Qual a diferença entre os produtos diet e light

Quando você compra um produto diet ou light, você sabe o que está comendo? Existem muitos conceitos errôneos sobre esses termos, por exemplo, muitos acham que os alimentos diet são apenas alimentos sem açúcar e que os produtos light são aqueles que não engordam.

Porém, isso não é totalmente verdade. Veja o que realmente cada um significa e quais são os fatores envolvidos no consumo deles:

  • Diet

Esse termo é usado para se referir a alimentos que não contêm algum nutriente que não pode ser consumido por pessoas que fazem dietas especiais, ou seja, pessoas que têm condições metabólicas e fisiológicas específicas. Por exemplo, pessoas diabéticas fazem dietas sem açúcar, pessoas hipertensas fazem dietas sem sal, quem tem excesso de colesterol faz dieta sem gordura e assim por diante. Portanto, os alimentos diet retiram algum componente alimentar, que não precisa necessariamente ser o açúcar, pode também ser sal, gordura e alguns aminoácidos.

A ANVISA regulamenta esses alimentos por meio da Portaria SVS/MS 29, de 13 de janeiro de 1998 (Alimentos Para Fins Especiais - Versão Republicada - 30.03.1998). Segundo essa portaria, esses alimentos para fins especiais classificam-se em três:

1. Alimentos para dietas com restrição de nutrientes tais como carboidratos, gorduras, proteínas, sódio e outros alimentos destinados a fins específicos;

2.  Alimentos para ingestão controlada de nutrientes, como para controle de peso, para praticantes de atividade física, para nutrição enteral e para ingestão controlada de açúcares;

3. Alimentos para grupos populacionais específicos, como alimentos de transição para lactentes, crianças de primeira infância, gestantes, nutrizes, alimentos à base de cereais para alimentação infantil, fórmulas infantis, alimentos para idosos e para os demais grupos populacionais específicos.

Essa Portaria estabelece também que, no rótulo da embalagem do produto, o termo "diet" pode, opcionalmente, ser utilizado para os alimentos para dietas com restrição de nutrientes, para os alimentos exclusivamente empregados para controle de peso e alimentos para dieta de ingestão controlada de açúcares.

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Esse conceito nos mostra que um alimento que é diet porque não contém açúcar pode conter a mesma quantidade de gordura ou até mais que um alimento “normal”. Por exemplo, o chocolate diet é indicado para diabéticos, pois seu açúcar é substituído por adoçantes. Porém, como a estrutura do alimento é alterada, são adicionadas mais gorduras para manter a textura habitual do chocolate; por isso não é indicado para obesos.

  • Light

O termo light significa “leve”, porque esses alimentos possuem redução mínima de 25% do valor calórico ou da porcentagem de nutrientes em relação ao seu similar. A ANVISA traz por meio da Portaria SVS/MS 27, de 13 de janeiro de 1998 (Informação Nutricional Complementar) uma tabela (5.2) que estabelece quais são esses valores que devem ser reduzidos.

Os alimentos light diferenciam-se dos diet porque a retirada de um componente não energético, como acontece no caso de um alimento diet que retirou sal, não implica em uma redução da quantidade de calorias do alimento, que é o que ocorre no produto light.

No caso desses alimentos, também é preciso prestar atenção se foi acrescentado outro componente calórico para a manutenção da cor, textura, entre outros. Por exemplo, no queijo e no requeijão light, retira-se a gordura, no entanto, aumenta-se a quantidade de sal. Por isso, pessoas com hipertensão não podem se alimentar desses produtos.

Qual a diferença entre os produtos diet e light

Examine bem o rótulo com as informações nutricionais do produto antes de decidir qual comprar

Isso nos mostra a importância de examinar bem todas as informações nutricionais fornecidas pelo rótulo, tais como os carboidratos, as proteínas, as gorduras e os açúcares, e não somente os termos diet e light.

Além disso, mesmo possuindo menos calorias, se esses alimentos forem consumidos de modo exagerado, eles também podem engordar.

Qual a diferença entre os produtos diet e light

Diet e light são duas palavrinhas que vemos com frequência no nosso cotidiano. Basta ir ao supermercado, que encontramos uma seção inteira com produtos que se encaixam nessas categorias.
Mas, você sabe qual a diferença entre diet e light?

Entenda a definição de diet e light

Segundo a ANVISA a definição para esses termos:

  • Alimentos light são aqueles que apresentam quantidade reduzida de algum nutriente (gordura, açúcar…) ou energia (calorias) quando comparados ao alimento processado convencional. Para cada categoria de alimento há um valor de redução para considerá-lo light – e essa redução tem que ser de pelo menos 25% comparado ao original. É uma informação complementar, que costuma chamar a atenção no rótulo do alimento. Por exemplo: Iogurte light com 30% menos gorduras.
  • Já os alimentos diet são os formulados para grupos com necessidades específicas (como diabéticos), e apresentam na sua composição uma quantidade mínima ou são totalmente isentos de algum nutriente ou ingrediente. Como no caso de geleias para dietas com restrição de açúcar, que contém edulcorante no lugar do açúcar.

O termo “zero” também tem sido utilizado com frequência, e se assemelha às características do diet.
Tanto alimentos diet quanto light não têm necessariamente o conteúdo de açúcares ou energia (calorias) reduzido. Podem ser alteradas as quantidades de gorduras, proteínas, sódio, entre outros itens que compõem os produtos.
Assim, a diferença entre diet e light está justamente na quantidade do componente reduzido.

Alimentos diet e light ajudam a emagrecer?

Por mais que a maioria desses produtos esteja aliada à promessa de emagrecimento, não são necessariamente as melhores opções para ajudar nesse processo.
Primeiramente, se tratam de alimentos ultraprocessados, e isso significa que é necessário adicionar outro ingrediente para “compensar” a redução para não ter diferença grande no sabor e na consistência, comparado ao original.
Voltando ao exemplo do iogurte light com redução de gordura, geralmente é adicionado mais carboidrato, entre outros aditivos, para compensar essa redução.
A maioria dos produtos light, na realidade, tem uma redução de gordura e aumento de carboidratos.
Quando você reduz a gordura o produto fica sem gosto, “sem graça”. Então, para compensar, o produto recebe em troca carboidratos para dar gosto: açúcar, farinha, xaropes.
Menos gordura e mais carboidrato pode resultar em menor quantidade de calorias, mas não acho uma troca interessante!
A gordura e o carboidrato se comportam de formas diferentes no nosso corpo. Os dois têm uma resposta glicêmica e de saciedade diferentes.
Exemplo: A gordura nos dá mais saciedade, por que sua digestão é mais lenta. Já o carboidrato é digerido mais rapidamente e aumenta os níveis de glicose no sangue de forma rápida também, isso pode fazer com que você sinta fome antes do esperado comparado à gordura.
Diante disso, vale mais a pena consumir a versão tradicional.
Compare e você verificará que o iogurte original (aquele natural, sabe?) tem uma lista de ingredientes muito menor comparado ao light ou ao zero.
Na nossa rotina, quanto menos ingredientes tem um produto, melhor!
Quando pensamos em mudança de hábitos e emagrecimento, é muito mais interessante levarmos em consideração que o mais natural é o que vai conversar melhor com o nosso corpo.
O iogurte original é composto apenas de leite e fermento lácteo (que são os lactobacilos).
Uma boa pedida é consumi-lo puro, ou com mel, aveia, sementes, frutas… são muitas combinações possíveis e saborosas.
Se você gosta desse tipo de alimento, veja a receita de iogurte natural super fácil que ensino no meu canal:

E os produtos que têm redução de açúcar? São mais interessantes?

Sempre que um produto tem “zero adição de açúcar” e mesmo assim tem sabor doce, geralmente tem adição de edulcorantes.
Os edulcorantes são os famosos adoçantes.
Eles adoçam como o açúcar, com a promessa de não agregar calorias ou influenciar nos níveis de glicose no sangue, por isso seu uso é tão incentivado até hoje.  Mas não é simples assim, os adoçantes não são “zero efeito”.
O uso é seguro, ou seja, não é tóxico e não há comprovações de que causem câncer. Mas seu excesso pode acarretar prejuízos à saúde por “enganar” nosso cérebro devido à mudança de sabor dos alimentos.
Pense: quando você utiliza produtos que contêm edulcorantes, você manda mensagem ao seu cérebro de que algo doce está a caminho, e ele prepara o corpo para receber açúcar proveniente desse “sabor doce”.
Estudos questionam se isso pode gerar um conflito no metabolismo e outros problemas futuros. Alguns estudos, por exemplo, demonstraram que o consumo regular de adoçantes pode ter efeito no centro do apetite no cérebro, gerando um aumento na fome e na vontade de doces.
E, ainda, você continua estimulando o seu paladar ao sabor doce exagerado.
Além disso, alguns adoçantes apresentam o sódio em sua composição (como o ciclamato de sódio e a sacarina sódica) e podem sobrecarregar nosso organismo tanto quanto o excesso do uso de sódio no dia a dia. Fique atento!
Prefira o sabor natural dos alimentos! O importante é mudar o paladar para “menos doce” e não enganá-lo.
As frutas da estação são um bom exemplo de um “docinho natural” que pode estar presente no nossa rotina em forma de lanches, compondo o café da manhã, como sobremesa, etc.
Agora, se você quer algo doce, por que não?
É importante reduzir a quantidade de açúcar e de edulcorantes para modificar o paladar doce exagerado, mas sem restringir.
Ao realizar essa mudança gradativamente, o cérebro não sentirá falta do excesso de doce e esse hábito será incorporado.
Comece reduzindo aos poucos a adição de açúcar do cafezinho do dia a dia, você verá logo que não é preciso grandes quantidades para adoçar. Confie que seu paladar pode mudar em algumas semanas!
Lembre também que é saudável saborear uma sobremesa com prazer, sem precisar ser light ou diet, basta aproveitar o momento com consciência e atenção aos sinais do corpo, que a moderação surge naturalmente.
Para os diabéticos, valem as mesmas orientações, porém é importante procurar um nutricionista para ajustar o consumo de açúcar à conduta terapêutica.
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Novidade do momento: sucos de caixinha com redução de adição de açúcares

Você vai ao mercado, e se depara com sucos industrializados com “redução de adição de açúcares”.
Não se trata de produtos diet ou light,  podem conter edulcorantes, mas é importante que você saiba que pode estar trocando gato por lebre.
O suco de caixinha tem redução de adição de açúcares, mas, para compensar o sabor doce, é adicionado suco concentrado de maçã.
Aparentemente, pode parecer mais interessante que o açúcar, mas devemos ter cuidado. Os sucos de caixinha trazem um excesso de frutose para o nosso corpo, que pode influenciar no acúmulo de gordura no fígado, entre outros problemas.
Como falei acima, é mais interessante reduzir o paladar doce exagerado.
Sendo assim, não troque as bebidas doces por light, zero ou com redução de açúcares, troque por água, água com gás, água saborizada e chás caseiros. A água é a melhor forma de hidratar o nosso corpo!

Concluindo: vida saudável não necessita de alimentos diet e light

Assim, para ter uma vida saudável, não é necessário consumir alimentos diet e light. Apesar de muitas campanhas dizendo que esses alimentos diet e light são saudáveis, fique esperto e busque o mais natural, os alimentos verdadeiros.
A natureza nos traz muitos alimentos in-natura sensacionais, devemos aproveitar!
É mais importante focar na variedade e qualidade dos alimentos, e não em calorias ou na restrição de nutrientes.
A vida saudável inclui melhorar a qualidade da sua alimentação comendo mais alimentos naturais no seu dia a dia e menos industrializados, comer melhor e não menos.
Bon appétit!
Agora que você já conhece a diferença entre diet e light, acho que você vai gostar desses conteúdos que separei abaixo:

  • Como controlar a ansiedade por doces: você passa por isso?
  • Você quer saber como limpar o organismo? Comece mudando hábitos
  • O que é reeducação alimentar? Dá pra fazer comendo de tudo?

E aí, gostou desse conteúdo? Comente abaixo outros temas que queira ver aqui no blog!

Para você

Qual a diferença entre os produtos diet e light

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Sophie Deram

Sophie Deram Ph.D é nutricionista franco-brasileira (CRN-3 21065), doutora pelo departamento de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pesquisadora, palestrante e autora dos livros best-seller “O peso das dietas” e "Os 7 pilares da saúde alimentar". Ela é ativista contra as dietas restritivas e defensora do prazer de comer e do comer consciente. No seu consultório em São Paulo, bem como nas redes sociais, no seu blog, nos programas on-line que desenvolve, nos cursos e palestras que ministra, ela se dedica a inspirar todos a melhorar a sua relação com a comida, resgatando o prazer, os alimentos frescos e in-natura e o ato de cozinhar para viver com mais saúde e bem-estar.

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Qual é a diferença entre os produtos light e diet?

Os produtos light (leve, em inglês) são aqueles com teor reduzido de sódio, açúcares, gorduras ou colesterol. Já os diet (dieta, em inglês) têm em sua composição a ausência total de algum ingrediente em particular, como açúcar, gordura ou sal. O produto é usado, por exemplo, por diabéticos, já que não contêm açúcar.

É melhor light ou diet?

Light é quando há redução de pelo menos 25% de algum nutriente presente no alimento original (podendo ser este nutriente: açúcares, gorduras, calorias, sódio ou outros). Diet é quando o alimento não tem um nutriente (que pode ser açúcar, gordura e proteína ou outro).

O que são produtos diet e light e para que são indicados?

Pode-se dizer que produtos diet e light são alimentos diferenciados enquanto ao teor de açúcar e gorduras totais, respectivamente e são indicados para pessoas que precisam passar por algum tipo de dieta restritiva, em termos dessas sustâncias.

Quem deve consumir produtos diet e light?

Para quem é indicado: Pessoas saudáveis que preferem produtos com menos calorias ou com quantidade reduzida de algum nutriente. Tais consumidores buscam o bem-estar, manutenção da saúde ou redução de peso. De olho no rótulo: O produto ao qual o alimento light é comparado deve ser indicado na embalagem.