Página Modificado pela última vez 2021-03-15
Fundamental para a produção de riqueza industrial, comercial e social, a energia proporciona igualmente conforto e mobilidade pessoal. No entanto, a sua produção e o seu consumo exercem uma pressão considerável sobre o ambiente: emissões de gases com efeito de estufa e de poluentes atmosféricos, uso dos solos, geração de resíduos e derrames de petróleo. Esta pressão contribui para as alterações climáticas, danifica ecossistemas naturais e o ambiente antropogénico, e tem efeitos adversos na saúde humana.
Muitas atividades humanas requerem a combustão de combustíveis fósseis, que aumenta as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e, em consequência, provoca alterações climáticas e aumenta as temperaturas médias no planeta. A procura de energia está a aumentar em todo o mundo, o que reforça a tendência para o aumento das emissões de CO2.
A maior parte dos países depende dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) para responder às suas necessidades de energia. A combustão desses combustíveis liberta calor que pode ser convertido em energia. No processo, o carbono existente no combustível reage em contacto com o oxigénio, produzindo CO2 que é libertado na atmosfera. São igualmente libertados poluentes atmosféricos (dióxido de enxofre, óxidos de azoto e partículas), que têm impacto na qualidade do ar. Contudo, graças a medidas técnicas e a melhorias introduzidas nas centrais elétricas e térmicas, essas emissões têm vindo a diminuir nas últimas décadas.
Em 2006, a Europa atingiu o nível mais elevado de consumo de energia; em 2010, o consumo de energia ficou aquém desse nível em cerca de 4%. Parte desta redução pode ser atribuída à crise económica, embora para esta tenha igualmente contribuído uma ligeira dissociação da atividade económica do consumo de energia.
Os combustíveis fósseis continuam a dominar o universo dos combustíveis: cerca de 77% das necessidades energéticas do europeu médio são satisfeitas com recurso ao petróleo, ao gás e ao carvão. A energia nuclear satisfaz 14% dessas necessidades, enquanto os restantes 9% são satisfeitos com recurso a fontes de energia renováveis. Não obstante, a produção de energias renováveis está a aumentar a bom ritmo: em 2010, a energia solar fotovoltaica foi a principal responsável pelas novas capacidades instaladas, seguida do gás e da energia eólica. No que respeita à energia nuclear, as capacidades desativadas superaram as instaladas.
Um europeu médio consome anualmente 27 megawatt/hora (MWh) de energia, incluindo todas as utilizações domésticas, industriais e de transportes. Este número varia consideravelmente consoante os países, da mesma forma que variam as emissões de CO2 associadas a esse consumo, que dependem, em grande medida, do grau de utilização de energia nuclear e de energias renováveis. Os transportes, que desde 1990 são o setor cujo consumo de energia tem aumentado com maior celeridade, são presentemente o setor que mais energia consome.
Políticas da União Europeia
A energia constitui cada vez mais uma prioridade política, sendo um dos cinco principais domínios em desenvolvimento visados pela Estratégia 2020 com o objetivo de:
- Obter 20% da energia consumida na Europa a partir de fontes renováveis;
- Aumentar em 20% a eficiência energética.
A par dos objetivos específicos da Estratégia Energia 2020, outras áreas de interesse são abrangidas por diferentes políticas, sintetizadas no sítio Web da Comissão Europeia. Essas políticas visam:
- melhorar a segurança do aprovisionamento;
- garantir a competitividade da economia europeia e a disponibilidade de energia a preços razoáveis;
- fomentar o desenvolvimento de um mercado interno da energia competitivo;
- estabelecer níveis mínimos de tributação para os produtos energéticos.
Atividades da AEA
Uma das principais atividades da AEA no domínio da energia consiste em acompanhar a integração das preocupações ambientais no setor da energia. Existe um conjunto de indicadores energéticos e ambientais que é atualizado e publicado todos os anos. A AEA publica ainda avaliações dos benefícios e pressões previsíveis para o ambiente de diferentes proporções de energias renováveis.
Os indicadores energético‑ambientais respondem a seis perguntas:
- Está o impacto do consumo e da produção de energia no ambiente a diminuir?
- Está o consumo de energia a diminuir?
- A que ritmo está a eficiência energética a aumentar?
- Estão os combustíveis menos poluentes a substituir os combustíveis mais nocivos?
- A que ritmo estão as tecnologias energéticas renováveis a ser implementadas?
- Estão os custos ambientais a ser mais bem integrados nos preços?
Os indicadores desempenham um papel igualmente importante:
- no acompanhamento da Estratégia da União Europeia em favor do desenvolvimento sustentável;
- na elaboração do relatório sobre o inventário dos gases com efeito de estufa da UE a transmitir à Convenção‑Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (CQNUAC);
- na elaboração de relatórios sobre as tendências e projeções das emissões de gases com efeito de estufa na Europa, no âmbito do Protocolo de Quioto.
A AEA realiza ainda avaliações dos benefícios e pressões para o ambiente resultantes da utilização de uma proporção crescente de energias renováveis, que incluem:
- a avaliação das vantagens e do impacto ambiental de diferentes utilizações de biomassa para transportes, aquecimento e eletricidade;
- a identificação do potencial de produção de energia eólica da Europa, em terra e no mar.
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