Qual deve ser o objetivo da escola ensinar português para os alunos?

ENSINO DA LINGUAGEM NA ESCOLA.

Pressupostos  teóricos.

A abertura política no Brasil veio trazer novas  conseqüências, que influenciaram as relações dos seres consigo mesmos, com a sociedade em que se inserem e com os princípios e métodos pedagógicos

Há mudanças significativas na lingüística, surgem várias disciplinas, como a Sociolingüística, a Psicolingüística, Texto e Enunciação, Análise do Discurso e outras.

Muitos   estudos têm sido realizados sobre o Ensino da Língua Portuguesa e da Literatura nas nossas escolas, decorrentes de novas concepções dos lingüistas e dos avanços científicos da Língua como ciência. Os  Parâmetros Curriculares Nacionais  mostram estas novas propostas, muito mais coerentes com os avanços pedagógicos.

O Curso de Letras oferece-nos na atualidade, conceitos de lingüistas e pedagogos que nos levam a realizar muitas reflexões sobre a prática do ensino do português na escola

Nós, professores não podemos mais estar preocupados com a absorção de conteúdos estanques, porque o fundamental não está mais nas informações mas sim na competência de se pensar com elas.

Esta pedagogia do conhecimento busca no próprio educando os fundamentos do ensino, compreendendo que ele é capaz de criar teorias e refletir sobre elas. Neste sentido deve o professor mostrar ao aluno as diversas visões de mundo, proporcionando um intercâmbio e permitindo  que se faça a distinção necessária entre o saber pessoal e o saber coletivo. O educando  passa a ser um indivíduo ativo e o conhecimento é constituído culturalmente.

A língua concebida como meio de integração social, requer desses atores a defesa de suas variações, sem ignorar a importância do domínio da norma lingüística. Não posso fechar os olhos à realidade lingüística: a variedade. Toda variedade tem uma regularidade, não é um caos.

A escola deve respeitar as variações lingüísticas que o aluno usa  para interagir, mas também deve ensinar a norma padrão,  já que a maioria dos alunos das escolas públicas não têm acesso a este tipo de linguagem. A norma padrão culta não deve ser ensinada como uma imposição da classe dominante, nem como uma possibilidade de ascensão social, mas com outro objetivo, que é o falante ter competência para  se expressar através da variante padrão da Língua Portuguesa, explicando-lhe como e em quais lugares ou ambientes usá-la.

Também  é necessário conduzir de uma melhor forma  o ensino da norma-padrão. Está ultrapassado trabalhar o português através de “erros” e “acertos”, “isto pode” ou “isto não pode” As diferenças lingüísticas não devem ser vistas como deficiências lingüísticas.

A língua-padrão deve ser ensinada mostrando ao aluno que há variações em uma comunidade, que ocorrem em função do contexto em que são empregadas.

A leitura não deve ser apenas simples exercício de interpretação textual, como recorte de texto e colagem de respostas. O aluno deve desenvolver diferentes conhecimentos para alcançar o objetivo da leitura.

A prática de escritura deve ser desenvolvida através do processo de reescritura, para ampliar o vocabulário, estruturar bem seus eninciados e desenvolver as habilidades de escrita.

Também é importante focalizar a oralidade, a fala e a escuta, que são habilidades interligadas. E por meio delas se desenvolve e amplia os diferentes recursos lingüísticos.

O processo de ensino e a aprendizagem da língua  materna precisa estar associado  aos processos de letramento, sobretudo no que diz respeito à produção de textos e às práticas presentes e necessárias à inclusão social

Neste estudo da linguagem como prática social, os estudos literários partem do princípio de que a literatura deve ser estudada de uma perspectiva discursiva, como uma construção social onde a comunicação, o conhecimento e a interação literária são determinados não apenas porprocessos estéticos mas também e principalmente por comprometimentos, tensões, conflitos e contradições entre os diversos agentes que atuam e compõem o campo literário.

Os trabalhos científicos da área de educação realizados nos anos 80, tornaram possível repensar as questões envolvidas no ensino e na aprendizagem da língua portuguesa. As novas metodologias reconhecem que o aluno tem um conhecimento prévio da língua, fruto da sua vivência, cabendo à escola aproveitar esse saber do aluno para que ele multiplique os seus conhecimentos.

Mas ainda é discutível a forma com que os conteúdos da chamada língua culta são ensinados. Algumas escolas e professores ainda não sabem como aplicar as novas práticas. É possível identificar alguns equívocos no ensino e, apesar da evolução que já é notada, ainda há muito o que melhorar.

Pela leitura a criança aprende a escrever e o hábito da leitura dispensa a sistematização do ensino da gramática, que deve ser apreeendida no contexto dos textos que a criança lê ou produz. Podemos destacar palavras que representam o substantivo, o verbo, o adjetivo, A leitura permite que a criança aprenda a estruturar o texto, com coesão, coerência e com vocabulário variado.

Mas para conseguir os resultados esperados, o professor tem que participar ativamente do processo, tem que provocar o aluno a buscar o conhecimento.

 Para Possenti, "a única opção de uma escola comprometida com melhoria de qualidade do ensino está entre ensinar ou deixar aprender… Qualquer outra implica em conformar-se com o fracasso, ou pior, em atribuí-lo exclusivamente ao aluno".

Em seu livro Por que (não) ensinar gramática na escola, o lingüista Sírio Possenti afirma que "ler e escrever não são tarefas extras que possam ser sugeridas aos alunos como lição de casa e atitude de vida, mas atividades essenciais ao ensino da língua. Portanto, seu lugar privilegiado, embora não exclusivo, é a própria sala de aula".

Principalmente quando o ambiente familiar é menos favorecido do que o da escola, e a oferta de material para leitura é reduzida, o professor deve apresentar a maior variedade possível de elementos que possam servir para o aprendizado da língua materna. De uma maneira geral, o estímulo à leitura não é feito apenas pelos livros de ficção. O professor pode utilizar cartazes, rótulos de produtos, textos de embalagens, avisos, revistas e jornais. É importante despertar no educando a consciência da funcionalidade da escrita,  que passou a existir na sala de aula mais recentemente.

 O educador José Vanderlei Geraldi considera  três concepções de linguagem, na articulação metodológica do ensino:

Grosso modo, estas três concepções correspondem às três grandes correntes dos estudos lingüísticos: a) a gramática tradicional;  b) o estruturalismo e o transformacionalismo; c) a lingüística da enunciação..A discussão aqui proposta procurará se situar no interior da terceira concepção da linguagem.Acredito que esta concepção implicará numa postura educacional diferenciada, uma vez que situa a linguagem como:

 a)a linguagem é a expressão do pensamento:  esta concepção ilumina, basicamente, os estudos tradicionais. Se

concebermos a linguagem como tal, somos levados a afirmações – correntes – de que pessoas que não conseguem se expressar não pensam;

b)a linguagem é instrumento de comunicação:   esta concepção está ligada à teoria da comunicação e vê a língua como código(conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor uma certa mensagem.Em livros didáticos esta é a concepção confessada nas instruções ao professor, nas introduções, nos títulos, embora em geral seja abandonada nos exercícios gramaticais.

c)a linguagem é uma forma de interação:  mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana : através dela o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria praticar a não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não pré existiam antes da fala,lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes se tornam sujeitos. ( 1984,p.43)

A linguagem analisada como forma de interação social surgiu com Bakhtin e vai muito além do objetivo de transmitir informações, ela estuda a intenção, os objetivos do enunciado no seu momento real de uso e a produção de sentidos.

 Todo enunciado concreto é um elo na cadeia da comunicação discursiva de um determinado campo Os próprios limites do enunciado  são determinados pela alternância dos  sujeitos do discurso Os enunciados não são indiferentes entre si nem se bastam cada um a si mesmos; uns conhecem os outros e se refletem mutuamente uns nos outros.Esses reflexos mútuos lhes determinam o caráter. Cada enunciado é pleno de ecos e ressonâncias de outros enunciados com os quais está ligado pela identidade da esfera de comunicação discursiva(.Bakhtin, 1974,p.300).

O enunciado é um elo na cadeia da comunicação discursiva e não pode  ser separado dos elos precedentes que o determinam tanto de fora como de dentro,  gerando nele atitudes responsivas diretas e ressonâncias dialógicas. Entretanto, o enunciado não está ligado apenas aos elos precedentes mas também aos subseqüentes da comunicação discursiva, (Bakhtin, 1974 p. 301)

Baktin (1974),  salienta que a aquisição da linguagem dá-se pela internalização da palavra alheia, (a palavra do adulto, principalmente da mãe) é também a internalização de uma compreensão de mundo. É um trabalho ininterrupto, a língua não é um sistema fechado, pronto e acabado, do qual poderíamos nos apropriar.

Para Bakhtin é através de um enunciado  que se observa a dialogicidade dos seus interlocutores, os sentidos ideológicos estão permeados em suas falas, onde  há várias falas repetidas, onde faz sentido o silêncio e há um processo que não tem fim. Para Bakhtin, a linguagem é dialógica,polissêmica, polifônica e incompleta.

Para Geraldi e para Bakhtin, a interação dá-se de sujeito a sujeito e é mediada pela linguagem. Há sempre uma interação social no uso da linguagem.

A respeito da língua, Geraldi diz que ela nunca está acabada, é um processo interlocutivo e  é na atividade da linguagem que ela se constrói e se reconstrói.O sujeito se constitui à medida que interage com os outros, o produto que resulta desse processo  é sua consciência e seu reconhecimento do mundo.

 A linguagem é um trabalho social e histórico do educando e dos outros e é com os outros e para os outros que ela se constitui. .Já, a interação são acontecimentos singulares no interior e nos limites de uma determinada formação social, sofrendo as interferências, os controles e as seleções impostas por esta. Nenhuma  interação se dá fora do social. A historicidade da linguagem é o movimento que se dá na  história, pelo trabalho de sujeitos, são as transformações.

É evidente que faz-se necessária uma nova postura diante dos educandos, para que não sejam apenas receptores de informações ou reprodutores de modelos já estruturados.

O aluno não pode receber somente como  teorias  ou simples construções de idéias as produções textuais e sim como resultado de sua própria experiência, de sua própria história e da sociedade onde está inserido, vinculando às atividades de criação literária à gramática normativa. Não há sentido em dar um texto, somente com o objetivo de trabalhar neste a gramática.

Para Bakhtin a compreensão de um enunciado  é um processo ativo e criativo.Sob este ponto de vista o aluno não pode estar desvinculado do uso real da língua, nem ser apenas um  receptor passivo de informações ou reproduzir modelos estruturados, como anteriormente era feito na escola, pois a produção texiual era vista como uma forma de organização de idéias  e por isto também estava desvinculada da gramática normativa.

O estudo da gramática através de textos era um pretexto para estudar tais regras e havia o autoritarismo do professor, que era considerado o detentor do conhecimento.

Ensino da língua e metalinguagem

José Vanderlei Geraldi afirma a respeito de ensino e metalinguagem:

                                   Parece-me que o mais caótico  da atual situação de ensino de língua portuguesa nas escolas de primeiro grau consiste precisamente no ensino, para alunos que sequer dominam a variedade culta, de uma metalinguagem de análise desta variedade, com exercícios contínuos de descrição gramatical, estudo de regras e hipóteses de análise de problemas que mesmo especialistas não estão seguros de como resolver ( 1984, p.46)

O autor critica  o ensino  onde são dadas muitas páginas de tempos e modos verbais, sem o aluno ter a compreensão do significado do que está estudando.

          Continua  Geraldi:

...uma coisa é saber a língua, isto é, dominar as habilidades de uso da língua em situações concretas de interação, entendendo e produzindo enunciados, percebendo as diferenças entre  uma forma de expressão e outra. Outra coisa é saber analisar uma língua dominando conceitos e metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a língua, se apresentam suas características estruturais e de uso.(1984, p. 46)

Tradicionalmente prevaleceu o ensino da descrição lingüística – eu diria que nem a descrição prevaleceu, mas o exemplário de descrições previamente feitas, pois na escola não se aprendeu a descrever fatos novos, formular hipótese e descrição.O que se aprende, na verdade, é exemplicar descrições previamente feitas pela gramática. Mais modernamente, as descrições tradicionais foram substituídas por descrições da teoria da comunicação, e hoje o aluno sabe o que é emissor, receptor, mensagem, etc. Na verdade se substituiu uma metalinguagem por outra! (1984, p.47).

Não se aprende a norma-padrão através da metalinguagem e nem se pode dar prioridade a esta na escola. Este objetivo pode ser o do lingüista que em linhas gerais estuda a língua em sua totalidade, mas não o do aluno do Ensino Fundamental ou Médio.  Este aluno não tem formação para entender regras tão complexas, talvez por não serem utilizadas na prática e definições ambíguas oferecidas pela gramática normativa.

Se o objetivo de ensinar metalinguagem for a preparação para vestibulares e concursos, deve-se procurar transmitir estes conhecimentos sem as complicações e ambigüidades  apresentadas nas gramáticas normativas.

Geraldi  reafirma que a reflexão sobre o “para quê” de nosso ensino exige que pensemos:

                             Sobre o próprio fenômeno de que somos professores de linguagem – porque tal reflexão, ainda que assistemática, ilumina  toda a atuação do professor em sala de aula.(1984, p. 47).

Adair Bonini  vê a linguagem como enunciação e interação:

Esta abordagem está centrada na instauração de um ambiente em que a produção textual do aluno se constitua como uma autêntica produção de sentido, mediante a execução de uma ação de linguagem. Dessa forma é essencial um ambiente propício para a interação, em que a linguagem preencha a função mediadora entre duas posições enunciativas a de um sujeito enunciador e a de pelo menos um sujeito enunciatário)

                         No caso do ensino de produção textual  tradicional, todo o processo dialógico da linguagem de Bakthin, (1953) era apagado.( 1983, p.34).

O PLANO CURRICULAR NACIONAL, E O ENSINO DE LITERATURA NOS   CURSOS FUNDAMENTAL E  MÉDIO.

A Literatura pode ser conceituada como  “toda e qualquer produção escrita do homem, que tenha sido produzida em determinado momento histórico, ou ao longo de toda a história da humanidade”   (Proposta Curricular de Literatura).

 Para Sartre a Literatura é:

                  ... uma subjetividade  que se entrega sob a aparência de objetividade, um discurso tão curiosamente engendrado que   equivale ao silêncio; um pensamento que se contesta a si mesmo, uma Razão que é apenas a máscara da loucura, um Eterno que dá a entender que é apenas um momento da História, um momento histórico que, pelos aspectos ocultos que revela, remete de subito ao homem eterno; um perpetuo ensinamento, mas que se dá contra a vontade expressa daqueles que ensinam.(1993, p.28).

                A  Proposta Curricular  de Santa Catarina tem uma conceituação abrangente a respeito do ensino de Literatura, com base na  Teoria bakhtiniana, sugerindo que seja investigado cada sentido e que se amplie e se compreenda cada conceito colocado. Que se dialogue com o texto   e se pronuncie novos enunciados.

                              É através deste ponto de vista, deste novo entendimento que se deve refletir sobre a prática educacional.

              ´Devemos pensar Literatura sob o entendimento do ato individual e solitário do sujeito escritor e do sujeito leitor nos momentos de escritura e de leitura do texto.

                                  O que o aluno escreve  em sua produção textual deve sempre ser com o objetivo de ser lido por alguém.

               Temos que pensar na materialidade histórica do texto, na visão pessoal a respeito do recorte de mundo ali representado.Essa subjetividade deve ser compreendida sob os conceitos de  dialogismo e de polifonia .

               Os sujeitos se constituem historica e culturalmente, daí suas falas e sua subjetividade (autor e leitor). Fala que de certa forma resgata e repete e soma-se a outras vozes já ditas anteriormente. A Literatura é então uma nova forma de dizer, carregada de sentidos pessoais, inserida em tempos diversos.

 É preciso saber lidar e investigar o texto, compreender o que não está explícito. È preciso compreender sua sutileza, aí está o papel do leitor na construção do texto literário e dos sentidos, colhidos no social e que voltam enriquecidos para  o leitor, dependendo da ótica  como lê.

Ao pensar no ensino de literatura desta nova forma, surgirão os diversos gêneros literários, o que quer dizer acolher na sala de aula, diversidades de textos, de objetivos e interesses diferenciados.  As necessidades que geram essas produções são distintas, podendo ser criadas coletivamente no ambiente escolar, para efeito de entendimento, leitura e produção e a partir daí a construção estética  do texto, a escolha das palavras, a adequação e elegância, a originalidade. Será um trabalho que requer esmero, investigação, percepção, investimento na produção literária e textual que se fará com gosto nas aulas de Literatura pelos nossos alunos.

A Proposta Curricular sugere  que se discuta a função do texto literário de pensar o mundo, de revelar atos e fatos humanos, de sentidos que possam ser contestados ou perpetuados no mesmo  texto e a partir dele.  As relações sociais são dinâmicas, geram conflitos e lidam com questões políticas, sociais, econômicas e ideológicas.

A literatura pode ser uma oportunidade de explicitar  essas relações e esses conflitos, podendo  o homem tentar essa compreensão, auto-conhecer-se e  entender a organização social.O aluno poderá assim entender a organização social, historicamente constituida e desenvolver a prática do questionamento, entendendo o discurso literário como algo representativo do mundo e por  isso podendo ser questionado e investigado.

O Objetivo Geral do Ensino de Literatura na escola, segundo o PC é a formação do leitor e do produtor de textos através de atividades diversificadas que estimulem o aluno a  pensar e compreender o mundo, interagindo, criando e construindo novos sentidos, compreendendo através dos diversos gêneros a polifonia, a polissemia, o dialogismo e a incompletude como importantes aspectos da linguagem.

   O Plano Curricular de Santa Catarina  (1998:49) afirma:

                              A Literatura na vida escolar tem como objetivo fundamental a formação do leitor e deve, para isso, criar entre os alunos e obras literárias uma atitude de intimidade, de curiosidade pelos livros, de interesse pela descoberta, de valorização e de encantamento como leitor e como produtor de textos. Esta relação será construída através de práticas que privilegiem a leitura de obras em sala de aula e as conversas informais sobre os mesmos, em pequenos grupos, onde haja espaço para se falar desisnteressadamente sobre leituras, como se fala sobre um acontecimento que nos deu prazer. Onde se levante discussões, debates,palestras, júris, outras leituras, audição de música ou sessões de vídeos e filmes de interesse do grupo.

O professor deve perceber que ensinar  História da Literatura não é  ensinar Literatura.

O Plano curricular de SC,  contém muitas  sugestões de elementos que  conduzem a esta nova prática:

Ler obras de gêneros diversificados, despertando o gosto através de dialogos com outros textos.

 Trabalhar textos que sejam do cotidiano dos alunos, para que enxerguem a si e aos seus.

 Permitir aos alunos falar com suas vozes os discursos de suas vidas

Levar  os alunos a somar as suas falas às dos colegas, para  contestar, concordar, sair do mundo escolar a partir do texto, buscando outras referências colhidas na TV, na música, no humor, nas histórias, fatos do bairro, do trabalho, do namoro, do conhecimento que eles dominam.

Perceber através da interação com os colegas que não há sentido único para o texto

Produzir textos seus, legitimadas pela visão de mundo e de organização social que trazem.

Estabelecer com o texto e com a linguagem uma relação de parceria, de compreensão da vida, de valorização da própria expressão oral e escrita.

Coletar outros textos para dialogar com os que conhece ou com os quais esteja trabalhando.

Atender habilidades artísticas, como artes, dança,  dobraduras, pintura, teatro, representando os textos estudados ou produzidos.

Investigar as muitas vozes representadas no texto (polissemia  e polifonia).

Expressar-se de várias maneiras e compreender as diversas expressões (dialogismo)

Criar novos textos a partir dos estudados, dando-lhes novos sentidos.

      Os aspectos apresentados na PC de SC, tornam as aulas de literatura muito mais dinâmicas, abertas e prazeirosas, por vários motivos:

De acordo com a concepção histórico-cultural de aprendizagem, o professor vai além do trabalho em sala de aula, construindo-se sua compreensão na prática pedagógica, investigando como a Literatura se constitui historicamente como forma de  expressão, o lugar que ocupa no mundo contemporâneo e no cotidiano dos alunos e comunidades próximas.

    -Saem do lugar comum e estático de aulas cansativas,  dando às mesmas um direcionamento onde o aluno participa como sujeito do discurso,  que constrói sentidos, que está inserido num ambiente socio-político e cultural que pode ser questionado e transformado pela sua criação  verbal e literária.

Que também o texto que estuda ou que cria pode    dialogar com outros sujeitos e com outros sentidos, sendo ouvido e participando de uma sociedade coletivamente construída.

REFERÊNCIAS: 

FREIRE, Paulo: Pedagogia do Oprimido, 11ª edição –R.J., Paz e Terra, 1982.

____________(1982). A importância do ato de Ler. S.P., Ed. Cortez.

GERALDI, João Wanderley, Portos de Passagem, Ed. Martins Fontes, S.P., 2003.

_________(1986), Prática de Produção de Textos na Escola. Trabalhos em Lingüística Aplicada.

PLANO CURRICULAR NACIONAL.

PLANO CURRICULAR DE SANTA CATARINA.

POSSENTI, Sírio (1988b), Questões de Análise do Discurso.

Qual deve ser objetivo da escola ao ensinar português para os alunos?

A comunicação e a capacidade discursiva do aluno devem ser os objetivos principais das aulas de língua portuguesa e, para que haja essa comunicação, é necessário trabalhar com textos variados, pois através deles o aluno descobre os diversos usos da língua, tanto na fala quanto na escrita.

Qual o objetivo mais geral do ensino da Língua Portuguesa na escola?

Ensinar a Língua Portuguesa é mostrar a sua função social, fazendo com que o aluno se identifique com a língua materna, percebendo que o domínio desse emprego lhe garantirá mecanismos para expressar suas ideias em diferentes situações, e que lhe possibilitarão ainda o desenvolvimento de sua criticidade e da sua ...

Qual e o objeto de estudo da Língua Portuguesa?

Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana com base em observações e teorias que possibilitam a compreensão da evolução das línguas e desdobramentos dos diferentes idiomas. Ela é responsável também pelo estudo da estrutura das palavras, expressões e aspectos fonéticos de cada idioma.

Quais são os objetos de ensino da Língua Portuguesa?

Os objetos de ensino são o sistema alfabético e os comportamentos leitores e escritores. Estratégia de ensino Leitura e escrita feitas pelo professor, produção de textos, leitura (individual e coletiva) dos próprios estudantes e reflexão sobre a língua.