Qual a relação existente entre as Guerras Napoleônicas e os movimentos de independência da América espanhola?

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As guerras na modernidade: nacionalismos e imperialismos

O período que vai do início da Idade Moderna (século XVI) até a formação dos nacionalismos e imperialismos do século XIX reúne uma vasta sucessão de guerras, sobretudo porque é durante esse espaço de tempo que teve início o processo de globalização, isto é, de integração de todos os continentes do globo terrestre. Do ponto de vista das guerras, podemos dividir esse longo período em duas fases principais:

1) Do século XVI ao XVIII, quando as guerras apresentavam três fatores principais, que são os seguintes: (1) os eminentemente aristocráticos, como a definição territorial dos reinos absolutistas; (2) aqueles que implicaram divergências entre as colônias ultramarinas e suas respectivas metrópoles (a guerra pela Independência dos Estados Unidos, por exemplo, ocorreu na segunda metade do século XVIII); e, por fim, (3) os fatores que implicaram conflitos de interesses entre as próprias metrópoles europeias, como foi o caso dos conflitos de portugueses e espanhóis contra os holandeses no século XVII.

2) De 1789 a 1870, quando houve o advento dos modelos de guerra diferentes daqueles do Antigo Regime. Esses modelos tiveram seu desenvolvimento notório durante a RevoluçãoFrancesa e as guerras napoleônicas e, depois, exponenciaram-se com a formação do Estados nacionalistas, da qual os processos de unificação alemã e italiana e os processos de independência da América Hispânica são exemplos maiores. Vale ressaltar que a Guerra Franco-Prussiana, decorrente da Unificação Alemã, foi a última grande guerra europeia antes da Primeira Guerra Mundial e que as grandes guerras de toda a história do continente americano também ocorreram no século XIX: a Guerra do Paraguai e a Guerra Civil Americana.

Qual a relação existente entre as Guerras Napoleônicas e os movimentos de independência da América espanhola?
Rei da Prússia no campo de batalha com seus generais

Tipologia dos conflitos

Da primeira divisão que fizemos acima, podemos elencar os principais conflitos, separando-os em três tópicos com base nos temas que destacamos. São eles:

1) os eminentemente aristocráticos: Guerra de Sucessão Austríaca, Guerra de Sucessão Espanhola, Guerra da Sucessão da Polônia, Guerra dos Trinta Anos e Guerra dos Sete Anos;

2) aqueles que implicaram divergências entre as colônias ultramarinas e suas respectivas metrópoles: Guerra dos Emboabas, Guerra da Balaiada, Guerra dos Cabanos, Guerras Guaraníticas, Batalha de Tejucopapo, A festa do chá de Boston e a Guerra da Independência dos Estados Unidos;

3) os fatores que implicaram conflitos de interesses entre as próprias metrópoles europeias: Guerra Luso-Neerlandesa.

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No que diz respeito à segunda fase de nossa divisão, que se inicia com a Revolução Francesa, é importante deixarmos claro que as guerras que sucederam essa revolução são “filhas”, em grande parte, da Revolução Industrial. Assim sendo, tiveram como característica principal uma gigantesca modernização, tanto no que tange aos armamentos quanto no que diz respeito à infraestrutura. Além disso, são guerras com forte viés “totalizante”, isto é, fazem parte de “mobilizações totais”, que envolvem quase toda a sociedade e não apenas os membros de exército aristocrático. Partindo dessa ideia, há historiadores que defendem que as guerras napoleônicas, e não a Primeira Guerra Mundial, compuseram, na verdade, a “primeira guerra total”.

Um dos defensores mais proeminentes dessa tese é David Bell, que ressalta a singularidade desse tipo de guerra e sua relação com a Revolução Industrial. Se nas guerras napoleônicas a carnificina já foi tremenda em razão da evolução dos armamentos, cem anos depois, a Primeira Guerra revelaria algo ainda pior. Diz Bell:

Assim, a linguagem que justificava os combates, incluindo a linguagem da 'guerra para acabar com todas as guerras', teve um efeito real. Em campos de batalha profundamente transformados – em relação aos campos napoleônicos – pela Revolução Industrial, essa linguagem estimulou exércitos europeus a persistir em uma carnificina que o próprio Napoleão, a despeito de seu desprezo pela 'vida de um milhão de homens', jamais poderia imaginar. [1]

NOTAS

[1] BELL, David. A Primeira Guerra Total – A Europa de Napoleão e o nascimento dos confrontos internacionais como os conhecemos. (trad. Miguel Soares Palmeira). Rio de Janeiro: Record, 2012. p.422.


Por Me. Cláudio Fernandes

Qual a relação entre as Guerras Napoleônicas e os movimentos de independência da América espanhola?

2. Como as guerras napoleônicas se relacionam com os movimentos de independência na América? a) A invasão da península Ibérica por Napoleão Bonaparte fez com que a presença da metrópole nas colônias espanholas desaparecesse momentaneamente.

Qual e a relação entre as Guerras Napoleônicas e o processo de independência do Brasil?

Consequências das Guerras Napoleônicas no Brasil Foram construídas fábricas, foram criadas universidades, a Biblioteca Real, a Academia de Belas Artes. Com essas estruturas, o Brasil ia se tornando independente da sua colônia.

Qual a influência do iluminismo no processo de independência da América espanhola?

O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais. Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas.

Como as invasões napoleónicas influenciaram no processo de independência das colônias espanholas?

Portugal e Espanha não romperam e tiveram seus reinos ocupados pelas tropas francesas. A Espanha foi governada por José Bonaparte, o que influenciou diretamente na independência da América Espanhola, pois o novo rei não foi reconhecido no seu território e muito menos nas colônias.