No dia da profissão, 15 de maio, convidamos duas dirigentes e assistentes sociais para responder a esta e outras perguntas sobre a categoria Duas dirigentes do Sindicato dos Assistentes Sociais do Rio Grande do Sul (SASERS), filiado à CSB aceitaram responder juntas a 10 perguntas que fizemos sobre o assistente social. Fernanda Canfield da Luz é diretora de Organização e Relações Sindicais e Andrea Rieger, secretária-geral do Sindicato. Segundo definição delas, o assistente social é “o profissional que promove a cidadania”. Por isso, a CSB comemora o dia da profissão com perguntas que mostram por que os assistentes sociais são fundamentais para um Brasil mais igualitário e justo, e deve ser uma ocupação mais valorizada e merece ser conhecida por todos. A categoria soma mais de 135 mil profissionais registrados no Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). CSB – Assistente Social X Serviço Social. Por que o curso tem um nome e a profissão,
outro? Assistente social: profissional com graduação em Serviço Social (em curso reconhecido pelo MEC) e registro no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) do estado em que trabalha. CSB – Existe um imaginário de que o assistente social é o benfeitor da sociedade, e não um trabalhador. De onde vem esse pensamento? O Serviço Social nasce da benesse e da caridade da igreja. A igreja provia bens materiais para famílias necessitadas, como uma forma de amenizar a extrema pobreza [em] que vivia uma parcela da população. E durante um longo tempo, o Serviço Social esteve vinculado a esse caráter de benemerência, de doação. Por isso, a ideia que os profissionais de Serviço Social são bonzinhos e caridosos.
CSB – Quebrar o imaginário de benfeitor é um caminho para a valorização da profissão? Certamente, romper essa imagem valorizou a profissão, estando capacitada a analisar as demandas e realmente propor soluções adequadas. Orientando sobre direitos e encaminhando programas que possam de fato transformar a realidade do indivíduo, tornando-se o assistente social um promotor da cidadania. CSB – O assistente social
defende o direitos das outras categorias. É certa esta afirmação? CSB – O assistente social é uma profissão que trabalha em conjunto com outras profissões da saúde, do poder público e da educação, por exemplo. Qual a função do assistente social a partir desse prisma? O assistente social assim torna-se um elo de ligação não apenas para encaminhar as diversas situações a outros profissionais de diferentes áreas, mas sua abordagem profissional terá sempre um olhar na totalidade da situação apresentada pelos diferentes sujeitos, ou seja, não observa apenas a demanda que se relaciona à sua questão pontual apresentada, mas o indivíduo em suas relações familiares, afetivas, sócio econômicas, entre outras.
CSB – O assistente social é uma profissão que lida com a sociedade diretamente. Isso precisa de
preparo? Por isso, que o Serviço Social buscou respaldo para atuar por 30 horas, e não 40 horas, pois precisa permanentemente de formação, mas não só. Em 2017, o Serviço Social era a terceira profissão mais estressante do País, juntamente com a polícia e os professores, isso porque atuar com as mazelas sociais, em áreas de conflito social deflagrado pelo tráfico, com sujeitos em extrema vulnerabilidade, exige do profissional, cada vez mais, não só preparo teórico-prático, técnico-operativo, mas exige que ele desenvolva recursos internos, subjetivos e próprios para não adoecer. Cabendo ressaltar que isso não é somente por parte do profissional, mas das instituições que os contrata, sejam públicas ou privadas, pois a saúde do trabalhador é de responsabilidade de seus empregadores. CSB – Qual a importância do assistente social no Brasil? CSB – Em um momento de retirada de direitos como o Brasil vivencia agora, qual a importância do assistente social?
CSB – É uma profissão que existe em países desenvolvidos ou ela é ligada apenas a países com uma realidade de pobreza e desigualdade social? CSB – Qual a mensagem que vocês, assistentes sociais, deixam para o Brasil de hoje? Muito difícil… Precisamos de profundas reformas, política, tributária, agrária, é preciso acabar com os privilégios, taxar grandes fortunas, combater a corrupção e a má gestão, investir de forma mais local para os pequenos e médios. Precisamos voltar para as bases, fazer mais mobilizações sociais e menos mobilizações partidárias e de bandeiras fragmentadas. Precisamos reconhecer que há um sistema capitalista que financeiriza a vida e que precisamos enfrentar. Valorizar profissões que dão sustentação à nossa sociedade, como os profissionais da saúde, da educação, da assistência social, por exemplo. Para os assistentes sociais, é necessário sair da zona de conforto, do gabinete, do tarefismo, buscar conhecimento, fazer militância, participar de movimentos sociais de empoderamento dos sujeitos e da sociedade, com respeito às diversidades e pautada pela ética, não pelas nossas crenças, religiosas ou não. Confira os materiais que a CSB fez para comemorar o dia do assistente social: Gif para redes sociais |