Qual é o papel do professor em relação ao conceito de ambiente alfabetizador?

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Qual é o papel do professor em relação ao conceito de ambiente alfabetizador?

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Com o passar dos séculos, a escola assumiu um papel central na vida em sociedade. 
A educação escolar passou a classifi car os indivíduos, estratifi cando socialmente 
aqueles que iriam exercer certos papéis sociais, galgar certas categorias profi ssio-
nais, serem vistos como capazes e pessoas de sucesso. Ou seja, a educação escolar, 
sobretudo na contemporaneidade, é fundamental e representa um parâmetro, uma 
meta, um objetivo muito importante a ser perseguido por todos, caso queiram 
desfrutar das melhores possibilidades que a sociedade oferece.
A escola, na contemporaneidade, é a instituição social que cumpre a fina-
lidade de alfabetizar, ou seja, de “tornar o indivíduo capaz de ler e escrever” 
(SOARES, 2010, p. 31). Isso fez com que a escola procurasse criar metodo-
logias e técnicas em busca de alcançar esse objetivo considerado primordial 
na sua própria existência. A importância da escrita é notória no interior das 
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instituições escolares, em todos os níveis da educação. É a partir dela, de sua 
apropriação, que os alunos são inclusive classificados e avaliados.
Porém, é importante que você realize a seguinte reflexão “[...] a escrita é impor-
tante na escola porque é importante fora da escola, e não o inverso” (FERREIRO, 
1999, p. 21). Ou seja, aprender a ler e escrever é essencial para que o indivíduo 
possa viver em sociedade e apropriar-se das mudanças e reconfigurações em 
que se encontra imerso diariamente. Logo, a capacidade de ler e escrever é um 
marcador social importante e que coloca o indivíduo em condições de interpretar 
melhor o mundo, interagir com as pessoas e exercer sua cidadania. Basta você se 
deter rapidamente nos pré-requisitos para seleção de profissionais para algumas 
vagas no mercado de trabalho que identificará tal importância.
Como você viu, então, a escola se constitui como principal espaço, ainda 
na contemporaneidade, onde a aprendizagem da leitura e da escrita se dará. 
Ferreiro (1999, p. 21) complementa a ideia afirmando que:
A escola (como instituição) se converteu em guardiã desse objeto social que é a 
língua escrita e solicita do sujeito em processo de aprendizagem uma atitude de 
respeito diante desse objeto, que não se propõe como um objeto sobre o qual se 
pode atuar, mas como um objeto a ser reproduzido fielmente sem modificá-lo.
Ora, se você acompanhar o raciocínio proposto na citação, pode inferir que, 
por mais criativo e inovador que o professor alfabetizador se torne, ainda assim 
o objeto de conhecimento a ser aprendido conservará suas características, não é 
mesmo? Ou seja, o alfabeto existe, é real e concreto e deve ser apreendido, assi-
milado e reproduzido com maestria por aqueles que aprendem. E ainda existem 
as normas de ortografia a serem conhecidas e também seguidas e respeitadas.
Então, como professor alfabetizador, você tem um grande compromisso, 
no interior da escola, de torná-la o ambiente mais favorável e propício para o 
desenvolvimento do processo de alfabetização. Isso passa, necessariamente, 
pela construção de bons ambientes alfabetizadores, capazes de potencializar 
a aprendizagem significativa da leitura e da escrita nos alunos. 
A escola, ao promover um ambiente alfabetizador, estará fazendo com que os alunos 
possam despertar seu interesse pela leitura e pela escrita. Assim, eles são motivados a 
perceber que aquilo que estudam e aprendem no interior da escola possui aplicação 
prática e se encontra ao seu redor na sociedade.
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Construindo um ambiente alfabetizador
Existem algumas questões que você deve levar em conta, como professor 
alfabetizador, para construir um ambiente propício à alfabetização. Agora, 
você vai compreender melhor esses aspectos.
O primeiro aspecto a considerar é que você, como professor, deve reco-
nhecer que a criança necessita perceber o caráter prático e funcional que a 
aprendizagem da escrita e da leitura representa na sua vida social. Reforçando 
essa ideia, Ferreiro (1999, p. 25) comenta que:
As crianças são facilmente alfabetizáveis desde que descubram, através de 
contextos sociais funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece 
ser conhecido (como tantos outros objetos da realidade aos quais dedicam 
seus melhores esforços intelectuais).
Esses contextos sociais funcionais citados pela autora podem ser compre-
endidos como a capacidade de a criança entender as mensagens, traduzir ou 
decodificar o que aparece ao seu redor cotidianamente, ser capaz de transmitir 
o que pensa, escrever aquilo que ouve e fala. 
Outra observação importante é que “a aprendizagem da leitura e da escrita 
é um processo de construção pessoal do conhecimento que, no entanto, 
não pode acontecer sozinho. Nesse processo, a interação, a ajuda, é muito 
relevante” (PAUSAS et al., 2004, p. 21). Você deve considerar que a criança, 
ainda antes de entrar na escola, já se encontra envolta em experiências que 
se relacionam à escrita e à leitura, ou seja, já traz consigo uma bagagem 
em relação a esses objetos de conhecimento. Ao chegar na escola, porém, 
para que possa apropriar-se e de fato adquirir as habilidades da escrita e da 
leitura, é imprescindível o trabalho do professor alfabetizador. Este deverá, 
além de considerar o que a criança já traz consigo, entender que cada um 
dos alunos pode se apresentar num nível diferente na organização de suas 
ideias, conhecimentos e representações sobre a leitura e a escrita, o que 
deve ser respeitado.
Aqui, é oportuno que você se lembre de Vygotsky (1979). Ele afirma que, 
ao estudar a linguagem, a criança nunca parte do zero para aprender algo, 
pois suas vivências histórico-sociais a acompanham. Cabe ao professor atuar 
na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) dos alunos, estimulando o seu 
máximo desenvolvimento potencial.
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O conceito de ZDP foi desenvolvido por Vygotsky e simboliza o espaço em que o professor 
deve atuar, estimular e agir para que o aprendiz possa sair de seu desenvolvimento real 
e atingir o seu desenvolvimento potencial, que se encontra latente. Ou seja, existe um 
momento em que a criança precisará de algum apoio ou intervenção do professor 
alfabetizador ou de seus colegas para que dê os próximos passos na sua aprendizagem.
Na Figura 1, você pode ver uma síntese de alguns aspectos que favorecerão 
a aprendizagem da leitura e da escrita.
Figura 1. Aspectos que favorecem a aprendizagem.
Fonte: Adaptado de Pausas et al. (2004).
Participação
Interesse Observação Interação
Diversi�cação Conhecimentosprévios
Agora, você vai ver cada um dos itens mostrados na Figura 1, que poderão 
auxiliar muito na tarefa da alfabetização escolar.
  Participação: a participação dos alunos é primordial. Em vez de uma 
sala de aula já repleta de estímulos visuais gráficos que levem ao objeto 
de conhecimento (alfabeto nas paredes, por exemplo), melhor seria se o 
alfabeto fosse sendo introduzido aos poucos, junto com os alunos. Ele 
deve ser trabalhado cotidianamente e, então, após isso, ir ocupando seu 
espaço na sala de aula. Ainda antes da entrada no alfabeto propriamente 
dito, por que não trabalhar os rótulos e reconhecer quais significados as 
crianças já possuem a respeito da leitura deles? Enfim, tudo aquilo que 
é realizado com a participação dos alunos se torna mais significativo, 
o que favorece a aprendizagem.
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  Diversificação: você viu anteriormente que o professor deve estar 
atento aos diferentes níveis de conhecimento que seus alunos pos-
suem sobre a leitura e a escrita. Logo, não seria coerente que todos, 
obrigatoriamente, tivessem de realizar as mesmas atividades, não é 
mesmo? Nesse caso, é interessante que, na sala de aula, ao montar seus 
cantinhos

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Qual o papel do professor em relação ao conceito de ambiente alfabetizador?

Segundo Ana Teberosky, os professores como guiadores deste processo possuem a responsabilidade de criar um ambiente alfabetizador rico em materiais apropriados, levando em conta o conhecimento prévio dos alunos, garantindo um trabalho contínuo e gradativo para o processo de aprendizagem.

Qual papel do professor alfabetizador?

O papel do professor alfabetizador deve consistir em criar possibilidades, promovendo práticas pedagógicas que vão além de uma sala de aula, buscando devendo compreender as dimensões de todo esse processo de alfabetizar e que sua prática é capaz de formar sujeitos com autonomia e criticidade.

Como o professor pode criar um ambiente alfabetizador em sua sala de aula?

O que deve ter na minha sala de aula? * É a referência da criança para a escrita e a leitura; * Em letra bastão (inicialmente) com imagens que fazem relação entre o grafema e o fonema; * Alfabeto de bolso (ou concreto) – com objetos que podem ser manipulados.

O que é ambiente alfabetizador e qual sua importância no contexto do ensino

Assim, um ambiente alfabetizador não pode ser compreendido apenas como um lugar com muitos escritos expostos, mas um lugar onde se pratica a leitura e a escrita, onde se podem fazer perguntas a respeito do funcionamento, da organização, das funções e tudo mais que as crianças queiram saber sobre esse sistema.