Quais são as etapas do aconselhamento psicológico?

*Custódio Sumbane

Um dos passos bastante importante na vida é procurar uma ajuda psicológica, por forma, a encontrar a fórmula do refúgio. Estabelecer uma aliança saudável com o terapeuta. O terapeuta, neste caso, deve estabelecer um vínculo bastante forte, pois parte-se de um pressuposto básico de que ninguém se abre enquanto não se sente segura. Desta feita, é necessário que o terapeuta crie um ambiente ou um clima favorável onde o utente se sentirá a vontade. Deve mostrar, de certa forma, ao cliente que para além de ser especialista é um amigo onde pode se compartilhar as preocupações com ele. O terapeuta deve, sobretudo desenvolver um clima de confiança.

1.   Princípios básicos

O Aconselhamento passa por três fases bastante essenciais à saber: A exploração do problema; a nova compreensão do problema e a acção. Esses aspectos são cruciais para a ocorrência de um aconselhamento psicológico. Na exploração do problema, por exemplo, o terapeuta deve caracterizar e identificar o problema ou a preocupação específica do ponto de vista do utente. Deve-se explorar o problema abarcando, desta forma, todas as esferas ou camadas a sua volta. Isto significa que o terapeuta deve se informar na sua íntegra sobre o utente, a sua família, a sociedade, a escola, a religião, a educação familiar, o tipo de amigos que tem, as doenças crónicas que já teve, o apoio que procurou e a situação actual.

No caso da nova compreensão do problema, o terapeuta ajuda o utente a encarrar o problema de um outro ponto de vista. Tenta-se nesta fase fazer entender ao cliente o que realmente está acontecer, ou seja, tirar o cliente de um ponto para o outro. E por fim, na acção o terapeuta unge o cliente de todas as bases de sustentação para a resolução do seu problema. E procura mostrar que na vida há dois lados (o lado bom e o lado mau), devendo, desta forma, saber viver dentro destas circunstâncias.

2.   Entrevista clínica inicial

A primeira entrevista é bastante marcante tanto para o terapeuta como para o cliente. É nesta fase onde os psicólogos principiantes se sentem confusos e desorientados diante de dificuldades. Os clientes por sua vez, se mostram acanhados e com medo de se abrir. Entretanto, a entrevista inicial necessita de domínio de algumas habilidades como o estabelecimento de um clima de confiança a fim de que o utente se comunique a vontade. E o segundo passo que o terapeuta deve ter em conta, é a colecção de informações precisas sobre o problema em causa de modo que possa fornecer ao utente ferramentas certas de acordo com o problema certo. Nesta primeira fase de contacto com o cliente, nunca deve querer explorar tudo de uma vez. Deve fazer as coisas de forma sequenciada ou em sessões. Nunca responder a todas as perguntas do utente porque numa a pergunta, 50 % da resposta está lá. Logo, antes de mais procure saber do utente acerca do seu ponto de vista com relação à pergunta, porque pode, se calhar, ter uma resposta melhor que a do terapeuta.

Contudo, na mesma linha do pensamento Mwamwenda, (2004: 338), advoga que quando o orientador se encontra com o cliente pela primeira vez, é importante que se faça o cliente sentir se relaxado e à vontade com o orientador. O orientador não necessita de dominar a conversa, mas deve dar espaço ao cliente para que possa expressar os seus pontos de vista que lhe permitirão expressar-se a si mesmo. É da responsabilidade do orientador relacionar aquilo que o cliente está a pensar ou a sentir, e a forma como se está a comportar.

No decurso ou no desenvolvimento da entrevista inicial é necessário usar terminologias inteligíveis tais como em que posso ajudar. Sendo assim, o cliente vai debruçar dos seus problemas. E quando se trata de assuntos demasiadamente chocantes, os utentes tem usado um mecanismo de defesa, projecção, onde saem do epicentro e começam a falar de outros problemas não relacionados. Desta forma, é preciso que o terapeuta use a sua inteligência multifocal, na tentativa de compreender as manobras que os utentes usam para se defender. E no caso de haver necessidade de trocar de conversa ou quando vê que o assunto já foi explorado o suficiente pode se expressar da seguinte maneira, “além de conhecer detalhes sobre a área problemática gostaria de saber alguma coisa sobre a sua situação actual”. Esta forma nos ajuda a mudar do assunto sem causar transtornos ou ferir sensibilidades. Portanto, vale enfatizar que os três momentos de aconselhamento (escuta activa, empatia e a reflexão) são também validas neste processo.

3.   Procedimentos

(i)           Anamnese:

É aqui onde se deve procurar saber da identificação do utente, ou seja, do nome, idade, morada, profissão, habilitação literária, religião, estado civil, vícios. E o problema deve ser estruturado sob forma de Árvore Genealógica.

(ii)         Exploração dos antecedentes patológicos:

Procurar-se-á saber sobre o estado de saúde anterior da sua família mais precisamente das doenças crónicas como diabetes, hipertensão, tuberculoses, enfim.

(iii)        Antecedentes patológicos pessoais;

(iv)        História da doença actual

“O que posso ajudar”; e

(v)         Nova compreensão do problema.

Para o aconselhamento pode ser levada em conta tendo como base diversas perspectivas teóricas do aconselhamento psicológico como as psicodinâmicas, humanistas, cognitivo-comportamentais, fenomenológico-existenciais, feministas, construtivistas e sistémicas, diz Trindade (2008:7)

4.   Sucesso do Terapeuta

Para que o psicólogo tenha sucesso no exercício das suas funções de trabalho deve estar vestido de certas qualidades como empatia, a escuta clinica ou activa e a reflexão. Esses aspectos são de extrema importância, pois é executá-los que poder-se-á desvendar ou entender o valor ou a essência do problema. Por exemplo, na escuta activa pode se controlar a voz (a tonalidade da voz), a expressão facial e os movimentos físicos (os tiques ou a mímica).

A empatiaajuda o terapeuta a colocar-se no lugar do utente, ou seja, a olhar o problema como se fosse dele. Mas muita atenção com esta terminologia, pois é demasiadamente diferente com a simpatia. Depois de executar ou por em prática a escuta clinica ou activa e a empatia, é necessário reflectir sobre o número de sessões necessárias e o tipo de terapia a envolver nesse processo.

Portanto, depois de tudo nunca é mau procurar saber do cliente sobre o nível de gravidade em que o problema actua na sua vida. Das causas do problema actual e ainda a expectativa que o utente tem sobre o tratamento. Pode se procurar também desvendar as tentativas feitas anteriormente antes da consulta.

5.   Discussão e conclusão

No dia-a-dia tem-se vivenciado dilemas que atormentam o nosso estado emocional, psicológico e social, podendo, de alguma forma, colocar em causa o curso normal das nossas actividades. As doenças psíquicas têm tomado conta das gerações actuais. São depressões, ansiedades, transtornos psíquicos, frustrações, fobias, comportamentos anti-sociais e desumanos, suicídios, violências (psicológica, física), homicídios, enfim. A falta de educação emocional dificulta o individuo doptar estratégias que lhe possa ajudar no contorno de certas feridas emocionais. Aquém diga que está em altura de solucionar todos problemas que lhe apoquenta sem for necessário recorrer aos próximos. Será? Cury defende categoricamente que a educação clássica muito raramente ensina aos estudantes as ferramentas básicas para que aprendam, desde a mais tenra infância, a habilidade de filtrar estímulos estressantes, proteger a emoção, gerenciar seus pensamentos, pensar antes de reagir, ser resiliente e, desse modo, alicerçar o Eu como gestor psíquico e aliviar, pelo menos um pouco, os graves sintomas da síndrome do pensamento acelerado (ansiedade). Eis a razão de se ter em conta a questão do atendimento e aconselhamento psicológico como parte integrante da vida humana.

*Psicólogo 

Quais as etapas do aconselhamento psicológico?

As fases que compõem o processo de aconselhamento incluem: descoberta inicial, exploração em profundidade e preparação para ação. Ao longo do tempo, o foco do trabalho de aconselhamento foi deslocado dos conteúdos técnicos específicos, para a interação de ajuda.

Como é feito o aconselhamento psicológico?

O aconselhamento psicológico se distingue da psicoterapia em alguns fatores. A técnica por trás dessa abordagem refere-se à solução de problemas, a tomada de decisão e a gestão da rotina diária. O paciente adquire autoconhecimento e se torna capaz de destravar a vida ao recorrer aos recursos disponíveis à sua volta.

Quais são os métodos de aconselhamento psicológico?

Assim as técnicas diretivas, não-diretivas, catárticas, interpretativas, sugestivas podem ser usadas simultaneamente ou não, de acordo com a natureza do problema e as necessidades do aconselhando.

O que é aconselhamento psicológico Segundo Rogers?

O Aconselhamento Psicológico tem como teoria a de Carl Rogers com a abordagem centrada na pessoa, em seus sentimentos, conflitos e percepções, acreditando na potencialidade do homem e conseqüentemente capacidade de crescer e dar novos significados a sua vida.

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