais, Gaia certamente � a mais importante delas.

Gaia ou G� (gr. Γαῖα / Γῆ), a �terra-m�e� , a m�e dos deuses e dos homens, personificava a inesgot�vel capacidade geradora da terra. Foi a primeira entidade divina e amergir do Caos primitivo e dela prov�m as linhagens divinas mais prol�ficas, os piores monstros e tamb�m todos os seres humanos.

Gaia n�o deve ser confundida com as �deusas-m�es�pr�-hel�nicas, ligadas � vegeta��o e aos animais selvagens. Aparentemente, esses atributos foram incorporados por Afrodite, �rtemis, Dem�ter e Cibele (Reia), deusas mais jovens e que dela descendem; Gaia deve ser associada �s for�as primevas da cria��o.

A partir de Gaia, �sem o desej�vel ato de amor� (Hes. Th. 132), surgiram primeiro Urano, o c�u, as grandes Montanhas ou Colinas (gr. Οὔρεα μακρά) e Ponto, o mar. Posteriormente, Gaia se uniu primeiro a Urano e, depois, a Ponto, seus pr�prios filhos, e gerou numerosos descendentes. Unida mais tarde ao seu irm�o T�rtaro, gerou o terr�vel T�fon.

Os descendentes de Gaia s�o usualmente agrupados de acordo com sua paternidade:

Os tit�s s�o seus mais importantes descendentes, pois dessa linhagem vieram os deuses ol�mpicos.

Sua rela��o com outras entidades ligadas � natureza, como as sereias, os s�tiros e as ninfas � um tanto nebulosa. Dois gigantes, T�cio e Anteu s�o tamb�m considerados seus filhos por alguns mit�grafos.

Sem contar essas contribui��es cosmog�nicas, a participa��o de Gaia nas diversas lendas se caracteriza, basicamente, pelas infal�veis profecias ou, ent�o, pela enorme capacidade de gerar filhos, de aspecto divino (Urano, Ponto), humano (Erecteu) ou monstruoso (gigantes, T�fon).

Nos mitos posteriores � gigantomaquia e ao estabelecimento de Zeus como rei dos deuses e dos homens, Gaia aparece ocasionalmente. � mencionada, por exemplo, como ancestral dos primeiros reis atenienses e como m�e da serpente P�ton (ver Apolo) e da monstruosa Car�bdis (ver Odisseu).

Iconografia e culto

Gaia era habitualmente representada em obras de arte, em geral, como uma senhora de aspecto maternal e preocupado, que emergia diretamente do solo. Muitas vezes uma serpente, s�mbolo ct�nico (gr. χθόνιος, �da terra�) por excel�ncia, representava a deusa.

Seu culto era bastante difundido, especialmente nas �pocas mais recuadas da cultura grega; acabou, por�m, suplantado pelos cultos dos deuses ol�mpicos. Havia altares para Gaia em Atenas, Esparta, Ol�mpia, Tegeia, Delfos e muitas outras p�leis.

Em Delfos, por exemplo, no mesmo local em que existia um antigo santu�rio de Gaia, foi instalado um or�culo consagrado a Apolo P�tio. O deus rec�m-chegado, simbolicamente, matou a monstruosa serpente P�ton, filha de Gaia, que vivia no local. A vit�ria de Apolo, por�m, n�o foi completa: a tradi��o de chamar a sacerdotiza que recebia as profecias de p�tia se manteve. Em Ol�mpia existiu, tamb�m, um antigo or�culo de Gaia.