Qual é a maldição da Chorona?

Na Los Angeles da década de 1970, uma assistente social criando seus dois filhos sozinha depois de ser deixada viúva começa a ver semelhanças entre um caso que está investigando e a entidade sobrenatural La Llorona. A lenda conta que, em vida, La Llorona afogou seus filhos e depois se jogou no rio, se debulhando em lágrimas. Agora ela chora eternamente, capturando outras crianças para substituir os filhos.

A Warner continua a investir em seu universo de terror. Desta vez em vez de mergulharmos em mais um dos casos de Ed e Lorraine, como Annabelle, A Freira e Invocação do Mal, a empresa traz uma lenda Mexicana que é até conhecida pelos fãs do Chapolin Colorado. Os saudosos irão se lembrar.

Voltando ao filme, A Chorona é um filme interessante e que segue a fórmula das obras do gênero, mostrando o que gerou a lenda, apresentando os personagens e seu modo de vida, a casa para o expectador se situar e o modo James Wan de fazer filmes.

Nada novo. Mesmo assim, em alguns pontos ele consegue dar seus sustos. O longa é uma mistura de terror, comédia e infelizmente muitos jump scares e gritos. Esta parte já virou um pecado em filmes de terror, onde para se dar um susto no telespectador é necessário apelar para este tipo de recurso.

O que isso mais traz é uma dor de cabeça pós filme.

A história é interessante e segura sua atenção. Ainda mais por ser linear e não ficar mergulhando com flash backs. Além disso manter muitos diálogos na língua espanhola, é um ponto positivo para a imersão de quem assiste.

Outro bom aspecto é a crítica, como alguns filmes do gênero ainda mantém, mesmo que raras vezes, na sociedade. Aqui a crítica fica para a maneira como vemos nossa fé e a religião. Principalmente em não acreditarmos e fazermos chacota de algo que desconhecemos, principalmente quando precisamos de ajuda.

O elenco se mostra satisfatório, principalmente os atores infantis que levam o filme nas costas. E um destaque para o ator Raymond Cruz que deve dar continuidade ao universo em paralelo de Ed e Lorraine, já que a Warner não pode simplesmente inventar histórias e colocar como sendo casos do casal.

O filme faz uma ligação com o universo de Ed e Lorraine, mesmo que seus nomes não sejam comentados. Mas o Padre está aí!

A Chorona não é um dos melhores filmes de terror, mas consegue ser superior A Freira. Mas comete os mesmos erros de roteiro dos outros filmes da WB. Com personagens que são apresentados como importantes na vida da família que somem do nada, com gritos dentro de casa e mobílias sendo destruídas e vizinhos surdos e inexistentes que não ouvem nada do que está acontecendo, mesmo com uma criança voando na frente de sua janela.

Mesmo assim vale a pena ser conferido para alguns sustos e boas risadas.

O universo de Invocação do Mal é uma grande contradição: ainda que todos os derivados sejam sucesso de bilheteria no mundo todo, nenhum deles se saiu bem com público e crítica. Para a Warner Bros., é um caso em que os acertos falam mais alto que os erros, o que garante que novos filmes sejam feitos - e também, infelizmente, que os problemas permaneçam a cada capítulo inédito. A Maldição da Chorona representa isso muito bem.

Mesmo que a divulgação do longa não assuma que a trama se passe no mesmo universo do casal Ed e Lorraine Warren, o longa é ambientado na Los Angeles de 1973 e coloca uma família no caminho da assombração do título, uma mulher que persegue crianças após ter afogado seus próprios filhos. A criatura vem de uma lenda urbana mexicana, mas o roteiro não se preocupa muito em honrar essas raízes, apenas puxar a figura central e colocá-la em um filme formulaico e sem identidade.

A Chorona é uma antagonista fraca: pouco sobre sua história é explicada além da premissa básica, o que resulta em formas desinteressantes e impessoais de combatê-la. Ela também não tem o mesma presença que Valak, a freira demoníaca, o que por si só já alivia bastante o impacto visual do filme. O que realmente complica é como o diretor Michael Chaves, em seu primeiro longa, não consegue criar tensão de forma original e compensa com sustos baratos. Entre os derivados de Invocação do Mal, esse é facilmente o mais apelativo - e também o que menos funciona.

O problema é que Chaves não traz nada de novo à fórmula criada por James Wan. Não que ele seja o único - todos os diretores da franquia tentam seguir isso, mas cada um adiciona algo próprio, por menor que seja - mas com certeza é o que menos experimenta nos momentos assustadores. É um filme que mais parece um compilado das técnicas de Wan, como o plano-sequência para apresentar o ambiente no início ou então brincar com ameaças vindo de várias direções, como a cena em que as crianças principais se refugiam no carro e precisam impedir as janelas de se abrirem, uma por vez. É como se alguém tivesse feito o filme a partir de uma receita, com medo de estragá-la ao introduzir novos ingredientes e, mesmo assim, o resultado foi longe do esperado.

A Maldição da Chorona representa o grande problema dessa expansão de Invocação do Mal: produzir uma saga de filmes em linha de montagem. Todos saem com a mesma estrutura, mas vê-la repetida com cada vez menos experimentação nas tramas, sustos e tensão deixa uma sensação verdadeiramente amarga - algo intensificado em um longa com personagens e situações rasas.

Não é à toa que a Warner Bros. não queira associar a produção ao seu universo de filmes, mas simplesmente esconder a sujeira debaixo do tapete não é o bastante: é preciso aprender pelo exemplo e quebrar a fórmula que se tornou tão previsível. O que piora tudo é sair da sala de cinema sabendo que, enquanto o dinheiro estiver entrando, as coisas não vão mudar. Com mais dois filmes desse universo já confirmados - sendo um deles o terceiro da franquia principal, também comandado por Chaves - é difícil esperar alguma coisa além de mais do mesmo… só que cada vez um pouco pior.

A Maldição da Chorona

The Curse of La Llorona

A Maldição da Chorona

The Curse of La Llorona

Ano: 2018

País: Estados Unidos

Classificação: 14 anos

Duração: 93 min

Direção: Michael Chaves

Roteiro: Tobias Iaconis, Mikki Daughtry

Elenco: Raymond Cruz, Patricia Velásquez, Linda Cardellini

Qual é a história da chorona?

Leo San Juan e Teodora partem em uma nova aventura para pegar um espectro que assombra um povoado. Mas o balão em que viajavam cai em meio a uma tempestade.A Lenda da Chorona / Sinopse do filmenull

O que a maldição da chorona tem a ver com Invocação do Mal?

“A simples razão pela qual A Maldição da Chorona não é parte do universo de Invocação do Mal é que o filme foi feito sem um dos produtores da franquia, então tecnicamente ela não pode ser incluída de forma plena", explicou Chaves.

O que aconteceu com a chorona?

Ela decide se vingar do homem matando os meninos afogados em um rio. Consequentemente, ela se arrepende e tira a própria vida. Desde então, a alma da mulher passa a vagar em busca de crianças, como seus filhos.

Qual a verdadeira história do filme maldição?

O enredo de Marcas da Maldição é inspirado em um incidente ocorrido em 2005 no Distrito de Gushan, Kaohsiung, no Taiwan. Na época, uma família de 6 pessoas alegou ter sido possuída por várias entidades do folclore chinês. O tormento terminou com a morte da filha mais velha e a prisão dos outros integrantes.

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