Qual a diferença entre pandemia epidemia endemia e surto

Termos se referem a doenças contagiosas, classificando-as de acordo com gravidade ou localização dos problemas

Surto, epidemia, pandemia e endemia são termos usados para se referir a doenças contagiosas que se espalham entre a população e contaminam números alarmantes de pessoas. De acordo com a progressão e gravidade dos problemas, as autoridades locais, nacionais ou internacionais escolhem um dos termos para descrever a situação.

Entenda a diferença entre cada uma dessas classificações e saiba como se prevenir.

O quadro de disseminação de uma doença é classificado como surto quando ocorre um aumento inesperado do número de infectados em uma região específica. Ou seja, o termo “surto” é usado para indicar o crescimento na quantidade de casos da doença em locais específicos, geralmente bairros ou cidades.

Em 2017, o aumento repentino no número de casos de febre amarela em Minas Gerais foi considerado como surto. O boletim divulgado pelo estado em 2018 confirmou 61 mortes entre os 164 casos registrados no ano anterior. Evitar a aglomeração de pessoas em épocas de surtos de determinadas doenças e reforçar a vacinação (quando existente) são formas de prevenir o contágio e a disseminação de doenças.

O surto é o quadro inicial da disseminação de uma doença. A Covid-19, por exemplo, foi descrita inicialmente como surto. Após sua expansão para várias cidades da China, passou a ser considerada uma epidemia e, quando atingiu níveis mundiais, foi classificada como pandemia.

Epidemia

O termo epidemia, por sua vez, é usado quando existe a ocorrência de surtos em várias regiões. Uma epidemia municipal ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, por exemplo. Se forem diversas cidades, trata-se de uma epidemia estadual e também há epidemias nacionais, aquelas em que há casos de uma mesma doença em diferentes regiões do país.

A dengue é um exemplo de doença que já atingiu a classificação de epidemia em mais de uma ocasião, se espalhando por diversas regiões do Brasil.

Pandemia

O estado de pandemia é o pior dos cenários quando o assunto são áreas infectadas: ele acontece quando uma epidemia alcança níveis mundiais, afetando várias regiões ao redor do planeta. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a existência de uma pandemia, países de todos os continentes precisam ter casos confirmados da doença, como aconteceu com a Covid-19.

Atualmente, as pandemias podem ocorrer com mais facilidade, já que as facilidades na circulação de pessoas entre os países favorecem a disseminação de doenças.

A gripe espanhola foi considerada a maior pandemia do século XX, com 50 milhões de mortes provocadas pela doença. O vírus da gripe espanhola era um subtipo de outro que hoje conhecemos bem, o Influenza A, causador da gripe H1N1.

A Aids, causada pelo vírus HIV, é outra pandemia muito conhecida na atualidade. Esse vírus ataca as células do sangue que comandam o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Uma vez infectadas, essas células perdem a capacidade de proteger o corpo humano, que passa a contrair doenças que não afetariam uma pessoa sadia.

A principal forma de se prevenir contra os efeitos de uma pandemia é ter sistemas de vigilância que detectem rapidamente os casos, laboratórios equipados para identificar a causa da doença, dispor de uma equipe habilitada para conter o surto, evitando novos casos, e ter sistemas de gerenciamento de crise, para coordenar a resposta. Além disso, a restrição de viagens e de comércio e estabelecimento de quarentena, são medidas tomadas pelas autoridades para conter a disseminação de doenças.

Endemia

Doenças endêmicas são aquelas que ocorrem com frequência em uma determinada região, mantendo-se restritas à ela. As endemias são sazonais, ou seja, sua periodicidade varia de acordo com a época do ano. Além disso, podem estar relacionadas com aspectos sociais, higiênicos e biológicos.

Dessa forma, esse conceito não está relacionado com a quantidade de casos notificados em uma região geográfica. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em março de 2020, o então surto de Covid-19 que teve início em Wuhan, na China, como uma pandemia. Desde então, a palavra pandemia passou a ser recorrente em todos os noticiários e consequentemente no vocabulário da sociedade.

Mas o que significa pandemia? Quais as diferenças entre outras expressões que também indicam a proliferação de doenças, como surto, epidemia e endemia?

Segundo a Organização, pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. A pandemia pode começar como um surto ou epidemia; portanto, surtos, pandemias e epidemias têm a mesma origem, mudando apenas a escala de disseminação da doença.

Surto
Ocorre quando há aumento localizado do número de casos de uma doença.
“É possível ocorrer um surto de uma doença até dentro de um hospital, causado, por exemplo, por uma infecção hospitalar”, afirma a diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, Viviane Fongaro Botosso.

Epidemia
Dá-se quando ocorre um aumento no número de casos de uma doença em diversas regiões, estados ou cidades, porém sem atingir níveis globais.
“Em 1974, houve uma epidemia de meningite, pois teve um aumento muito grande no número de casos, mas localizados aqui no Brasil”, explica Viviane.

Endemia
Ocorre quando a doença é recorrente em uma região, mas sem aumento significativo no número de casos, onde é possível que a população conviva com ela. No Brasil, a Dengue é classificada como endêmica porque ocorre durante o verão em certas regiões do país.

Como se combate uma pandemia

Há algumas formas de se combater as doenças infecciosas enquanto a vacina ainda não está disponível para todos, desde que se conheça o agente infeccioso e como ocorre sua transmissão. O SARS-CoV-2 se propaga por gotículas espalhadas por pessoas doentes; por isso, é recomendado o uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos, com água, sabão e álcool em gel, ainda assim, a melhor forma de se prevenir contra doenças infecciosas é a vacinação.

O papel desempenhado pela ciência nesse combate é essencial e indispensável, na identificação da história natural da doença e das formas de tratamento e prevenção, na divulgação de dados junto aos órgãos governamentais.

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