Qual a importância da educação para o desenvolvimento econômico e social de uma população?

Paulo Roberto Guedes | Consultor Associado da Sociedade Faria de Oliveira Advogados | Fevereiro 2021

Há diversos e graves problemas para serem resolvidos no Brasil atual. Da política à economia, da saúde à segurança pública e da infraestrutura à urbanização, todos são temas, já há algum tempo, demasiadamente importantes e que merecem a atenção de qualquer governo. E não há qualquer dúvida que agora, com a pandemia do Covid-19, tudo tenha ficado muito mais difícil.

Estudos do Banco Mundial (“Emprego e Crescimento: A agenda da produtividade”), por exemplo, dão conta que, caso a produtividade brasileira fosse similar à dos Estados Unidos, a renda per capita no Brasil aumentaria 2,7 vezes se comparada com a atual. E o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) em seu documento “Desafios de uma Nação”, aponta que seria preciso que o Brasil, além de ter que dobrar os investimentos em infraestrutura, precisaria multiplicar por três (de 0,5% aa para 1,5% aa) a expansão da produtividade, caso queira, em 2050, dobrar a renda per capita do brasileiro.

O coordenador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), matemático Marcelo Viana, em entrevista publicada pela Revista Veja em 27/04/2016, quando comentava sobre a relação entre educação e ciências e o PIB, com base em estudos realizados na Inglaterra, afirmou que “uma boa base educacional e científica na área (matemática, no caso), aumenta o PIB do país em cerca de 10%”.

A educadora e coordenadora pedagógica do Grupo Horizontes, Neda L. M. Branco diz que “investir na linguagem, como centro do processo educativo e responsável pelo universo vocabular, pela leitura significativa e pela comunicação, tanto oral, quanto escrita, é primordial, pois só através dela é que o indivíduo terá acesso a todas as áreas do conhecimento. Linguagem e Pensamento são conceitos correlatos”. O que se espera do ensino básico, continua a educadora, é que se possa “promover a emergência de seres pensantes, capazes de entender plenamente o que ouvem e o que leem, para agir de forma operatória sobre enunciados lógicos e científicos, bem como, para proceder à intelecção e análise de textos, de qualquer gênero”.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao preparar seu novo programa de linhas de financiamento para o desenvolvimento (constante no documento “Visão 2035 – Brasil, país desenvolvido”, publicado em março de 2018), explicita: “crescimento (econômico) acima de 2% aa, de forma sustentada, só com grandes saldos de produtividade”. E mais adiante: “uma das razões da baixa produtividade brasileira é a baixa qualidade da educação básica”.

Portanto, pode-se concluir que ganhos de produtividade, via inovação, desenvolvimento da tecnologia, da ciência e das pesquisas, somente poderão ser obtidos a partir da capacitação das pessoas, responsáveis diretos pelo sucesso dessas atividades.

Para isso, uma das receitas, defendida por muitos especialistas, é unir o setor produtivo às escolas, convencendo estas últimas que, além do relevante papel na educação dos jovens, via transmissão de conhecimentos, elas também precisam produzir conhecimentos voltados à produção e à organização do processo produtivo, notadamente as universidades e os cursos técnicos, com programas específicos que estimulem a inovação, o empreendedorismo, a sustentabilidade e o gosto pela pesquisa. Neste ponto, permito-me reforçar: a união entre a classe empresarial e os responsáveis pelo direcionamento da educação precisa ocorrer desde o ensino médio, pois é fundamental estimular os alunos, principalmente os adolescentes, que ir à escola só traz vantagens. E isso em todos os níveis educacionais, pois o prosseguimento na vida escolar ficará totalmente comprometido caso a base não esteja com os mesmos objetivos e qualificação. Escolas com alto padrão de ensino, nas quais os alunos não ficam somente decorando datas e fórmulas, mas aprendendo a resolver problemas, estão diretamente ligadas ao aumento da produtividade e, consequentemente, ao crescimento de um país. Profissionais capazes e bem formados são instrumentos de empreendedorismo, inovação e de aumento da produtividade.

Infelizmente o Brasil está atrasado, pois além de ainda termos um número altíssimo de analfabetos (segundo o IBGE/PNAD, cerca de 7% da população brasileira com mais de 15 anos), são péssimas as colocações do Brasil nas avaliações de desempenho educacional em todos os níveis, do fundamental ao médio. E quando analisamos os resultados do ensino superior, através de exames realizados por recém-formados, os resultados não são melhores. O exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) são alguns exemplos).

O mesmo ocorre quando nos deparamos com as estatísticas que avaliam a Inovação no Brasil. A posição alcançada pelo Brasil em 2020, no Índice Global de Inovação, elaborado pela Universidade de Cornell, dos EUA, Insead, da França e pela Organização Mundial de Propriedade Industrial, foi a de 62ª, em 131 países analisados, ficando evidente que é cada vez mais difícil obter benefícios oriundos da “inovação” e do desenvolvimento tecnológico, a não ser pela via da importação, como demonstram os seguidos déficits de nossa balança comercial de produtos de média/alta e alta tecnologia.

Observando agora os índices de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), um dos principais pilares do desenvolvimento de um país, o Brasil também não tem muito o que comemorar, pois a maioria das pesquisas publicadas indica que os investimentos brasileiros nesta área, estão muito abaixo da média observada nos principais países do mundo. O mesmo desempenho ruim se vê quando se analisa o Índice de Prontidão às Mudanças, elaborado pela KPMG: em 2019, entre 140 países, o Brasil ficou com a 87ª posição. Em 2017 o Brasil ocupava a posição 79ª. Esse índice (CRI – Change Readiness Index) indica a capacidade de um país – seu governo, empresas privadas e públicas, pessoas e sociedade civil em geral – para antecipar, preparar, gerenciar e responder a uma ampla gama de impulsionadores de mudanças, cultivando pró ativamente as oportunidades resultantes e mitigando potenciais impactos negativos.

Em resumo, a baixa qualidade do ensino e o pouco e ineficiente incentivo nos campos da ciência, da pesquisa e da inovação, são diretamente proporcionais às baixas qualificação e capacitação do trabalhador brasileiro e, consequentemente, obstáculos ao aumento da produtividade do trabalho e do desenvolvimento. Círculo vicioso que, de forma cruel, condena qualquer país ao atraso.

Repetindo o que tenho escrito e defendido constantemente, é preciso transformar nossos trabalhadores em verdadeiros profissionais, focados nos clientes, capacitados, inovadores, preparados para a solução de problemas e para o futuro, principalmente no que diz respeito aos avanços tecnológicos e ao mundo digital. E “mais educados”, como explicitou a escritora Lya Luft: “um povo educado é um povo informado, que saberá ter consciência de suas responsabilidades e escolher seu destino. Com a educação de todos, sem exceção, virão os demais benefícios necessários a um povo digno, como saúde, infraestrutura, segurança, economia equilibrada e florescente, ótimas relações com países estrangeiros e lugar de destaque entre as nações civilizadas” (artigo - “Deseducando o Brasil” - publicado por Lya Luft na Revista Veja dia 03/02/2016).

Portanto, para que o Brasil avance rumo ao futuro é imprescindível, entre outras providências também urgentes, que a educação se transforme em prioridade nacional e considerada como estratégica e instrumento de desenvolvimento. Some-se a tudo isso que educação de alto nível também é fundamental para a manutenção da democracia, da cidadania e da dignidade de seu povo, seja como ser humano, como cidadão ou profissional. A educação ainda é o melhor caminho, o mais rápido e de menor custo, para se promover o desenvolvimento e se alcançar melhorias efetivas no processo de distribuição de renda. Enquanto isso não ocorrer, qualquer País se manterá apenas na posição de país do futuro.

Qual a importância da educação para o desenvolvimento econômico e social de um país?

Um País mais educado gasta menos com saúde pública, tem níveis de segurança mais elevados, já que apresenta criminalidade mais baixa. Maior escolaridade faz com que, direta ou indiretamente, uma economia funcione com mais eficiência.

Qual a importância da educação para o desenvolvimento econômico?

A educação é permeada de expectativa, como uma forma para alavancar o crescimento econômico dos países e como a forma mais exata de ascensão social dos indivíduos. Portanto, a relação entre educação e economia se dá de forma harmônica e recíproca: quanto mais educação melhor será a economia.

Qual a importância da educação para o desenvolvimento social de uma sociedade?

A educação é o motor da sociedade, pois, como já mencionamos, com ela é possível o indivíduo se desenvolver intelectualmente. E quanto mais pessoas buscam o conhecimento e evoluem, melhor é para a sociedade, que terá mais ferramentas para alcançar o desenvolvimento social e reduzir as desigualdades.

Qual a importância da educação para o desenvolvimento e formação das pessoas?

A importância da educação na vida de uma pessoa se reflete nos mais diferentes âmbitos: em sua capacidade de se relacionar, interpretar informações, lidar com suas próprias emoções, tomar decisões com senso crítico e, até mesmo, obter satisfação pessoal e profissional.