Introdu��o
O presente estudo procurou investigar a forma��o inicial dos professores de educa��o f�sica para atua��o no ensino m�dio. A escolha deste tema se justifica conforme referencial estudados de Darido (1999) que os alunos de ambos os sexos, dos per�odos diurno e noturno, chegam ao ensino m�dio demonstrando n�o dar tanta import�ncia �s aulas de Educa��o F�sica, resistindo em participar das mesmas, apresentando in�meros motivos para serem dispensados.
A partir dessas considera��es elaborou-se como problema pesquisar a prepara��o dos professores de Educa��o F�sica que cursaram a disciplina de Educa��o F�sica no Ensino M�dio (EFEM) e hoje atuam no mesmo. Fomos pesquisar se conte�dos abordados pelo curso de Educa��o F�sica (Licenciatura) foram suficientes para a atua��o profissional no ensino m�dio. Abordamos quais os conte�dos que os professores de Educa��o F�sica utilizam em suas aulas? Como os professores organizam seus planejamentos para as aulas de Educa��o F�sica?
Depreende-se do exposto at� o momento, que o objetivo geral era articular um processo comparativo entre os professores de Educa��o F�sica com forma��o acad�mica na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC na disciplina de (EFEM) e professores de Educa��o F�sica sem a forma��o acad�mica na disciplina de (EFEM) para lecionarem aulas do ensino m�dio.
A disciplina de Educa��o F�sica no ensino m�dio
Buscando compreender os princ�pios norteadores da disciplina EFEM, um dos temas centrais desse estudo, percebemos que esta disciplina foi acrescentada � nova matriz curricular do curso de Educa��o F�sica - Licenciatura da UNESC no ano de 2004, passando a ser obrigat�ria. Assim, ser�o apresentadas: ementa, conte�dos e refer�ncia bibliogr�fica que comp�em os conte�dos da disciplina.
Ressaltamos que a organiza��o desta disciplina constituiu o eixo articulador do referencial te�rico desse trabalho, bem como contribuiu na formula��o das perguntas do question�rio aplicado aos professores.
Os conte�dos desenvolvidos nas aulas (EFEM) foram: Debate sobre a quest�o das aulas de Educa��o F�sica nas redes escolares, apropria��o de conte�dos como o jogo, esporte, dan�a e possibilidades da educa��o f�sica no ensino m�dio em uma educa��o para emancipa��o.
Educa��o F�sica na escola. O ensino m�dio no Brasil nos dias atuais
Lib�neo (1994) afirma que n�o � suficiente o amor, a aceita��o, para que os alunos adquiram o desejo de estudar mais, e progredir; � necess�ria a interven��o do professor para levar o aluno a acreditar nas suas possibilidades para ir mais longe, a prolongar a experi�ncia vivida.
Segundo Darido (1999), o ensino m�dio vem passando por mudan�as na discuss�o sobre as suas fun��es, embora ainda esteja sob o impacto da reforma ocorrida na d�cada de 60, que atribu�a ao ensino m�dio um car�ter terminal diretamente voltado ou para a forma��o de t�cnicos de n�vel m�dio, ou ao ensino preparat�rio para universidades.
A aprova��o da nova LDB (9394/1996) devolve ao ensino m�dio o car�ter de forma��o geral, exigindo menos conhecimentos espec�ficos e mais conhecimentos interdisciplinares. Sendo integrante a escolariza��o b�sica, o ensino m�dio encontra-se contemplado com a �rea de linguagens e c�digos, na qual se inserem os seguintes componentes curriculares: L�ngua Portuguesa, L�ngua Estrangeira, Artes, Inform�tica e Educa��o F�sica.
�No �mbito da Educa��o F�sica ainda n�o presenciamos uma discuss�o aprofundada a respeito das interfaces das disciplinas em grandes �reas: c�digos e linguagem, ci�ncia e tecnologia e sociedade e cultura�. (DARIDO, 1999, p. 139)
Sabemos que a Educa��o F�sica aos poucos tem buscado o seu lugar na escola, como uma fonte de conhecimento necess�rio para a constru��o de um novo cidad�o, mais completo, integrado e consciente de seu papel na sociedade. Segundo Darido (1999), o ensino fundamental tem sido o centro das aten��es de grande parte dos professores e pesquisadores, quer do ponto de vista da educa��o, quer da Educa��o F�sica. Isto ocorre na medida em que entendemos o ensino fundamental como porta de entrada para qualquer proposta mais ampla de democratiza��o do acesso ao ensino, e ainda que muitos problemas e quest�es est�o encravados neste n�vel de ensino. No entanto, os males estruturais que afetam a sociedade brasileira e o ensino fundamental tamb�m atingem o ensino m�dio com tanta ou maior intensidade, o que n�o � pouco e merece uma reflex�o mais aprofundada.
Segundo Darido (1999), dois aspectos marcam decisivamente a participa��o e a implementa��o de proposta para Educa��o F�sica no ensino m�dio. O primeiro mostra que grande maioria dos alunos do ensino m�dio estuda no per�odo noturno, em torno de 70%. At� a vig�ncia da LDB anterior de 1971, os alunos do curso noturno, a maioria trabalhadores, tinham � disposi��o legal os pedidos de dispensa. Se n�o faziam, em muitos casos, a dire��o da escola incentivava tal pr�tica. Outro fator que leva alguns alunos a optarem por n�o freq�entar as aulas de Educa��o F�sica � que os adolescentes se encontram descontentes com os conte�dos ou com a forma de atua��o dos professores.
Lib�neo (1994) comenta ainda que o ensino m�dio, por mais simples que pare�a, envolve uma atividade complexa, sendo influenciado por condi��es internas e externas. Conhecer estas condi��es � fator fundamental para o trabalho docente.
Cabe a escola e ao professor de educa��o f�sica, saber a realidade em que o mesmo atua, ponderar as melhores condi��es para ofertar a disciplina.
Educa��o F�sica no ensino m�dio: alguns estudos
Finck (1999) afirma que a falta de legitimidade decorre da aus�ncia de organiza��o de uma matriz te�rica que a identifique, resgatando sua legitimidade social a partir de sua constru��o hist�rica e da defini��o do corpo te�rico que lhe seja pr�prio e espec�fico.
Darido (1999) apresentou estudos sobre a import�ncia da Educa��o F�sica escolar, abordando assuntos como: a Educa��o F�sica para o aluno trabalhador, as diferentes propostas para a utiliza��o da concep��o de um planejamento participativo, do implemento de propostas para al�m dos esportes tradicionais; a forma��o do professor de Educa��o F�sica que trabalha no ensino m�dio e mais recentemente sugest�es diferenciadas para o ensino da Educa��o F�sica.
Frey (2007) acrescenta que um planejamento participativo aumenta a participa��o e motiva��o dos alunos nas atividades, proporcionando a valoriza��o da Educa��o F�sica dentro da escola e possibilitando a express�o dos alunos face ao car�ter participativo da proposta.
Darido (1999) observa tamb�m que o ensino m�dio deve e pode partir da id�ia de um planejamento participativo. As principais vantagens s�o: os n�veis de participa��o e motiva��o dos alunos nas atividades propostas, a valoriza��o da disciplina pelos alunos, a repercuss�o da proposta perante outros grupos n�o engajados e menor despersonaliza��o dos educando face ao car�ter participativo da proposta. Enquanto desvantagem, h� um desgaste maior do professor no sentido de providenciar recursos materiais e te�ricos frente � necessidade de coordenar diferentes programa��es em diferentes turmas; as pr�prias limita��es de forma��o profissional do professor e dificuldades em encontrar materiais te�ricos para desenvolver discuss�es sobre o movimento nos n�veis socioculturais, ou seja, a inexist�ncia de material did�tico para o ensino m�dio.
Medina (apud DARIDO, 1999) apresenta uma proposta para Educa��o F�sica no ensino m�dio em que trabalharia o desenvolvimento dos adolescentes sob o enfoque da cultura, o cognitivo, afetivo e f�sico. Prop�e exemplos de aulas em que o professor exp�e as t�ticas esportivas que podem ser colocadas em forma de problema para os alunos responderem, tornando os alunos mais cr�ticos.
Nahas (2004) sugere que a fun��o da Educa��o F�sica para o ensino m�dio seja a educa��o para um estilo de vida ativo. O objetivo � ensinar os conceitos b�sicos da rela��o atividade f�sica, aptid�o f�sica e sa�de, al�m de proporcionar viv�ncias diversificadas, levando os alunos a escolherem um estilo de vida mais ativo. Esta perspectiva procura atender a todos os alunos, principalmente os que mais necessitam, j� que muitos possuem uma baixa aptid�o f�sica, s�o obesos e portadores de defici�ncias. Neste sentido, foge do modelo tradicional que privilegiava apenas os mais aptos e que n�o atendia as diferen�as individuais.
Costa (apud DARIDO, 1999), por outro lado, acredita que os alunos do ensino m�dio t�m uma opini�o formada sobre a Educa��o F�sica baseada em experi�ncias pessoais vivenciadas no ensino fundamental. Se estas foram marcadas por sucesso e prazer, os alunos ter�o uma opini�o favor�vel quanto a freq�entar as aulas. Do contr�rio, quando o aluno registrou v�rias situa��es de insucesso e de alguma forma se excluiu ou foi exclu�do, a sua op��o ser� pela dispensa das atividades e reverter estas opini�es se constitui no maior desafio para professores do ensino m�dio.
Segundo Darido (1999), precisamos considerar as limita��es e possibilidades que caracterizam o contexto do ensino aprendizagem da cultura corporal de movimento, surgindo da� uma interven��o significativa e real, � justamente dentro desta perspectiva que buscamos analisar as dificuldades.
Bracht (2003) relata que os professores no in�cio de sua vida profissional, confrontam-se com realidades as quais n�o imaginam, como dificuldade de acesso, alunos que criam problemas, falta de material did�tico, instala��es inadequadas e fragmenta��o do trabalho. Enfim, o professor se depara com in�meros problemas dentro da escola que deixam sua autoestima abalada.
Uma das principais lutas que a Educa��o F�sica precisa travar, � tornar-se um componente curricular de extrema relev�ncia para o adolescente, assim como outras disciplinas.
A dispensa das aulas de Educa��o F�sica
A Educa��o F�sica � obrigat�ria em todos os n�veis de ensino, por�m h� algumas exce��es. No texto de lei1 s�o apresentadas as condi��es em que a Educa��o F�sica torna-se facultativa: ao aluno do curso noturno ou diurno que comprove a sua jornada de trabalho superior a 6 horas, ao aluno maior de 30 anos que esteja prestando servi�o militar, alunos doentes, mediante atestado m�dico, a aluno que tenha prole. Ressalta-se que essas condi��es s�o v�lidas para todos os n�veis de ensino.
Para Darido (1999), seus pressupostos s�o question�veis porque vinculam a �rea a um suposto gasto energ�tico que os alunos j� exaustos pelo trabalho n�o teriam condi��es de suportar, tal concep��o ultrapassada de Educa��o F�sica, baseada em par�metros energ�ticos e fisiol�gicos, desconhece a possibilidade da adequa��o de conte�dos e estrat�gias �s caracter�sticas e necessidades dos alunos do curso noturno que trabalham, bem como inclus�o de conte�dos espec�ficos, exerc�cios de relaxamento e compensa��o muscular.
Para Mattos (2000), o educando vem, paulatinamente, afastando-se das quadras, dos p�tios, dos espa�os de pr�ticas motoras escolares e isso, por outro lado, indica um conflito, pois h� busca de experi�ncias corporais que lhe tragam satisfa��o e aprendizado, como parques, clubes, academias e agremia��es em locais extracurriculares. Tal fato aponta para o afastamento, exclusivamente, das pr�ticas motoras escolares mostrando um desinteresse do jovem pelas manifesta��es da cultura corporal. O jovem dan�a, joga, luta e tem curiosidade pelos assuntos relacionados ao pr�prio corpo, veiculados pelos meios de comunica��o. Parece, no entanto, n�o ter encontrado no componente curricular Educa��o F�sica um eficiente atendimento a essa expectativa.
A expressiva evas�o dos alunos do ensino m�dio � refor�ada pelas leis federais. A desvaloriza��o do componente curricular perante as demais disciplinas � principalmente as consideradas como estrat�gicas para o vestibular; a coloca��o freq�ente da Educa��o F�sica fora do per�odo das demais disciplinas; as aulas do ensino m�dio s�o quase sempre uma repeti��o mec�nica dos programas da Educa��o F�sica. Por outro lado os professores ressentem-se de material did�tico dispon�vel na �rea para uma proposta de inclus�o de conhecimento te�rico.
Segundo Mattos (2000), a vis�o legal quando confrontada com a realidade da Educa��o F�sica no ensino m�dio apresenta um paradoxo: um quadro, que se bem analisado, nada nos mostra em efic�cia, pois a pr�tica pedag�gica em pouco tem contribu�do para a compreens�o dos fundamentos da habilidade de aprender ou sequer para a forma��o �tica. A falta de motiva��o dos alunos pelas aulas de Educa��o F�sica est� relacionadas �s pr�prias aulas. Eles afirmam que as aulas deveriam ser diferentes e necessitam de varia��o.
Para Mattos (2000, p. 94), na adolesc�ncia o corpo surge soberano, in�bil, desproporcional e o adolescente precisa saber lidar e entender este novo corpo. Assim �os movimentos dos adolescentes j� n�o s�o mais simplesmente o desabrochar, a manifesta��o do equil�brio corporal, s�o elementos de uma cultura�.
As profundas transforma��es f�sicas, o r�pido crescimento em altura e peso, as altera��es nas propor��es e formas do corpo e a maturidade sexual s�o temas candentes na adolesc�ncia e podem ser abordados como conte�dos pelos professores de Educa��o F�sica.
A Educa��o F�sica no ensino m�dio precisa fazer o adolescente entender e conhecer o seu corpo como um todo, n�o s� como um conjunto de ossos e m�sculos a serem treinados, mas como a totalidade do indiv�duo que se expressa atrav�s do movimento, sentimentos e atua��o no mundo.
Metodologia
Buscando responder ao problema deste trabalho, que procurou pesquisar sobre a prepara��o dos professores de Educa��o F�sica que cursaram a disciplina de Educa��o F�sica no ensino m�dio, realizamos uma pesquisa de campo descritiva.
Para Minayo (1996, p. 51) este tipo de pesquisa pode ser entendida �como uma possibilidade de conseguirmos n�o s� uma aproxima��o com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas tamb�m de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo�.
A pesquisa foi realizada com oito professores, os mesmos atuam com Educa��o F�sica nas escolas da rede Estadual de Santa Catarina e rede particular de ensino das cidades de Crici�ma, Forquilhinha e I�ara.
Foram coletados os dados com professores que tiveram sua forma��o acad�mica na UNESC, no curso de Educa��o F�sica Licenciatura Plena (G06)2e professoresque tiveram a forma��o acad�mica na nova (G08)3.
Apresenta��o, an�lise e discuss�o dos dados
Para melhor visualizar o question�rio apresentado aos professores com forma��o acad�mica na G6 e professores com forma��o acad�mica na G8, foram elaboradas tabelas, que procuram mostrar com clareza uma an�lise qualitativa e quantitativa de como est�o acontecendo as aulas de Educa��o F�sica nessas unidades escolares.
O repensar a pr�tica docente requer um estudo sobre quest�es hist�ricas e filos�ficas ocorridas no passado. O homem procura, atrav�s dos anos, entender o seu passado, para que possa entender a realidade dos fatos atuais. (SHIGUNOV, 2001, p. 42)
Embalados por Shigunov (2001) temos que entender o passado para compreender o presente e projetar o futuro. Com o intuito de refletir a hist�ria da forma��o inicial e o ensino m�dio apresentaremos na seq��ncia as respostas dos professores participantes da pesquisa e analise qualitativa e quantitativa das mesmas.
Inicialmente apresentaremos alguns dados com o prop�sito de identificar as caracter�sticas principais dos professores sobre quest�es pertinentes � sua forma��o.
Tabela 1. Da forma��o. Fonte: Wernke (2009)
Grade 06 | Grade 08 | Total | |
Graduado | ---- | 02 | 02 |
Especialista | 04 | 02 | 06 |
Ap�s a conclus�o do curso de forma��o inicial, h� a necessidade de dar continuidade a sua forma��o durante o desenvolvimento da carreira docente. Neste sentido, torna-se necess�ria a participa��o dos professores em programas de forma��o continuada, a fim de buscar atualiza��o e aperfei�oamento profissional. (SHIGUNOV, 2001, p. 25)
Observamos que os professores G06 s�o todos p�s-graduados especialistas sendo, ent�o, quatro especialistas. Na G08 h� mais dois professores especialistas. Totalizando junto com os professores da G06 e professores da G8, seis professores especialistas na �rea da educa��o.4
Tabela 2. As disciplinas e os conte�dos oferecidos pelo curso de gradua��o contribu�ram para
sua atua��o como professor de Educa��o F�sica no ensino m�dio? Fonte: Wernke (2009)
Grade 06 | Grade 08 | Total | |
Sim | 01 | 03 | 04 |
N�o | 01 | ---- | 01 |
Parcialmente | 02 | 01 | 03 |
Na G06 tivemos uma resposta sim, uma resposta n�o e duas respostas como parcialmente. Atrav�s deste conhecimento, tivemos como resposta um professor afirmando que as disciplinas ajudaram muito e os outros professores falaram que n�o tiveram uma disciplina espec�fica que tratasse do Ensino M�dio. Dos professores formados na G08 tivemos o seguinte resultado: tr�s respostas como sim e uma resposta como parcialmente. Observando as respostas dos professores, podemos destacar que a disciplina de (EFEM) ajudou os professores a entender melhor a realidade pol�tica e o contexto escolar.
Segundo Moreira (2009), o mais importante � que as pr�ticas pedag�gicas dos professores sejam organizadas em fun��o da aprendizagem dos alunos, levando-os � conquista da autonomia e da emancipa��o, tornando-os mais conscientes e cr�ticos.
Tabela 3. Os alunos do ensino m�dio participam das atividades propostas nas suas aulas de Educa��o F�sica? Fonte: Wernke (2009)
Grade 06 | Grade 08 | Total | |
Sim | 03 | 03 | 06 |
N�o | ---- | ---- | ---- |
Em algumas atividades | 01 | 01 | 02 |
Para Cunha (1996), a aula � um lugar de intera��o entre as pessoas e, portanto, um momento �nico de troca de influ�ncias. Assim, a rela��o professor-aluno no sistema formal � parte da educa��o e insubstitu�vel na sua natureza. Destaca ainda que o aluno espera ser reconhecido como pessoa e valoriza no professor as qualidades que os ligam afetivamente.
Tabela 4. Voc� costuma fazer o planejamento participativo das aulas de Educa��o F�sica com os alunos? Fonte: Wernke (2009)
Grade 06 | Grade 08 | Total | |
Sim | ---- | 04 | 04 |
N�o | 04 | ---- | 04 |
Nesta quest�o percebe-se expressiva diferen�a entre os professores com forma��o acad�mica na G06 e professores com a forma��o acad�mica na G08. As respostas dos professores com forma��o acad�mica da G06 � que n�o fazem o planejamento participativo, pois trabalham nas escolas da rede particular de ensino, e todo come�o de ano letivo tem que ser entregue um planejamento anual � dire��o da escola, n�o podendo ser modificado durante o ano. J� outro professor que trabalha como ACT na rede Estadual Ensino de SC cita que as aulas ficariam somente com os alunos e iriam optar por uma �nica atividade, n�o tendo mais um professor para orient�-los.
As respostas dos professores com forma��o acad�mica da G08 � que a escolha junto com os alunos torna a aula mais �rica�. As escolhas dos alunos e os conte�dos problematizados muitas vezes tornam a aula mais cr�tica, sem falar das possibilidades de novas pr�ticas pedag�gicas. Conforme cita��o de um dos professores na quest�o seguinte.
5Quais os conte�dos trabalhados nas aulas de Educa��o F�sica?
O que se espera � que o aluno do ensino m�dio tenha a oportunidade de vivenciar, de uma forma consciente e cr�tica uma maior variedade de pr�ticas corporais. (ZUNINO, 2008, p. 08)
O grupo I vincula-se a conte�dos presentes na forma��o dos professores da G06 e professores da G8. J� o grupo II direcionou-se a conte�dos ministrados prioritariamente na forma��o dos professores da G08.
Tabela Grupo I, voltada para professores formados na G06
Tabela 5. Grupo I. Fonte: Wernke (2009)
Conte�dos Trabalhados | Grade 06 | Grade 08 | Total |
Esportes Tradicionais | 04 | 04 | 08 |
Dan�a | 02 | 01 | 03 |
Gin�stica | 03 | 01 | 04 |
Jogos (Xadrez, t�nis de mesas e outros) | 03 | 01 | 04 |
Lutas | 01 | 01 | 02 |
Os esportes tradicionais s�o tratados pedagogicamente por todos os professores, demonstrando de forma inquestion�vel o car�ter hegem�nico que esse conte�do goza na �rea. Os mesmos conte�dos s�o organizados por bimestre e semestre. As diferen�as mais significativas que surgiram da an�lise das respostas dos professores foram relativas aos conte�dos: gin�stica e jogos. Como os professores n�o justificaram suas respostas, a compreens�o dos motivos dessas diferen�as fica evidentemente prejudicada. Os conte�dos de dan�a e lutas mostram-se ainda pouco utilizados pelos professores, inclusive com considera��es sobre a resist�ncia que os alunos oferecem em rela��o ao conte�do dan�a, fortemente carregado de preconceitos.
Tabela Grupo II, voltada para professores formados na G08
Tabela 6. Grupo II. Fonte: Wernke (2009)
Conte�dos Trabalhados | Grade 06 | Grade 08 | Total |
Relaxamento | 03 | 01 | 04 |
Qualidade de vida | 04 | 02 | 06 |
T�nis | 01 | 03 | 04 |
Frisbee | ---- | 03 | 03 |
Futebol Americano | ---- | 02 | 02 |
Conforme citado acima, o grupo II diferenciou-se mais a conte�dos ministrados exclusivamente na forma��o dos professores da G08 do Curso de Educa��o F�sica - Licenciatura (UNESC). Neste grupo podemos ver a diversidade de conte�dos trabalhados pelos professores. Os professores da G6 trabalham mais consistentemente com o conte�do relaxamento e qualidade de vida. Muito recentemente a sociedade, em especial a partir dos ve�culos de m�dia, tem retomado o discurso da qualidade de vida, inclusive vinculando �s pr�ticas alternativas e/ou ligadas � natureza.
Conclus�o
Buscamos ent�o comparar os professores que tiveram a forma��o acad�mica na disciplina de EFEM e professores sem a forma��o acad�mica nesta disciplina.
A pesquisa com os dados tabulados indicou algumas converg�ncias entre a G06 e a G08. Todos os professores pesquisados demonstraram preocupa��o com a forma��o continuada, justificando o interesse em boas pr�ticas pedag�gicas para os alunos. Os professores da G06 s�o todos especialistas e da G08 s�o 02 especialistas e outros 2 matriculados em curso de especializa��o.
A grande diferen�a entre os professores da G06 e da G08 foi em rela��o ao planejamento participativo junto aos alunos, essa expressiva diferen�a podemos concluir que os professores da G6 n�o utilizam o planejamento participativo com os alunos, sendo trabalhados assim somente os conte�dos escolhidos pelo professor. J� em rela��o ao planejamento participativo, todos os professores da G08 afirmaram utilizar-se do mesmo, pois assim fazem com que o aluno participe das aulas surgindo novos conte�do, tornando as aulas mais motivadas como apontado por Darido (1999).
Constatamos que as disciplinas e os conte�dos ministrados nas aulas do curso de Educa��o F�sica - Licenciatura da UNESC, tanto na G06 quanto na G08, ajudaram os professores em sua atua��o nas escolas. Os esportes tradicionais s�o tratados pedagogicamente por todos os professores (G06 e G08), demonstrando de forma inquestion�vel seu car�ter hegem�nico.
H� algumas diferen�as significativas de conte�dos trabalhados pelos professores da G06 e G08. Os professores da G06 trabalham mais consistentemente com o conte�do voltado para sa�de. Muito recentemente a sociedade, em especial a partir dos ve�culos de m�dia, tem retomado o discurso da qualidade de vida, inclusive vinculando a pr�ticas alternativas e/ou ligadas � natureza. J� na G08 os professores trabalham conte�dos relacionados a sua forma��o acad�mica, voltada tamb�m para os esportes n�o hegem�nicos.
Conforme Zunino (2008), o objetivo das aulas de Educa��o F�sica n�o pode ficar apenas no treinar movimentos repetitivos, atividades j� conhecidas, mas ampliar as possibilidades de contextualiza��o dos conte�dos da cultura corporal, por meio de conhecimentos atrav�s da viv�ncia e da incorpora��o de conhecimentos.
Conforme conversa informal com um dos professores da G08, estes novos conte�dos nas escolas fazem com que o aluno participe cada vez mais das aulas, tornando-as cada vez mais motivadoras.
Sabemos que as escolas apresentam muita in�rcia, ou seja, � muito dif�cil implementar modifica��es substantivas, por�m � a partir de uma forma��o cada vez mais abrangente que poderemos alterar essa realidade.
Para Cunha (1996), a aula � um lugar de intera��o entre as pessoas, portanto � um momento �nico de troca de influ�ncias. Assim, a rela��o professor-aluno no sistema formal � � parte da educa��o e insubstitu�vel na sua natureza. Destaca ainda que o aluno espera ser reconhecido como pessoa e valoriza no professor as qualidades que os ligam afetivamente.
Conforme estudado, a forma��o inicial dos professores de educa��o f�sica para atua��o no ensino m�dio, a disciplina de EFEM, muito contribuiu para os professores da G08. Com a amostra de quatro professores que est�o atuando com os alunos do ensino m�dio, podemos notar que os conte�dos trabalhados com os alunos s�o conte�dos diversificados, apreendidos em sua forma��o acad�mica. Estes novos conte�dos nas escolas fazem com que os alunos participem cada vez mais das aulas, tornando-as cada vez mais motivadoras.
Notas
Conforme Lei de Diretrizes e Bases 1996.
(G06) buscava a forma��o de profissionais para atuar em todas as �reas da Educa��o F�sica. Nesta matriz os professores n�o tiveram a disciplina de Educa��o F�sica ensino m�dio.
(G08) tem por objetivo a forma��o de docentes para trabalhar somente com Educa��o F�sica escolar. Nessa matriz passa a ser obrigat�rio que o acad�mico curse a disciplina de Educa��o F�sica no Ensino M�dio.
Em conversa informal, os dois professores que n�o s�o especialistas colocaram que est�o esperando turmas de p�s-gradua��o para iniciar sua especializa��o. Essas informa��es constatam a preocupa��o dos rec�m-formados, com o intuito de capacit�-los para o mercado de trabalho e ampliar seus conhecimentos referentes � Educa��o F�sica.
�Inicialmente tem que se conhecer o hist�rico escolar e oportunizar no planejamento participativo conhecer outras modalidades�.
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ZUNINO, Ana Paula. Educa��o F�sica ensino m�dio. Curitiba. Ed Positivo 2008.
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