Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

Introdu��o

    A adolesc�ncia abrange o per�odo da vida que se estende dos 10 aos 19 anos, segundo crit�rio aceito pela Organiza��o Mundial de Sa�de (WHO, 1995). Esse per�odo � marcado por profundas mudan�as biopsicossociais, onde o adolescente come�a a definir sua identidade e a constituir um sistema de valores pessoais mostrando-se especialmente vulner�vel aos enormes agravos enfrentados pela maioria das sociedades atuais (MINIST�RIO DA SA�DE, 1993).

    A adolesc�ncia caracteriza-se pela transi��o da inf�ncia para a idade adulta, e � considerado um dos mais tensos na vida de um indiv�duo. O adolescente apresenta-se suscept�vel a instabilidades emocionais e as d�vidas pessoais, � freq�ente a presen�a de problemas relacionados � autoestima, � aceita��o social e � rejei��o por parte de familiares e amigos (XIMENES, 2006).

    Rosenbaum; Leibel (1998) apud Soares; Petroski, (2003, p.68) �acreditam que excesso de peso representa a intera��o da gen�tica com o meio ambiente, que cada vez mais, encoraja ao estilo de vida sedent�rio e ao consumo de calorias�.

    A obesidade est� diretamente relacionada a h�bitos alimentares inadequados e a inatividade f�sica. Os adolescentes est�o aumentando exageradamente o consumo de alimentos ricos em gordura e com um alto valor cal�rico. Ao mesmo tempo em que vivem as comodidades do mundo moderno que proporciona o uso TV, v�deo-game e computador para determinadas classes sociais, que podem ocasionar a redu��o da pr�tica de atividade f�sica.

    A partir da era das doen�as cr�nico-n�o transmiss�veis, surgiram v�rios estudos que divulgam os benef�cios da pr�tica da atividade f�sica em rela��o � sa�de. Alguns estudos revelam que altos n�veis de atividade f�sica ou aptid�o f�sica est�o associados � diminui��o no risco de doen�as coronarianas, diabetes, hipertens�o e osteoporose (PITANGA, 2002).

    Evid�ncias epidemiol�gicas relatadas pelo Departament of Health and Human Services (2008) enfatizam os benef�cios da pr�tica de atividade f�sica regular no crescimento e manuten��o do sistema m�sculo esquel�tico, no controle de peso, redu��o da ansiedade e favorecimento do bem-estar dos indiv�duos. Kohl, Fulton; Carpensen (2000) destacam outros aspectos positivos: o primeiro menciona os benef�cios f�sicos inerentes � atividade f�sica entre as crian�as e adolescentes, o segundo discute a associa��o de comportamentos de atividades f�sicas entre a inf�ncia e a maturidade, mostrando que crian�as ativas s�o mais propensas a serem fisicamente ativas quando adultas.

    Segundo Barbosa (2004) a atividade f�sica � qualquer movimento corporal que gaste energia acima dos n�veis de repouso, j� o exerc�cio f�sico � uma atividade planejada, repetitiva e estruturada. Para Sousa; Virtuoso Jr (2005) tem a fun��o ainda de aumentar o gasto energ�tico, ocorrendo o desequil�brio cal�rico negativo ou a manuten��o do metabolismo basal, que contribui para uma perda de peso corporal. Tendo componentes e determinantes de ordem comportamental, biopsicossocial e cultural, podendo ser exemplificada por jogos, dan�as, exerc�cios f�sicos, esportes, lutas, deslocamento e atividades laborais (PITANGA, 2002).

    De acordo com Barbosa (2004), a pr�tica de atividade f�sica traz v�rios benef�cios, como, a melhora da for�a muscular e resist�ncia f�sica, a redu��o da press�o arterial, o controle do peso corporal, a melhora no perfil lip�dico e na mobilidade articular, al�m de favorecer na melhora da autoestima, da autoimagem, manter a autonomia, reduzir a depress�o, o isolamento social, aliviar o estresse, aumentando assim o bem-estar social. Auxilia ainda na melhora da aptid�o f�sica e o desempenho, no crescimento e estimula a participa��o futura em programas de atividade f�sica.

    Pessoas que n�o praticam atividades f�sicas regulares s�o classificadas como sedent�rias. Dentro do sedentarismo pode-se identificar alguns fatores de risco, como: pais inativos fisicamente, residir em �rea urbana, dispor de TV, videogame, computador no quarto do adolescente.

    Segundo Cano et al. (2005), para o desenvolvimento sadio das crian�as e adolescente, as atividades f�sicas s�o fundamentais, e devem incluir esportes, passeios, brincadeiras ao ar livre, caminhadas de final de semana; em contra partida, devido � grande viol�ncia que nossa sociedade enfrenta, estas atividades s�o substitu�das por outras, que geram o sedentarismo, como por exemplo, o uso em demasia do computador.

    Para Guedes; Guedes (2003, p.286) � importante incrementar n�o somente os exerc�cios f�sicos, mas tamb�m as atividades f�sicas do dia a dia. �� preciso enfatizar que as atividades do cotidiano exigem demanda energ�tica e que os efeitos acumulativos destes modestos incrementos podem ser de grande interesse para a redu��o do peso corporal.� Ressaltam ainda que, para se realizar uma atividade f�sica n�o � necess�rio exigir do adolescente a pr�tica de esportes competitivos constantes, acreditando que somente eles melhorar�o a sua sa�de, e sim conscientiz�-los da import�ncia da atividade f�sica sendo de car�ter esportivo, de lazer, intensa ou moderada.

    A pr�tica regular de atividade f�sica, em todo o ciclo vital � muito importante, para prevenir doen�as cr�nico-n�o transmiss�veis, conseq�entemente possibilita uma longevidade associada a uma melhor qualidade de vida (PITANGA, 2002).

    A Educa��o F�sica n�o pode ser considerada apenas uma disciplina do curr�culo escolar, pois a mesma exerce v�rias fun��es. Sendo uma atividade sociocultural que estabelece uma inter-rela��o entre educa��o e sa�de, pretende estabelecer e desenvolver nos cidad�os h�bitos saud�veis, melhorando assim o n�vel de qualidade de vida.

    Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional (LDB, 1996, p.20) �a Educa��o F�sica, integrada � proposta pedag�gica da escola, � componente curricular da Educa��o B�sica, ajustando-se �s faixas et�rias e �s condi��es da popula��o escolar, sendo facultativo nos cursos noturnos�.

    De acordo com Menestrina (2005, p. 39), �a Educa��o F�sica � uma pr�tica sociopedag�gica de car�ter cultural que se configura de todas as formas poss�veis de express�o corporal para promover o desenvolvimento humano em sua totalidade�.

    A �rea da Educa��o F�sica atualmente contempla v�rios conhecimentos produzidos e usufru�dos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento.SegundoPar�metros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, express�o de sentimentos, afetos e emo��es e com possibilidades de promo��o, recupera��o e manuten��o da sa�de s�o ess�ncias.

    A Educa��o F�sica reveste-se de v�rios objetivos, dentre estes est�: �conhecer e cuidar do pr�prio corpo, valorizando e adotando h�bitos saud�veis como um dos aspectos b�sicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em rela��o a sua sa�de e a sa�de coletiva� (BRASIL, 1997, p.9).

    Tendo em vista que a Educa��o F�sica tem como meta a conserva��o da sa�de e do bem estar dos indiv�duos, pode-se utiliz�-la como informa��o sobre os benef�cios de uma alimenta��o saud�vel, associada � pr�tica de atividade f�sica, dessa forma concordando com Barbosa (2004, p.20), a aula te�rica seria de grande import�ncia para crian�as e adolescentes, pois atrav�s dela o professor passar� conceitos importantes a respeito dos benef�cios da pr�tica de atividade f�sica e a sua grande import�ncia para a sa�de e a preven��o de doen�as.

    De acordo com Menestrina (2005, p.33), a Educa��o F�sica, atrav�s de uma a��o pedag�gica voltada para a sa�de, contribuir� para uma auto-educa��o dos alunos, favorecendo a eles a possibilidade de agir com autonomia, responsabilidade e criticidade, podendo tomar atitude integras e compat�veis a dignidade da natureza humana.

    A pr�tica da Educa��o F�sica contribui muito para o desenvolvimento da cultura corporal saud�vel e desempenha papel decisivo na parcela da educa��o integral do ser humano. Ao realizar atividade f�sica o adolescente apresentar� v�rios benef�cios para sua sa�de, como tamb�m para sua vida social e escolar, pois ter� uma conviv�ncia melhor com seus pais e colegas, um aumento na frequ�ncia �s aulas, uma melhora no desempenho escolar, e uma redu��o nos dist�rbios comportamentais. Oferecendo assim, condi��es para que cada indiv�duo aprecie, pratique e desenvolva seu pr�prio estilo de vida, com vistas a uma exist�ncia saud�vel, promovendo assim, uma boa qualidade de vida (BARBOSA, 2004).

    Nesta perspectiva, o presente estudo tem o intuito de investigar o reflexo da pr�tica de atividades f�sicas de adolescentes no munic�pio de Brusque/SC.

    Com este prop�sito, espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para aumentar o leque de informa��es e conhecimentos a respeito da aptid�o para pr�ticas f�sicas entre adolescentes, a fim, de auxiliar no projeto de estrat�gias relacionadas � sa�de de adolescentes ainda em fase de crescimento e desenvolvimento.

M�todo

    Participaram deste estudo descritivo de natureza transversal, adolescentes de ambos os g�neros, regularmente matriculados de 5� a 8� s�ries do ensino fundamental, em duas institui��es escolares localizadas no munic�pio de Brusque/SC, sendo uma escola de ensino fundamental da rede p�blica e uma da privada. Foram considerados adolescentes todos os escolares entre a faixa et�ria de 10 aos 19 anos de idade (WOLD HEALTH ORGANIZATION � WHO, 1995).

    Para Gil (1995), um estudo descritivo tem como principal objetivo a discri��o das caracter�sticas de determinada popula��o, fen�meno ou estabelecimento de rela��es entre as vari�veis.

    Para a composi��o da amostra, foi adotado o m�todo n�o-probabil�stico, no qual, segundo Martins (2000) h� uma escolha deliberada dos elementos da amostra, usando o crit�rio de amostragem intencional, que de acordo com o mesmo autor, � a escolha intencional de um grupo de elementos que ir�o compor a amostra, onde o pesquisador se dirige intencionalmente aos grupos que pretende estudar.

    Todos os escolares de 5� a 8� s�ries de ambas escolas, participaram de uma palestra, a fim de inform�-los sobre os objetivos, m�todos e procedimentos de coleta de dados e convid�-los a participar da pesquisa. Desta forma, a amostra foi constitu�da por 190 adolescentes de ambos os g�neros.

    Foi solicitada a dire��o das Institui��es de Ensino envolvidas, a colabora��o e permiss�o para o desenvolvimento da pesquisa, desta forma, foram assinados Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos pais dos alunos, a fim de autorizar a utiliza��o dos dados coletados durante a pesquisa, bem como a publica��o dos resultados obtidos.

    As informa��es foram obtidas no per�odo de maio a julho de 2009, os participantes do estudo foram avaliados em sala de aula, respeitando sua s�rie e per�odo, e receberam o protocolo semi-estruturado com instru��es e recomenda��es para o seu preenchimento, n�o foi estabelecido limite de tempo para o seu preenchimento, e as eventuais d�vidas manifestadas pelos investigados eram prontamente esclarecidas pelas acad�micas pesquisadoras que acompanhavam a coleta de dados. Durante o preenchimento do question�rio os escolares n�o se comunicaram entre si, na tentativa de evitar interfer�ncias nas suas respostas. Em seguida foram coletados os dados antropom�tricos.

    Para avaliar o n�vel de atividade f�sica dos adolescentes, foi utilizada a vers�o curta do IPAQ. O question�rio considera atividades f�sicas como forma de lazer, esporte, transporte e atividades di�rias, classificando os adolescentes em: sedent�rios, insuficientemente ativos e suficientemente ativos de acordo com o tempo gasto em cada sess�o semanal de acordo com as atividades f�sicas relacionadas ao IPAQ. De acordo com Strong et al (2005) podemos classificar o n�vel de atividade f�sica como: insuficientemente ativos (caminhada, atividades f�sicas moderadas a vigorosas iguais ou inferiores a 300 minutos por semana) ou suficientemente ativos (caminhada, atividades f�sicas moderadas a vigorosas superiores a 300 minutos por semana).Os dados foram digitados no Programa Microsoft Excel�, a fim de realizar an�lise estat�stica descritiva.

Resultados e discuss�o

    O presente estudo avaliou o estado nutricional, e o n�vel de atividade f�sica de 190 adolescentes, regularmente matriculados de 5� a 8� s�rie do ensino fundamental, sendo 104 (54%) escolares do sexo masculino e 86 (45,7%) do feminino, distribu�dos em duas Escolas de Ensino Fundamental, uma da rede p�blica, com 100 alunos, e outra da rede privada, com 90 alunos.

    Para avaliar a pr�tica de atividades f�sicas foi utilizado o Question�rio Internacional de Atividade F�sica � IPAQ (vers�o curta), a fim de investigar se os adolescentes realizam exerc�cios f�sicos, qual a frequ�ncia, a dura��o e quais atividades preferidas pelos alunos, verificado ainda, quantos dias na semana e qual a dura��o por minutos das atividades como caminhada, atividades moderadas e vigorosas realizadas pelos alunos.

    O Gr�fico 1, demonstra que 98% (n=88) dos adolescentes da Escola Privada praticam atividade f�sica e apenas 2% (n=2) relatam n�o praticar. Em rela��o � Escola P�blica, 84% (n=84) relataram praticar atividades f�sicas e 16% (n=16) n�o praticam.

Gr�fico 1. Distribui��o das caracter�sticas da pr�tica de atividade f�sica dos adolescentes regularmente matriculados em duas institui��es de ensino fundamental � Brusque/SC, 2009

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

    Hallal et al. (2005), realizando uma pesquisa com adolescentes na cidade de Pelotas, avaliou o n�vel de atividade f�sica, e observou que houve uma preval�ncia do sedentarismo extremamente elevada. Contradizendo os resultados encontrados na presente pesquisa, onde foi visto que o n�vel de exerc�cios f�sicos entre os adolescentes est� alto. Por�m, para Nahas (2008, p. 44), �aptid�o f�sica relacionada � sa�de �, pois a pr�pria aptid�o para a vida, pois inclui elementos considerados fundamentais para uma vida ativa com menos riscos de doen�as�.

    Os dados do Gr�fico 2 mostram a freq��ncia em que os alunos fazem exerc�cios f�sicos. Na escola privada, verificou-se que 33% (n=30) dos adolescentes praticam exerc�cios f�sicos 2 vezes na semana, 28% (n=25) praticam 3 vezes na semana, 14% (n=11) praticam 4 vezes na semana e 25% (n=22) praticam todos os dias. Na Escola P�blica, observou-se que 26% (n=22) dos escolares praticam exerc�cios f�sicos 2 vezes na semana, 38% (n=32) praticam 3 vezes na semana, 4% (n=3 ) praticam 4 vezes na semana e 32% (n=27 ) praticam todos os dias.

    Percebe-se que os educandos praticam atividades f�sicas de forma regular, segundo Nahas (2006), cada vez mais � recomend�vel ado��o de pr�ticas de atividades f�sicas regulares e h�bitos preventivos, que promovam um funcionamento mais eficiente do sistema cardiorrespirat�rio.

Gr�fico 2. Distribui��o da freq��ncia de exerc�cios dos adolescentes regularmente matriculados em duas institui��es de ensino fundamental � Brusque/SC, 2009

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

    No Gr�fico 3 est�o apresentados os dados do tempo da dura��o dos exerc�cios f�sicos praticados pelos adolescentes. De acordo com as respostas dos escolares da rede privada, 19% (n=17) fazem atividades f�sicas com dura��o de at� 30 minutos, 48% (n=42) com dura��o de 30 a 60 minutos, 17% (n=15) com dura��o de 60 a 90 minutos e 16% (n=14) com dura��o de mais de 90 minutos. Na escola da rede p�blica, 47% (n=40) dos alunos praticam atividades f�sicas com dura��o de at� 30 minutos, 26% (n=22) com dura��o de 30 a 60 minutos, 7% (n=6) com dura��o de 60 a 90 minutos e 20% (n=17) com dura��o de mais de 90 minutos.

    Segundo WHO (2002) as evid�ncias fisiol�gicas dos benef�cios � sa�de pela atividade f�sica, especialmente quanto a doen�as cardiovasculares, t�m sua origem durante a inf�ncia e adolesc�ncia. Percebe-se, diante disso, a import�ncia da rela��o entre a atividade f�sica e estado de sa�de dos adolescentes para o futuro.

Gr�fico 3. Distribui��o da dura��o do exerc�cio f�sico dos adolescentes regularmente matriculados em duas institui��es de ensino fundamental � Brusque/SC, 2009

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

    No Gr�fico 4, est�o demonstrados os tipos de exerc�cios f�sicos mais praticados pelos alunos de ambas escolas, sendo que na escola privada houve o relato da pr�tica de futebol, educa��o f�sica, v�lei, nata��o, andar de bicicleta, caminhada, aula de dan�a, academia e jud� respectivamente; j� na escola p�blica observou-se que os exerc�cios f�sicos que os alunos mais praticam s�o futebol, andar de bicicleta, educa��o f�sica, nata��o, caminhada, corrida, v�lei, jud� e skate.

    Refer�ncias v�m sendo apresentadas e propostas por ocasi�o da realiza��o International Consensus Conference on Physical Activity Guidelines for Adolescents (BAR-OR, et al, 1998), que recomendam que todos os adolescentes devem praticar atividades f�sicas diariamente, ou quase todos os dias, podendo ser feitas atrav�s de esportes, trabalho, recrea��o, transporte, jogos, educa��o f�sica ou programas de exerc�cios f�sicos, no contexto escolar, familiar e atividades comunit�rias. Al�m das atividades f�sicas, recomenda-se a pr�tica de exerc�cios f�sicos de tr�s ou mais sess�es por semana, com dura��o de 20 minutos ou mais, e que requerem esfor�os f�sicos moderados a vigorosos (SALLIS; PATRICK,1994 apud GUEDES et al., 2001).

Gr�fico 4. Distribui��o do tipo de exerc�cio f�sico praticado pelos adolescentes regularmente matriculados em duas institui��es de ensino fundamental � Brusque/SC, 2009

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

    De acordo com Guedes et al. (2001), evid�ncias apontam que a realiza��o de esfor�os f�sicos melhoram o estado de sa�de do individuo, independentemente do tipo, da dura��o, da intensidade e da freq��ncia do mesmo. Enfim, para ter efeitos positivos � sa�de, deve-se se importar com a demanda energ�tica proveniente dos esfor�os f�sicos induzidos pela pr�tica de exerc�cios f�sicos.

    Em rela��o aos exerc�cios f�sicos praticados pelos adolescentes de ambas escolas, verificou-se que apresentam um alto n�vel de exerc�cios f�sicos, sendo que nas duas escolas a maioria dos alunos praticam exerc�cios f�sicos, tr�s vezes por semana, sendo que na escola privada o tempo da dura��o deste exerc�cio f�sico est� por volta de 30 a 60 minutos e na escola p�blica est� por volta de at� 30 minutos. Discutir e compreender as rela��es da atividade f�sica com a sa�de e a longevidade pode representar uma porta de entrada para a reflex�o sobre as diferen�as culturais (MINIST�RIO DA EDUCA��O, 2003).

    Desta forma, � poss�vel ostentar evid�ncias convincentes no sentido de que a pr�tica de atividade f�sica habitual deve ser estimulada na adolesc�ncia, n�o somente por buscar a melhora do estado de sa�de no presente, mas tamb�m na tentativa da prepara��o desta pr�tica na idade adulta (GUEDES et al, 2001).

    Com a utiliza��o do Question�rio Internacional de Atividade F�sica (IPAQ) vers�o curta, conseguiu-se avaliar a m�dia da freq��ncia e da dura��o das atividades f�sicas feitas pelos adolescentes, como tamb�m a m�dia total da dura��o destas atividades (caminhada, atividade f�sica moderada e vigorosa) em minutos por semana (Tabela 1).

    A distribui��o da m�dia total da caminhada observada na escola privada foi de 134,32 minutos por semana, abaixo da m�dia encontrada na escola p�blica que foi de 326 minutos por semana. Em rela��o � pr�tica de atividade f�sica moderada, os adolescentes de ambas as escolas, apresentam sua dura��o adequada, sendo 393,19 e 339 minutos na escola privada e p�blica, respectivamente. Constatou-se que a m�dia da dura��o por semana em atividades f�sicas vigorosas, est� maior na escola privada com 281,4 minutos, na escola p�blica a dura��o est� por volta de 249,25 minutos semanais.

    Analisando separadamente a caminhada e as atividades f�sicas moderadas, verificou- se que a recomenda��o da realiza��o de pelo menos 60 minutos/dia de atividade f�sica, cinco vezes por semana foi cumprida pela maioria dos (73%) adolescentes das duas escolas.

    Segundo Nahas (2008) a pr�tica de atividade f�sica regular beneficiar� o indiv�duo com mais disposi��o, tanto para o trabalho, como para o lazer, menor risco de doen�as do cora��o, osteoporose, obesidade, diabetes, alguns tipos de c�ncer e depress�o, auxilia no controle do peso corporal e na sensa��o de bem estar, al�m disto � uma boa oportunidade de encontrar pessoas e descontrair-se.

    Foi realizada ainda, a classifica��o dos adolescentes segundo o n�vel de atividade f�sica, podendo estes serem suficientemente ativos ou insuficientemente ativos (Tabela 2).

Tabela 1. Distribui��o da m�dia (� DP) da freq��ncia e dura��o da caminhada, atividade f�sica moderada e vigorosa

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

    A Tabela 2 demonstra a distribui��o da classifica��o segundo o n�vel de atividade f�sica, observando que em ambas escolas os adolescentes foram classificados como suficientemente ativo 73% (n=137). Entre os insuficientemente ativos, observou-se maior percentual entre os adolescentes da escola p�blica com 33% (n=33). As propostas que trabalham o corpo e o movimento com enfoque na sa�de s�o muito bem aceitas entre alunos jovens e adultos, pois esse tema ganha maior interesse sobretudo quando o corpo d� sinais de diminui��o da vitalidade, de entrada para a reflex�o sobre as diferen�as culturais (MINIST�RIO DA EDUCA��O, 2003).

Tabela 2. Distribui��o da classifica��o segundo o n�vel de atividade f�sica dos adolescentes regularmente matriculados em duas institui��es de ensino fundamental � Brusque/SC, 2009

Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

Conclus�o

    Conclui-se que o n�vel de atividade f�sica praticada pelos alunos das duas escolas pesquisadas est� adequado, devido � maioria dos adolescentes ser considerados suficientemente ativos. Somando os alunos que se exercitam suficientemente totaliza-se 73% (n=137)adolescentes e os que n�o se exercitam suficientemente 27% (n=53). Apesar deste grande n�mero de alunos que praticam atividades f�sicas, deve-se preocupar com os demais, pois a pratica de atividades f�sicas � ideal para uma vida saud�vel.

    Para prevenir a desnutri��o e a obesidade deve-se orientar os adolescentes para uma pr�tica de alimenta��o saud�vel bem como a realiza��o de atividades e exerc�cios f�sicos regulares. Conciliando estes dois pontos, alimenta��o e atividade f�sica, o adolescente conseguir� manter um peso ideal, uma qualidade de vida saud�vel e sua manuten��o na vida adulta.

    Enfim, a presente pesquisa contribuiu para implementar as informa��es e conhecimentos sobre a pr�tica de atividade f�sica e dos h�bitos alimentares, no perfil nutricional de adolescentes, auxiliando assim o processo de melhoria da sa�de p�blica.

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Quais são os fatores que podem estar relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 15 � N� 150 | Buenos Aires,Noviembre de 2010
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Quais os fatores que estão relacionados com a redução da prática de atividade física na adolescência?

Resultados: Constatou-se que algumas das causas do sedentarismo entre adolescentes está relacionada à ambientes inadequados, condição financeira, falta de incentivo dos pais e da escola, tempo excessivo na TV, vídeo games e computador.

Qual a importância da prática de atividade física na adolescência?

A atividade física regular na infância e na adolescência aumenta a força e a resistência, ajudando a construir ossos e músculos saudáveis. Outros benefícios muito importantes são o controle de peso, a redução da ansiedade e do estresse, o aumento da autoestima e o controle do colesterol.

Por que os adolescentes ainda têm dificuldade de procurar uma atividade física regular nos dias de hoje?

Falta de tempo e de interesse são os principais motivos para não se praticar esportes no Brasil. Em 2015, 38,8 milhões de pessoas de 15 anos ou mais praticaram algum esporte no período de referência e 123 milhões de pessoas não praticaram, sendo que 91,3 milhões de pessoas nunca praticaram esportes na vida.

O que deve ser levado em consideração na elaboração e orientação de atividades físicas gerais no contexto escolar no processo de crescimento e desenvolvimento humano?

Os componentes da aptidão (velocidade, força, agilidade, equilíbrio e coordenação) devem ser lembrados no planejamento das aulas de educação física, pois tornam possível uma prática esportiva de melhor qualidade.