Quem é considerado o pai da Medicina no trabalho e por qual motivo isso aconteceu?

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 Nota: Para o filme de 2014 lançado no Brasil como Hipócrates, veja Hippocrate.

Hipócrates

Nascimento 460 a.C. [1]
Cós
Morte 377 a.C. (83 anos) [1]
Tessália
Ocupação Médico

Hipócrates (em grego clássico: Ἱπποκράτης, transl. Ippokráti̱s; * 460 a.C. em Cós; † 370 a.C. em Tessália) é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado "pai da medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras do florescimento intelectual grego, como Demócrito, Sócrates e Aristóteles. Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde.

Nascido numa ilha grega, os dados sobre sua vida são incertos ou pouco confiáveis. Parece certo, contudo, que viajou pela Grécia e que esteve no Oriente Próximo.

Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode diagnosticar doenças como a malária, papeira, pneumonia [carece de fontes] e tuberculose.[1] Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Muitos de seus comentários nos Aforismos são ainda hoje válidos. Seus escritos sobre anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação quanto sobre procedimentos práticos.

Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde" primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico.

Hipócrates fundamentou a sua prática (e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade) na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) que, consoante às quantidades relativas presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doença e dor (discrasia). Esta teoria influenciou, por exemplo, Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores e que dominou o conhecimento até o século XVIII. Sua ética resume-se no famoso Juramento de Hipócrates. Porém, certos autores afirmam que o juramento teria sido elaborado numa época bastante posterior.

Na filosofia prática da medicina atribuída à Hipócrates, e reunida no Corpus Hippocraticum, as doenças, durante um certo tempo, evoluem de forma silenciosa até alcançarem o momento crucial, chamado krisis (crise), momento em que a doença se define, rumo à cura ou não. O bom médico deve identificar o kairós (momento oportuno) de agir. Esse tempo (kairós) não dura muito tempo (khronos) e, portanto, o médico não tem tempo a perder.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Magni Hippocratis medicorum omnium facile principis, opera omnia quae extant, 1657

O conjunto das obras atribuídas a Hipócrates constitui o Corpus hippocraticum (em português, Coleção Hipocrática). Setenta escritos são reconhecidos como constituintes do corpus, entre os quais os seguintes são considerados os mais importantes:

  • Aforismos
  • Da Medicina Antiga
  • Da Doença Sagrada
  • Epidemias
  • Da Cirurgia
  • Das Fraturas
  • Das Articulações
  • Dos Instrumentos de Redução
  • Dos Ferimentos na Cabeça
  • Prognósticos
  • Dos Ares, Águas e Lugares
  • Do Regime nas Doenças Agudas
  • Das Úlceras
  • Das Fístulas
  • Das Hemorróidas
  • Juramento
  • Lei

Em julho de 2017, o ministro das antiguidades do Egito anunciou a descoberta, por monges do Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina durante um trabalho de restauração, de um manuscrito do século V com textos médicos escrito por Hipócrates.[3]

Juramento de Hipócrates[editar | editar código-fonte]

Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higia e Panacea e por todos os deuses e deusas, a quem conclamo como minhas testemunhas, juro cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.

Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.

Referências

  1. a b c William Oster, The Principles and Practice of Medicine: Designed for the Use of Practitioners and Students of Medicine (1928?), Chapter IV, Tuberculosis, p.306 [google books]
  2. Henrique F. Cairus e Wilson A. Ribeiro Jr., Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença, Fiocruz, p.221-222
  3. Egypt: Rare Manuscript Discovered in Saint Catherine Monastery - Asharq Al-Awsat

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Hipócrates». no Portal Graecia Antiqua
  • «A coleção hipocrática». no Portal Graecia Antiqua
  • [1] - Textos de Hipócrates (em grego e em inglês)
  • Obras de Hipócrates: textos com concordâncias e lista de frequência

Quem é conhecido como pai da medicina do trabalho e por quê?

Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho, publicou na Itália, em 1700, o livro De morbis artificum diatriba, no qual descreve, com extrema clareza e perfeição, 54 doenças relacionadas ao trabalho e introduz na anamnese clínica uma simples pergunta: "Qual é a sua ocupação?".

Quem é considerado pai da medicina do trabalho?

No dia 4 de outubro, comemora-se o Dia da Medicina do Trabalho. A data é uma referência ao nascimento do médico italiano Bernardino Ramazzini (1633 -1714), que, em 1700, publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores, em versão traduzida para o português por Raimundo Estrela).

Qual a importância de Bernardino Ramazzini para a higiene ocupacional?

Ramazzini viveu, praticou e ensinou lições importantes, tais como a importância de atender bem, com dignidade e respeito, todos os trabalhadores, independentemente de sua condição social; o valor da pergunta básica que deveria ser obrigatória “qual a sua profissão?”; a importância da visita aos locais e trabalho; a ...

Quem foi Hipócrates e qual sua grande contribuição?

Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.) foi um médico grego, considerado o pai da Medicina, o mais célebre médico da Antiguidade e o iniciador da observação clínica. Hipócrates nasceu na Ilha grega de Cós, na costa da Ásia Menor, por volta do ano 460 a.

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