Quais sao as diferenças essenciais que distinguem o trabalho humano

                                                                                                 

O TRABALHO COMO MEDIAÇÃO                                                                                       Arquivos   

                 

O tema da desigualdade, propondo desta a reflexão sobre a importância do trabalho na vida das pessoas. Os estudos realizados no âmbito da Sociologia sobre o Trabalho servirão de orientação para a abordagem de questões como: O que é trabalho? Qual é o papel do trabalho na vida dos indivíduos? Qual é a diferença entre trabalho e emprego? Qual a especificidade do trabalho na sociedade capitalista? Para tanto, apresentaremos alguns conceitos que são fundamentais para que você entenda a sociedade, que se organiza com base no trabalho, e as relações que os homens estabelecem como produtores de bens e serviços. Propõem uma reflexão sobre as transformações no mundo do trabalho e suas consequências para os trabalhadores, as novas formas de divisão e organização do trabalho e a ampliação das condições precárias de exercício do trabalho e a questão do desemprego.

O objetivo é fazer com que você observe o mundo do trabalho e suas questões sob a perspectiva de um olhar sociológico. Mais uma vez o princípio do estranhamento
da realidade em que você vive deverá nortear as aulas e a sua compreensão a respeito do tema.

A palavra trabalho vem do latim tripalium e refere-se a um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no qual

os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como

um instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois.

A origem da palavra "trabalho" e seu significado. Na civilização ocidental, a ideia de que o trabalho é algo que traz sofrimento é reforçada por outras ideias influenciadas pelas tradições greco-romana e judaico-cristã. Para os gregos, de uma forma geral, o trabalho era visto como algo que "embrutecia os espíritos" e tornava o homem incapaz da prática da virtude; era um mal que a elite deveria evitar. Por isso, era executado por escravos, deixando aos cidadãos as atividades mais nobres, como, por exemplo, a política. No cristianismo, o episódio bíblico da expulsão de Adão e Eva do Paraíso, como consequência do pecado original, condenando-os ao trabalho, a ganhar o "pão com o suor do rosto", ampliou a conotação negativa do trabalho. Assim, ele apresenta, em nossa sociedade, também os sentidos de fadiga, luta, dificuldade e punição. Mas existem outros sentidos para a palavra trabalho, a definição a seguir: Trabalho consiste na "aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim". O uso do adjetivo "humana" na definição anterior enfatiza que trabalho é uma atividade humana, ou seja, só os seres humanos trabalham. Exemplos de animais que são considerados "trabalhadores". Formigas e João-de-barro (Furnarius rujús) Os animais apresentados são vistos, pelo senso comum, como animais trabalhadores. Mas, na perspectiva sociológica, os animais não trabalham, só o homem trabalha. O trabalho é visto como uma atividade que ajuda o homem a construir sua condição de ser humano. Para esclarecer a questão do trabalho como atividade do ser humano, recorreremos a Karl Marx. Sobre Karl Marx Karl Marx nasceu na Alemanha, em 1818. Considerado um dos maiores filósofos alemães, realizou estudos importantes também para a Economia e a Sociologia. Tendo como
base a dialética', desenvolveu o método que permite a explicação da história das sociedades humanas a partir das relações sociais de produção. Radical tanto na teoria
como na militância, participou ativamente de diversas organizações operárias clandestinas, tendo sido expulso de alguns países. Exilado na Inglaterra, passou por muitas
dificuldades financeiras, sendo socorrido por amigos, como Friedrich Engels. Morreu em Londres em 1883.
Dialética é o método de explicação da realidade que tem por base o princípio lógico da contradição, ou seja, a contraposição de ideias ou situações leva a uma nova
ideia ou situação.
Leitura e Analise de texto Texto 1 "Todas as formas de vida mantêm-se em seu meio ambiente natural; assim é que todos desempenham atividades com o propósito de apoderar-se de produtos naturais
em seu próprio proveito. Os vegetais absorvem umidade, minerais e luz do sol; os animais alimentam-se de vida vegetal ou da rapina. Mas apoderar-se desses materiais
da natureza tais como são não é trabalho; o trabalho é uma atividade que altera o estado natural desses materiais para melhorar sua utilidade. Pássaro, castor, aranha,
abelha e térmite [cupim], ao fazerem ninhos, diques, teias e colmeias, trabalham, por assim dizer. Assim, a espécie humana partilha com as demais a atividade de atuar
sobre a natureza de modo a transformá-la para melhor satisfazer suas necessidades.
Entretanto, o que importa quanto ao trabalho humano não é a semelhança com o trabalho de outros animais, mas as diferenças essenciais que o distinguem como
diametralmente oposto."
P. 49. BRAVERMAN, Harry. Copyright © 1974, by MRPress, Reprinred by pennission of Monthly Review Press. Trabalho e capital monopolista. Publicado em língua portuguesa por LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora SA Copyright © 1987, reproduzido com permissão da Editora. Texto 2 "Uma aranha executa operações que se assemelham às de um tecelão, e a abelha, na construção de suas colmeias, deixa envergonhado mais de um arquiteto. Mas o que
distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é isso: o arquiteto projeta sua obra antes de construí-la na realidade. No final de todo processo de trabalho, temos
um resultado que já existia na imaginação do trabalhador desde o seu começo."
MARX, KarI. Capital- A Critique of Political Economy. The labour-process and the process of producing surplus-value. VoI. 1, Part II!, Section 1, capo VII.
Traduçáo Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins.
Disponível em: <//www.marxists.org/archive/marx/works/I867-cl/index.htm>. Acesso em: 7 jan. 2010. O trabalho humano do trabalho dos outros animais

O trabalho humano se distingue do trabalho animal, pois o homem ao trabalhar planeja antes de executar uma atividade. Ele concebe o trabalho antes de executá-lo.

Já os animais não possuem essa capacidade. Eles trabalham de forma instintiva. Na verdade, é equivocado usar o termo trabalho para se referir às atividades realizadas pelos outros animais. Os animais executam tarefas guiados pelos instintos: a abelha faz o mel e a colmeia instintivamente, por isso que todas as colmeias são iguais para as abelhas de uma mesma espécie; a formiga também constrói instintivamente os formigueiros, e por isso eles são todos iguais; e o mesmo ocorre com o João de Barro e sua casa. Os animais só mudam sua maneira de agir se ocorre alguma alteração no meio que os leva a se adaptarem, mas eles não mudam suas atitudes intencionalmente. Só o homem tem essa capacidade, os outros animais não. Com o objetivo de obter os meios que garantam a sua sobrevivência, o homem age sobre a natureza, transformando-a. Ele se apropria dos materiais existentes na natureza e cria objetos, inventa coisas, se relaciona com outros homens, por intermédio do trabalho.

Distinção entre trabalho e emprego

Trabalho sempre existiu, sob diferentes formas, ao longo da história da humanidade. É uma atividade que ajuda o homem a construir sua condição de ser humano. O homem emerge gradualmente, desenvolve-se e se torna um ser humano no exercício de sua atividade, de seu trabalho, da sua produção social. Nesse sentido, pode-se dizer que, ao trabalhar, o homem humaniza a natureza e se constrói como ser humano, ou seja, o trabalho humaniza o homem, pois ele age de forma deliberada e consciente sobre a natureza. O trabalho, portanto, é uma atividade de mediação entre o homem e a natureza.

Emprego é uma relação social de trabalho muito recente, quando o homem deixa de ser escravo ou servo e se transforma em homem livre. Livre para vender o seu trabalho e estabelecer um contrato com o comprador, em troca de um salário que lhe permite adquirir os meios de vida necessários à sua sobrevivência. Emprego pressupõe trabalho assalariado, sendo, portanto, característico da sociedade capitalista.

Leitura e Análise de Texto

O trabalho livre sucedeu historicamente a outras formas de trabalho, como a escravidão e a servidão. Na Grécia Antiga, o trabalho era uma atividade exerci da pelos
escravos. Na Idade Média, as pessoas trabalhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todos esses momentos da história,
 as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se dissemina com o capitalismo, quando o trabalhador passa a vender sua força de
trabalho (física ou mental) em troca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especifica suas funções. Ao contrário do
 que ocorria na Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, e na Idade Média, em que os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no
capitalismo os trabalhadores são livres para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego.

Em outras palavras

Na Grécia Antiga, o trabalho era atividade exercida pelos escravos. Na Idade Média, as pessoas trabalhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todos esses momentos da história, as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se dissemina com o capitalismo. Na Antiguidade, os escravos eram uma propriedade e, na Idade Média, eram servos presos à terra do senhor feudal.

No capitalismo, o trabalhador vende a sua força de trabalho (física ou mental) em troca de um salário que lhe permita adquirir os meios de vida necessários à sua sobrevivência. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especifica suas funções. No capitalismo, os trabalhadores são livres para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego.

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

O objetivo do poema “A trama da rede ”é trazer elementos para pensar sobre as diferentes foras de trabalho na história da humanidade, com destaque para a especificidade do trabalho na sociedade capitalista. Nesse sentido, serão explanadosconceitos como divisão social e divisão manufatureira do trabalho, relações de trabalho e alienação.

Refletindo sobre o poema Canto I: O trabalho de tecer a rede é exercido em casa alheia, ou seja, não na casa do trabalhador, mas no local determinado pelo seu patrão, na manufatura. Ali, são reunidos
vários trabalhadores, que, exercendo diferentes trabalhos, transformam os fios de várias cores em rede. A trama, o desenho da rede, é mostrada como a trama que
enreda, que prende o trabalhador à máquina, que impõe seu movimento ao corpo do trabalhador.

Canto III:

O trabalhador que transforma a matéria-prima o algodão em fio, e o fio em rede, produz uma mercadoria que não pertence a ele, mas, sim, a quem o contratou.

Ou seja, a rede que ele produz com o seu trabalho não pertence a ele, mas, sim, a quem lhe paga o salário.

Canto VII:

O ponto central deste canto refere-se ao tempo ou ritmo de trabalho que, na manufatura, não é mais determinado pelo trabalhador, mas, sim, pelo ritmo da máquina, imposto pelo dono da oficina.

Canto VIII:

Este canto completa o anterior, pois se refere ao controle exercido pelo dono da manufatura, que não está preocupado com a saúde e a vida do trabalhador, mas, sim, com a produtividade do trabalho.

Canto IX:

Na manufatura, o trabalhador executa movimentos repetitivos, especializando-se apenas em uma atividade de trabalho, automaticamente, seguindo o movimento da máquina, sem nenhuma criatividade, tornando-se um trabalhador limitado em seu conhecimento.

Canto XI:

Esta estrofe refere-se ao trabalho exercido por homens e mulheres, velhos, moças e crianças, tornados servos do trabalho coletivo que produz a rede.

Canto XII:

O trabalho exercido na produção de uma mercadoria, a rede, que não lhe pertence, submete o trabalhador e o seu corpo às determinações de seu patrão, aquele que lhe paga o salário. Seu corpo, suas energias, sua força de trabalho são vendidos em troca de um salário e usados na produção de uma mercadoria que não lhe pertence.

Canto XIV:

Na manufatura, o corpo do operário parece ser um prolongamento da máquina: seus braços, mãos, pés põem em movimento a máquina e são movidos por ela. O corpo, a força de trabalho do trabalhador, torna-se um objeto que ele vende em troca de seus meios de vida, aquilo que lhe permite sobreviver e retornar, todo dia, ao local de trabalho, reproduzindo a sua servidão à máquina e ao seu patrão.

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO Divisão social do trabalho e divisão manufatureira do trabalho A discussão sobre a divisão do trabalho vai retomar conteúdos que você provavelmente já estudou em aulas de História, com o objetivo de esclarecer o processo de
transformação da sociedade feudal e a constituição da sociedade capitalista moderna.
A sociedade moderna tem início em meados do século xv, e sua constituição é marcada pelos processos de urbanização e industrialização. O trabalho na sociedade moderna
 é o trabalho na indústria, e o próprio desenvolvimento econômico e social aparece vinculado ao desenvolvimento da indústria. Essa sociedade resultou de um processo
de transformação, em que se constituíram um novo modo de trabalhar, relações sociais diferentes e um novo modo de vida marcado pelo desenvolvimento industrial.
Leitura e Análise de Texto O esfacelamento do mundo feudal consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas de trabalho artesanal foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a
partir do campo, produzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. O crescimento da população expulsa do campo, incapacitada de produzir tudo aquilo de
que necessitava para sobreviver (os seus meios de vida), fez com que a procura por esses bens aumentasse. Assim, durante o século XIX, foram desenvolvidas as
indústrias rurais em domicílio, como forma de aumentar a produção. Os comerciantes distribuíam a matéria-prima nas casas dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidade do trabalho. Essas indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a manufatura, e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes, além de formar mão de obra para o trabalho industrial nas cidades.

Manufatura

A palavra manufatura vem do latim e significa trabalho manual. São necessários dois fatores para o desenvolvimento da manufatura:

Primeiro, a existência de um empresário com capital para comprar a matéria-prima e ferramentas e concentrar em sua oficina um grande número de trabalhadores. Ou seja, em vez de distribuir esses meios de produção nas casas dos trabalhadores, o comerciante transformado em industrial os junta sob um mesmo teto, criando assim a manufatura.

Segundo, a existência de trabalhadores livres, ou seja, que não são mais donos dos meios de produção e dependem para sua sobrevivência da venda de seu trabalho ou da sua força de trabalho, transformando-se, assim, em trabalhador assalariado.

Leitura e Análise de Texto A divisão do trabalho existiu em todas as sociedades, desde o momento em que o homem começou a trocar coisas e produtos, criando uma interdependência com os outros homens. Assim, o artesão troca o produto de seu trabalho, o tecido, pelo algodão, cultivado pelo agricultor. A base da troca está na necessidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz. A divisão do trabalho deriva, portanto, do caráter específico do trabalho humano e ocorre quando os homens, na vida em sociedade, dividem entre si as diferentes especialidades e ofícios. A divisão do trabalho em ofícios ou especialidades existiu em todas as sociedades conhecidas e deve muito à divisão sexual do trabalho. Ou seja, no início, havia uma divisão entre especialidades ou ofícios que eram preferencialmente atribuídos às mulheres e outros que eram executados por homens. Elaborado especialmente para o São Paulo foz escola. Divisão manufatureira do trabalho Leitura e Análise de Texto A manufatura se estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendo substituída pela grande indústria. Na manufatura, foram introduzi das
algumas inovações técnicas que modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos poucos, o trabalhador foi deixando de ser responsável pela produção integral
de determinado objeto e passou a se dedicar unicamente a uma atividade. Houve um aceleramento da divisão do trabalho, o que fez com que um produto deixasse de
ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de inúmeros trabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários trabalhadores, cada um acrescentando alguma coisa a ele e, no final do processo, o produto era o resultado não de um trabalhador individual, mas de um trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedade capitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja, pela especialização do trabalhador na execução de uma mesma e única tarefa, especializando-se e especializando o seu corpo nessa operação.
Na divisão manufatureira do trabalho, o homem é levado a desenvolver apenas uma habilidade parcial, limitando o conjunto de habilidades e capacidades produtivas que
possuía quando era artesão. É isso que torna o trabalhador dependente e o faz vender a sua força de trabalho; e esta só serve quando comprada pelo capital e posta
a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do trabalho tinha como objetivo o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento do método do
trabalho, e teve como resultado o que ele chama de "a virtuosidade do trabalhador mutilado'", com a especialização dos ofícios. Na manufatura, portanto, a
produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do trabalhador e da perfeição de suas ferramentas, e já havia o uso esporádico de máquinas. Será
apenas na grande indústria que a máquina desempenhará um papel fundamental, primeiro com base na mecânica, depois na eletrônica e, atualmente, na microeletrônica.
I Marx utiliza o termo "mutilado" para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única e repetitiva atividade. Refletindo; os cantos IX e XI, do poema de Brandão

Os cantos IX e XI, do poema de Brandão, que remetem exatamente à especialização do trabalho na

manufatura. É importante enfatizar que, pela divisão manufatureira do trabalho, o homem é levado a desenvolver apenas uma habilidade parcial, limitando o conjunto de habilidades e capacidades produtivas que possuía quando era artesão. É isso que torna o trabalhador dependente e o faz vender a sua força de trabalho; e esta só serve quando comprada pelo capital e posta a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do trabalho tinha como objetivo o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento do método de trabalho, e teve como resultado o que ele chama de "a virtuosidade do trabalhador mutilado'", com a especialização dos ofícios. Na manufatura, portanto, a produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do trabalhador e da perfeição de suas ferramentas, e já havia o uso esporádico de máquinas. Será apenas na grande indústria que a máquina desempenhará um papel fundamental, primeiro com base na mecânica, depois na eletrônica e, atualmente, na microeletrônica. Marx utiliza o termo "mutilado" para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única e repetitiva atividade.

CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DO SISTEMA ECONÔMICO Leitura e Análise de Texto "Uma das características mais distintivas do sistema econômico das sociedades modernas é a existência de uma divisão do trabalho extremamente complexa: o trabalho
passou a ser dividido em um número enorme de ocupações diferentes nas quais as pessoas se especializam. Nas sociedades tradicionais, o trabalho que não fosse agrário
implicava o domínio de um ofício. As habilidades do ofício eram adquiridas em um período prolongado de aprendizagem, e o trabalhador normalmente realizava todos os
aspectos do processo de produção, do início ao um. Por exemplo, quem trabalhasse com metal e tivesse que fazer um arado iria forjar o ferro, dar-lhe a forma e
 montar o próprio implemento. Com o progresso da produção industrial moderna, a maioria dos ofícios tradicionais desapareceu completamente, sendo substituída por
habilidades que fazem parte de processos de produção de maior escala. Um eletricista que hoje trabalhe em um ambiente industrial, por exemplo, pode examinar e
consertar alguns componentes de um tipo de máquina; diferentes pessoas lidarão com os demais componentes e com outras máquinas. A sociedade moderna testemunhou
uma mudança na localização do trabalho. Antes da industrialização, a maior parte do trabalho ocorria em casa, sendo concluído coletivamente por todos os membros da
família. Os avanços na tecnologia industrial, como o uso do carvão, contribuíram para a separação entre trabalho e casa. As fábricas de propriedade dos empresários
tornaram-se foco de desenvolvimento industrial: maquinários e equipamentos concentraram-se dentro destas, e a produção em massa de mercadorias começou a ofuscar
a habilidade artesanal em pequena escala, que tinha a casa como base. As pessoas que procurassem emprego em fábricas eram treinadas para se especializarem em uma
tarefa, recebendo um ordenado por esse trabalho. O desempenho era supervisionado pelos gerentes, os quais se preocupavam em implementar técnicas para ampliar a
produtividade e a disciplina dos trabalhadores.
O contraste que existe na divisão do trabalho entre as sociedades tradicionais e as modernas é verdadeiramente extraordinário. Mesmo nas maiores sociedades tradicionais,
 geralmente não havia mais do que 20 ou 30 ofícios, contando funções especializadas como as de mercador, soldado e padre. Em um sistema industrial moderno, existem literalmente milhares de ocupações distintas. O censo do RU [Reino Unido] lista cerca de 20 mil empregos diferentes na economia britânica. Nas comunidades tradicionais, a maior parte das pessoas trabalhava na agricultura, sendo economicamente autossuficiente. Produziam seus próprios alimentos, suas roupas, além de outros artigos que necessitassem. Um dos aspectos principais das sociedades modernas, em contraste, é uma enorme expansão da interdependência econômica. Para termos acesso aos produtos e aos serviços que nos mantêm vivos, todos nós dependemos de um número imenso de trabalhadores - que, hoje em dia, estão bem espalhados pelo mundo. Com raras exceções, a vasta maioria dos indivíduos nas sociedades modernas não produz o alimento que come, a casa onde mora ou os bens materiais que consome. Os primeiros sociólogos escreveram extensivamente a respeito das consequências potenciais da divisão do trabalho - tanto para os trabalhadores em termos individuais como para toda a sociedade. Para Marx, a mudança para a industrialização e a mão de obra assalariada certamente resultaria muna alienação entre os trabalhadores. Uma vez que estivessem empregados numa fábrica, os trabalhadores perderiam todo o controle do seu trabalho, sendo obrigados a desempenhar tarefas monótonas, de rotina, que despojariam seu trabalho do valor criativo intrínseco. Em um sistema capitalista, os trabalhadores acabam adotando uma orientação instrumental para o trabalho, afirmava ele, vendo-o como nada mais do que uma maneira de ganhar a vida."
GIOOENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 309. RELAÇÃO DE TRABALHO E ALIENAÇÃO Leitura e Análise de Texto A produção capitalista pressupõe, como já vimos, a existência do trabalho livre, e não a servidão e a escravidão. O trabalhador é livre, isto é, não dispõe dos meios de trabalho e de vida, portanto é livre para vender a única propriedade de que dispõe, a sua força de trabalho. O trabalhador, por conseguinte, submete-se ao domínio do capital, aceitando suas imposições e determinações. É o capital que assume a função de dirigir, de supervisionar. Esse domínio do capital sobre o processo de trabalho se impõe, na medida em que o objetivo, o motivo
que impele e direciona todo o processo de produção capitalista, é a expansão do próprio capital, a maior produção de mais-valia', e, portanto, a maior exploração
possível da força de trabalho.
A dominação do capital sobre o trabalho tem o objetivo de garantir a exploração do processo de trabalho social. Com isso, a dominação tem como condição o antagonismo inevitável entre o capitalista e o trabalhador. Para os trabalhadores, entretanto, a cooperação imposta pela divisão do trabalho não significa a percepção de sua força como grupo. A relação que estabelecem é com o capital, e não entre si. O trabalhador torna-se incapaz de perceber que a riqueza que ele desenvolve é produto de seu trabalho, como também não consegue se reconhecer no produto de seu trabalho. A consequência da divisão do trabalho é a separação, no processo de trabalho, entre concepção e execução do trabalho. A decisão sobre o que produzir e como produzir não é mais responsabilidade do trabalhador, mas, sim, do capital ou seus representantes. Além disso, o produto, a mercadoria, não resulta de seu trabalho individual, e sim do trabalho de todos. Ele realiza apenas uma parte dela e, assim, o produto do trabalho, a mercadoria, aparece ao trabalhador como algo alheio, estranho a ele. A relação do trabalhador com o produto de seu trabalho é, portanto, de alheamento, de estranhamento. O trabalhador, que colocou a sua vida no objeto, agora se defronta com ele, como se a coisa, a mercadoria, tivesse vida própria, independente, e fosse dotada de um poder diante dele. De fato, assim como o trabalho já não lhe pertence, mas a um outro homem (o proprietário dos meios de produção), o produto de seu trabalho igualmente não lhe pertence. Esse processo é o que Marx chama de relação alienada do homem com outro homem, com o produto de seu trabalho e com o trabalho. Para Marx, então, o trabalho livre, assalariado, é trabalho alienado. O comprador da força de trabalho ou da capacidade de trabalho não se limita a usá-Ia somente durante o tempo necessário para repor o valor da força de trabalho,
mas, sim, durante um tempo além dele, quando o trabalhador produzirá, então, um valor excedente, ou uma mais-valia, da qual o capitalista se apropria.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Dominação do capital, trabalho alienado

O domínio do capital sobre o processo de trabalho se impõe, na medida em que o objetivo, o motivo que impele e direciona todo o processo de produção capitalista, é a expansão do próprio capital, a maior produção de mais-valia, portanto, a maior exploração possível da força de trabalho. A dominação do capital sobre o trabalho, portanto, tem o objetivo de garantir a exploração do processo de trabalho social. O trabalhador torna-se incapaz de perceber que a riqueza que ele desenvolve é produto de seu trabalho, como também não consegue se reconhecer no produto de seu trabalho. O produto, a mercadoria, não resulta de seu trabalho individual, mas, sim, do trabalho de todos. Ele realiza apenas uma parte dela e, assim, o produto do trabalho, a mercadoria, aparece ao trabalhador como algo alheio, estranho a ele. A relação do trabalhador com o produto de seu trabalho é, portanto, uma relação de alheamento, de estranhamento. O trabalhador, que colocou a sua vida no objeto, agora se defronta com ele como se a coisa, a mercadoria, tivesse vida própria, independente e fosse dotada de um poder diante dele. De fato, assim como o trabalho já não lhe pertence, mas, sim, a outro homem (o proprietário dos meios de produção), o produto de seu trabalho igualmente não lhe pertence. Esse processo é o que Marx chama de relação alienada do homem com outro homem, com o produto de seu trabalho e com o trabalho. Para Marx, então, o trabalho livre, assalariado, é trabalho alienado.

TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO: EMPREGO E DESEMPREGO NA ATUALIDADE

Qual é a importância do trabalho na vida das pessoas? Por que as pessoas trabalham? O que significa o desemprego na vida das pessoas? Por que as pessoas ficam desempregadas? A experiência de cada um ou de familiares e amigos, tanto com relação ao trabalho como com relação ao desemprego tem elementos significativos dessa discussão, em opiniões negativas e em outra as positivas. No caso das duas primeiras perguntas, que se referem ao trabalho e ao emprego, a importância do trabalho relaciona-se com a necessidade de garantir os meios de vida do trabalhador e de sua famílias. Sem trabalho as pessoas não sobrevivem, não têm casa para morar, alimentos, roupas, calçados, não podem estudar, não têm lazer. Mas as respostas podem indicar, igualmente, uma ética do trabalho, invocando valores como honestidade, dignidade, independência, autorrealização, contudo, a insatisfação com o trabalho, negando esses valores ao considerar o trabalho como uma carga imposta aos indivíduos e demonstrar menosprezo por aqueles que trabalham.

Com a distribuição das pessoas que estão ocupadas em algum tipo de atividade, segundo a posição que ocupam. Esse gráfico é parte de uma pesquisa sobre condições de vida. Anexo 1

A Pesquisa de Condições de Vida foi aplicada em amostra de cerca de 20 mil domicílios, representativa da população paulista residente em área urbana. Foram visitados cerca de 150 municípios do interior do Estado, além dos pertencentes às três regiões metropolitanas - São Paulo, Baixada Santista e Campinas -, com o intuito de oferecer um panorama da situação socioeconômica da população urbana paulista. A pesquisa foi realizada entre junho e novembro de 2006, em domicílios localizados nas áreas urbanas, que concentravam, naquele ano, 93,7% da população residente no Estado de São Paulo. (Pesquisa de Condições de Vida - Fundação Seade - Disponível em: <//www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/publicacao_complet apcv_2006.pdf>. Acesso em: 13 maio 2009. Realizada no Estado de São Paulo).

Os trabalhadores com carteira assinada têm garantido o acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), férias remuneradas, 13º salário; em alguns casos, direito a seguro-desemprego e inscrição no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que garante o direito à aposentadoria. Os empregados domésticos têm direito a férias remuneradas, 13º salário e inscrição no INSS. O trabalhador autônomo deve se inscrever na Prefeitura, pagar vários impostos e contribuir para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o que lhe garante a aposentadoria e recebimento de alguns benefícios na hipótese de doença que o impeça de realizar seu trabalho. Mas ele não tem direito a seguro-desemprego, ao FGTS, nem a férias remuneradas ou a 13º salário.

A taxa global de participação para o Estado de São Paulo é de 58,9%. A região com a taxa mais alta de participação é a Região Metropolitana de São Paulo, com 63,0%. A região que apresenta a menor taxa de participação é a região de Registro, com apenas 48,9%. A região que apresenta a taxa mais alta de desemprego é a Região Administrativa de Registro, com 20,7%, seguida de perto pela região de São José dos Campos, com 19,5%. A região que apresenta a taxa mais baixa de desemprego é a região de Campinas, com 11,3%.

Jovem e Trabalho Apresentamos em seguida um conjunto de informações que introduzem uma nova questão: o desemprego atinge muito mais os jovens do que os adultos. O objetivo dessa discussão é permitir que você consiga refletir sobre a condição do jovem trabalhador, com base no princípio do estranhamento. Leitura e Análise de Texto "O desemprego afeta com intensidade diferenciada os diversos segmentos populacionais. De modo geral, seu patamar é mais elevado entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos (43,9%) e jovens de 18 a 24 anos (24,9%). Coerentemente com essa condição, as maiores taxas também se observam entre os que não concluíram o Ensino Médio (20,5%) e os que ocupavam a posição de filhos no domicílio (24,3%). Tal quadro não apresenta diferenciações regionais relevantes." Comparando as porcentagens de desemprego para as crianças e os adolescentes e para os jovens com as taxas de desemprego nas regiões do Estado de São Paulo conclui que as taxas de desemprego para as crianças e os adolescentes (43,9%) e para os jovens (24,9%), vistas no gráfico observa-se que as taxas para crianças e adolescentes e para jovens são superiores às taxas em todas as regiões do Estado. Fundação Seade. Pesquisa de Condições de Vida - Mercado de Trabalho, 2006. P: 12. Disponível em: <//www.seade.gov.brlproduros/pcv/pdfs/publicacao_completa_pcv_2006.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2010. Ipea: jovens são 46,6% de desempregados no País Carolina Ruhman - Agência Estado. "sAo PAULO - Cerca da metade do total de desempregados no Brasil tem entre 15 e 24 anos, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De acordo com o estudo, a proporção entre o número de jovens
desempregados e o total de pessoas sem emprego no País era de 46,6% em 2005, a maior taxa entre os dez países pesquisados. No mesmo período, no México, essa
proporção era de 40,4%; na Argentina, de 39,6%; no Reino Unido, de 38,6%; e, nos Estados Unidos, de 33,2%.
Segundo o Ipea, o problema do desemprego tende a ser mais acentuado entre os jovens do que no restante da população em todo o mundo e o crescimento do
desemprego entre os jovens reflete a expansão geral do problema em todas as faixas etárias. Entretanto, o instituto avalia que não há tendência de aproximação entre
 as taxas de desemprego de jovens e adultos. 'Ao contrário, a taxa de desemprego dos jovens cresce proporcionalmente mais', destaca o documento.
o desemprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 24 anos. O índice vem aumentando, uma vez que em 1995
 era de 2,9 vezes e em 1990, 2,8. A pesquisa mostra que, em 2006, a taxa de desemprego era de 5% entre os adultos de 30 a 59 anos, de 22,6% entre os jovens de
 15 a 17 anos, de 16,7% entre 18 e 24 anos, e de 9,5% entre 25 e 29 anos.
O Ipea atribui esse fenômeno à maior rotatividade entre os trabalhadores jovens do que entre os adultos, o que implica uma taxa de desemprego maior. O instituto
 ressalta que parte dessa rotatividade não é necessariamente problemática, já que está mais relacionada às decisões do jovem e ao processo de 'experimentação' em
várias ocupações.
Entretanto, esta questão também é explicada pelo lado da demanda, uma vez que os postos de trabalho ocupados por pessoas de baixa qualificação e experiência são,
em geral, os piores em termos de remuneração e condições de trabalho, além de terem os menores custos de demissão e contratação. Nesse contexto, os jovens
encontram disponíveis apenas ocupações precárias e de curta duração, destaca o Ipea.
Escolaridade A pesquisa chama atenção também para a defasagem escolar. De acordo com o estudo, cerca de 34% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão no Ensino Fundamental,
enquanto apenas 12,7% dos jovens de 18 e 24 anos frequentam o Ensino Superior. 'Em suma, com o aumento da idade, diminui a frequência de jovens à educação
escolar', aponta o estudo. Por outro lado, a proporção de jovens fora da escola é crescente, conforme a faixa etária: 17% entre os com idade de 15 a 17 anos; 66%
entre 18 e 24 anos e 83% entre 25 e 29 anos, sendo que muitos deles não chegaram a completar o Ensino Fundamental. Outro ponto destacado pelo estudo é o grau
de analfabetismo no Brasil. A taxa de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever um bilhete simples ainda se mantinha acima de 10% em 2006.
"É uma taxa bastante elevada, sobretudo quando comparada às de outros países do próprio continente sul-americano, como Uruguai, Argentina e Chile, cujas taxas
variam entre 2% e 4%", aponta o documento. De acordo com o estudo, o analfabetismo entre jovens de 15 a 24 anos tornou-se um 'problema residual' nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, onde as taxas giram em torno de 1 %. Já no Nordeste, o problema é maior, já que a região ainda registra taxa de 5,3% de
analfabetismo para os jovens entre 15 e 24 anos e de 11,6% para a faixa etária de 25 a 29 anos.
Representatividade De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia em 2006 no País 51,1 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, o que
correspondia a 27,4% da população total. O número é 48,5% maior do que o de 1980, quando havia no País 34,4 milhões de jovens.
RUHMAN, Carolina. O Estado de S. Paulo, 20 maio 2008. Disponível em: <hrtp://www.estadao.com.br/economia/nOt3coI75595.O.htm>. Acesso em: 7 jan. 2010.

CONCLUIR QUE

A taxa de jovens desempregados em relação ao total de pessoas desempregadas no Brasil era de 46,6% em 2005. Não se trata de um problema que se refere só ao ano de 2005. Ao longo dos anos, a

proporção entre o desemprego dos jovens e o dos adultos só tem aumentado: em 1990, o desemprego dos jovens era 2,8 vezes maior do que o desemprego dos adultos, em 1995, era 2,9 vezes maior e em 2005 passou a ser 3,5 vezes maior. Esse não é um problema que ocorre só no Brasil, ainda que em nosso país essa taxa seja maior, comparada com a do México (40,4%), da Argentina (39,6%), do Reino Unido (38,6%) e dos Estados Unidos (33,2%), segundo os dados de 2005. Para as faixa etária de15a 17 anos, taxa de desemprego 22,6%; 18 a 24 anos, taxa de desemprego 16,7%; 25 a 29 anos, taxa de desemprego 9,5%; 30 a 59 anos, taxa de desemprego 5,0% Para explicar a maior taxa de desemprego entre os jovens, em primeiro lugar, o Ipea aponta a questão da rotatividade entre os jovens, ou seja, eles tenderiam a mudar mais de emprego, pois estariam experimentando ocupações, ou seja, eles não sabem ainda o que querem e mudam mais facilmente de emprego do que a população mais velha. Em segundo lugar, o Ipea explica que isso

ocorre em parte como consequência da baixa qualificação do jovem e do tipo de posto que ocupa. Como o jovem possui, de uma maneira geral, baixa qualificação e experiência, ele ocupa aqueles postos que são, em geral, os piores em termos de remuneração e condições de trabalho, além de terem os menores custos de demissão e contratação. Ou seja, como a qualificação exigida para o posto é baixa, ele é mal remunerado e, assim, é mais fácil, do ponto de vista econômico, contratá-lo ou demiti-lo. Por isso, conseguem ocupações mais precárias e de curta duração. O terceiro ponto está relacionado à questão da escolaridade: ao tratar essa questão, logo após a afirmação de que os jovens têm uma baixa qualificação, o artigo indiretamente relaciona a questão do desemprego à escolaridade. Afinal, a grande defasagem escolar diminui as chances dos jovens de conseguirem empregos melhores e mais bem remunerados, pois não possuem qualificação para tanto. Quanto as questão da escolaridade a pesquisa chama a atenção para a defasagem escolar. De acordo com o estudo, cerca de 34% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão no Ensino Fundamental, enquanto apenas 12,7% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam o Ensino Superior. Outro ponto importante é a crescente proporção de jovens fora da escola, conforme a faixa etária: 17% entre os com idade de 15 a 17 anos; 66% entre os com 18 a 24 anos e 83% entre os com 25 a 29 anos, uma vez que muitos deles não chegaram a completar o Ensino Fundamental. Além disso, o artigo aponta, também, a elevada taxa de analfabetismo em nosso país, ou seja, a dificuldade de pessoas de 15 anos ou mais de escreverem ou lerem um bilhete simples.

Gráfico em anexo_3

Conclusão é que o mês que apresentou a taxa mais alta de desemprego foi o de março, com 14,3%, e a mais baixa foi em dezembro, com 11.8%. A taxa de desemprego começou a cair no mês de agosto de 2008, quando atingiu 14%. Elas referem-se às taxas de desemprego no ano 2009. Em janeiro e fevereiro, houve um ligeiro acréscimo do desemprego (de 12,5% e 13,5%, respectivamente), quando comparado a dezembro de 2008, mas ainda se mantendo ligeiramente abaixo das taxas registradas nos mesmos meses em 2008. No mês de março, contudo, o desemprego volta a aumentar, com a maior taxa desde janeiro de 2008: 14,9%.

Transformações no mundo do trabalho

Leitura e Análise de Texto ''Ao lado do término da escolaridade formal e da constituição de urna nova família, o ingresso no mercado de trabalho constituía-se tradicionalmente como um marco
importante da transição dos jovens para a vida adulta. E, para boa parte dos jovens dos chamados países desenvolvidos, esse ingresso ocorria apenas após o término da
 educação formal. No Brasil, esta realidade nunca foi predominante para a maioria dos jovens, sendo mais evidentes o início da vida ativa antes mesmo da conclusão da
escolaridade e a combinação entre trabalho e estudo. Mas, tanto nos países desenvolvidos como aqui, muitos estudos passaram a reconhecer a diversificação e complexidade dos caminhos das jovens gerações em direção à vida adulta. Nesse processo, as transformações na instituição escolar e no mundo do trabalho têm um lugar importante, parecendo significativo aprofundar a observação dos percursos juvenis nas duas esferas. Primeiramente, considerando o mundo do trabalho, ainda se encontra em curso um intenso processo de crise e transformação que, há pelo menos mais de 30 anos, vem atingindo de modo diferenciado as mais diversas regiões, setores e perfis dos trabalhadores.
A partir dos anos 1970, nos países desenvolvidos, e do final dos anos 1980, no Brasil, os mercados de trabalho tornaram-se cada vez mais heterogêneos e fragmentados,
observando-se um grupo de trabalhadores com alta qualificação, atividades em período integral e direitos trabalhistas assegurados convivendo ao lado de uma grande
massa de trabalhadores pouco qualificados, ocupando postos de trabalho precários, mal remunerados, muitas vezes sem quaisquer direitos trabalhistas, e junto ainda a um número cada vez maior de desempregados.
Sendo assim, as transformações no mundo do trabalho e o aumento dos ganhos de produtividade não significam aumento do nível de emprego, tornando o desemprego
um problema estrutural no cenário global. O período mais recente mostra um contexto de maior crescimento da atividade econômica e das oportunidades de empregos
e ocupações que, embora ainda insuficientes, podem ser indicativos de relevantes mudanças socioeconômicas em curso."
CORROCHANO, Maria Carla ... [et ai). Jovem e trabalho no Brasil: desigualdades e desafios para as políticas públicas. São Paulo: Ação Educativa, Instituto ibi, 2008. p. 9.

Conclusão

A passagem da juventude à idade adulta tem como marcos a conclusão do Ensino Médio ou Superior, o ingresso no mercado do trabalho e a constituição de uma nova família. A partir dos anos 1970, nos países desenvolvidos, e do final dos anos 1980, no Brasil, os mercados de trabalho tornaram-se cada vez mais heterogêneos e fragmentados, observando-se um grupo de trabalhadores com alta qualificação, atividades em período integral e direitos trabalhistas assegurados, convivendo ao lado de uma grande massa de trabalhadores pouco qualificados, ocupando postos de trabalho precários, mal remunerados, muitas vezes sem quaisquer direitos trabalhistas, e junto ainda com um número cada vez maior de desempregados. Sendo assim, as transformações no mundo do trabalho e o aumento dos ganhos de produtividade não significam aumento do nível de emprego, tornando o desemprego um problema estrutural no cenário global.

Introdução de inovações tecnológicas e o trabalho As transformações ocorridas no mundo do trabalho são o resultado, principalmente, da automação ou introdução de inovações tecnológicas. Essas máquinas modernas que
revolucionaram os modos de se comunicar, relacionar e trabalhar facilitam a vida das pessoas, mas, por outro lado, quando aplicadas ao processo de trabalho, implicam a
 utilização cada vez menor de mão de obra para obter cada vez mais bens e serviços. Esse é o significado de "ganhos de produtividade" que aparece no texto
apresentado: hoje é possível produzir mais riqueza com um número menor de trabalhadores. A grande indústria moderna é o ápice do processo de substituição do homem pela máquina, discutido por Marx. Braços robóticos trabalhando em linha automatizada de montagem de automóveis
O sistema taylorista-fordista de produção Durante o processo de desenvolvimento da indústria, houve o esforço de introduzir mudanças no processo de produção e na organização do trabalho, com o objetivo de aumentar a produtividade do trabalho, ou seja, fazer com que o trabalhador produzisse mais em menor tempo.

Conclusão

Por taylorismo entendemos as modificações introduzidas por Frederick W. Taylor, no final do século XIX, no modo de produzir, sustentadas essencialmente por estudos de tempos e movimentos. O objetivo era o de controlar e determinar os métodos de trabalho, selecionando os trabalhadores e as ferramentas mais adequadas para o trabalho a ser realizado. O fordismo tem como principal elemento a introdução, por Henry Ford, em 1913, da linha de montagem com esteira, na produção de automóveis. No entanto, mais do que inovação tecnológica, o fordismo se caracteriza por ser um sistema com uma ampla divisão do trabalho, produção em massa de bens padronizados, sindicatos

relativamente fortes e aumentos de salários reais.

A junção do controle de tempo com a esteira na linha de produção recebeu o nome de fordismo-taylorismo. Esse foi o sistema de produção predominante até a década de 1960, que se caracterizava por produção em massa e altamente homogeneizada, utilização do trabalho parcelar, o operário visto como um apêndice da máquina, executando atividade repetitiva. Conseguiu reduzir o tempo de produção e aumentar o ritmo. Era a mescla da produção em série fordista com o cronômetro taylorista. A dimensão intelectual do trabalho ficava a cargo de bem poucos, pois utilizava uma grande massa de trabalhadores pouco ou semiqualificados. Leitura e Análise de Texto Acumulação flexível o regime de acumulação flexível é caracterizado por uma intensa racionalização, com a introdução da microeletrônica e, principalmente, pela flexibilidade de tudo que se refere à produção, ou seja, mercados de trabalho, processos de trabalho, produtos e padrões de consumo. Define-se um novo padrão para a produção, alterando não só as condições técnicas em que o trabalho é realizado, mas também os padrões de relacionamento dos trabalhadores entre si, as suas formas de organização, mobilização e reivindicação. Novos termos passam a ser usados para explicar o que está acontecendo. Fala-se hoje em um processo de produção "enxuto", em que os desperdícios de materiais e mão de obra, irracionalidades e grandes estoques devem ser evitados; o trabalhador agora não é mais especializado, é polivalente, ou seja, realiza mais de uma tarefa, operando mais de uma máquina; o trabalhador não fica mais fixo a um posto de trabalho na linha de produção, mas trabalha em grupos ou equipes; o trabalhador não é mais visto como mero executor das determinações vindas da gerência, mas espera-se que ele participe das decisões, fornecendo sugestões para melhorar a produção e aumentar a produtividade. Diminui, assim, a distância entre os gerentes e os trabalhadores, referidos como parceiros envolvidos nos interesses comuns de aumento da produtividade e da qualidade do produto. Diante de todas essas mudanças, o trabalhador tem, de um lado, as suas antigas habilidades destruídas, mas, de outro, enfrenta a necessidade de reconstruir habilidades e se requalificar para o trabalho nessas novas condições, ampliando a sua escolaridade e formação profissional. Como se vê, os novos processos de trabalho, aliados à introdução de novas tecnologias, alteraram não só o modo de trabalhar, mas provocaram alterações na exigência de qualificação dos trabalhadores, nas condições de trabalho, nas relações existentes no local de trabalho. Uma das principais consequências da flexibilização na produção diz respeito ao mercado de trabalho, com a imposição de regimes e contratos de trabalho mais flexíveis. O trabalhador com emprego regular, diante do risco da demissão, submete-se às exigências específicas de cada empresa, o que pode significar: baixos salários, longas jornadas de trabalho com O aumento das horas extras, intensificação do ritmo do trabalho. Mas, além dessas consequências para aqueles que têm um emprego, ocorre aumento do trabalho em tempo parcial, do trabalho por tempo determinado ou temporário, do trabalho em domicílio ou do trabalho autônomo. As formas estáveis de trabalho estão sendo substituídas pelas formas precárias, geralmente acompanhadas por uma redução nos salários, sem garantias ou benefícios sociais e em condições inferiores quanto à segurança e às instalações. Elaborado especialmente para o São Paulo foz escola. Leitura e Análise de Texto "Os sinais de que a crise econômica resultante da especulação financeira está chegando aqui nos vêm através do desemprego anunciado, uma relativa novidade no funcionamento do mercado de trabalho. Relativa novidade se comparada com o modo como, há meio século, o desemprego alcançava os trabalhadores. Ontem, havia uma cultura do trabalho, de que a perda do emprego, e não propriamente o desemprego, era um capítulo menor. O trabalhador chegava à empresa de manhã cedo e não encontrava na chapeira o seu cartão de ponto. Ficava amarelo, pois já sabia que ia receber o bilhete azul, a demissão. Ser demitido era um drama, pois era como receber uma marca depreciativa na biografia profissional, demissão que tinha que ser explicada ao novo potencial empregador. O desemprego aparecia como questão pessoal e não como questão social, que é o que ocorre hoje. [ ... ] Terminado o período de euforia econômica dos anos 1970, disseminou-se o desemprego como estado permanente e problema social, como novo conceito no lugar do mero conceito de desempregado, os custos das oscilações da economia transferidos para os trabalhadores bem como a responsabilidade pelo problema. No fundo, a nova mentalidade laboral diz a todos que o trabalhador é o responsável pela falta de trabalho. O desempregado individual passou a ser a vítima do desemprego social, cabendo-lhe definir as estratégias para superar ou contornar essa interiorização de um problema coletivo, que não causou. Hoje, um número extenso de famílias da classe trabalhadora e da classe média já experimentou ou tem experimentado continuamente a presença de ao menos um membro desempregado, subempregado, empregado precariamente ou à procura de emprego. [ ... ] De fato, o desemprego secundariza as pessoas, não só o desempregado, e dissemina a cultura dessa secundarização, que é uma cultura de medo, incerteza e conformismo. Mesmo que a perda do emprego não se confirme para a maioria, a cultura do desemprego anunciado chega a todos. Uma cultura que afeta todas as instituições, da família à religião, muda padrões de comportamento, reforça a dependência material de uns em relação aos outros, fragiliza a coesão social, promove o descrédito dos valores de referência da conduta de cada um e de todos." MARTINS, José de Souza. A cultura do desemprego anunciado. O Estado de S. Paulo, Caderno Aliás, 1 º fev. 2009. p. J3. Disponível em: <//www.esradao.com.brlnoricias/suplemenros.a-culrura-do-desemprego-anunciado,316239,0.hrm>. Acesso em: 8 jan. 2010. PARA SABER MAIS Livro CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia do trabalho. São Paulo: Moderna, 2005. ° livro é especialmente escrito para o público jovem e pode ajudá-lo a aprofundar o seu conhecimento sobre o assunto. Filmes Chapeleiros. Direção: Adrian Coopero Brasil, 1983.24 mino Documentário rodado em uma fábrica de chapéus do início do século XX, registra as condições de trabalho no princípio da industrialização. Garotas do ABC: Aurélia Schwarzenega. Direção: Carlos Reichenbach. Brasil, 2003. 124 mino Mostra o cotidiano de um grupo de mulheres em uma metalúrgica do ABC. Discute também o tema do racismo e da intolerância. Germinal. Direção: Claude Berri. Bélgica, França, Itália, 1993. 170 mino Baseado no romance de Émile Zola, retrata as condições de vida e de trabalho nas minas de carvão da França, no século XIX, e a resistência dos trabalhadores no movimento grevista. Tempos modernos (Modern times). Direção: Charles Chaplin. EUA, 1936. 87 mino Neste filme, Chaplin faz uma crítica à inovação introduzida no processo de trabalho por Henry Ford, a linha de montagem, que impõe um ritmo de trabalho que condiciona os gestos e os movimentos do trabalhador. No início do filme há a seguinte frase: "Tempos modernos é uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade".

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